Ademir Cunha ganha a cara do América, ainda longe do status estrutural de 1982

Estádio Ademir Cunha após nova pintura em fevereiro de 2016. Crédito: twitter.com/america_pe

O estádio Ademir Cunha foi inaugurado em 9 de maio de 1982, após dois anos de obras. Orçado em 300 milhões de cruzeiros, o palco, o mais moderno do Grande Recife até então, foi concebido para receber até 30 mil torcedores, em normas de segurança bem distintas das atuais. Num amistoso de portões abertos, com ocupação máxima, o Sport venceu o Paulistano por 2 x 0, com Betinho marcando de pênalti o primeiro gol da história e mexendo no placar eletrônico, inédito no estado, como frisou o Diario de Pernambuco. Foi a casa do Paulistano até 1993, caindo em desuso, com a evidente falta de cuidados da prefeitura. Em 2005, o extinto Manchete atuou por lá, mas a pá de cal veio no ano seguinte, com o tumulto no jogo Estudantes x Sport, superlotado.

Estádio Ademir Cunha após nova pintura em fevereiro de 2016. Crédito: www.blogdomequinha.com.b

Foram cinco anos de interdição até adoção do América, um andarilho do futebol local desde o América Parque. Se comprometeu junto ao Ministério Público com a manutenção e passou a jogar lá, mesmo com a situação ainda precária, com o público já limitado a 12.500. A classificação à fase principal do Estadual de 2016 chamou a atenção devido aos confrontos contra os grandes. Dito e feito, com o (justo) veto de 40 dias. Com a ajuda de colaboradores, o alviverde adquiriu 80 metros de tapete de grama para contornar os buracos do campo e reabrir a sua “casa”. Além de reformas (bancos, banheiros etc), a arquibancada recebeu uma mão de tinta. Do cimento aparente passando pelo branco, amarelo e agora o verde, como registra o Blog do Mequinha. Outra cara.

Estádio Ademir Cunha com a pintura antiga no início de fevereiro de 2016. Crédito: Júlio Jacobina/DP

Camisas históricas do futebol pernambucano, do Recife ao Sertão

Colecionar camisas de futebol é o hobby de muitos torcedores. Além da camisa do próprio time, o armário costuma contar com padrões de outros clubes tradicionais, grandes ou pequenos, nacionais ou internacionais.

Mas e o que dizer de uma coleção de 120 camisas apenas com agremiações pernambucanas? Um tanto rara. Em seu perfil público no álbum Picasa, Manula Galo disponibilizou toda a coleção com uniformes de 35 times desde a década de 1980. Além dos três grandes da capital, raridades de times pequenos.

Abaixo, os uniformes em ordem da esquerda para a direita. Para conferir as camisas numa resolução maior e com as respectivas descrições, clique aqui.

AGA (2), América (3), Araripina (1), Arcoverde (1), Barreiros (1), Belo Jardim (1), Cabense (1), Carpinense (1), Central (7), Centro Limoeirense (1), Chã Grande (1) e Destilaria (2), Vitória (2).
Camisas históricas de cluebes pernambucanos. Crédito: Manula Galo/Picasa

Vitória (1), Estudantes (1), Ferroviário do Cabo (1), Flamengo de Arcoverde (1) e Íbis (5), Náutico (15).

Camisas históricas de cluebes pernambucanos. Crédito: Manula Galo/Picasa

Náutico (4), Olinda (2), Paulistano (2), Pesqueira (1), Petrolina (2), Porto (4), Primeiro de Maio (1), Recife (2) e Santa Cruz (6).

Camisas históricas de cluebes pernambucanos. Crédito: Manula Galo/Picasa

Santa Cruz (13), Salgueiro (3), Sera Talhada (1), Serrano (2), Sete de Setembro (2) e Sport (3).

Camisas históricas de cluebes pernambucanos. Crédito: Manula Galo/Picasa

Sport (20), Surubim (1), Unibol (1), Vera Cruz (1) e Ypiranga (1).

Camisas históricas de cluebes pernambucanos. Crédito: Manula Galo/Picasa

O 4º representante da RMR

Estádio Gileno de Carli, no CaboDurante décadas, o América foi o 4º representante da Região Metropolitana do Recife no Campeonato Pernambucano. Quando não jogava nos estádios dos grandes, o Mequinha mandava os seus jogos no Jefferson de Freitas, em Jaboatão dos Guararapes.

Nos anos 80, o Paulistano representou a Zona Norte em várias edições do Estadual, levando grandes públicos ao estádio Ademir Cunha.

Várias equipes já mandaram jogos no Grande Recife nos últimos 20 anos, como Íbis, Recife, Santo Amaro, Intercontinental, Ferroviário, Casa Caiada… Todos os times citados não estão mais na elite. Alguns já foram até extintos! 😯

Será mesmo que a RMR, com mais de 3,7 milhões de habitantes, tem espaço para apenas 3 clubes no regional?

O dado corresponde a quase metade da população de Pernambuco. Acredito que a RMR consiga absorver outro clube, de tamanho modesto, é verdade. Agora, a Cabense vem ocupando essa lacuna. O time vem transformando as arquibancadas tubulares do acanhado estádio Gileno de Carli em uma visão comum do nosso futebol.

Estádio Gileno de Carli, no CaboFundado em 1995 após o fim do Destilaria (mas com as mesmas cores e estrutura), o time do Cabo de Santo Agostinho já penou bastante na Segundona. Mas já conseguiu 2 acessos, com o vice em 2006 e 2008.

Em seu 2º ano seguido na elite, o time busca se consolidar como um representante digno de um município de 168 mil moradores e um dos prinpais polos de investimentos do estado.

Tem potencial para isso.