Flamengo na Copa do Nordeste, e não é brincadeira

Flamengo na Copa do Nordeste?

Os clubes mexicanos disputam a Taça Libertadores da América há tempos.
A Austrália agora só participa das competições asiáticas.
Israel está inserido no contexto futebolístico da Europa.

Existe ao menos uma dezena de exemplos do tipo no futebol. Sendo direto e seguindo essa lógica, qual seria o empecilho de incluir o Flamengo na Copa do Nordeste? Acredite, a ideia é real e partiu da própria direção carioca.

De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, o presidente do Fla, Eduardo Bandeira de Mello, consultou o presidente da Liga do Nordeste, Alexi Portela.

Ambos confirmaram o teor da conversa…

“Ele perguntou se havia possibilidade. Por enquanto, acho que não. No futuro podemos pensar. Primeiro, precisamos consolidar a competição, que está voltando agora. Depois, poderia haver dois convites”, diz Portela.

No caso da embrionária possibilidade de inclusão do Fla – e de até outro clube -, seria via convite, apesar de o Estatuto do Torcedor só autorizar o critério técnico.

A Copa do Nordeste foi chancelada pela CBF num acordo milionário, com a previsão de pelo menos dez edições oficiais. O torneio busca retomar a sua identidade, em parte perdida pelo caráter sazonal da disputa.

Economicamente, a presença do rubro-negro do Rio poderia, sim, gerar renda. Segundo a última pesquisa na região, elaborada pela Pluri Consultoria, de fato o Mengo tem a maior torcida, com 22,4%. O nordestino na melhor colocação é o Sport, em 5º lugar, com 4,8%, mas sete times da região têm torcidas acima de 1 milhão de pessoas. Alheio a isso, o mandatário carioca disse à Folha ter a maior torcida em todos os estados da região – incluiu Pernambuco, um erro, pois o estado é um dos cinco no país com times locais à frente.

Mas se tem algo que não se discute, é a presença local nas arquibancadas, com ou sem agentes externos. Com base na tradicional rivalidade, a média foi de 8.350 pessoas no Nordestão de 2013, a maior em todos os torneios no primeiro semestre do futebol brasileiro, o que rebate a tal necessidade de convites. Não por acaso, o Fla vive entre a paixão a a rejeição na região.

A contrapartida da liga ao clube, o que realmente teria atraído o olhar de Bandeira de Melo, é o valor da cota. O campeão do Nordestão ganhará R$ 1,565 milhão em 2014. O crescimento das verbas para os 16 participantes subiu 54% em um ano, saltando de R$ 5,6 milhões para R$ 8,64 milhões. Há mercado.

Por outro lado, nota-se um entrave nessa história (ou jogo político) ao constatar que a verba do Carioca é de R$ 700 mil a cada partida do Fla (R$ 10,5 mi ao todo). Por que sair de um torneio mais rentável? Ninguém faria isso.

Contudo, enxergando a ideia na prática, há uma enorme contradição.

A Copa do Nordeste foi criada em 1994 com o claro objetivo de fortalecer os clubes locais – com dinheiro, imagem e torcida -, alijados nas quatro séries do Campeonato Brasileiro. Incluir logo a equipe de maior apelo nacional, um potencial concorrente na preferência nordestina, poderia gerar descrédito junto aos torcedores dos clubes da região?

A consulta de Bandeira pode ter mais consequências do que se imagina…

No Nordestão, vale lembrar, já existe um erro histórico, com a ausência dos clubes do Piauí e do Maranhão, que chegaram a disputar a Copa Norte por causa disso. Os dois estados devem ser incluídos no regional em 2015.

Ou seja, antes de tramar a entrada do Flamengo do Rio de Janeiro é preciso condicionar a justa presença do Flamengo do Piauí…

As primeiras formações de uma temporada planejada de 56 a 78 partidas

Náutico, Santa Cruz e Sport

Os três grandes clubes pernambucanos estrearam oficialmente na temporada em dias distintos. Ou seja, foi possível assistir ao vivo a todos os jogos, válidos pelo Nordestão. Na largada de 2014, a situação de praxe, com equipes em processo de formação, técnica e física, com várias estreias. Novas caras, tanto nas contratações quanto da base.

