O retrato turbulento da Copa no Recife aos Estados Unidos, na maior revista esportiva dos States

Sports Illustrated em 26/05/2014, falando do Recife sobre a Copa do Mundo de 2014

Com 60 anos de história, a revista Sports Illustrated é a publicação esportiva de maior circulação nos Estados Unidos, com três milhões de exemplares semanais. Até hoje foram mais de três mil capas (veja a primeira aqui).

No ranking histórica de manchetes, o baseball lidera com mais 600 capas.

O futebol, ou “soccer” para os norte-americanos, não figura sequer entre as dez modalidades mais comentadas na história. Contudo, esse dado vem mudando, com o crescente interesse no país.

Na Copa do Mundo de 2014, os States serão a nação com mais torcedores após o anfitrião, claro. Cerca de 187 mil ingressos estão em suas mãos.

Não por acaso, a própria Sports Illustrated está focando suas pautas no Mundial.

Nesta segunda, o site oficial da magazine publicou uma reportagem sobre o Recife, que abrigará um jogo da seleção (EUA x Alemanha), com o histórico de já ter recebido uma partida em 1950 (EUA 2 x 5 Chile).

O texto foi de uma realidade crua, justa. Com a beleza da cidade e sua cultura diferenciada, mas também com os nossos problemas crônicos, sobretudo a violência, explicada pelos números assustadores e conjecturas pontuais, como a consequência da greve da polícia militar, com arrastões, assaltos e assassinatos.

Segue na violência através das uniformizadas dos grandes clubes da capital e as dificuldades estruturais para organizar a Copa. Por fim, as mudanças políticas.

A produção é assinada pelo norte-irlandês James Armour Young, radicado no Brasil há uma década. O título, traduzido, é o seguinte:

“Cidade-sede especial, o Recife, palco de EUA x Alemanha, está repleta de confusão”

Eis o início do texto:

Maio não foi um bom mês para o Recfe, cidade-sede da Copa do Mundo, onde a seleção dos EUA vai jogar contra a Alemanha o seu último e, possivelmente decisivo , jogo do grupo em 26 de junho. Há três semanas, após o jogo Santa Cruz x Paraná, pela Serie B, três pessoas ligadas à uma torcida organizada do Santa (fã clube organizado ou gang de hooligans, dependendo do seu ponto de vista), a Inferno Coral, jogaram um vaso sanitário da arquibancada superior do estádio do Arruda para a rua abaixo, onde ele atingiu e matou um torcedor do rival Sport.

Foi o último de uma série de incidentes violentos envolvendo as organizadas dos três clubes profissionais da cidade, Santa Cruz, Sport e Náutico, resultando em manchetes negativas ao redor do mundo. Então, há duas semanas, a polícia militar da cidade entrou em greve, em busca de um aumento salarial de 50%.

Grande parte do Recife desceu na ilegalidade, com saques generalizados nos subúrbios e um total de 27 assassinatos em 48 horas. O governo brasileiro enviou o exército para restaurar a calma, e logo havia tanques e carros blindados patrulham as ruas. A greve foi agora cancelada, e algum tipo de paz voltou para a cidade.

O blog foi uma das fontes ouvidas pelo jornalista. Eis o trecho:

A arena atraiu um público médio de 12.500 pessoas sem 2013, e dos 200 mil bilhetes disponíveis para os cinco jogos da Copa do Mundo na cidade, apenas 20% foram comprados por moradores da região metropolitana,  de acordo com Cassio Zirpoli, jornalista do Diario de Pernambuco, o jornal mais antigo em circulação da da América do Sul.

“Recife deveria estar animada em relação ao Mundial, mas o contexto político afetou as coisas”, afirma Zirpoli, referindo-se a decisão do ex-governador do estado, Eduardo Campos para concorrer à presidência do Brasil, estrategicamente se distanciando do torneio. O fato de que o Recife é a única cidade da Copa a se recusar a receber um Fan Fest também tem diminuído o entusiasmo, de acordo com Zirpoli.

“A Fan Fest é a única oportunidade para as pessoas sem ingressos para participar nas festividades oficiais da Copa do Mundo”, diz ele.

