Habemus asfalto nos caminhos até a arena, também correndo contra o tempo

Arena Pernambuco em janeiro de 2013. Foto: Eduardo Martino/Odebrecht

Os caminhos até a Arena Pernambuco…

À medida que o estádio se aproxima da conclusão, prevista para abril, aumenta a preocupação sobre a infraestrutura viária até o complexo (veja aqui).

No estádio, cuja obra chegou em janeiro a 90% de avanço físico, serão aproximadamente de seis mil vagas disponíveis no estacionamento.

Para chegar lá, dois caminhos vitais, além do metrô. Pelo Ramal da Copa, em um acesso a partir de Camaragibe, e através da rodovia BR-408.

O Ramal foi uma das últimas obras a sair do papel, apesar do caráter prioritário. A assinatura do projeto de R$ 132 milhões foi em 1º de outubro de 2011. Atualmente encontra-se em 65%, com parte da pista asfaltada.

Já na rodovia federal a duplicação está pronta. Falta o viaduto de acesso à arena, cujo contrato é de R$ 24,5 milhões. A construção está em 92%.

A previsão é finalizar os dois caminhos até abril, no limite do estádio.

Você acha que a estrutura de acessibilidade à Arena Pernambuco suportará a demanda de público? A princípio, você iria de metrô, pelo ramal ou pela rodovia?

Arena Pernambuco em janeiro de 2013. Foto: Governo do Estado/divulgação

Versão secreta da Arena Pernambuco

Página do governo de Pernambuco com a suposta obra da Arena Pernambuco. Fonte: Internet/reprodução

Uma das chamadas principais na página oficial do governo de Pernambuco na web se refere à confirmação da nova arena em São Lourenço na Copa da Confederações.

Há, no entanto, um engano na capa (veja aqui).

A construção exibida no site não é a da Arena Pernambuco.

Na imagem, além de não haver módulo algum da cobertura metálica, a única faixa do anel superior incompleta está na lateral. Na arena localizada na região metropolitana faltam apenas alguns degraus na ala norte, atrás de de um dos gols.

Dentro da matéria sobre o estádio, porém, as imagens estão corretas.

Ainda assim, qual seria então o misterioso estádio? Pela quantidade de guindastes e gruas, não deve ter sido a obra mais barata do mundo…

O projeto é parecido. Teria sido uma inspiração?

Construção da Arena Pernambuco em janeiro de 2013. Foto: Eduardo Martino/Odebrecht

A concepção final da Arena Pernambuco com luz natural

Projetos para a fachada da Arena Pernambuco. Definitivo (acima) e primeiro (abaixo). Crédito: Odebrecht/divulgação

As imagens de divulgação da iluminação especial da fachada da Arena Pernambuco, que poderá mudar de cor de acordo com os times em campo, acabaram ofuscando uma outra importante mudança no design final do estádio.

As membranas em formato de almofadas de etileno tetrafluoretileno combinadas com LED irão substituir a fachada original, revestida com uma manta azul e verde (veja aqui).

Obviamente, essa mudança só será percebida com luz natural, em jogos à tarde. No post, a nova versão (em cima) e o projeto pioneiro (abaixo).

Importado de uma empresa alemã por 12 milhões de euros, o material será o mesmo utilizado na Allianz Arena, em Munique. Na Arena Pernambuco, a área da membrana terá 25 mil metros quadrados, com 11 toneladas de aço.

Na sua opinião, qual seria a fachada mais bonita para a Arena Pernambuco?

Retrospectiva da Arena Pernambuco em um minuto

Obra da Arena Pernambuco em dezembro de 2012. Foto: Eduardo Martino/Odebrecht

Pela primeira vez, a construção da Arena Pernambuco deixou a lanterna entre os seis estádios escolhidos para a Copa das Confederações de 2013.

Em novembro, a obra atingiu 77% de avanço físico, ultrapassando o bilionário Maracanã, com 75%, segundo dados do Ministério do Esporte.

Ao fim de dezembro, o percentual do estádio em São Lourenço deve chegar a 85%.

Abaixo, um vídeo com a retrospectiva da construção, do visual rural do antigo terreno ao avançado estágio com a instalação da cobertura em 2/3 da estrutura.

Saiba mais sobre o avanço gradativo da construção pernambucana aqui.

O ano da maioridade da Arena Pernambuco

Evolução da Arena Pernambuco em 2012. Crédito: Cidade da Copa

Este ano ficará marcado como o período chave da construção da Arena Pernambuco.

Em janeiro de 2012, o canteiro de obras contava com 2.397 operários e o avanço físico não passava de 28%, índice preocupante para a Copa das Confederações, em 2013.

O trabalho registrado àquela altura correspondia a 17 meses, desde agosto de 2010, com o primeiro motor ligado, entre burocracia, liberação de recursos e ações efetivas.

Agora, em dezembro, com 4.500 trabalhadores no intenso plano de aceleração, a arena deve encerrar a temporada em 85%. Resultado de um investimento extra (veja aqui).

