Contudo, a verba se torna ínfima se comparada ao maior estadual do país, o Paulistão. E nem se trata apenas de Corinthians, São Paulo, Palmeiras ou Santos, com mercados bem maiores (audiência e renda per capita). Cada um receberá R$ 17 milhões, via Globo SP, segundo a coluna Painel FC, da Folha de S. Paulo. O verdadeiro contraponto é a Ponte Preta, na zona intermediária.
Pelo novo acordo, a Macaca receberá R$ 5 milhões por 15 jogos na primeira fase. Em Pernambuco, a participação no hexagonal significa dez partidas. Ou seja, enquanto a Ponte receberá R$ 333 mil por apresentação, alvirrubros, tricolores e rubro-negros ganharão R$ 95 mil. Nem somando o Nordestão (R$ 505 mil na fase de grupos) a situação muda. E olhe que até os pequenos de São Paulo, como Ituano e Mogi Mirim, receberão mais, com R$ 3 milhões…
Paulistão (por 15 jogos na primeira fase)
R$ 17 milhões – Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Santos
R$ 5 milhões – Ponte Preta
R$ 3 milhões – Os outros 15 participantes
Por jogo: R$ 1,13 milhão (grandes), R$ 333 mil (Ponte) e R$ 200 mil (pequenos)
Pernambucano (por 10 jogos no hexagonal)
R$ 950 mil – Náutico, Santa Cruz e Sport
R$ 110 mil – Os outros 9 participantes
Por jogo: R$ 95 mil (grandes) e R$ 11 mil (pequenos)
Após os quatro meses de aperto, vem o Brasileirão. E o buraco aumenta…
Até a década de 1980 não era incomum ver uma decisão no Brasil com mais de 200 mil pessoas somando os dois confrontos. A limitação da capacidade nas arquibancadas e a recente modernização dos estádios reduziu bastante a lotação. Tanto que a última decisão com mais de 100 mil espectadores, com ida e volta, aconteceu em 2009, no Estadual do Rio de Janeiro.
Na ocasião, o Botafogo levou a Taça Guanabara e o Flamengo ganhou a Taça Rio. Na finalíssima do futebol carioca, dois empates em 2 x 2 no Maracanã, com o Mengão conquistando o título nos pênaltis. Na primeira partida, 63.063 pessoas. No domingo seguinte, mais 84.027, totalizando mais de 147 mil torcedores. Na prática, só é possível superar a marca em dois jogos no Maracanã ou um no Maraca e outro no Mané Garrincha, em Brasília.
Recorde à parte, a barreira dos 100 mil torcedores pode voltar a ser quebrada na final da Copa do Nordeste de 2015, entre Ceará e Bahia. A decisão da Lampions começa em Salvador, em 22 de abril, com 50.223 lugares à disposição na Fonte Nova. No dia 29, em Fortaleza, mais 64.846 assentos no Castelão.
Abaixo, num levantamento a partir da última final com 100 mil pessoas, confira todas as decisões no país (ida e volta) nos 13 campeonatos nos quais havia a possibilidade de um público gigantesco – tendo estádios inscritos com capacidade superior a 50 mil espectadores. Teoricamente, Maranhão (Castelão), Goiás (Serra Dourada) e Pará (Mangueirão) também poderiam registrar marcas próximas, mas não obtiveram públicos suficientes.
Obs. As Séries A e B não têm final, funcionando nos pontos corridos.
