Os dez clubes na disputa por apenas uma vaga na 1ª divisão do Pernambucano 2018

Os clubes da Série A2 de 2017. Grupo A: Cabense, Centro, Ferroviário do Cabo, Íbis e Vera Cruz; Grupo B: Chã Grande, Decisão, Pesqueira, Porto e Sete de Setembro. Montagem: Cassio Zirpoli/DP

A segunda divisão do Campeonato Pernambucano de 2017 terá apenas 54 jogos, entre setembro e novembro. Desde 1995, a competição sempre promoveu os dois primeiros colocados, mas desta vez apenas o campeão alcançará o acesso à elite. A medida visa a redução gradativa no número de participantes da primeira divisão, que em 2018 já terá onze times.

Confira a tabela da segundona, a partir de 17 de setembro, clicando aqui.

Pela o regulamento, os dez participantes foram divididos em dois grupos, A (Cabense, Centro, Ferroviário, Íbis e Vera Cruz) e B (Chã Grande, Decisão, Pesqueira, Porto e Sete), jogando dentro das chaves em ida e volta. Ao todo, oito partidas para cada. Os quatro melhores de cada grupo avançam para o mata-mata, com quartas de final, semifinal e final em jogos de ida e volta. Ou seja, 14 partidas de mata-mata, dando alguma emoção à esvaziada disputa.

Em relação aos estádios, o regulamento determina uma capacidade mínima de 1.000 espectadores. Entre os palcos liberados pela FPF, apenas Ademir Cunha e Carneirão atenderiam à capacidade para o mata-mata da elite. Porém, precisariam passar por uma vistoria mais detalhada sobre o gramado.

Lista de participantes (cidade), estádios e capacidade
Associação Desportiva Cabense (Cabo) – Gileno de Carli, 5.459
Centro Limoeirense de Futebol (Limoeiro) – José Vareda, 5.000
Chã Grande Futebol Clube (Chã Grande) – Barbosão, 3.400
Sociedade Esportiva Decisão Futebol Clube (Bonito) – Arthur Tavares, 4.000
Ferroviário Esporte Clube do Cabo (Cabo) – Gileno de Carli, 5.459
Íbis Sport Club (Paulista) – Ademir Cuna, 12.000
Pesqueira Futebol Clube (Pesqueira) – Joaquim de Brito, 1.800
Clube Atlético do Porto (Caruaru) – Antônio Inácio, 6.000
Sete de Setembro Esporte Clube (Garanhuns) – Gigante do Agreste, 6.356
Vera Cruz Futebol Clube (Vitória de Santo Antão) – Carneirão, 10.911 

Distâncias nas estradas a partir do Recife
17 km – Paulista (Grande Recife)
35 km – Cabo de Santo Agostinho (Grande Recife)
53 km – Vitória de Santo Antão (Zona da Mata)
82 km – Limoeiro (Agreste)
84 km – Chã Grande (Zona da Mata)
135 km – Caruaru (Agreste)
141 km – Bonito (Agreste)
220 km – Pesqueira (Agreste)
231 km – Garanhuns (Agreste)

Na sua opinião, quem é o favorito para o título da Série A2?

Reunião para a Série A2 do Pernambucano 2017. Foto: FPF/divulgação

Hexagonal da permanência termina com 1 ponto entre a Série D e a 2ª divisão do PE

Paralelamente ao hexagonal envolvendo o Trio de Ferro, outro hexagonal foi disputado no Campeonato Pernambucano de 2017, reunindo os não classificados da fase preliminar. Objetivo: evitar o rebaixamento (os dois últimos) e brigar pela terceira vaga do estado à Série D de 2018 (ao líder, naturalmente). Após a última rodada, a classificação traz um cenário impressionante.

Primeiro, o aproveitamento do Atlético: 0%. Acima, cinco clubes separados por um mísero ponto. Do Flamengo de Arcoverde, o vencedor, ao Serra Talhada, rebaixado. Todos com saldo positivo e com mais vitórias que derrotas. E olhe que o Cangaceiro estava em 3º lugar antes de a bola rolar. Receberia o América, com a vitória podendo levá-lo ao Nacional. Torcia por um empate em Arcoverde, o que aconteceu (Fla 2 x 2 Afogados), mas… acabou derrotado. O gol do Mequinha, no fim, salvou o alviverde e empurrou o Serra, também ultrapassado pelo Vitória, que fez o dever de casa sobre o moribundo lanterna.

A classificação final do hexagonal da permanência do Pernambucano 2017. Crédito: Superesportes

A partir deste cenário bizarro, vale a curiosidade sobre os campeonatos mais equilibrados da história do futebol, segundo o banco de dados do site RSSSF, especializado em estatísticas do futebol. E é preciso ir bem longe, em distância, tempo e divisões, para achar algo realmente surpreendente.

O torneio mais parelho que se tem notícia foi o campeonato romeno da terceira divisão da temporada 1983/1984. Exceção feita ao campeão, sete pontos à frente do vice, os outros 15 times foram separados por três pontos após trinta rodadas! Nove equipes terminaram com 29 pontos, entre o 7º e o 15º, este rebaixado. E sem contar o fato de que oito times são chamados de “Minerul”.

Vitória valendo 2 pontos e empate 1 ponto.

