Nem São Januário ajudou o Náutico

Série A 2013, 8ª rodada: Botafogo 2x0 Náutico. Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo

A única vitória do Náutico sobre o Botafogo no Rio de Janeiro, pela Série A, foi há quase trinta anos. Para ser mais exato, foi em 1985, com Baiano e Nunes marcando os gols do 2 x 0. A partida aconteceu em São Januário. Pois alvirrubros e alvinegros voltaram à casa vascaína na noite deste sábado.

Com um time bem fechadinho, como nos melhores momentos de Zé Teodoro no Arruda, o Timbu não teve vergonha alguma de dar chutão para fora de sua área. E nem deveria ter motivo mesmo, pois a fase não está nada fácil.

Com os zagueiros Jean Rolt e William Alves e os volantes Elicarlos, Derley e Rodrigo Souto, o time pernambucano suportou bem o primeiro tempo. O jogo chatíssimo, travado, era o que interessava ao Náutico nesta rodada, com o objetivo de brecar a série de insucessos no Campeonato Brasileiro.

A tática ruiu no início do segundo tempo, com Elias recebendo a bola nas costas da defesa e abrindo o placar para o Fogão. Aos 31, Renato definiu o 2 x 0, curiosamente o mesmo placar do jogo anterior no estádio. Foi a sexta derrota vermelha e branca em oito apresentações, numa carência grande de reforços.

O resultado levou o Botafogo à liderança e manteve o Náutico na lanterna, num duro contraste que só mesmo a história é capaz de fazer esquecer.

Série A 2013, 8ª rodada: Botafogo 2x0 Náutico. Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo

A origem das placas no estacionamento da Arena para o duelo carioca

Placas e ônibus na Arena Pernambuco em 2013 (Botafogo 1x0 Fluminense). Fotos: João de Andrade Neto

O enorme estacionamento da Arena Pernambuco já está operando. Ao todo, são 4.700 vagas, número próximo ao do Shopping Center Recife.

No amplo espaço há um lugar exclusivo para ônibus. No clássico carioca entre Botafogo e Fluminense, neste domingo, o setor ficou cheio.

O repórter João de Andrade, do Superesportes, conferiu a origem de parte dos ônibus e vans que chegaram pelas rodovias federais BR-408, BR-232 e BR-101.

A maioria dos coletivos veio da Paraíba e de Alagoas.

Em tempo: o estacionamento do estádio tem preços distintos para tipos de veículos, com motos (R$ 5), carros (R$ 20) e ônibus e vans (R$ 80).

Ou seja, o apurado neste quesito agradou.

Estacionamento de ônibus na Arena Pernambuco em 2013 (Botafogo 1x0 Fluminense). Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Clássico carioca às moscas no primeiro teste de mercado da Arena Pernambuco

Série A, 6ª rodada: Botafogo x Fluminense. Foto: João de Andrade Neto/DP/D.A Press

Os clubes cariocas vêm num ritmo itinerante na Série A. Com o Engenhão fechado para reformas e sem acordo para atuar no Maracanã, os times vêm buscando opções e tentando desbravar mercados…

Pernambuco se fez presente no roteiro futebolístico.

Neste domingo o estado recebeu o tradicional Clássico Vovô, com integrantes do G4 do campeonato brasileiro. Botafogo e Fluminense.

Partida envolvendo o campeão carioca e o campeão brasileiro, com Seedorf e Fred, jogadores diferenciados. A vitória valeria a liderança da Série A.

De fato, uma boa atração no papel. Já na arquibancada da Arena Pernambuco isso não foi traduzido em sucesso de público. E olhe que o consórcio administrador do estádio estimava em 20 mil torcedores.

Os mosaicos vermelhos, tão corriqueiros no Engenhão, com cadeiras na cor azul, tomaram conta do estádio em São Lourenço da Mata. A presença foi tão baixa que não foi preciso sequer abrir o anel superior.

Foram apenas 7.882 pagantes, com um borderô de R$ 368.550.

Série A, 6ª rodada: Botafogo 1x0 Fluminense. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Em Brasília, também com uma nova arena, ainda mais cara, em busca de fontes de receita, o Flamengo jogou duas vezes no Brasileirão, ambas com sucesso estrondoso de público e renda.

Nas partidas contra Santos e Coritiba a torcida rubro-negra lotou as arquibancadas do Mané Garrincha. Foram nada menos que 116.326 pagantes, com uma renda agregada de inacreditáveis R$ 9.653.710.

A população da capital federal, uma cidade de apenas 53 anos, colabora para isso. Uma região formada por “migrantes”, muitos de origem carioca. Mas também de outros estados com menos tradição no futebol.

No Recife, um conhecido reduto com forças locais na massa, o jogo seria um teste. Um caso a ser estudado pelo mercado da bola.

Certamente, a resposta financeira de Botafogo 1 x 0 Flu não foi das melhores.

Há público para jogos do tipo? Há.

Se irá cobrir os custos da arena é outra questão.

Série A, 6ª rodada: Botafogo x Fluminense. Foto: João de Andrade Neto/DP/D.A Press

Seedorf, voz e violão, uma estrela solitária

Seedorf no Botafogo

A música “Sittin´on the dock of the bay” foi escrita pelo cantor de soul Otis Redding e pelo guitarrista Steve Cooper. A primeira gravação da canção aconteceu em 1967, poucos dias antes da morte de Otis. O disco, lançado em seguida, foi o primeiro álbum póstumo a ficar no topo das paradas de sucesso.

Composição datada de 1979, o reggae “Redemption Song” foi um dos maiores sucessos do jamaicano Bob Marley. A música foi listada pela revista Rolling Stones como a 66ª melhor da história. Marley faleceu pouco depois, em 1981.