Recopa Sul-Americana
2013 – 67.741 (Corinthians x São Paulo)
Copa do Brasil
2009 – 87.724 (Corinthians x Inter)
2010 – 48.171 (Santos x Vitória)
2011 – 49.508 (Vasco x Coritiba)
2012 – 46.375 (Palmeiras x Coritiba)
2013 – 73.485 (Flamengo x Atlético-PR)
2014 – 58.364 (Atlético-MG x Cruzeiro)
Copa do Nordeste
2013 – 26.712 (Campinense x ASA)
2014 – 86.785 (Sport x Ceará)
Copa Verde
2014 – 71.843 (Brasília x Paysandu)
Série C
2009 – 20.292 (América-MG x ASA)
2010 – 16.032 (ABC x Ituiutaba)
2011 – 35.188 (Joinville x CRB)
2012 – 11.245 (Oeste x Icasa)
2013 – 59.788 (Santa Cruz x Sampaio Corrêa)
2014 – 41.539 (Macaé x Paysandu)
Série D
2009 – 16.579 (São Raimundo x Macaé)
2010 – 8.930 (Guarany x América-AM)
2011 – 68.998 (Tupi x Santa Cruz)
2012 – 41.127 (Sampaio Corrêa x Crac)
2013 – 23.643 (Botafogo-PB x Juventude)
2014 – 11.258 (Tombense x Brasil)
Pernambucano
2009 – sem final
2010 – 50.878 (Sport x Náutico)
2011 – 92.412 (Santa Cruz x Sport)
2012 – 76.080 (Santa Cruz x Sport)
2013 – 65.007 (Santa Cruz x Sport)
2014 – 56.234 (Sport x Náutico)
Baiano
2009 – 56.957 (Vitória x Bahia)
2010 – 55.394 (Vitória x Bahia)
2011 – 33.012 (Bahia de Feira x Vitória)
2012 – 63.420 (Bahia x Vitória)
2013 – 51.909 (Vitória x Bahia)
2014 – 59.404 (Bahia x Vitória)
Cearense
2009 – 80.131 (Fortaleza x Ceará)
2010 – 77.682 (Fortaleza x Ceará)
2011 – sem final
2012 – 30.564 (Ceará x Fortaleza)
2013 – 57.861 (Ceará x Guarany)
2014 – 60.981 (Ceará x Fortaleza)
Paulista
2009 – 54.119 (Corinthians x Santos)
2010 – 68.355 (Santos x Santo André)
2011 – 48.869 (Santos x Corinthians)
2012 – 93.895 (Santos Guarani)
2013 – 53.245 (Corinthians x Santos)
2014 – 64.167 (Ituano x Santos)
Carioca
2009 – 147.090 (Flamengo x Botafogo)
2010 – sem final
2011 – sem final
2012 – 43.544 (Fluminense x Botafogo)
2013 – sem final
2014 – 75.381 (Flamengo x Vasco)
Mineiro
2009 – 85.675 (Cruzeiro x Atlético)
2010 – 71.704 (Atlético x Ipatinga)
2011 – 35.113 (Cruzeiro x Atlético)
2012 – 31.705 (Atlético x América)
2013 – 69.140 (Atlético x Cruzeiro)
2014 – 71.160 (Cruzeiro x Atlético)
Gaúcho
2009 – sem final
2010 – 86.681 (Grêmio x Inter)
2011 – 65.673 (Inter x Grêmio)
2012 – 35.070 (Inter x Caxias)
2013 – sem final
2014 – 52.713 (Inter x Grêmio)
O Corinthians receberá R$ 30 milhões da Caixa Econômica Federal, em 2015, para estampar a marca do banco no peito do seu uniforme. É o chamado “patrocínio master”, comum nos grandes clubes do país. No entanto, nem todos os times conseguem encontrar investidores com facilidade… e o jeito acaba sendo submeter o padrão a sugestões incomuns.
Botafogo e Rio Claro abusaram neste domingo. No clássico carioca contra o Fla, a Estrela Solitária estampou o preço de um celular! Por R$ 179, seria possível comprar o aparelho na “liquidação maluca da Casa & Vídeo”. Tudo isso presente na camisa. O mesmo Fogão, em 2014, estampou a polêmica Telexfree, acusada de pirâmide financeira (veja aqui).
E o que dizer do Rio Claro, recebendo o São Paulo no Paulistão? No calção, na parte de trás, o clube do interior colocou o logotipo do grupo de humor Portas dos fundos. Mais objetivo, impossível. Pelo fator bizarro, o marketing funcionou nos dois casos, gerando algum dinheiro aos dois clubes. Também ficou provado que tem quem se submeta a qualquer coisa por dinheiro.
Qual foi a marca mais “incomum” já estampada na camisa oficial seu clube?
Pelo segundo ano consecutivo, o Nordestão aparece em 4º lugar entre as competições mais valorizadas do país, à parte da Série A e da Copa do Brasil. A conta considera as projeções dos direitos econômicos de todos os atletas envolvidos nos torneios de 2015 e aponta um valor de mercado de R$ 464.800.000 para o regional. Uma soma a partir dos vinte clubes participantes.
Produzido pela Pluri Consultoria, o estudo detalha todos os estaduais e regionais marcados para o primeiro semestre. É verdade que houve uma leve queda na Copa do Nordeste em relação à edição de 2014 (de 1%), sobretudo por causa dos rebaixamentos de Bahia e Vitória no Brasileiro e da ausência do Santa Cruz, mas o torneio manteve uma distância considerável (R$ 43,3 milhões) em relação ao 5º colocado, o Gauchão. Firme no calendário.
