Quando o esporte perdeu

Há exatos 5 anos, morria o zagueiro Serginho, do São Caetano. Um dos episódios mais tristes do futebol brasileiro. O jogador, que tinha 30 anos na época, sofreu um ataque cardíaco no jogo do Azulão contra o São Paulo, no Morumbi, pelo Brasileirão de 2004. O fato aconteceu aos 15 minutos do 2º tempo. Ele foi socorrido para um hospital, onde teve a morte confirmada 40 minutos depois.

Devido ao episódio, o São Caetano acabou sendo punido com a perda de 24 pontos, por ter escalado Serginho sem condições médicas em 4 jogos. Mesmo assim, o clube conseguiu se manter na elite.

Os 31 minutos restantes do jogo entre São Caetano e São Paulo foram realizados em 3 de novembro, e o Tricolor acabou vencendo por 4 x 2.

Classificação do Clausura

A Argentina tem 2 campeonatos nacionais por ano. Algo estranho, mas até comum na América do Sul. A temporada dos hermanos segue o padrão europeu, começando no segundo semestre. Na prática, trata-se de um campeonato de 20 times com turno e returno. Porém, são duas competições distintas, com o mesmo peso. O 1º turno é o Apertura (edição atual), enquanto o 2º é o Clausura.

Trazendo isso para o Brasil, só como curiosidade, veja abaixo a classificação do returno da Série A, elaborada pelo site globo.com. Bem diferente do panorama geral da competição, diga-se.

Tanto Sport quanto o Náutico estariam fora da zona de rebaixamento… 😐

O que condena o Sport é ter feito apenas 13 pontos no “Apertura”… Já o Náutico precisa é combater a irregularidade em toda a competição mesmo.

Série A-2009, returno

A Batalha que não tem fim

“Rapaz… Faltam palavras para descrever um jogo como esse. Mesmo com 9 jogadores a gente foi buscar. A gente foi se superando. Isso aqui foi milagre. Lembrou a Batalha dos Aflitos”.

A Batalha sem fim

A frase no início do post resume bem o jogo maluco na noite desta quarta, nos Aflitos. Náutico e São Paulo fizeram um dos jogos mais emocionantes da Série A de 2009. Casa cheia, 3 gols, virada no placar, pênalti perdido, 4 cartões vermelhos, técnico expulso, 2 equipes buscando o ataque durante 90 minutos. Incrível.

Porém, houve um perdedor. E foi o Timbu, por 2 x 1. 😯 Mas o Alvirrubro jogou bem e merecia um resultado positivo. Para deixar claro o nível de emoção, basta dizer que o Náutico teve um pênalti logo aos 5 minutos. Converteu? Não. Bosco, substituindo Rogério Ceni, defendeu o chute de Bruno Mineiro.

Mas o futebol é mesmo imprevisível. Sete minutos depois, finalmente o gol timbu. Um bololô daqueles na área e a bola sobrou pra quem? Bruno Mineiro.

Aos 32, a situação facilitou, com a expulsão de Júnior César. No 2º tempo, os dois times voltaram com uniformes diferentes, e o São Paulo chegou ao empate aos 14, com Hernanes, numa cobrança de falta, que desviou a zaga. E começaram as chances perdidas… Bruno Mineiro, Jean, Hugo, Carlinhos Bala. Resumindo: lá e cá.

No meio disso tudo, Richarlyson expulso. Tricolor Paulista com 9 em campo. Neste momento, o Náutico contava com 4 atacantes (Bala, Bruno Mineiro, Elton e Tuta). Mas acabou perdendo um atleta também. Vermelho para Cláudio Luiz. E aos 43, num dos muitos contra-ataques, o São Paulo virou o jogo num golaço de Hugo

Fim de jogo? Quase. Aos 47, Michel ainda deixou o campo, empatando o número de jogadores (9 x 9). Agora sim. Ufa… Náutico 1 x 2 São Paulo.

Mais um jogo dramático nos Aflitos. Mais uma batalha perdida. A caminhada do Náutico nunca é fácil. Agora, restam 11 batalhas para os desbravadores alvirrubros.

Obs. A frase no início do post foi do meia pernambucano Hernanes, craque do São Paulo e melhor jogador do Brasileirão de 2008. Não foi qualquer um… 😎

7 anos somando

Chegou a hora da “Sessão Ranking”. O sistema de pontos corridos do Brasileirão foi implantado em 2003. De lá para cá, 7 edições, com 5 títulos de clubes paulistas (3 do São Paulo, 1 do Corinthians e 1 do Santos), 1 conquista do futebol mineiro (Cruzeiro) e a atual competição. Assim, como ficaria o ranking de pontos de todas as edições? Confira abaixo, considerando os dados até a 26ª rodada da Série A de 2009.

