No Arruda, o Santa Cruz toma virada do Criciúma e chega a 4 derrotas seguidas

Série B 2017, 20ª rodada: Santa Cruz 1 x 2 Criciúma. Foto: Peu Ricardo/DP

Imerso numa crise financeira, com seguidos atrasos salariais, o Santa não vai conseguindo obter resultados contrários em campo. De volta ao Arruda, após mandar cinco jogos na arena, o tricolor perdeu do Criciúma na abertura do returno. Chegou a quatro derrotas seguidas e vê o Z4 como um perigo real.

Tentando sacudir a equipe, Givanildo Oliveira fez seis mudanças em relação ao jogo anterior, em Caxias. À parte dos retornos do goleiro Júlio César e do zagueiro Bruno Silva, após a suspensão, o técnico mexeu à frente, puxando o atacante Ricardo Bueno para o meio e deixando Halef Pitbull centralizado. Era uma tentativa para melhorar a articulação, após seguidas apresentações sem muita inspiração. Não adiantou, com o time criando pouco e atacando mal. Desconfiada, a torcida coral deu o recado “em casa”. Mesmo com o hiato de 52 dias, apenas 4.308 torcedores compareceram ao Mundão. Borderô abaixo até da média (ruim) registrada em São Lourenço da Mata, de 6.374.

Série B 2017, 20ª rodada: Santa Cruz 1 x 2 Criciúma. Foto: Rafael Brasileiro/DP

No gramado, poupado no período, os catarinenses assustaram já aos 4 minutos, trocando dois passes e ficando cara a cara com JC. Seria uma síntese dos erros defensivos do tricolor, marcando à distância. É verdade que, num bom contragolpe, André Luís ainda abriu o placar – tropeçando na placa de publicidade na comemoração. Contudo, àquela altura o jogo já era equilibrado, com o visitante marcando forte um meio-campo pouco eficaz.

O empate saiu com 1min37s do segundo tempo, justificando o futebol visto. Jaime farrapou (novidade?) e a bola sobrou para o atacante Silvinho, que marcou o seu 6º gol na Série B. Depois, Bueno ainda perderia boa chance para desempatar, com o jogo truncado e o Criciúma retraído, deixando a bola com o Santa. Esperava o erro, claro. Já na reta final, aos 30, vacilo duplo, com Erick Flores (cruzamento) e Alex Maranhão (chute de prima) livres. Na hora da finalização, eram cinco corais na área, nenhum deles marcando o rival. Com o 1 x 2, o tigre devolveu a virada da estreia. Quanto ao Santa, do aniversariante Giva, 69 anos, a campanha tende a ser contra o rebaixamento

Os 9 jogos sob o comando de Givanildo Oliveira*
07/07 – Santa Cruz 3 x 0 Brasil
11/07 – Luverdense 2 x 2 Santa Cruz
15/07 – Náutico 0 x 0 Santa Cruz
18/07 – Santa Cruz 1 x 0 Vila Nova
21/07 – Santa Cruz 1 x 1 Boa
29/0
7 – Paraná 4 x 0 Santa Cruz

01/08 – Santa Cruz 1 x 2 Paysandu
05/08 – Juventude 2 x 1 Santa Cruz
08/08 – Santa Cruz 1 x 2 Criciúma

* 33% de aproveitamento (2V-3E-4D)

Série B 2017, 20ª rodada: Santa Cruz 1 x 2 Criciúma. Foto: Peu Ricardo/DP

Sem ímpeto ofensivo, Santa Cruz perde do América no Independência e sai do G4

Série B 2017, 9ª rodada: América-MG x Santa Cruz. Foto: Juarez Rodrigues/EM

A falta de ímpeto ofensivo custou o G4 ao Santa no Independência. Embora seja preciso ressalvar a sequência da tabela, com Ceará, Inter, América e Figueira, clubes de força nesta Série B, com o tricolor começando bem o roteiro, com quatro pontos. Na capital mineira, o técnico Adriano Teixeira repetiu a formação do sábado. Léo Lima e Primão no meio, reforçando a articulação com o trio de ataque, tendo Pitbull ainda no lugar do vetado Ricardo Bueno. Não bastou. Num jogo parelho, não houve diálogo ofensivo.