Se a comparação for apenas entre as copas regionais, a diferença é enorme. A Copa Verde, apenas em sua segunda edição, foi avaliada em R$ 117 milhões. Um dado abaixo até mesmo do Campeonato Pernambucano.
Por sinal, o Estadual organizado pela FPF também manteve a sua posição no ranking, em 9º, mas registrou uma desvalorização de 6%, considerando o euro, a moeda utilizada pelo levantamento. Porém, ao converter para o real (calculando as cotações de cada ano, claro), a queda foi de 13,4%, passando de R$ 216,1 milhões para R$ 187 milhões. Montante projetado nos cerca de 300 atletas profissionais inscritos no Estadual. Toda a avaliação é feita em um software com 77 critérios técnicos (e subjetivos) por jogador
Apesar de não revelado o valor de cada time, a planilha cita os mais valorizados de cada competição. O Sport ficou à frente tanto no Nordestão quanto no Pernambucano. Ao todo, os 21 campeonatos estaduais analisados e as duas copas regionais (Nordeste e Verde) têm um valor somado de R$ 4,7 bilhões (1,54 bi de euros). São Paulo, com quase um bilhão de reais, lidera desde o primeiro relatório divulgado, há quatro anos.
No geral, houve uma redução de 7% em relação a 2014 e 15% a 2013. De acordo com a Pluri, isso reflete “o nítido e constante enfraquecimento financeiro das principais equipes do país”.
As avaliações do Campeonato Pernambucano e da Copa do Nordeste, em 2014, dão indícios do caminho a ser tomado no futebol regional.
O valor de mercado do Pernambucano caiu pelo segundo ano seguido entre as competições estaduais e regionais do país. Do 7º lugar em 2012, o torneio figura na 9ª colocação em 2014. Dois fatores pesaram para a mudança, que considera a projeção de direitos econômicos de todos os jogadores envolvidos.
O primeiro foi a inclusão do Nordestão no calendário oficial, agregando, claro, mais equipes tradicionais da região. O segundo é o crescente nível técnico do futebol catarinense, com cinco times entre as Séries A e B do Brasileiro. Assim, Santa Catarina pulou da 10ª para a 7ª posição.
Considerando os doze participantes do Campeonato Pernambucano desta temporada, a Pluri Consultoria avaliou a edição em R$ 216,1 milhões. O estudo levou em conta elencos com 28 atletas. Assim, o certame teria 336 profissionais envolvidos, o que geraria um valor médio de R$ 643 mil, após a análise de 77 critérios no Sportmetric. Um tanto elevada a estimativa.
Ainda sobre a pesquisa, destaque para o avanço mercadológico do Nordestão, estimado em meio bilhão de reais, apesar de ainda estar em fase de retomada. Está abaixo apenas dos campeonatos de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Ou seja, deixou um dos quatro principais torneios, o Gaúcho, para trás.
Os dados só reforçam a tese de que o regional deve ser prioritário…
Os rankings de público e arrecadação dos campeonatos estaduais deste ano apresentam grandes diferenças nas colocações entre os torneios, o que indica um claro desnível no preço dos ingressos, conforme estudo da Pluri Consultoria.
Na média de público, o Pernambucano ocupou o terceiro lugar no futebol brasileiro em 2013. Mais gente, mais renda. Certo? Teoricamente. O preço do ingresso nessas bandas e o valor pago pelo governo no Todos com a Nota deixaram o Estadual na oitava colocação entre as melhores arrecadações.
A Bahia viu o processo inverso, com uma média de apenas 3.155 torcedores e uma renda média de R$ 86 mil, a terceira maior. Resultado direito da abertura da Arena Fonte Nova, com os clássicos entre Bahia e Vitória e os jogos regulares.
Nas duas listas, os 25 campeonatos estaduais de 2013 com dados oficiais. A federação de Roraima não forneceu os números do borderô, público e renda, enquanto o certame do Amapá será disputado apenas no segundo semestre.
Em tempos de modernas arenas no país, com a polêmica elitização do público e projeções sobre o aumento na média de assistência nas arquibancadas, é um choque notar a realidade do futebol brasileiro, com o pífio índice registrado nos campeonatos estaduais desta temporada.