Vale lembrar que em 2003 e 2004 a Série A teve 24 clubes (46 jogos), enquanto em 2005 foram 22 (42 partidas). Desde 2006, a disputa com apenas 20 equipes (38 jogos). No final do Nacional, vou atualizar a lista.

1º) São Paulo – 493 pontos (7 participações) 😀
2º) Santos – 442 (7)
3º) Internacional – 438 (7)
4º) Cruzeiro – 431 (7)
5º) Goiás – 409 (7)
6º) Flamengo – 390 (7)
Certificado tricolor7º) Atlético-PR – 385 (7)
8º) Palmeiras – 366 (6)
9º) Fluminense – 359 (7)
10º) Corinthians – 349 (6)
11º) Figueirense – 335 (6)
12º) Grêmio – 325 (6)
13º) Atlético-MG – 319 (6)
14º) Vasco – 317 (6)
15º) Botafogo – 294 (6)
16º) Paraná – 281 (5)
17º) Coritiba – 267 (6)
18º) Juventude – 266 (5)
19º) São Caetano – 215 (4)
20º) Ponte Preta – 204 (4)
21º) Vitória – 195 (4)
22º) Paysandu – 148 (3)
23º) Fortaleza – 142 (2)
24º) Sport – 126 (3)
25º) Náutico – 119 (3)
26º) Criciúma – 110 (2)
26º) Guarani – 110 (2)
28º) Bahia – 46 (1)
29º) Brasiliense – 41 (1)
30º) Portuguesa – 38 (1)
31º) Avaí – 37 (1)
32º) Barueri – 36 (1)
33º) Ipatinga – 35 (1)
34º) Santa Cruz – 28 (1)
35º) Santo André – 25 (1)
36º) América-RN – 17 (1)

Ainda pulsa

TimbuJá são 4 jogos sem vitória na Série A. Nas últimas 3 partidas, o Náutico contou com resultados combinados para amanhecer na segunda-feira fora da zona de rebaixamento. Como nesta rodada, por sinal. Está em 16º, no limite da “classificação” para 2010.

Nesses mesmos 3 jogos, nenhum gol. Preocupa um time que está na briga contra a degola passar mais de 270 minutos sem marcar um gol sequer.

Ainda mais sabendo que o próximo jogo – com uma carga de pressão enorme – será contra o time que tem a melhor defesa do Brasileirão. Na noite desta quarta-feira, nos Aflitos, o Timbu receberá o São Paulo, que sofreu apenas 25 gols em 26 jogos (0,96 por jogo) – igual ao líder Palmeiras.

Um dado que chega num péssimo momento do ataque do Náutico, que ainda não se encontrou após a saída de Gilmar, que foi para o futebol francês. Chegaram Tuta, Bruno Mineiro… Já estavam Carlinhos Bala, Anderson Lessa etc. Tarefa árdua para o técnico Geninho, até porque um novo tropeço (mesmo considerando o alto nível do adversário) poderá complicar o Náutico na classificação.

O caldeirão de Rosa e Silva irá pulsar. Fato. No entanto, o ataque precisa corresponder desta vez. Nada de ataque cardíaco 😈

Mas existe o lado positivo. Basta lembrar as 2 vitórias alvirrubras sobre o São Paulo, nos Aflitos, nos dois últimos anos. Primeiro, 1 x 0 em 2007, com Acosta capengando; em 2008, triunfo por 2 x 1 e golaço de Everaldo – clique nos links e assista aos gols.

Abaixo, o clipe da música “Pulso”, de Arnaldo Antunes. Música sugerida pelo editor-assistente do DP Fred Figueiroa, que retrata a situação do jogo isolado desta quarta.

Um minuto

RelógioEsse foi o tempo que o Internacional liderou o Campeonato Brasileiro, neste domingo. Isso mesmo, 60 segundos. Aos 30 minutos do 2º tempo, no Beira-Rio, o meia Andrezinho bateu uma falta no cantinho direito do goleiro e empatou para o Colorado.

Um 2 x 2 que levou o Inter à ponta do Nacional, com 44 pontos, mesma pontuação do Palmeiras, que naquele momento perdia do Vitória por 2 x 1, em Salvador – os dois estádios estavam lotados, diga-se.