O tricolor chegou pouco à frente, com duas finalizações com algum perigo. O empate até seria insuficiente para manter o clube na zona de classificação à elite, mas daria continuidade aos pontos conquistados como visitante. Em uma atuação relativamente tranquila, quase flertando com a apatia, o time acabou penalizado aos 33 minutos do segundo tempo, numa boa jogada individual do jovem camisa 10 do Coelho, Matheuzinho. Passou por um marcador na entrada da área, puxou pra perna boa e mandou no canto de Júlio César.

Numa noite sem inspiração, o tento foi quase a sentença para o resultado final. E se passou perto de mudar algo, foi na própria barra coral, com o América Mineiro explorando os contragolpes. Nem precisou, com o 1 x 0 deixando o clube com os mesmos 13 pontos do Santa Cruz – que term uma vitória a mais, 4 x 3. Sábado, mantendo o embalo de rodadas da Segundona, o time volta a campo na Arena Pernambuco, cumprindo o primeiro dos cinco jogos acertados com o governo do estado e poupando o Arruda. Em BH, o gramado também foi favorável. O time, nem tanto.

Série B 2017, 9ª rodada: América-MG x Santa Cruz. Foto: Juarez Rodrigues/EM

Ricardo Bueno marca na estreia e Santa vence o Guarani. Ainda 100% na Série B

Série B 2017, 2ª rodada: Santa Cruz 2x1 Guarani. Foto: Peu Ricardo/DP

A chegada de Ricardo Bueno foi meteórica no Arruda. Destaque no Paulistão pelo São Bento, o atacante optou durante a semana pela proposta do Santa Cruz, em detrimento à oferta do Guarani. Acabou registrado no BID às 17h56 da sexta, no limite para estar em campo no sábado, curiosamente diante do outro interessado. Durante a partida contra o Bugre, no Arruda, Ricardo Bueno viu do banco de reservas um tricolor recorrente na temporada, marcando bem e pouco afeito às jogadas ofensivas, sempre suando para pontuar.

O início até ensaiou uma tarde tranquila. Halef Pitbull abriu o placar logo aos 4 minutos, escorando um cruzamento de Nininho (substituto de Vítor). Depois, o centroavante desperdiçaria ótima chance para ampliar. No segundo tempo, Eutrópio compactou a equipe, quase toda atrás da linha da bola. Deu campo ao Guarani, como havia dado ao Criciúma, há uma semana. E tomou pressão, como há uma semana. É uma tática bem arriscada, embora os resultados, até aqui, a justifiquem. Sem o veterano Fumagalli, o Guarani tentava bolas esticadas, buscando o grandalhão Eliandro, de passagem apagada na Ilha.

Com o placar magro próximo do fim, o treinador coral enfim acionou Bueno, no lugar de Pitbull, aos 32 minutos. Já em campo, ele viu o empate do alviverde campineiro. Num lançamento, Eliandro dividiu com Júlio César e ficou com sobra, empurrando para o gol. Entre os 6.090 espectadores, muitas vaias direcionadas à área técnica, de forma imediata. Pressionado, o mandante reagiu. Então, voltemos ao roteiro semelhante, com uma falha clamorosa do adversário. Desta vez, Caíque, que espirrou mal a bola, com Tiago Costa dominando e cruzando na medida. Na área, Ricardo Bueno subiu no 4º andar e cabeceou com força. Decisivo, como se esperava, 2 x 1. No sufoco, a segunda vitória seguida da cobra coral, 100% no Brasileiro e no G4.

Série B 2017, 2ª rodada: Santa Cruz 2x1 Guarani. Foto: Rodrigo Baltar/Santa Cruz

Podcast – A análise do 4º Clássico das Multidões no ano, com o leão na decisão

Copa do Nordeste 2017, semifinal: Santa Cruz 0 x 2 Sport. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

O quarto e (provável) último clássico entre Santa e Sport nesta temporada foi bem disputado, diante do maior público da Copa do Nordeste, 35 mil torcedores. Em campo, o rubro-negro se recuperou do revés em casa e se classificou no Arruda. Jogo em que atuou melhor, mas acabou perdendo três de suas principais peças, Ronaldo Alves e Diego Souza lesionados e Rithely, suspenso (e logo dos dois jogos da final). No fim, comemoração e provocação além da conta (no mau sentido). Tudo isso na pauta da gravação exclusiva do 45 minutos. Estou nessa com Celso Ishigami e Fred Figueiroa. Ouça!