No caso de tricolores, alvirrubros e rubro-negros, vale o registro do primeiro time titular de cada um. Até como um comparativo com a equipe no fim do ano, pois os três terão uma jornada cheia, com pelo menos 56 jogos, incluindo Copa do Nordeste (6), Pernambucano (10), Copa do Brasil (2) e Brasileiro (38).

Em caso de boas campanhas em todos torneios, o número pode chegar a 78 partidas, contando regional (12), estadual (14), Copa do Brasil (14) e nacional (38). Ainda há a Sul-Americana, ao alcance de qualquer um, de 2 a 10 jogos.

Os elencos iniciais devem ser abastecidos para aguentar tamanha maratona. Quantos nomes do seu time devem terminar o ano na titularidade?

Santa Cruz 3 x 2 Vitória da Conquista-BA (18/01, Estádio Lacerdão, Caruaru)

Equipe (4-4-2): Tiago Cardoso; Oziel, Everton Sena, Renan Fonseca e Tiago Costa; Sandro Manoel, Luciano Sorriso, Natan e Raul; Renatinho e Flávio Caça-Rato. Técnico: Vica

Formação do Santa Cruz no primeiro jogo oficial de 2014. Vitória por 3 x 2 sobre o Vitória da Conquista, em 18/0, no Lacerdão. Foto: Jamil Gomes/Assessoria/Santa Cruz

Formação: Luciano Sorriso, Sandro Manoel, Everton Sena, Flávio Caça-Rato, Renan Fonseca e Tiago Cardoso (em pé); Agachados: Raul, Tiago Costa, Natan, Renatinho e Oziel (agachados)

Botafogo-PB 1 x 1 Sport (19/01, Estádio Almeidão, João Pessoa)

Equipe (4-4-2): Magrão; Patric, Oswaldo, Ferron e Marcelo Cordeiro; Rodrigo Mancha, Rithely, Naldinho e Ailton; Sandrinho e Felipe Azevedo. Técnico: Geninho

Formação do Sport no primeiro jogo oficial de 2014. Empate em 1 x 1 com o Botafogo-PB, no Almeidão. Foto: Lino Sultanum/Sport/Facebook

Formação: Magrão, Naldinho, Ferron, Rodrigo Mancha, Oswaldo e Marcelo Cordeiro (em pé); Rithely, Felipe Azevedo, Ailton, Patric e Sandrinho (agachados)

Náutico 1 x 1 Guarany-CE (20/01, Arena Pernambuco, São Lourenço)

Equipe: (4-5-1): Gideão; João Ananias, William Alves, Romário e Gerley; Elicarlos, Rodrigo Possebon, Dê, Túlio e Zé Mári; Renato. Técnico: Lisca

Formação do Náutico no primeiro jogo oficial de 2014. Empate em 1 x 1 com o Guarany-CE na Arena Pernambuco. Foto: Anderson Malagutti/Assessoria/Náutico

Formação: Túlio, Romário, Rodrigo Possebon, William Alves, Gerley e Gideão (em pé); Dê, Elicarlos, Zé Mário, Renato e João Ananias (agachados)

Esperança renovada no timbu. Faltou só o futebol

Copa do Nordeste 2014, 1ª rodada: Náutico x Guarany-CE. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

A partida na noite desta segunda encerrou a primeira rodada do Nordestão. Após um ano trágico, a torcida alvirrubra renovou as esperanças para 2014.

Foi em bom número à Arena Pernambuco, com 9.268 torcedores, todos eles no anel inferior, fazendo pressão. Vários deles chegaram atrasados, na contínua falha no acesso ao estádio em São Lourenço.

Dentro do moderno palco, a meta era apoiar a armada gaúcha montada por Lisca, na primeira partida oficial da nova gestão vermelha e branca. Porém, o recomeço alvirrubro foi bem tímido. Um futebolzinho com cara de 2013.

No primeiro tempo, pouquíssimas oportunidades no duelo contra o Guarany. O visitante parecia mais preocupado em garantir um empate, ainda mais levando em conta que o outro jogo do grupo D também terminou empatado.

