A receita para um grande clube, na teoria

Modelo de gestão de um clube de futebol

Existe uma receita concreta para transformar um clube de futebol em um superclube, em uma escala global? Na teoria, existem dez times com esse potencial.

Real Madrid, Barcelona, Milan, Juventus, Internazionale, Manchester United, Chelsea, Liverpool, Arsenal a Bayern de Munique. Nove deles entre os dez mais ricos do mundo. A Velha Senhora, campeã do Calcio, ensaia a recuperação e deve retomar as finanças.

Poderia algum clube brasileiro seguir o mesmo caminho? Difícil. Mas, segundo a Pluri Consultoria, a trama tem que ser executada em duas vertentes (veja aqui).

Primeiro com a estrutura, incluindo a política nacional, calendário e união dos clubes.

Em seguida, os obstáculos dentro das próprias agremiações, como história, conquistas, potencial econômico da torcida (tamanho e gasto), exposição da marca, mídia, responsabilidade orçamentária e qualidade na estrutura organizacional e na gestão.

O resumo disso tudo é o gráfico acima. Simples.

O que falta para o seu clube seguir o modelo à risca?

Um bilhão de reais escondido na arquibancada da Série A

Média de público dos principais campeonatos de futebol no mundo em 2011. Crédito: Pluri Consultoria

Entre receitas diretas e indiretas, a Série A de 2011 deixou de produzir R$ 1 bilhão.

O cálculo enorme leva em conta as variáveis da competição, cuja média de público foi apenas a 13ª do planeta. Ficou atrás da segunda divisão de Inglaterra e Alemanha.

Das cem maiores médias de clubes, apenas três brasileiros, com destaque para o Santa Cruz, 39º. Depois, Corinthians em 62º e Bahia no fim da lista. Um da D e dois da A.

Aqui, o índice de ocupação dos estádios foi de 44%, o mais baixo entre as 15 ligas mais populares do mundo. Isso significa que sete milhões de ingressos não foram vendidos.

Ou seja, uma receita direta de aproximadamente R$ 200 milhões deixou de existir no último campeonato brasileiro, só com bilheteria, segundo estudo da Pluri Consultoria.

Entre as causas dessa média aquém do potencial estão a qualidade dos jogos, o preço do pay per view, valores do ingresso e de outros serviços (alimentação, estacionamento etc), condição e acesso dos estádios e, claro, violência. Ao todo, são catorze pontos.

Com as arenas da Copa do Mundo no país, a empresa prevê um acréscimo de 40% na média de 2011, elevando o índice a 20.500 torcedores por jogo, o que não ocorre há quase três décadas. Com isso, a taxa de ocupação chegaria a 60%.

Para superar este patamar, medidas adicionais precisam ser estudadas o quanto antes.

O valor de mercado dos elencos da Série A

Valor de mercado da Série A 2012. Crédito: Pluri/Consultoria

Uma avaliação time por time, considerando um critério simples: cash.

Os elencos vão mudar bastante até o fim do Campeonato Brasileiro, considerando a valorização (ou desvalorização) dos atletas, além das inúmeras contratações.

Porém, confira o valor de mercado dos 20 times, de acordo com a Pluri Consultoria, antes da abertura da maior competição do país.

Os números do estudo só levam em consideração a avaliação dos jogadores em 2012. O estudo foi feito a partir de um sistema eletrônico com 55 critérios.

Ao todo, uma projeção de R$ 2,6 bilhões, um dado 6,3% maior em relação ao Brasileirão de 2011. Na média por estados, Pernambuco tem o menor valor de mercado…

Valor médio dos elencos, estado por estado, na Série A de 2012. Crédito: Pluri Consultoria

Valor de mercado da Seleção Brasileira pré-Londres

Avaliação da Seleção Brasileira convocada em 11 de maio de 2012. Crédito: Pluri Consultoria

Quase um bilhão de reais por 23 jogadores de futebol…

A Seleção Brasileira convocada por Mano Menezes para a reta final de amistosos visando os Jogos Olímpicos de 2012 já conta com uma avaliação de mercado elevada.

Na média, R$ 42 milhões por atleta, de acordo com o estudo da Pluri Consultoria.

Sem surpresa, a maior cotação foi para o craque Neymar, do Santos. Nada menos que R$ 137,5 milhões, valor próximo ao já oferecido pelos gigantes Real Madrid e Barcelona.

Será interessante reavaliar esse quadro após a Olimpíada de Londres, onde o país tentará pela enésima vez a inédita medalha de ouro.

Quem são os cinco jogadores com maior potencial de mercado desta Seleção? Comente.

Os supernúmeros da Premier League, com torcida e mercado

Média de público na 1ª divisão da Inglaterra. Crédito: billsportsmaps.com

Avaliado em 3,3 bilhões de euros, o campeonato inglês é o mais rico do mundo e deverá continuar com status por muitos anos, segundo estudo produzido pela Pluri Consultoria.

Dentro de dez anos, a Premier League deverá chegar a 4,8 bilhões de euros. A atual vantagem sobre o segundo lugar (a liga espanhola) é de 683 milhões.

Em 2011 o número na terra da Rainha chegará a 1,3 bi! Saiba mais no gráfico abaixo.

A espetacular média de público dos ingleses, na imagem acima, só reforça a otimista projeção econômica. Apenas um time apresenta uma taxa de ocupação do estádio inferior a 75%. Ainda assim, o índice geral do Wigan é de 16.812 pessoas a cada jogo.