03/05 – Santa Cruz 0 x 2 Sport (1h04)

Em clássico quente, Sport elimina o Santa no Arruda e chega à 5ª final no Nordestão

Copa do Nordeste 2017, semifinal: Santa Cruz x Sport. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

Everton Felipe no banco e André há doze jogos sem marcar. A pressão sobre os dois jogadores era grande. O meia, que tirou onda e teve que aguentar após as atuações apagadas, e o centroavante, com o pé descalibrado mesmo sendo participativo nos jogos, foram decisivos na noite. O Sport venceu o Santa Cruz, ampliando a vantagem no Arruda (52 x 50), e reverteu a semifinal das multidões – com a velha expressão fazendo sentido lá e lô. O rubro-negro está na decisão da Copa do Nordeste 2017 e vai em busca do tetra.

O Sport eliminou o atual campeão num clássico quente, batalhado e com grandes chances criadas, com Magrão (1T) e Júlio César (2T) acionados. Após a comemoração de Pitbull, socando o leão no escudo de concreto na Ilha, o clima ficou tenso. Embora técnicos e diretores tenham ensaiado o discurso pacificador, os jogadores entraram pilhados. Foram cinco expulsões, com Péricles Bassols vendo empurra-empurra em três momentos, com reservas invadindo o campo. Com a bola rolando, o Sport foi todo superação. Precisava marcar dois gols e com 15 minutos perdeu Diego Souza, que sentiu a coxa. Entrou Everton Felipe, que fez um golaço dois minutos depois, levando à loucura a torcida que lotou o setor na Rua das Moças, apesar da desvantagem. Com Thomás, duas vezes, o tricolor chegou perto do empate, numa postura séria, mostrando o quanto estava indefinido o confronto.

No segundo tempo, o jogo caiu, proporcionalmente às faltas e lesões. Na reta final, com o tricolor já retraído, administrando o placar, Magrão repôs a bola num chute de longa distância. Samuel Xavier aproveitou, cruzou pela direita e Vítor cortou mal. Da meia lua, André bateu de chapa, no cantinho. O gol para o necessário 2 x 0, levando o camisa 90 às lágrimas após o apito final. Apito que não encerra a campanha do Sport. Agora, terá o Bahia pela frente, no choque entre os dois campeões nacionais da região. Jogo enorme.

Sport, 5ª final em 12 participações
1994 – Campeão (vs CRB)
2000 – Campeão (vs Vitória)
2001 – Vice (vs Bahia)
2014 – Campeão (vs Ceará)
2017 – A definir (vs Bahia)

Copa do Nordeste 2017, semifinal: Santa Cruz x Sport. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

Com gol de Pitbull, Santa vence o Sport na Ilha e leva grande vantagem ao Arruda

Copa do Nordeste 2017, semifinal: Sport 1x2 Santa Cruz. Foto: Peu Ricardo/DP

Foi um Santa Cruz muito diferente em campo, o Santa que a torcida tanto pediu a Vinícius Eutrópio. Pediu não, exigiu. A enorme cobrança sobre o técnico visava uma equipe mais disposta a jogar futebol, justificando a sua tradição. O desempenho em Salgueiro, há uma semana, foi muito além do tolerável. Durante a semana, muita conversa e a certeza de que era, sim, preciso mudar. Não bastava tentar conter o Sport na Ilha, recebendo seu maior público no ano, 23.574. Para seguir na briga pelo bi da Copa do Nordeste, os corais precisariam confrontar de fato o adversário, como vem fazendo muito bem desde 2011.

Jogando com três meias e sem abdicar do jogo, mantendo a prudência necessária, o tricolor arrancou um resultado que o deixa pertinho da final. Venceu por 2 x 1. No Arruda, na próxima quarta, tem o empate e pode avançar até mesmo caso perca por 1 x 0. Aos leoninos, portanto, a obrigação de marcar dois gols. Não será fácil, tanto que ainda não conseguiu em três clássicos nesta temporada (1 x 1, 1 x 1 e 1 x 2). Na Ilha, o Sport sentiu a ausência de Rogério, suspenso. Sem o atacante, foram pouquíssimas jogadas de profundidade – coisa que Ney Franco só tentou aos 16 do segundo tempo, com a entrada de Lenis no lugar de Juninho, sem sucesso. Além disso, encontrou um adversário mais solto, com mais qualidade no passe. Após levar perigo duas vezes, em chutes de fora da área, a cobra coral acelerou. Assim, abriu o placar, aos 32 minutos. Thomás fez boa jogada pela esquerda e cruzou para um dos meias, Léo Costa, que escorou de peixinho.