A segunda etapa foi mais animada. O Timbu até abriu o placar com Renato, aos 9, mas Gideão falhou numa bola pra lá de defensável, cedendo o empate num tento de Zeca, quatro minutos depois, 1 x 1.

O time cearense se animou e teve várias chances chances para virar a partida, usando bem o lado direito da defesa pernambucana. Se impôs.

Entre as principais oportunidades da equipe de Sobral, uma bola no travessão aos 31 minutos e uma bola cara a cara aos 44.

Os lances fizeram a torcida timbu respirar fundo e lembrar do passado recente.

No apito final, um velho desabafo, com as primeiras vaias do novo ano…

Copa do Nordeste 2014, 1ª rodada: Náutico x Guarany-CE. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Prêmio Sima, a versão nordestina da artilharia do Prêmio Friedenreich

Prêmio Sima, para o maior artilheiro do futebol nordestin. Crédito: Esporte Interativo

Um prêmio exclusivo aos goleadores do nove estados nordestinos. O artilheiro máximo da temporada, vestindo o uniforme de algum time da região, receberá a partir de 2014 o Prêmio Sima. A premiação, instituída pelo canal Esporte Interativo, faz uma homenagem a Simão Teles Bacelar.

O centroavante piauiense atuou a carreira inteira no Nordeste, rodando em onze clubes. Ao todo, Sima marcou 550 gols entre as décadas de 1960 e 1980. Os tentos computados no novo ranking serão os dos estaduais da primeira divisão e das competições nacionais e internacionais, oficiais. A contagem é absoluta.

O prêmio é uma versão regional do troféu criado em 2008 pela Rede Globo, a emissora que detém os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro. O jogador com mais gols em um ano atuando no futebol nacional é contemplado com o Prêmio Arthur Friedenreich, numa homenagem ao atacante homônimo.

O paulistano chegou a ter 1.329 gols reconhecidos pela Fifa, entre 1909 e 1935, dos 17 aos 43 anos. Uma estatística acima até mesmo de Pelé. Porém, uma recontagem nos jornais O Estado de S. Paulo e Correio Paulistano, através do escritor Alexandre da Costa, reconduziu o número para 554.

Confira os nomes dos maiores artilheiros nordestinos nos últimos seis anos e as colocações na lista nacional. O prêmio regional não deve ser retroativo.

2008 – Júnior Amorim (CRB), 23 gols (16º)
2009 – Marcelo Nicácio (Fortaleza), 34 gols (2º)
2010 – Ciro (Sport), 31 gols (3º)
2011 – Kieza (Náutico), 27 gols (5º)
2012 – Lúcio Maranhão (ASA), 40 gols (3º)
2013 – Magno Alves (Ceará), 34 gols (2º)

Maiores artilheiros do Brasil

2008 – Keirrison (Coritiba), 41 gols
2009 – Diego Tardelli (Atlético-MG), 39 gols
2010 – Neymar (Santos) e Jonas (Grêmio), 42 gols
2011 – Leandro Damião (Internacional), 38 gols
2012 – Neymar (Santos), 43 gols
2013 – Hernane (Flamengo), 36 gols

A triste história de Marlon Carneiro em um jogo de futebol. Poderia ser a sua

Copa do Nordeste 2014, 1ª rodada: Botafogo-PB 1x1 Sport. Fotos: twitter.com/carneiro006

Essa é a história de Marlon Carneiro.

Sem demagogia alguma, poderia ser a sua. Caso você frequente os estádios de futebol no Brasil, possivelmente já foi…

Marlon chegou na capital vizinha no dia que antecedeu ao jogo. Aproveitou a curta distância entre as cidades para passar o fim de semana por lá.

Viajou sobretudo para torcer pelo seu time, ao lado dos amigos.

Ele não tem vínculos com torcidas uniformizadas. Prefere vestir a camisa do clube e levar a própria bandeira.

Marlon queria apenas estar presente na estreia de sua paixão nos gramados, como tantos outros, independentemente de suas cores preferidas.