Essas duas músicas estão entre as preferidas do holandês Clarence Seedorf, de 36 anos. Fluente em cinco idiomas, incluindo o português, o meia do Botafogo se arrisca como cantor, em inglês. Com bom desempenho.

Tanto que gravou duas das 16 faixas do álbum Percorsi di Vita, lançado em 2007, quando atuava no Milan. O objetivo foi levantar fundos para um hospital.

Confira Sittin´n the dock of the bay na voz do craque. Já a original, clique aqui.

Agora, a vez do reggae, com Redemption Song. Escute a original aqui.

Como bonus track, Seedorf cantando Redemption Song, de Bob Marley.

Desarticulando a preparação timbu em menos de um minuto

Série A 2012: Náutico x Botafogo. Foto: RUDY TRINDADE/FRAME/AE

Sem Kieza e Martinez, o Náutico foi armado para tentar conter o empolgado Botafogo, neste domingo. Gallo estruturou o time de forma compacta, tendo como escape as subidas de Lúcio e Patric, pelos lados esquerdo e direito, respectivamente.

Na preleção, pedidos de atenção, sobretudo no meia Seedorf. Pontuar no Rio de Janeiro era importante para não queimar rapidamente a gordura na classificação acumulada no primeiro turno. Agora, esqueça tudo isso. As conversas, a organização tática. Tudo.

Com 52 segundos de jogo o Fogão já vencia o Timbu no surrado gramado do Engenhão.

Andrezinho, cercado por dois jogadores, foi até a linha de fundo, sem sofrer combate algum, e cruzou para o atacante Elkeson, que mandou de letra. Golaço provocado por uma “indiferença” do sistema defensivo dos alvirrubros.

Atrás no placar, então, bola pra frente. O time pernambucano até manteve a posse de bola superior ao do mandante, mas sem convicção.

Aos 33 minutos, já com a partida equilibrada, novo vacilo. Com Dadá estático e Ronaldo Alves sem ação, Elkeson marcou outro belo gol. Nos dois tentos, uma irritante apatia.

No vestiário, nova conversa no intervalo, mais pedido (cobrança) por atenção e aplicação tática, posicionando a marcação mais à frente. De cara, mais um gol no comecinho. Desta vez a favor do Náutico, aos 9 minutos do segundo tempo.

Na ocasião, Souza forçou um avanço na área, caiu e o árbitro marcou pênalti. Araújo, deslocando o goleiro, colocou o time de Rosa e Silva novamente no páreo.

Aos 34 e aos 36 minutos, Rogério e Araújo ficaram muito perto do empate.

Apesar do esforço, da pressão exercida, uma derrota por 3 x 1. Pois é. Nos descontos, num contragolpe, Andrezinho bateu fraco e Gideão não segurou.

Falha do goleiro à parte, o mau resultado foi (des)construído pela desatenção do restante da equipe com menos de 60 segundos de bola rolando…

Série A 2012: Botafogo 3 x 1 Náutico. Foto: AGIF/Site do Botafogo

O caro desembarque de craques estrangeiros na Série A

Seedorf no Botafogo e Forlán no Internacional. Fotos: Botafogo e Internacional/divulgação

Clarence Seedorf, holandês de 36 anos. Diego Forlán, uruguaio de 33 anos.

Craques internacionais, renomados. Ambos estavam na poderosa liga italiana.

Chegam ao país com muita bagagem no mundo da bola e contratos longos pela frente.

O ex-jogador do Milan assinou com o Botafogo até 2014.

O ex-atleta da rival Internazionale ficará no Internacional até 2015.

Futebol à parte, pois os dois meias têm amplas condições de apresentar um bom rendimento no campeonato nacional, vamos às cifras, altíssimas.

Tetracampeão da Liga dos Campeões da Uefa, Seedorf receberá R$ 625 mil mensais. O contrato todo gira em R$ 15 milhões.

Eleito pela Fifa como o craque da Copa do Mundo de 2010, Forlán deverá custar ao cofre colorado a bagatela de R$ 480 mil por mês.

Dois nomes emblemáticos que escancaram de vez o novo patamar financeiro do futebol brasileiro. Mesmo com conhecido déficit, os clubes vêm mostrando vigor.

Aliado à oratória dos empresários, que estão conseguindo aplicar supersalários no país, a Série A vem importando estrelas.

Manter tudo em ordem é o que parece ser um desafio ainda maior. Nos casos citados, os times vão associar os reforços a pesadas campanhas de marketing.

Para aumentar o quadro social e também corporativo, com patrocinadores.

No embalo disso, até o Figueirense ousou e acertou com o uruguaio Loco Abreu, de 35 anos, por R$ 295 mil a cada trinta dias.

Seedorf, Forlán e Abreu somados irão gerar uma despesa de R$ 1,4 milhão.

Mais. Nos últimos três anos, quatro brasileiros, Ronaldo, Neymar, Adriano e Ronaldinho Gaúcho, fecharam contratos no país com salários acima de R$ 1 milhão!

Isso é um indício claro sobre o caminho que os demais clubes deverão tomar para continuar competitivos ou o início de uma bolha econômica?

O produto interno do bruto brasileiro se mostra sólido. Veremos então o nível de gestão.

Até bem pouco tempo, um salário de R$ 100 mil era top no esporte. Hoje em dia, tem quem fique no banco de reservas por esse valor…

Saiba mais sobre o Risco Brasil devido ao novo patamar dos salários aqui.

Seedorf no Milan e Forlán na Internazionale