Nos últimos doze meses, um crescimento de 57%.

Faltam 90 dias para cumprir o último prazo estipulado pela Fifa. Mais 15% e pronto.

Finalização da arquibancada superior e da cobertura, ambos na ala norte, colocação do gramado, instalação da fachada e do recursos eletrônicos através da NEC, acabamento.

Considerando que o recente avanço da obra vem num ritmo de 7% a cada trinta dias, o prazo parece ser suficiente para garantir o estado no festival de campeões.

A data de abertura segue vigente, em 14 de abril de 2013. Falta pouco…

O custo real da Arena Pernambuco, acima de R$ 532 milhões

Arena Pernambuco em dezembro de 2012. Foto: Odebrecht Infraestrutura/Divulgação

Oficialmente, a Arena Pernambuco foi lançada pelo governo do estado em 15 de janeiro de 2009. Na ocasião, o seu investimento foi estimado em R$ 532,615 milhões, considerando o projeto executivo, as obras e o início da operação da arena multiuso. A licitação foi encerrada em 12 de maio de 2010, com a vitória do consórcio liderado pela construtora Odebrecht, que no mesmo ano deu início ao empreendimento. Desde então, aquele preço, com base de maio de 2009, segue como padrão. Mas não fica nisso.

Na prática, o reajuste nos últimos três anos do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), conforme o acordo da parceria público-privada na qual se insere o estádio em São Lourenço, deixará a obra com um custo final de R$ 610,037 milhões, com a soma das parcelas correntes. A diferença é de 77,422 milhões de reais, acrescida através de percentuais anuais do índice, e vem sendo bancada desde os primeiros meses.

A engenharia financeira do projeto é complexa, mas de certa forma segue o padrão da compra de um apartamento, por exemplo. Ao pagar R$ 100 mil por um imóvel, o consumidor geralmente  termina o financiamento quitando o local por um preço maior, R$ 125 mil. Neste caso, corrigido pelo INCC (Índice Nacional do Custo da Construção), também aplicado na arena. O contrato entre o governo de Pernambuco e a Sociedade de Propósito Específico (SPE) que comandará o estádio, a Arena Pernambuco Negócios e Investimentos, teve como cálculo o IPCA. Já entre a SPE e a construtora responsável, a Odebrecht Infraestrutura, o índice é o INCC. Isso porque a mão de obra tem uma variação bem maior no preço – efetivo e salários.

Considerando os dois reajustes, que não se modificarão mais até o fim da obra, a despesa total seria de R$ 569 milhões, com 22,95% de reajuste acumulado no INCC a partir do gasto de R$ 479 milhões com o estádio, e R$ 610 milhões, calculando o percentual agregado de 17,71% do IPCA sobre o valor geral de contrato mais conhecido pelo público, de R$ 532 milhões. A diferença orçamentária deve ser equilibrada pelo próprio consórcio. Segundo o diretor de engenharia e novos investimentos do consórcio, José Ayres, o valor é uma projeção normal em qualquer empreendimento na construção civil  – e presente nos outros estádios da Copa do Mundo. É preciso seguir o mercado.

“A concessão não paga um centavo a mais que o contratado de maio de 2009, mas todo contrato prevê um índice de reajuste, porque no período os insumos variam. Aço, gasolina, tudo. Não estamos fazendo jogo financeiro, para ganhar através de um indicador. No nosso negócio (construção civil), a mão de obra é importante e tem um peso maior no INCC do que no IPCA”, pontua Ayres, que adianta o acerto do cadastro do estádio no Recopa, um incentivo do governo, na insenção dos impostos PIS e Cofins.

Assim, o valor de R$ 508 mi, visto nas medições reveladas no copatransparente.gov.br, será readequado para R$ 479 milhões, como preza o contrato, só com o estádio. Além disso, o consórcio buscará junto ao governo federal o ressacimento aos impostos pagos.

Entre reajustes, isenção e investimento extra, a despesa definitiva da arena, hoje com 77,11% de avanço físico, será conhecida só após a abertura, em 2013. Desde abril deste ano está em vigor o “plano de aceleração”, que antecipou a obra em dez meses para garantir o estado na Copa das Confederações. Esse gasto ainda será auditado e o seu pagamento está previsto no aumento da contrapartida estatal ao consórcio.

O consórcio tem um pacote de até R$ 670 milhões para a obra, entre três empréstimos e recursos próprios. Que não seja necessário gastar tudo…

Relatório com a medição do gasto na Arena Pernambuco

Uma cara nova a cada noite na Arena Pernambuco

Arena Pernambuco com iluminação especial. Crédito: Odebrecht/divulgação

Orçada em 12 milhões de euros, a fachada da Arena Pernambuco será semelhante ao modelo adotado no Cubo D’Água, nos Jogos Olímpicos de Beijing.

A área da membrana terá 25 mil metros quadrados, com 11 toneladas de aço.