Infelizmente, esse torcedor teve uma de suas piores tardes em um estádio…

Não há aí qualquer relação com o futebol mediano apresentado. Isso é normal, é do esporte. Afinal, só existem três resultados possíveis.

Fora do campo de jogo é que veio o verdadeiro temor, com o cenário rotineiro de violência no país.

A velha mistura com a falta absoluta de controle das uniformizadas, abuso de força policial e desempenho pífio dos organizadores de um esporte tido como profissional.

A bola ainda rolava quando Marlon levou um tiro de borracha na perna. Em situação já difícil, viu gente próxima na arquibancada sofrendo ainda mais. No fim, se viu no meio de uma praça de guerra, com brigas, pedradas, correria, spray de pimenta e tiros. Desespero total.

Isso ocorreu em um jogo com menos de mil pessoas no setor para visitantes, com todos os presentes tendo a memória viva de uma recente briga generalizada na elite.

Esse relato foi contado no próprio twitter de Marlon. Na rede social, ele também compartilhou as fotos desta postagem, registradas em um smartphone no meio do tumulto.

O recifense havia divulgado uma imagem antes de a partida começar, cruzando os punhos, sem perceber que o erro já estava ali.

Porém, o sorriso dele era aquele mesmo que você tem ao girar a catraca e ver de pertinho o seu clube, ansioso pela festa.

Imaginando sempre que a violência jamais chegará na sua frente. Já chegou, faz tempo.

A tal cidade em questão, João Pessoa. O tal jogo, Botafogo-PB 1 x 1 Sport. A tal data, 19 de janeiro de 2014. As cenas, quase sempre as mesmas…

Copa do Nordeste 2014, 1ª rodada: Botafogo-PB 1x1 Sport. Fotos: twitter.com/carneiro006atacante

Empate rubro-negro com futebol pobre e a dura rotina nas arquibancadas

Copa do Nordeste 2014, 1ª rodada: Botafogo-PB 1x1 Sport. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

O Sport apresentou um futebol paupérrimo em sua estreia no Nordestão. O empate em 1 x 1 com o Botafogo, em João Pessoa, reforça a preocupação da torcida. Sem reforços no setor ofensivo e já sem a principais peças da temporada passada, Marcos Aurélio e Lucas Lima, o Leão atuou sem referência.

Sandrinho, apesar da empolgação de parte da torcida, continua sem mostrar o porquê de tanto apoio. Aberto na outra ponta, Felipe Azevedo parecia mais esforçado, lúcido. Na criação, com a camisa 10, Ailton. Tem qualidade, mas não pode (não deve) ser o homem da criação no ano, ainda mais com uma Série A pela frente.

A situação neste domingo ficou ainda mais complicada após o golaço do campeão da Série D, através de Frontini, logo aos cinco minutos. Livre na intermediária, o atacante acertou um chutaço no ângulo de Magrão.

O time paraibano estava melhor e poderia ter ampliado. Não o fez. Na etapa complementar, o Sport chegou ao empate com Felipe Azevedo. O gol esfriou o time da casa. O visitante melhorou, mas faltou perna ao time, ainda em busca de um melhor condicionamento físico – além das peças de reposição, só da base.

Na comemoração do gol de empate, uma confusão – logo na primeira partida do ano – tomou conta da arquibancada no Almeidão. Segundo o comando da Polícia Militar, alguns torcedores leoninos atiraram pedras em direção à torcida adversária. A resposta da PM foi com balas de borracha e spray de pimenta…

Aos 52 minutos, Felipe Azevedo ainda acertou o travessão. Não mudou o placar.

Assim, a repercussão da partida terá duas vertentes.

A questão técnica do Sport, ainda em (necessário) processo de formação.

E a rotina violenta nas arquibancadas, já com a primeira imagem negativa de 2014…

Copa do Nordeste 2014, 1ª rodada: Botafogo-PB x Sport. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Vitória coral na largada oficial do centésimo ano

Copa do Nordeste 2014, 1ª rodada: Santa Cruz 3x2 Vitória da Conquista. Foto: Roberto Ramos/DP/D.A Press

Estreando no ano do centenário, o Santa Cruz abriu o placar na largada da partida. Natan, com a camisa 10, marcou com um minutinho, em jogada de pura velocidade, com ótimo passe de Caça-Rato. Com a bola estufada na rede, não deve ter sido difícil flagrar uma conversa na torcida sobre o ano especial.