Apesar da divulgação de uma cidade em transe, os gringos virão. Muitos. E com isso o ranking de modalidades em destaque tende a mudar na SI…

Confira a versão original completa clicando aqui.

Duas décadas depois da primeira visita, a Taça Fifa volta ao Recife

Chegada da seleção tetracampeã mundial no Recife, em 19 de julho de 1994. Fotos: Diario de Pernambuco

O Recife viveu um dia inesquecível em 19 de julho de 1994. Há vinte anos aconteceu na Avenida Boa Viagem a carreata do tetracampeonato mundial, com a Taça Fifa. Mais de 1,5 milhão de pernambucanos tomaram conta da orla no desfile dos campeões, na primeira parada no país.

Era uma ensolarada terça-feira, com ponto facultativo em toda a cidade. Na frente do carro do Corpo de Bombeiros, no desfile, estavam Ricardo Rocha e Romário, exibindo a taça. A festa durou o dia todo. Para se ter ideia, o Galo da Madrugada daquele ano teve um milhão de pessoas.

Relembre: imagem 1, imagem 2 e imagem 3.

Em 2014, Pernambuco voltará a receber o troféu da Copa do Mundo, mas em uma passagem organizada, sem alvoroço, através da visitação oficial.

O Recife receberá a taça nos dias 23 e 24 de maio, em evento gratuito. No Brasil, todas as capitais estaduais serão visitadas. Confira o tour.

A chegada do maior troféu do futebol acontece na reta final do tour de 267 dias, passando por 89 países. Antes, foram 28 nações em 2006 e 84 em 2010.

A famosa peça dourada foi criada pelo italiano Silvio Gazzaniga, em 1974, com 36,8 centímetros e 6,175 quilos, sendo cinco de ouro 18 quilates.

Antes da final no Maracanã, vale conferir o troféu em terras pernambucanas…

Camisas históricas do futebol pernambucano, do Recife ao Sertão

Colecionar camisas de futebol é o hobby de muitos torcedores. Além da camisa do próprio time, o armário costuma contar com padrões de outros clubes tradicionais, grandes ou pequenos, nacionais ou internacionais.

Mas e o que dizer de uma coleção de 120 camisas apenas com agremiações pernambucanas? Um tanto rara. Em seu perfil público no álbum Picasa, Manula Galo disponibilizou toda a coleção com uniformes de 35 times desde a década de 1980. Além dos três grandes da capital, raridades de times pequenos.

Abaixo, os uniformes em ordem da esquerda para a direita. Para conferir as camisas numa resolução maior e com as respectivas descrições, clique aqui.

AGA (2), América (3), Araripina (1), Arcoverde (1), Barreiros (1), Belo Jardim (1), Cabense (1), Carpinense (1), Central (7), Centro Limoeirense (1), Chã Grande (1) e Destilaria (2), Vitória (2).
Camisas históricas de cluebes pernambucanos. Crédito: Manula Galo/Picasa

Vitória (1), Estudantes (1), Ferroviário do Cabo (1), Flamengo de Arcoverde (1) e Íbis (5), Náutico (15).

Camisas históricas de cluebes pernambucanos. Crédito: Manula Galo/Picasa

Náutico (4), Olinda (2), Paulistano (2), Pesqueira (1), Petrolina (2), Porto (4), Primeiro de Maio (1), Recife (2) e Santa Cruz (6).

Camisas históricas de cluebes pernambucanos. Crédito: Manula Galo/Picasa

Santa Cruz (13), Salgueiro (3), Sera Talhada (1), Serrano (2), Sete de Setembro (2) e Sport (3).

Camisas históricas de cluebes pernambucanos. Crédito: Manula Galo/Picasa

Sport (20), Surubim (1), Unibol (1), Vera Cruz (1) e Ypiranga (1).