Esse dado seria superior às médias de 14 dos 20 times do último Brasileirão (veja aqui).

Aí sim, um caso legítimo de média de público somada a um enorme valor de mercado…

No caso do Brasileiro, o valor deverá dobrar. Portanto, fica clara a necessidade de um desempenho seguro na elite nacional nesta década. Recado para os pernambucanos.

Relatório sobre o valor de mercado dos principais campeonatos nacionais de futebol. Crédito: Pluri Consultoria

Adeptos do Trio de Ferro ganham R$ 2,2 bilhões por mês

O dado acima não está ligado aos clubes, mas aos seus aficionados…

Mensalmente, os 4,3 milhões de torcedores de Sport, Santa Cruz e Náutico ganham, segundo a pesquisa da Pluri Consultoria, R$ 2,25 bilhões. Na média, R$ 524 (veja aqui).

Deste montante, rubro-negros, tricolores e alvirrubros teriam um potencial de consumo mensal sobre produtos envolvendo os clubes de R$ 43 milhões. Razoável?

O número corresponde a exatamente 1,9% do faturamento geral da torcida.

Ao contrário do número de adeptos, presente entre os 20 maiores do país, o trio do Recife fica abaixo deste nível considerando as torcidas de maior renda.

Confira o gráfico sobre o poder de consumo de cada clube clicando aqui.

Pesquisa sobre a renda mensal das torcidas brasileiras em 2012. Crédito: Pluri Consultoria

A força das torcidas brasileiras dentro e fora de casa

Torcida brasileira. Foto: CBF/divulgação

Dado interessante sobre o estudo das massas da Pluri Consultoria. Polêmica à parte sobre a maior torcida, o trabalho mostra a tendência dos clubes em seus estados e fora.

O Sport, por exemplo, tem mais torcedores em Pernambuco que Fluminense e Botafogo no Rio de Janeiro. Fora do limite estadual, a virada no placar…

Fora de seus estados, Flamengo e Corinthians têm somados 32,7 milhões de aficionados. Ao todo, 60% das duas torcidas são fora do estados de origem. Força da mídia?

Confira o estudo completo clicando aqui.

Torcidas brasileiras, segundo a Pluri Consultoria

Torcida pernambucana na luta contra agentes externos

Pesquisa de torcidas por estado. Crédito: Pluri Consultoria

Um ponto a favor para tentar brecar a massificação externa da torcida é o fato de Pernambuco seguir em uma boa colocação com a torcida local. Proporcionalmente, está em 5º lugar, com 60%, segundo estudo realizado pela Pluri Consultoria.

Dos 192 milhões de brasileiros, 120 milhões torcem pelos dez clubes de maior torcida, ou 62,5% da população nacional. Os dez times de maior receita, obviamente.

Os 20 clubes seguintes contam com 22 milhões de adeptos. Já os demais 29.178 clubes, de acordo com o registro oficial da Fifa, têm o apoio de 9,1 milhões de pessoas.

O direcionamento da televisão tem uma explicação bem simples: mercado. A grande dificuldade é descobrir o melhor caminho para remar contra a maré…

Os números estão presentes no  estudo realizado entre os dias 23 e 27 de janeiro deste ano. Ao todo, 10.545 pessoas foram entrevistadas em 144 cidades, mensurando os dados com o censo de 2010 do IBGE.

O trabalho já havia sido abordado no blog em fevereiro, com dados sobre potencial de consumo e número de torcedores dos 30 principais times do país. Confira aqui.

Gráfico das torcidas brasileiras em 2012, segundo a Pluri Consultoria

O poder de consumo e o tamanho das torcidas brasileiras

A Pluri Consultoria acaba de produzir um detalhado estudo sobre o potencial de consumo dos torcedores brasileiros. Mostra que o mercado está realmente aquecido…

Somadas, as três torcidas pernambucanas têm, atualmente, um potencial de consumo mensal de R$ 43 milhões. A dupla Coritiba e Atlético-PR soma R$ 45 milhões.

A explicação? As torcidas estão concentradas nas capitais e as duas têm uma diferença econômica enorme. Segundo o último dado, Curitiba tem um PIB de R$ 43 bilhões, em 4º lugar no país. O produto interno bruto recifense é de R$ 22 bilhões, em 20º.

Apesar do maior volume rubro-negro (R$ 21 milhões), os alvirrubros têm o maior potencial médio, de R$ 12,16. Já o Santa, mesmo na Série C, está entre os 20 maiores.

Além do valor de consumo de cada torcedor, o levantamento acabou desencadeando em uma pesquisa de torcidas. Abaixo, uma infografia da Gazeta do Povo (saiba mais aqui).

Os três grandes clubes do Recife somaram 4,4 milhões de torcedores, ou 50% de toda a população do estado. Segundo a Pluri, eis as torcidas pernambucanas:

2,2 milhões de rubro-negros, 1,4 milhão de tricolores e 800 mil alvirrubros.

O estudo ocorreu entre os dias 23 e 27 de janeiro. Ao todo, 10.545 pessoas foram entrevistadas em 144 cidades, mensurando os dados com o censo de 2010 do IBGE.

Sobre o censo, vale comparar os dados com a pesquisa Lance!/Ibope (veja aqui).

A ressalva é a de sempre… Que o IBGE um dia faça uma pesquisa sobre torcidas.

Potencial de consumo das torcidas brasileiras. Infografia: Gazeta do Povo