Conquistar o inédito título da Copa do Nordeste é um dos maiores desejos do povão no 100º aniversário. A pré-temporada em Sairé, mantendo a base da elenco que subiu à Série B, foi o ponto alto da equipe comandada por Vica.

Em Caruaru, contra o Vitória da Conquista, o Santa até sentiu a falta de ritmo, natural no início da temporada, mas conseguiu se impor. As 25, o outro apoiador em campo, Raul, ampliou.

Seja pela distância do Recife ou pela ausência do Todos com a Nota, a presença coral foi aquém da média histórica, com apenas 3.673 torcedores. Porém, a apresentação no sábado, com muita entrega em campo, deve chamar de vez a torcida para o ano festivo.

O time baiano ainda diminuiu com Tatu e criou algumas boas oportunidades – uma delas evitada na ótima defesa de Tiago Cardoso, mostrando a necessidade de ajustes na marcação -, mas Renan Fonseca marcou o gol da tranquilidade. Literalmente, pois o visitante voltaria a diminuir aos 44 da etapa final, 3 x 2.

O primeiro resultado positivo em 2014 veio mesmo sem os principais reforços. A pré-temporada foi curta, mas a preparação ainda não acabou.

Aos tricolores, que foram ou não ao Lacerdão, a equipe tem potencial para evoluir…

Copa do Nordeste 2014, 1ª rodada: Santa Cruz 3x2 Vitória da Conquista. Foto: Roberto Ramos/DP/D.A Press

Nordestão com transmissão via celular, em um verdadeiro laboratório nacional

Transmissão do Nordestão 2014 via celular. Crédito: www.twitter.com/RafaSCR (reprodução)

A bola começou a rolar no Nordestão de 2014. Portanto, olho na tela, nem que seja de apenas 3.5 polegadas, num iPhone 4, ou 4.8, num Galaxy S3.

O jogo isolado numa sexta à noite reuniu os representantes do interior do Rio Grande do Norte, o Potiguar, e da Paraíba, o Treze. Além das mídias já populares para o acompanhamento dos jogos de futebol, incluindo televisão, rádio e lance a lance na internet, a partida – Potiguar 2 x 1 – foi exibida também na tevê via tablet e celular.

A ideia já vem sendo usada há algum tempo através do serviço digital EI Plus.

Apesar da inclusão deste tipo de transmissão na comercialização dos direitos de transmissão das principais competições, ainda não é um costume no Brasil.

No Brasileirão, por exemplo, foram vendidos os direitos para os sinais de televisão aberta e por assinatura, pay-per-view, internet e celular. Esses dois últimos ainda não têm exibições regulares no mercado audiovisual.

Na Copa do Nordeste, no entanto, as 62 partidas devem passar nas telinhas de smartphones nos sistemas operacionais Android e iOS.

O delay nas imagens varia de 30 a 60 segundos. Com esse tempo, segundo o próprio EI Plus, aumenta a qualidade da imagem, transmitida via internet. A decisão foi tomada após uma pesquisa interna do canal, na qual os clientes optaram primeiro pela fluidez da imagem, em vez do delay.

Por tudo isso, o Nordestão será um bom teste para mensurar o tamanho do público consumidor nesse segmento. O raio de interesse está além da região, até porque a velocidade da internet móvel, hoje em 4G, deverá seguir em evolução…

Segundo ano de operação da Arena começa com arquibancada semiaberta

Náutico x Guarany-CE, pela Copa do Nordeste 2014. Crédito: Arena Pernambuco/Facebook

O primeiro jogo oficial no segundo ano de operação comercial da Arena Pernambuco deverá ter apenas o anel inferior, ou mesmo uma parte do setor.

A imagem de divulgação do próprio consórcio só deixa aberta a possibilidade de abrir o anel superior se o Todos com a Nota ultrapassar 4.500 ingressos. Contudo, não foi informado o ponto exato onde ficariam os demais 10.500 bilhetes promocionais – caso alcance à carga máxima, que está à disposição.