Camisas históricas de cluebes pernambucanos. Crédito: Manula Galo/Picasa

Agenda Prefeitura / Sport / Arena

Comitiva do Sport visita o prefeito Geraldo Júlio. Foto: Andréa Rêgo Barros/PCR

A última atualização processo de número 0701045412 na Prefeitura do Recife data de 27 de abril de 2012. É essa a inscrição do projeto rubro-negro para a criação de uma arena num novo complexo na Ilha do Retiro. Desde então, foram feitas exigências sobre mobilidade urbana no local. Na fase atual, os leoninos buscam soluções para o projeto de R$ 750 milhões (saiba mais aqui).

Nesta quinta-feira, uma comitiva do clube liderada pelo presidente da comissão da arena, Yuri Romão, e pelo arquiteto responsável, Carlos Fernando Pontual, escutou do prefeito Geraldo Júlio a decisão pela criação de agenda periódica de encontros para acelerar a análise do projeto.

O complexo projetado pelo Sport encontra-se no Conselho de Desenvolvimento Urbano do Recife (CDU), que avalia projetos de grande relevância na capital tendo como ponto de partida terrenos de pelo menos 10 mil metros quadrados. A Ilha do Retiro tem uma área de 110 mil m².

Confira o andamento burocrático das obras de grande impacto no Recife aqui.

O verdadeiro orçamento do renascimento do Geraldão

Projeto da reforma do Ginásio Geraldão, no Recife. Crédito: Prefeitura do Recife/Divulgacao

Inaugurado em 12 de novembro de 1970, o Ginásio Geraldo Magalhães, um dos maiores da região, há tempos necessita de uma modernização.

A Prefeitura do Recife anunciou a reforma do complexo esportivo e avisou.

“Esta será a primeira reforma estrutural no Ginásio, após 40 anos de sua fundação”.

O ginásio será climatizado.

Serão instaladas cadeiras ergonômicas em todos os setores.

A quadra será inteiramente trocada, adaptada às novas medidas das modalidades.

Haverá ainda uma reforma estrutural.

Qual seria o orçamento para uma reforma deste porte?

Para se ter uma ideia, o Centro de Esportes Santos Dumont, em Boa Viagem, passará por uma requalificação física e estrutural orçada em R$ 84.994.736, dados deste ano.

Pois bem. Em um desencontro de informações, o valor anunciado para o Geradão nesta quinta-feira pelo prefeito João da Costa seria R$ 746 mil (veja aqui).

De cara, surgiu uma dúvida sobre um valor tão enxuto para a modernização completa do ginásio, cuja capacidade atual é de 16 mil espectadores.

O blog entrou em contato com a assessoria de imprensa da Prefeitura do Recife e, posteriormente, com a diretora do ginásio, Renata Lucena.

De fato, o material divulgado estava equivocado em relação à quantia.

O valor dito pelo prefeito se referia apenas ao projeto executivo, já pago. Na fase de captação de recursos, o Geraldão terá um investimento de R$ 40 milhões.

Como sempre, o 3D agradou. Contudo, ao contrário do que parecia, não será barato…

Projeto da reforma do Ginásio Geraldão, no Recife. Crédito: Prefeitura do Recife/Divulgacao

Boa Viagem, uma praia para surfistas. Ano 2012

Praia de Boa Viagem, no Recife. Foto: Fifa/divulgação

Apenas uma foto ilustra o Recife como subsede da Copa do Mundo no site da Fifa.

Por sinal, é a foto deste post. Nada de Recife Antigo, pontes, rios ou edifícios altíssimos por toda parte. Como destaque, apenas a praia de Boa Viagem (veja aqui).

Não importa se a praia ficou mundialmente conhecida pelos ataques de tubarão, sendo 54 nos últimos 20 anos.

Por mais que o banho de mar seja restrito à faixa protegida pelos arrecifes, o local segue forte na agenda de agências de turismo. Inclusive para 2014.

Nos próximos dois meses, porém, a praia vai passar por um grande teste.

O Diario de Pernambuco adianta na edição desta sexta-feira que uma tela de 200 metros de largura será colocada no mar, em frente ao Castelinho. É uma nova tentativa das autoridades para evitar a aproximação/ataques dos tubarões (veja aqui).

O objetivo do governo do estado é liberar parcialmente a faixa sem os arrecifes. Retirar o veto oficial em vigor desde 1995. O fim das plaquinhas em português e inglês?

