Tabu mantido na Ilha do Retiro, em grande estilo

Pernambucano 2013, 2º turno: Sport 2x1 Náutico. Fotos: Helder Tavares/DP/D.A Press

O favoritismo do Náutico era real no Clássico dos Clássicos. Com um poder de fogo incomum no Estadual, bem acima dos demais adversários, o time vinha encaixado, embalado. O Sport, imerso numa carência técnica, tinha a chance de acordar justamente pelo fator “clássico” da partida deste domingo.

Num duelo bem disputado, o Leão cresceu. Jogou melhor e manteve o tabu na Ilha do Retiro diante do rival centenário desde 2004. Venceu por 2 x 1, de virada.

No primeiro tempo o protagonismo foi dos goleiros Magrão e Felipe, com uma falha e uma defesaça de cada um. No saldo, um gol para alvirrubros (golaço de Rogério) e um gol para rubro-negros (Hugo, num rebote). Além disso, com os times mais abertos, a correria foi de praxe na disputa, com o árbitro Sandro Meira Ricci contornando qualquer animosidade.

Na etapa final, a partida caiu de produção, com os treinadores tentando acertar a marcação. Mancini e Sérgio Guedes sabiam que o jogo não decidia a vida de ninguém. A imagem deixada pela partida, sim, importava.

Pernambucano 2013, 2º turno: Sport 2x1 Náutico. Fotos: Teresa Maia/DP/D.A Press

Aos poucos, os times foram modificados. Ora pela tática, ora pelo cansaço.

Noventa minutos em campo, o atacante Felipe Azevedo foi o mais aceso na reta final. Acertou o travessão e depois um chutou rasteiro, raspando a trave. Aos 37 minutos, na terceira tentativa, enfim mandou para as redes, num jogada de raça de Lucas Lima, que roubou a bola de Elicarlos, levantando a torcida leonina.

Ao Alvirrubro, apesar do revés, foi um bom teste, mostrando as necessidades da equipe para o restante do Campeonato Pernambucano, no qual segue na liderança isolada. Porém, faltou mais pegada diante de um rival tradicional.

Ao Leão, que precisava de uma carga de adrenalina, o triunfo pode ser o esboço de competitividade. De fato, um clássico no Recife realmente sempre define novos caminhos, mesmo sem o poder de decisão.

Sobre o tabu desde 28 de março de 2004: 11 vitórias e 9 empates.

Pernambucano 2013, 2º turno: Sport 2x1 Náutico. Foto: Teresa Maia/DP/D.A Press

Novo apagão leonino no reencontro com Sérgio Guedes

Pernambucano 2013, 2º turno: Petrolina 0x0 Sport. Foto: Ivan Cruz/Esp DP/D. A Press

Uma noite acéfala do Sport em Petrolina. Impressionou a falta de criatividade da equipe rubro-negra na (re) estreia do técnico Sérgio Guedes. Nada de jogadas trabalhadas, tabela, enfiadas de bola, articulação.

Diante da Fera, um arremedo de time mostrou ao treinador que o trabalho será enorme para deixar a equipe competitiva. Salvo uma atuação fortuita, o rendimento geral vem sendo abaixo da crítica desde a eliminação do Nordestão.

No primeiro tempo, duas chances, em gols pertidos por Marcos Aurélio e Roger, que teve tudo para marcar, mas acertou o goleiro deitado na grama.

Enquanto isso, Magrão vinha sendo o melhor em campo, praticando boas defesas, uma vez que o time da casa forçou algumas vezes em bolas alçadas.

O Sport parecia “aceitar” a marcação. Marcos Aurélio, jogando mais recuado, caiu de produção. Não é a peça ideal para a criação. É mais agudo.

Acabou sacrificado, substituído pelo estreante Lucas Lima. Na etapa final, o mesmo cenário. Para ser justo, o Leão até melhorou um pouquinho. Tentou criar. Nos minutos finais, Cicinho, Matheus e Rithelly perderam boas chances.

Numa avaliação geral na noite desta quarta-feira, insuficiente. Basta dizer que o empate em 0 x 0 foi com o outrora saco de pancadas do Estadual.