Em 2013, as 25 competições com dados oficiais das federações registraram uma média de apenas 2.526 pagantes, com uma queda de 9,4% em relação ao ano passado. Ao todo foram 6,2 milhões de torcedores em 2.467 partidas. Isso corresponde a uma redução de 868 mil pessoas nos jogos locais.
A maior queda na média aconteceu justamente em Pernambuco, segundo o estudo da Pluri Consultoria. Líder disparado nos últimos anos, o Estadual caiu de 9,1 mil para 5,3 mil pessoas a cada partida, ou 42% a menos. Perdeu o posto de maior índice do país, feito usado inclusive em publicidade (veja aqui).
8, o número de campeonatos que tiveram uma elevação na média de público.
14, a quantidade de competições cuja média passou de 1.000 pessoas.
83%, o aumento na média de público do certame do Distrito Federal, potencializada pela final, na abertura do Mané Garrincha, com 22 mil pessoas.
1 milhão, marca alcançada pelo campeonato paulista, o único a ultrapassar esta barreira de torcedores.
11.675, o total de pagantes no campeonato rondoniense, o menor.
Apenas o estado de Roraima não forneceu os dados sobre o borderô. Enquanto isso, o torneio do Amapá começará apenas no segundo semestre.
O primeiro campeonato estadual do país aconteceu em 1902, em São Paulo. Desde então, todas as 27 unidades da federação criaram as suas ligas, iniciando no amadorismo e evoluindo para o profissionalismo. Com mais de um século de bola rolando, com centenas de participantes, confira como ficou a lista com os maiores campeões em atividade após a rodada de taças em 2013.
O ABC de Natal segue imbatível na primeira colocação, apesar de o Paysandu ter reduzido a diferença. No extremo da tabela, o Criciúma ganhou o certame catarinense e tornou-se o 64º clube com pelo menos dez títulos estaduais.
Entre os pernambucanos, Sport (9º), Santa Cruz (22º) e Náutico (35º). O Leão se mantém no top ten, enquanto os corais, tricampeões, subiram bastante no ranking. Já o Alvirrubro, em jejum desde 2004, se vê ameaçado por Santos e Botafogo, campeões nos últimos anos, a apenas uma taça de diferença.
Principais campeões deste início de temporada no futebol brasileiro:
Pernambuco – Santa Cruz
São Paulo – Corinthians
Rio de Janeiro – Botafogo
Rio Grande do Sul – Internacional
Minas Gerais – Atlético-MG
Bahia – Vitória
Paraná – Coritiba
Ceará, CRB, Paysandu, Desportiva, Cene, Cuiabá, Criciúma, Potiguar, Brasiliense, entre outros. Campeões desta temporada, parabéns!
São apenas 11 metros até a linha do gol. A marca do pênalti confere ao jogador a chance mais clara de gol em uma partida. É a infração máxima no futebol.
Bola parada na cal, apenas o goleiro na frente. O lance já decidiu até Copa do Mundo, com craque mandando a bola por cima da meta. Alguns já chutaram de forma bisonha, com a bola saindo quase na lateral do campo, acredite.
Mas errar até o chute…?!
Aí amigo, é para poucos. Neste caso, o camisa 10 do América de São José do Rio Preto, Pilo, fez história na terceira divisão paulista…
A cobrança teve grande destaque nos jornais ingleses The Sun e Daily Mail.
O elevado número de transmissões de ligas europeias na televisão brasileira escancara cada vez mais o estágio dos campeonatos estaduais acerca do interesse do público. Com raras exceções, os certames levam pouquíssimos torcedores aos jogos. Num estudo mais amplo, os dados assustam.
O borderô oficial dos 2.090 jogos das dezenove competições estaduais em 2012 somaram 6,8 milhões de torcedores, com média de 3.273. No ano passado, Pernambuco se destacou, com a maior média e o maior público absoluto.
Este ano, devido a uma série de fatores, o índice deve cair bastante, derrubando de vez os índices gerais, pois não houve uma mudança no perfil fora daqui. O último Pernambucano correspondeu a 18% do público total dos estaduais.
Dos 27 torneios, em oito não foi possível obter os dados junto às federações, mostrando a organização, com caráter semiamador em alguns. No caso, Acre, Amapá, Amazonas, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Roraima. e Tocantins. Apenas 14 campeonatos passaram de mil pessoas por jogo! Pífio.
Enquanto as federações lutam para não largar o osso, os torcedores optam por novos produtos do futebol. Como remodelar os torneios sem abrir mão da tradição, sem a extinção? Eis o desafio, da FPF à federação amapaense.