Empolgados, dirigentes locais projetam até a realização de um campeonato de surfe em Boa Viagem, nesta tela especial, no fim do semestre.

Torneios na área caíram em desuso na década de 1990, quando as principais competições migraram para as praias de Gaibu e Maracaípe, sem incidentes.

É preciso ter muita calma com a execução desse projeto…

A liberação da praia de Boa Viagem é algo que mexe com a saúde de milhares de banhistas e com a imagem já desgastada da orla, tida como perigosíssima.

Campeonato de surfe, apressado, é o que menos importa neste momento. Estudos detalhados talvez coloquem Boa Viagem nesta rota novamente. Lá no futuro.

A foto acima ainda é uma referência, desde que a estatística siga estática…

476, 474 e 106

Olinda e Recife. Foto: site oficial do deputado federal Maurício Rands

Olinda, 476 anos.

Recife, 474 anos.

Cidades irmãs, com traços arquitetônicos distintos, cuja geografia fez questão de unir.

Olinda e Recife “esperaram” 370 e 368 anos, respectivamente, pela chegada do futebol.

Nesse tempo todo, a mais velha se transformou em patrimônio da humanidade, enquanto a caçula alcançou o céu, como uma das 21 metrópoles mais verticais do mundo.

Parabéns às duas neste 12 de março de 2011.

Passatempo pernambucano

Federação Pernambucana de Futebol (FPF)A 16ª edição da Copa Pernambuco vai começar em setembro. Ao contrário de outras copas estaduais, a versão pernambucana não classifica para absolutamente nada. Não vale vaga na Série D do Brasileiro e muito menos um lugar na Copa do Brasil.

O torneio existe apenas para movimentar os clubes do interior no segundo semestre e os elencos numerosos dos clubes da capital. Mas a competição – com a chancela da Federação Pernambucana de Futebol (FPF) – está aí e já volta com o show de estádios vazios e jogos de baixo nível técnico.

Atual bicampeão, o Santa Cruz poderá se tornar o primeiro clube a vencer a copinha por três vezes seguidas. O Sport, por sua vez, busca igualar o recorde do antigo Recife, que ganhou quatro edições, sendo a última delas há oito anos.

O Náutico ainda luta pela primeira conquista, após os vices em 2003 e 2007. Já o interior que voltar a erguer a taça após cinco anos. Então, vamos à nova enquete.

Qual é o seu grau de interesse na Copa Pernambuco?

Gosta, moderado ou nenhum? Vote!

Campeões da Copa Pernambuco

  • 4 – Recife (1996, 1997, 2000 e 2002)
  • 3 – Sport (1998, 2003 e 2007)
  • 2 – Vitória (1995 e 2004) e Santa Cruz (2008 e 2009)
  • 1 – Ypiranga (1994), Porto (1999), Central (2001) e Salgueiro (2005)

Missão Recife

Marco Zero do Recife

Faltam nove jogos para o fim do primeiro turno da Série B.

Perdido na zona intermediária da tabela, o Sport terá uma sequência generosa de jogos no Recife. Serão 6 partidas na capital pernambucana.

Cinco jogos na Ilha do Retiro e o clássico contra o Náutico, nos Aflitos.

Jogos sem viagens, traslado e desgaste. Tudo isso num período de 36 dias. O primeiro deles nesta noite, contra o Duque, ainda pior que o Leão na classificação.

No Rubro-negro, as conversas nos bastidores confirmam a tese de que somente um bom desempenho em casa nestas partidas vai manter o clube na briga pelo acesso.

Na 13ª colocação do Brasileiro, o time está a sete pontos do G4 (18 x 11). Distante.

Ao Sport, então, é a chance de realmente ligar o motor. Afinal, o Leão chegou a ser chamado, antes do início da competição, de “carro-chefe da Segundona” pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira (veja AQUI). Está faltando gasolina até aqui.

Marco Zero, hora de partir.

27/07 – Sport x Duque de Caxias
07/08 – Sport x Náutico (Aflitos)
10/08 – Sport x Figueirense
17/08 – Sport x São Caetano
24/08 – Sport x Vila Nova
31/08 – Sport x América/MG