No domingo, o Sport tentará manter a invencibilidade diante no Náutico na Ilha, que se arrasta desde 2004. Pelo atual nível das equipes, terá que se superar…

Pernambucano 2013, 2º turno: Petrolina 0x0 Sport. Foto: Ivan Cruz/Esp DP/D. A Press

A ciranda de técnicos na Ilha do Retiro na fase de repetição com Sérgio Guedes

Técnico Sérgio Guedes em ação no Sport no Brasileirão de 2012. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Geninho, Hélio dos Anjos, Paulo César Gusmão, Mazola Júnior, Vágner Mancini, Waldemar Lemos, Sérgio Guedes e Oswaldo Alvarez. Fora os interinos.

A lista de técnicos no Sport é extensa. A de insucessos é ainda maior. Salvo o acesso conquistado na bacia das almas, a vida rubro-negra tem sido difícil.

No âmbito estadual, perdeu a soberania nos últimos dois anos, mesmo com um orçamento muito superior ao dos rivais tradicionais.

No cenário nacional, uma coleção de frustrações, incluindo a perda do poder na Ilha do Retiro, outrora demolidor nessas campanhas.

Jogadores descompromissados, diretoria batendo cabeça, torcida em fúria. E os técnicos foram passando no Sport. Caindo um a um.

Ora pelo esquema tática travado, ora pela insistência em peças infrutíferas, ora pelo discurso afobado, trazendo para si uma pressão desnecessária. Etc. Etc.

Técnicos do Sport nos últimos dois anos: Sérgio Guedes, Hélio dos Anjos, Mancini, Waldemar Lemos, Mazola, PC Gusmão, Geninho e Vadão. Fotos: Diario de Pernambuco

Nesse embalo, a volta de Nelsinho Batista acabou se tornando no sonho de dias melhores. O campeão da Copa do Brasil de 2008 segue no Japão, sossegado.

Talvez consciente de que, neste momento, nem ele seja o nome certo.

A quantidade de nomes é tão grande que chega à repetição. Sérgio Guedes ganha agora outra chance após a frustrante passagem no XV de Piracicaba.

A sua última participação no Leão foi no jogo que culminou no rebaixamento leonino na temporada passada, nos Aflitos. Mesmo com poucos jogos e o histórico resultado final, o time evoluiu em suas mãos, por um momento.

Com mais calma (será mesmo?), Sérgio Guedes chega com o tom apaziguador no Leão. Com ele, algumas peças terão uma última chance. Sobretudo, Hugo.

Ao torcedor do Sport, a hora de recomeçar. De novo. Mais uma vez. Até quando? Caberá a Sérgio Guedes evitar a continuidade desta ciranda.

Técnico Sérgio Guedes em ação no Sport no Brasileirão de 2012. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Empréstimo de treinador de futebol

Nova oficial do XV de Piracicaba/SP emprestando o técnico ao Sport

Certamente, trata-se de uma negociação bem incomum no futebol profissional.

Como se sabe, a transação de jogadores é regulamentada pelo boletim informativo diário da CBF. Todos os contratos, em qualquer divisão do país, seja qual for o valor.

Em relação aos técnicos de futebol, a burocracia é bem diferente.

Não precisa ter, sequer, um papel assinado para confirmar o comandante da equipe. A área técnica à beira do gramado pode ser ocupada por qualquer pessoa, em tese.

Apesar disso, a valorização dos treinadores a partir da década de 1990, culminando com os supersalários, acabou criando uma cultura de “multa rescisória”.

Para demitir um técnico ou tirá-lo de outra equipe, geralmente essa é a saída…

Os contatos ocorrem de clube para clube, sem interferência alguma da confederação.

Mas e o empréstimo? Com atletas, é uma ação de praxe.

Caso a nota oficial do XV de Piracicaba se confirme, este modelo atípico de negociação de técnicos será implantado pelo Sport, em um contrato de dois meses (veja aqui).

O nome de Sérgio Guedes não irá sair no BID, mas ficará na história…

Atualização: às 11h20 deste domingo, o Sport confirmou o nome do técnico na Ilha.