Nesta terça, a apresentação do primeiro modelo do estádio com iluminação especial, mudando a cara do estádio a cada partida à noite. De acordo com o mandante…

Acima, o vermelho que deve marcar a presença do Náutico no projeto.

Abaixo, o tom original da arena, à luz do dia.

Arena Pernambuco. Crédito: Odebrecht/divulgação

Cobrindo 36.972 assentos da Arena Pernambuco

Montagem do primeiro módulo da cobertura metálica da Arena Pernambuco, em outubro de 2012. Crédito: Odebrecht/divulgação

Foi içado o primeiro dos 22 módulos da cobetura metálica da Arena Pernambuco.

A estrutura foi importada da Espanha, inspirada no estádio Anoeta, do Real Sociedad, como havia sido adiantado pelo blog (veja aqui).

No projeto inicial, seriam 58 módulos, com a montagem das vigas no alto. A mudança foi uma das principais entre os treze pontos do processo de aceleração.

Assim, foi determinada uma pré-montagem no chão. Nota-se, inclusive, que outros módulos já estão prontos, no entorno do estádio em São Lourenço.

Ele serão içados por um guindaste com capacidade de erguer até 400 toneladas. No alto, serão conectados aos pilares metálicos de sustentação. A arena terá 68 pilares

Dos 46.214 lugares do estádio, 80% serão cobertos. Com exatidão: 36.972.

Confira a série Diário de uma Arena, sobre a evolução do estádio, clicando aqui.

Montagem do primeiro módulo da cobertura metálica da Arena Pernambuco, em outubro de 2012. Crédito: Odebrecht/divulgação

14 de abril de 2013, o primeiro jogo da Arena Pernambuco

Projeto da Arena Pernambuco. Crédito: Odebrecht/divulgação

Uma nova data para a abertura da Arena Pernambuco.

14 de abril de 2013, às 17h.

No primeiro jogo, apenas 50% dos 46.214 lugares serão ocupados, justamente porque irá se tratar de um teste oficial.

Os times ainda estão sendo estudados.

Uma possibilidade já estudada seria uma apresentação da seleção pernambucana, conhecida como Cacareco, contra um clube do exterior.

Segundo o secretário Ricardo Leitão, poderia ser de algum “país vizinho”. Boca Juniors? River Plate? Peñarol? Estudiantes? Nacional? Opine…

A data foi protocolada de forma oficial pela Secretaria Extraordinária da Copa, em sintonia com a Odebrecht, a construtora responsável pela obra.

Em 20 de abril do ano passado, Silvio Bompastor, substituto do então licenciado Ricardo Leitão na Secopa no estado, também anunciou uma data…

A inauguração seria no primeiro domingo de janeiro de 2013, dia 6. Na ocasião, a Odebrecht não confirmou a data, talvez consciente pelo andamento das obras

Como o cronograma foi mudado, a data foi reavaliada… Agora vai?

Certamente, o novo anúncio da abertura do estádio foi uma pressão positiva para a decisão final da Fifa sobre a presença do Recife na Copa das Confederações. O anúncio da entidade será em 8 de novembro.

Segundo o governo do estado, a arena multiuso será aberta independentemente de sua confirmação no festival de campeões da Fifa…

Política encravada no concreto das novas arquibancadas

Obra da Arena Pernambuco em setembro de 2012. Foto: Eduardo Martino/Odebrecht

Pela enésima vez, a Arena Pernambuco ficou em xeque em relação à presença na Copa das Confederações de 2013.

Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa, segue dando indiretas sobre a quantidade de subsedes no “festival de campeões” (em vez de seis estádios, cinco ou até quatro) e o governo do estado segue plenamente otimista sobre o desfecho dessa longa história.

Estrutura de concreto à parte, já com 64% de avanço físico, o capítulo final deve respingar no desejo político de Eduardo Campos em 2014, com a possível disputa pela presidência. Inteligente, o socialista sabe muito bem das consequências possíveis.

A realização dos torneios de 2013 e 2014 na arena a transformaria em um dos principais palcos esportivos do país nesta nova geração. Por outro lado, um ponto de corte na Copa das Confederações resultaria numa munição de grosso calibre para futuros adversários, sobretudo com o investimento extra utilizado para acelerar a obra.

Considerando este ponto e o fato de que na Fifa a política caminha (historicamente) à frente dos dados técnicos, a permanência da Arena Pernambuco – cujo anúncio definitivo será em novembro – é uma verdadeira incógnita, ainda mais após as recentes declarações do governador, fazendo uma leve dissociação de antigos aliados, ainda no poder na esfera federal, e trilhando uma aventura solo na próxima eleição.

Que fique claro, isso é apenas a opinião de quem acompanha todo esse processo, ainda que de fora, há mais de dois anos. E que viu a Arena Pernambuco entrar na lista da Copa das Confederações justamente pela força política local, em sintonia com Brasília.