A expectativa de público parece baixa, na visão do blog, levando em conta que a partida é a primeira do Náutico em 2014, também sob nova gestão.

O Timbu enfrentará o Guarany de Sobral pelo Nordestão (acima). No Campeonato Brasileiro de 2013, quando enfrentou um adversário com um escudo bem parecido, mas o Flamengo, a carga do estádio foi bem diferente (abaixo). Apesar disso, o público presente foi de 15.003 pessoas.

Ressalva nas datas: segunda à noite e domingo à tarde, respectivamente.

Em seu ano de estreia na operação regular, a Arena Pernambuco teve apenas 22 jogos, com a baixa média de público de 12.477, ou 26,9% de ocupação. Neste ano, o número deve passar de 30 partidas, ou bem mais, caso o Sport passe a mandar os seus jogos de vez em São Lourenço da Mata.

Contudo, para fechar a conta da parceria público-privada, que terá 30 anos de duração, os gráficos precisam ser mais “coloridos” e preenchidos nos jogos.

Náutico x Flamengo, pela Série A 2013. Crédito: Arena Pernambuco/Facebook

Um campeonato nordestino repleto de arenas de primeiro mundo

Arenas nordestinas para a Copa do Mundo: Castelão, Arena Pernambuco, Arena das Dunas e Fonte Nova. Crédito: Cassio Zirpoli, Arena Pernambuco, Conmebol e Governo da Bahia

A Copa do Nordeste de 2014 terá um fator novo em relação à infraestrutura.

Entre os estádios inscritos, quatro deles farão parte da Copa do Mundo.

As quatro arenas nordestinas selecionadas como subsedes do Mundial no Brasil irão disponibilizar 202.426 cadeiras para a torcida. Para isso, um investimeno bilionário. Ao todo, uma despesa de 2,059 bilhões de reais, com 71% do gasto através de financiamento federal.

Em 2013, o Nordestão contou apenas com o Castelão, que foi também a primeira arena da Copa do Mundo a ser inaugurada no país. Na ocasião, houve uma rodada dupla, com Fortaleza 0 x 0 Sport e Ceará 0 x 1 Bahia.

Em seguida foram abertas as portas da Fonte Nova e da Arena Pernambuco, ainda no primeiro semestre, mas só após o regional. Já em plena operação, os estádios serão utilizados regularmente no regional.

Assim como o empreendimento de Natal, finalizando agora, um ano depois. O jogo de abertura será pela disputa do Nordestão.

Primeiros jogos nas arenas no Nordestão 2014:
18/01 – Ceará x CRB (Castelão)
20/01 – Náutico x Guarany (Arena Pernambuco)
22/01 – Bahia x Santa Cruz (Fonte Nova)
26/01 – América x Confiança (Arena das Dunas)

Castelão (Fortaleza-CE)
Capacidade: 64.846 lugares
Custo: R$ 518,6 milhões
Clubes: Ceará (até 2018), Ferroviário (até 2018) e Fortaleza (em negociação, mas com mando em alguns grandes jogos)

Castelão, em Fortaleza. Crédito: Portal da Copa/Ministério do Esporte

Fonte Nova (Salvador-BA)
Capacidade: 50.223 lugares
Custo: R$ 591,7 milhões
Clubes: Bahia (até 2018) e Vitória (em negociação)

Fonte Nova, em Salvador. Crédito: Governo da Bahia

Arena Pernambuco (São Lourenço da Mata-PE)
Capacidade: 46.214 lugares
Custo: R$ 532 milhões (ordem de grandeza de R$ 650 mi)
Clubes: Náutico (até 2043), Sport (até 2019, ainda não assinado) e Santa Cruz (em negociação)

Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata. Crédito: Arena Pernambuco

Arena das Dunas (Natal-RN)
Capacidade: 42.086 lugares
Custo: R$ 417 milhões
Clubes: América (até 2018) e ABC (em negociação)

Arena das Dunas, em Natal. Crédito: Conmebol

Estádios de ponta agora estão inseridos no futebol nordestino, em quatro de suas principais capitais

Resta aguardar por um bom futebol…