Copa do Nordeste 2017, semifinal: Sport 1x2 Santa Cruz. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

Jogando em seu ritmo, procurando espaço sem tanto pressa, o Sport só havia tido uma grande chance até ali, com Juninho. Mais pela linha de impedimento mal feita pelo adversário. Cara a cara com Jacsson, o jovem atacante perdeu. O goleiro foi escalado após o veto em Júlio César, com irritação no olho. Como no hexagonal estadual, quando o Santa atuou com os reservas, teve boa atuação. Só foi vencido em uma penalidade, marcada cinco minutos após o gol coral. Diego Souza carregou a bola no lado direito da área e foi derrubado por Tiago Costa. O camisa 87, que havia desperdiçado contra o Botafogo, converteu desta vez converteu. Chegou a dez gols no ano.

Se o primeiro tempo foi mais franco, no segundo o Santa conseguiu travar bem o meio-campo leonino, com Elicarlos e David ligados. Ronaldo e Fabrício encontraram dificuldades na saída de bola, enquanto Rithely errou muitos passes – inclusive a intensidade dos passes. Se Ney Franco mexeu no time para buscar a vitória, tentando aproveitar do maior volume, Eutrópio também ousou. Tirou Pereira e colocou André Luís, para tentar reter a bola à frente, forçando a jogada de linha de fundo. E o atacante, que entrara há dois minutos, fez fila, encontrando Halef Pitbull. Que hora para acabar o jejum! Eram oito partidas. O centroavante se desvencilhou logo da marcação de Matheus Ferraz e fuzilou as redes de Magrão, dando a vantagem definitiva no jogo de ida. A partir dali, um Sport sem imaginação, insistindo na bola aérea, já com os zagueiros no ataque. Por baixo, também errou, até na pequena área. Ao Santa, a já tradicional festa na geral do placar.

Copa do Nordeste 2017, semifinal: Sport x Santa Cruz. Foto: Santa Cruz/instagram (@santacruzfc)

Salles marca de pênalti e Santa vence o Salgueiro na abertura da semifinal do PE

Pernambucano 2017, semifinal: Santa Cruz 1 x 0 Salgueiro. Foto: Peu Ricardo/DP

O Santa Cruz teve uma atuação mediana. Não sufocou o Salgueiro. Sequer envolveu o adversário, que povoou o meio-campo e travou o já truncado sistema ofensivo coral. Ainda assim, é possível destacar que o tricolor buscou mais o resultado que o visitante, dono da melhor campanha. E na bola parada, sempre ela, alcançou a vitória. Magra, 1 x 0, mas suficiente para atuar em vantagem na noite do próximo sábado, em busca da terceira final consecutiva, em busca do tricampeonato pernambucano.

Diante de 22.056 torcedores no Arruda, no maior público do futebol local nesta temporada, o Santa teve Anderson Salles como goleador novamente. O zagueiro chegou a sete gols em 2017, tornando-se o principal artilheiro o time. São quatro gols de falta e três de pênalti, o último nesta semifinal. Num jogo em que teve apenas duas oportunidades em cobranças de falta, levando perigo nas duas, com Mondragon espalmando, o defensor acabou balançando as redes numa cobrança de pênalti – indefensável.

Pernambucano 2017, semifinal: Santa Cruz 1 x 0 Salgueiro. Foto: Peu Ricardo/DP

O lance aconteceu aos 12 minutos do segundo tempo, depois de a árbitra Deborah Cecília marcar falta de Tamandaré em Tiago Costa – lance discutível. Apesar da vantagem, o Santa continuou encontrando dificuldades para criar jogadas, como vem sendo desde o primeiro jogo oficial. Everton Santos saiu vaiado, André Luís pouco acrescentou e Halef Pitbull, brigando bastante pela bola, teve apenas uma chance, desperdiçando na cara do gol. Mas não dá pra dizer, desta vez, que Eutrópio não tentou. Escalou Pereira, acionou Léo Costa, reposicionou Thomás (o mais lúcido) durante o jogo… E o time simplesmente caiu na marcação do Carcará, fechando os corredores de Tiago Costa e Vítor.