O time gaúcho à frente apenas pelo número de vitórias (13 x 12). Tensão no time de Muricy Ramalho, que via a liderança escapar após muito tempo no topo da Série A.

No Beira-Rio, apesar do resultado inesperado, o empate colocava o exército vermelho de Tite na dianteira. Mas o ponteiro do relógio deu uma volta simples, mas suficiente para que o Cruzeiro avançasse até a meta adversária. E fizesse o surpreendente terceiro gol. O atacante Thiago Ribeiro completou um rebote que atrapalhou os planos do Inter, em busca de um título para coroar o centenário nesta temporada.

OK, mas o que isso tudo quer dizer? 😯

Se um minuto foi suficiente para tanta emoção (mesmo para que não é nem colorado nem palmeirense), imagine nas 14 próximas rodadas, com o São Paulo encostando de vez nessa disputa. Sim. O heptacampeão, que bateu o Avaí no sábado, chegou a 43 pontos e segue na batalha pelo 4º título nacional seguido.

Palmeiras com 44, Inter e São Paulo com 43. Times arrumados, competitivos, mas não imbatíveis. A briga contra o rebaixamento sempre é interessante pela tensão, mas parece que finalmente vamos ver uma reta final de Série A de arrepiar, impossível de se prever. E nessa conta não basta apenas as vitórias em casa.

A hora do pesadelo

A Hora do Pesadelo

Voltando das férias, mais branco do que antes (apesar da promessa de praia), já tenho que postar sobre a rodada do Brasileirão deste fim de semana.

Rodada da morte. Se na última rodada tivemos São Paulo x Palmeiras e Inter x Goiás, justamente os 4 primeiros lugares da Série A, agora teremos Sport (17 pts) x Botafogo (23) e Fluminense (16) x Náutico (24), os 4 últimos da competição… 😈

É muito desespero junto. A hora do pesadelo do quarteto…

O Sport fazendo a sua “final antecipada”; o Botafogo reclamando diariamente dos erros de arbitragem (segundo os diretores do clube, o time deixou de ganhar 7 pontos por isso); o Náutico na luta pra voltar a somar pontos fora de casa; e o Flumiense… Agora com o Cuca (já que Renato Gaúcho não decolou, apesar da bravata), o Flu joga para tentar fazer o enterro voltar.

No sábado, o primeiro jogo, na Ilha do Retiro. Certamente com bom público, após os últimos 2 jogos do Leão e pelo fato de ser um confronto direto. Será a última partida de Ciro antes de integrar a Seleção Sub-20 que irá ao Mundial. Em 11 jogos pelo Brasileirão, nenhum gol do atacante… 😕

No domingo, o Náutico vai tentar dar sequência ao bom momento. Tanto que nos últimos 5 jogos o Alvirrubro tem a 2ª melhor campanha (3 vitórias e 2 derrotas), atrás apenas do São Paulo (que somou 1 ponto a mais). Veja a lista completa dessa estatística clicando AQUI.

Vale lembrar que Gilmar, que ‘deixou’ cerca de R$ 2 milhões no cofre timbu, será o grande desfalque. Até o final do campeonato, diga-se.

Mapeamento de torcidas: Brasil (Instituto Análise/2009)

Torcida do Flamengo no Maracanã

Como era de se esperar, a polêmica declaração de Ronaldo – que afirmou que o Corinthians teria mais torcida que o Flamengo – resultou em novas pesquisas sobre o tamanho das torcidas dos clubes brasileiros. E o jornal Valor Econômico foi o primeiro a divulgar um levantamento, através do Instituto Análise, desmentindo o Fenômeno. Mas por pouco. Na pesquisa mensal com a população adulta brasileira (16 anos ou mais), o instituto monitorou o tamanho das torcidas durante três meses neste ano (março, abril e maio). Foram entrevistadas 1.000 pessoas.

Assim, a diferença entre Flamengo e Corinthians seria de apenas 3 milhões de torcedores. Distância que já chegou a ser mais de 10 milhões. Os números da pesquisa correspondem à 65% da população brasileira.

A porcentagem acima foi correspondeu ao total de brasileiros que disseram torcer por algum time do país. Assim, aos invés de “193 milhões” de fanáticos, existem, na verdade, 123,5 milhões de torcedores. Todos responderam apenas um time. No Nordeste, o Bahia ficou na liderança, com quase 2,5 milhões de aficionados. O Tricolor de Aço é seguido pelo Sport, o outro time da região que figurou entre os primeiros lugares.

