O adeus do torcedor infiel de Náutico, Santa e Sport

Reginaldo Rossi em show na Virada Cultural, em São Paulo, no Largo do Arouche, em 2009. Foto: flickr.com/photos/leopinheirofotografo/Reprodução

O rei Reginaldo Rossi se foi e levou embora boa parte do brega.

O artista pernambucano cantou o amor em todas as suas formas, sem qualquer amarra com o puritanismo.

Até mesmo no futebol esse perfil encontrava espaço, gostando de todos, admitindo, como um bêbado em uma mais uma rodada no bar, a infidelidade clubística…

Soube cativar as torcidas nos Aflitos, no Arruda e na Ilha do Retiro, sem arestas, por mais que a casaca fosse virada e remexida.

O boêmio nunca escondeu isso de ninguém.

“Quando o Sport viveu aquela fase boa, aí eu era Sport lá em São Paulo. Aí o Santa Cruz teve uma fase que o Nunes atacava, gol. Aí eu era Santa Cruz. Agora sou Náutico desde criancinha.”

A cada gol, a cada novo sorriso, a camisa mudava de cor.

“Já fui são-paulino por causa do Raí, que ganhava todas, e Fluminense, por causa do Rivelino. Agora sou Sport, Náutico e Santa.” 

Nota-se que não havia amor não correspondido. Havia era amor por demais, Rossi.

Sem meias palavras, o próprio rei resumiu a sua relação com a bola…

“Sou uma prostituta do futebol.”

Aos 69 anos e ainda um infiel incorrigível, o cantor deixou as três grandes torcidas do estado viúvas.