Faltou ao Salgueiro, então, vontade e qualidade lá na frente. Deixou Willian Lira enfiado entre os zagueiros corais durante noventa minutos, sem um cruzamento decente. Valdeir, o bom meia do time, e Rodolfo Potiguar, o experiente volante, acabaram insistindo em arremates de fora da área, com Júlio César numa noite bem insegura. O goleiro acabou ajudado pelas finalizações mascadas. Neste contexto, a vitória tricolor acabou sendo bem satisfatória. Entretanto, o confronto segue bem aberto…

Pernambucano 2017, semifinal: Santa Cruz 1 x 0 Salgueiro. Foto: Peu Ricardo/DP

Análise da semifinal pernambucana de 2017 – Santa e a força defensiva pelo tri

Pernambucano 2017, 7ª rodada: Santa Cruz 5 x 1 Central. Foto: Peu Ricardo/Esp. DP

O Santa Cruz passou por uma grande reformulação no elenco. Do time campeão estadual e regional em 2016, apenas os laterais Tiago Costa e Vítor permaneceram após o descenso na Série A. Até o ídolo Tiago Cardoso saiu, com o ex-alvirrubro Júlio César ocupando (e bem) a vaga. Com Vinícius Eutrópio à frente do processo, o tricolor surpreendeu, mostrando competitividade rapidamente. Avançou em duas frentes, chegando às semis do Pernambucano e do Nordestão. Embora tenha adversários com mais receita e elenco nos torneios, o Santa também se faz presente para buscar novas taças. Com uma equipe inferior àquela do primeiro semestre anterior.

Hoje, está com a defesa estabilizada, o que só ocorreu após a entrada de Anderson Salles na vaga de Jaime – para completar, o zagueiro tornou-se a principal arma ofensiva, com uma bola parada calibradíssima. Embora o time tenha sofrido 10 gols, pode-se avaliar o desempenho a partir do regional, onde não poupou ninguém. Na Lampions, tomou apenas 2 em 8 jogos. Já o ataque é o empecilho nos dois torneios. Pitbull é única certeza, com seguidos testes. O tricolor até teve o ataque mais positivo no hexagonal, mas foram 13 gols diante de Central e Belo Jardim. Contra os demais, os classificados, enfrentou dificuldades. Encontrando uma solução, abre-se o caminho para o tri.

Desempenho na semifinal (2010/2016): 7 participações e 5 classificações
Vs Salgueiro na semifinal: 1 confronto (2012) e 1 classificação

O esquema tático coral é sustentado pela força dos volantes, jogadores de confiança de Eutrópio. Com David e Elicarlos retendo a bola, cresce a chance

Formação básica do time titular do Salgueiro no Estadual de 2017. Crédito: this11.com com arte de Cassio Zirpo/DP

Destaque
Anderson Salles. Com 4 gols de falta, 2 bolas no travessão e outras tentativas com perigo, o zagueiro vem mostrando um aproveitamento impressionante na bola parada rente à área, sendo elogiado até por Juninho Pernambucano.

Aposta
Léo Costa. O meia começou o ano como o principal nome tricolor, tanto na criação de jogadas quanto nos arremates de média distância. Depois, queda técnica e lesão. Perdeu espaço, mas pode ser ‘o organizador’ do ataque.

Ponto fraco
Éverton Santos. Parecia uma boa indicação – considerando custo/benefício -, mas ainda não rendeu o esperado. O artilheiro do hexagonal é o ponto fraco?! Sim. Dos 5 gols, 4 foram diante do Central, o que muda a leitura.

Campanha no hexagonal (10 jogos)
16 pontos (4º lugar)
4 vitórias (3º que mais venceu)
4 empates (2º que mais empatou)
2 derrotas (2º que menos perdeu)
19 gols marcados (melhor ataque)
10 gols sofridos (4ª melhor defesa)

Melhor apresentação: Santa Cruz 5 x 1 Central, em 18 de março, no Arruda.

Náutico vence o Santa pela 2ª vez seguida e forma o Clássico dos Clássicos na semi

Pernambucano 2017, 10ª rodada: Santa Cruz x Náutico. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Demorou, mas enfim acabou o hexagonal do Estadual de 2017. Foi mais um clássico esvaziado, desta vez entre Santa e Náutico, no Arruda, mas até valia algo. O resultado definiria o chaveamento da semifinal. Enfrentar o o calor de Salgueiro na volta ou um clássico contra o Sport? A dúvida permaneceu nas duas torcidas do primeiro ao último minuto nesta segunda. A escalação do Náutico, porém, indicava um time à parte de qualquer dúvida. Embora desfalcado de Maro Antônio, suspenso, jogou com tranquilidade, com o meio-campo de campo bem reativo. Seguiu buscando a velocidade de seus jovens valores. Abriu o placar aos 18 minutos, numa jogada trabalhada. Trocando passes, Dudu avançou pela esquerda e tocou voltando, com Erick batendo no contra-pé do goleiro Jacksson.