Abaixo, a porcentagem de torcedores, considerando toda a população do Brasil. Entre parênteses, o percentual correspondente à pesquisa, com 65% da população que gosta de futebol.

Instituto Análise / Brasil 2009
Período: de março a abril
Público: 1.000 (nº de municípios não divulgado)
Margem de erro: não divulgada
População estimada (IBGE/2009): 190.755.799

1º) Flamengo – 13,6% – 25.942.788 (21%)
2º) Corinthians – 11,7% – 22.318.428 (18%)
3º) São Paulo – 7,1% – 13.543.661 (11%)
4º) Palmeiras – 5,2% – 9.919.301 (8%)
5º) Seleção Brasileira – 3,9% – 7.439.476 (6%)
6º) Vasco – 3,2% – 6.104.185 (5%)
7º) Grêmio – 2,6% – 4.959.650 (4%)
8º) Santos – 1,9% – 3.624.360 (3%)
8º) Cruzeiro – 1,9% – 3.624.360 (3%)
8º) Inter – 1,9% – 3.624.360 (3%)
8º) Botafogo – 1,9% – 3.624.360 (3%)
12º) Fluminense – 1,3% – 2.479.825 (2%)
12º) Bahia – 1,3% – 2.479.825 (2%)
14º) Sport – 0,6% – 1.144.534 (1%)

Foram divulgados apenas as 14 primeiras opções (incluindo a Seleção). Segundo a pesquisa, o Atlético-MG (cuja torcida já venceu a média de público do Brasileiro em 10 temporadas) foi o único dos chamados “12 grandes” de fora.

Centenário – Os clássicos mais antigos

Clássico dos Clássicos centenário

Mais um post sobre o centenário do Clássico dos Clássicos, que será disputado neste domingo, na Ilha. Trata-se do 3º mais antigo do país.

Abaixo, a lista dos clássicos estaduais mais antigos do país, levando em consideração também a tradição dos principais jogos do Brasil. Por exemplo: Fluminense x Bangu um dia foi considerado clássico (entenda “um dia” como décadas atrás). Hoje não é mais.

Saiba mais AQUI e AQUI.

1º) Fluminense 6 x 0 Botafogo (Clássivo Vovô), desde 22/10/1905
2º) Grêmio 10 x 0 Internacional (Gre-Nal), 18/07/1909
3º) Náutico 3 x 1 Sport (Clássico dos Clássicos), 25/07/1909
4º) Ponte Preta 1 x 0 Guarani (Dérbi Campineiro), 1911
5º) Fluminense 3 x 2 Flamengo (Fla-Flu ou Clássico das Multidões), 07/07/1912
6º) Botafogo 1 x 0 Flamengo, 13/03/1913 (*)
7º) Santos 6 x 3 Corinthians, 22/06/1913 (*)
8º) Remo 2 x 1 Paysandu (Re-Pa ou Clássico-Rei da Amazônia), 10/06/1914
9º) Santos 7 x 0 Palmeiras (Clássico da Saudade), 03/10/1915
10º) Sport 2 x 0 Santa Cruz (Clássico das Multidões), 06/05/1916
11º) Palmeiras 3 x 0 Corinthians (Derby Paulista), 25/10/1936
12º) Santa Cruz 3 x 0 Náutico (Clássico das Emoções), 29/06/1917
13º) Ceará 2 x 0 Fortaleza (Clássico Rei), 17/12/1918
14º) Cruzeiro 3 x 0 Atlético-MG (Raposa x Galo), 17/04/1921
15º) Vasco 3 x 2 Fluminense (Clássico dos Gigantes), 11/03/1923
16º) Vasco 3 x 1 Botafogo (Clássico em Preto e Branco), 22/04/1923
17º) Vasco 3 x 1 Flamengo (Clássico dos Milhões), 29/04/1923
18º) Figueirense 4 x 3 Avaí, 13/04/1924
19º) Coritiba 6 x 3 Atlético-PR (Atletiba), 08/06/1924
20º) São Paulo 2 x 2 Palmeiras (Choque-Rei), 30/03/1930
21º) Santos 2 x 2 São Paulo (San-São), 11/05/1930
22º) Corinthians 2 x 1 São Paulo (Clássico Majestoso), 25/05/1930
23º) Bahia 3 x 0 Vitória (Ba-Vi), 18/09/1932

(*) – Apesar da tradição, esses jogos não têm uma denominação específica.