Em desvantagem, o desfalcado Santa – que “limpou” os amarelados na rodada anterior – passou a ter mais posse, mas sem encontrar espaço. Quando acelerou um pouco, criou boas chances, sobretudo com Wiliam Barbio, em sua melhor atuação pelo tricolor. Só lamentou a atuação de Tiago Cardoso, também em uma de suas melhores atuações pelo alvirrubro. Só no início do segundo tempo o Santa justificou de forma prática a melhora em campo, empatando com Everton Santos, após cruzamento de Barbio. O atacante, talvez a peça mais contestada no ataque titular, chegou a 5 gols no Estadual. Tornou-se artilheiro isolado.

Pernambucano 2017, 10ª rodada: Santa Cruz x Náutico. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Entretanto, o que poderia sinalizar um protagonismo coral ficou naquilo. O lance acordou o Náutico, com Milton Mendes exigindo bastante a compactação da equipe. Acompanhando o jogo pela tevê era possível ver o meio-campo preenchido a todo momento, contendo o mandante. A quinze minutos do fim, o lance capital, bem discutível. O árbitro Péricles Bassols enxergou pênalti de Wellington Cézar em Erick. Dudu chamou a responsabilidade na cobrança. Bateu, mas Jacksson defendeu. Porém, o atacante deu sorte no rebote, marcando um gol chorado. O gol da segunda vitória seguida do alvirrubro sobre o rival tricolor nesta temporada, 2 x 1.

Com isso, o Náutico alcançou a vice-liderança da competição e terá pela frente o Sport. Em dois jogos pelo hexagonal, uma vitória timbu e um empate. Quanto ao Santa, em 4º lugar, enfrentará o líder Salgueiro. Neste formato do estadual, o tricolor conquistou cinco títulos. Em nenhum deles liderou a fase classificatória. Será que esse retrospecto faz diferença na leitura deste jogo?

Troféu Gena*
7 pontos – Náutico (2v, 1e, 1d)
4 pontos – Santa (1v, 1e, 2d)
* Em homenagem ao centenário do clássico, somando os duelos em 2017

Pernambucano 2017, 10ª rodada: Santa Cruz x Náutico. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Ao vivo para os EUA, Santa Cruz goleia o Belo Jardim e se mantém como vice-líder

Pernambucano 2017, 9ª rodada: Belo Jardim 0 x 4 Santa Cruz Foto: Ricardo Fernandes/DP

Encerrando a primeira rodada dupla na arena, o Santa Cruz goleou o Belo Jardim por 4 x 0. Como na partida anterior, com o rival alvirrubro, foi uma apresentação sem dificuldades diante de um adversário já eliminado. O script foi semelhante até no rendimento ofensivo, magro na primeira etapa, com um gol, e deslanchando na segunda. Diante de 1.370 espectadores – embora a impressão tenha sido de um público muito menor -, a cobra coral chegou à 4ª vitória no hexagonal numa situação curiosa. A partida entrou na grade do canal Globo Internacional, sendo exibido para os Estados Unidos. Na pausa da NFL, os torcedores dos States viram uma peleja de pouca intensidade.

Afinal, se o Santa estava mais interessado em limpar os cartões amarelos (Thomás, Salles, Júlio César e André Luís), o Belo Jardim demonstrou uma incapacidade impressionante de atacar – não por acaso, tem apenas quatro gols em nove partidas. O bicampeão pernambucano abriu o placar com Anderson Salles. Desta vez de pênalti, chegando a seis no ano e igualando-se a Pitbul. Infração inexistente, com André Luís se atirando. Minutos antes, Julio Sheik fora derrubado na área e o árbitro não marcou nada. Emerson Sobral não compensou o lance, ele errou duas vezes.

Na retomada, outro pênalti, desta vez correto. Thomás converteu, no 15º gol em bola parada dos corais, de um total de 29 em jogos oficiais em 2017. Julio Sheik e André Luís (que chorou ao marcar seu primeiro gol no clube) completaram a goleada, “live” no Recife e de Miami a Los Angeles. Agradou?

Pernambucano 2017, 9ª rodada: Belo Jardim 0 x 1 Santa Cruz Foto: Ricardo Fernandes/DP