Campeonato Romeno da 3ª divisão de 1983/1984. Fonte: RSSSF

O segundo caso de maior equilíbrio foi na África, na edição 1965/1966 do campeonato marroquino. Com 14 clubes, também no formato pontos corridos, a diferença entre o campeão (Wyad Casablanca) e o lanterna (Maghreb) foi de apenas oito pontos. O Kawkab, de Marrakech, terminou em 5º lugar, com 53 pontos, a quatro pontos do título e quatro pontos do rebaixamento.

Vitória valendo 3 pontos, empate 2 pontos e derrota 1 ponto (sim, derrota).

O campeonato marroquino de 1965/1966. Fonte: RSSSF

FPF implanta sistema mundial contra a manipulação de resultados no futebol

Reprodução do Sistema de Detecção de Fraudes (FDS), da Sportradar. Crédito: integrity.sportradar.com

Já está em operação no futebol pernambucano um sistema de detecção de fraudes (com a sigla em inglês FDS), produzido pela Sportradar, empresa internacional especializada em “prevenção de manipulação de resultados”. Além de Pernambuco, a federação paulista também já havia contratado o serviço, cujo relatório obtido pelo globoesporte.com, de julho de 2016, apontava que o “futebol no Brasil está ameaçado por fraudes” – não por acaso, já houve um caso confirmado, no Brasileirão de 2005 (com 11 jogos anulados). E a questão vai além dos clássicos (como seria no Recife, envolvendo Náutico, Santa e Sport), uma vez que, hoje, praticamente todas as partidas profissionais estão sujeitas a apostas online, até a 2ª divisão pernambucana, pioneira local no sistema.

O Fraud Detection System, agora a serviço da própria Fifa, foi criado em 2005, passando por atualizações. Atualmente, é monitorado por 550 operadoras de apostas e até lotéricas não regulamentadas (caso do Brasil). Os três escritórios do FDS, em Londres (Inglaterra), Manila (Filipinas) e Sydney (Austrália), recebem dados de cinco mil jornalistas e 275 pesquisadores freelancers

Alertas de fraude no futebol, segundo o FDS:

1) O sistema contém 44 alertas no pré-jogo, baseados nas movimentações de apostas, detectando padrões incomuns tanto no número de jogos feitos quanto no dinheiro injetado. O cenário fora da curva sugere manipulação.

2) Durante o jogo existem 25 alertas, a partir de um modelo matemático que permite um monitoramento minuto a minuto. Segue a mesma lógica de ações fora do padrão – independentemente do local da partida e da aposta realizada. 

Por dia, são processados cinco bilhões (5.000.000.000!) de dados, já anexados ao histórico das competições, dos times e dos atletas (imagens). Pois então imagine isso em escala anual, com mais de 160 mil partidas supervisionadas.

Vamos a um jogo de pequeno porte realizado no estado no período:

Como foi possível monitorar Íbis 2 x 4 Vera Cruz, na abertura na Série A2 de 2016? Através de uma análise enxuta. Nada de apostas específicas como “o próximo escanteio será do Íbis”, mas, sim, a partir do histórico de resultados. Uma vitória do Vera Cruz como visitante surpreenderia? Não, devido ao péssimo retrospecto do Pássaro Preto. Logo, por que alguém apostaria R$ 100 mil (por exemplo) na vitória do Íbis? Provavelmente, o alerta teria sido acionado.

Até o momento (cinco meses), nenhum alerta no futebol pernambucano…

Reprodução do Sistema de Detecção de Fraudes (FDS), da Sportradar. Crédito: integrity.sportradar.com

No último jogo profissional de 2016, o Flamengo de Arcoverde é bi da Série A2

Flamengo de Arcoverde campeão pernambucano da 2ª divisão em 2016. Foto: FPF/site oficial

No sertão pernambucano, no acanhado e lotado estádio Vianão, com dois mil espectadores, Afogados da Ingazeira e Flamengo de Arcoverde fizeram o último jogo profissional do Brasil em 2016. O confronto só aconteceu na tarde deste 18 de dezembro por causa do atraso da competição, com ações judiciais entre os participantes, alegando escalações irregulares nos adversários. Passado (e julgado) o imbróglio, a segunda divisão estadual avançou no mata-mata, até o acesso dos dois clubes. E em jogo único ambos decidiram o título.

Com a melhor campanha, a Coruja, como é conhecido o Afogados, tentava ser o 28º campeão do futebol pernambucano. Já o Fla, outrora rubro-negro e agora com escudo corintiano, buscava o bi na Série A2. Em 1996, fora de casa, levou a melhor diante do 1º de Maio. Vinte anos depois, também como visitante, o Tigre recebeu a segunda taça após a vitória por 2 x 1, com gols de Williams aos 43 e 46 do primeiro tempo. Após o intervalo, administrou a vantagem, tornando-se o quarto multicampeão da segundona. Está a um título do Vera Cruz. Contudo, com a primeira divisão pela frente, essa meta não tem pressa alguma…

Falando em elite, Fla e Afogados só vão ter 17 dias para descansar. A 1ª divisão de 2017 começa em 4 de janeiro, com o campeão da A2 jogando em casa, no Áureo Bradley, contra o Belo Jardim, e o vice indo a Carpina enfrentar o Atlético.

Os multicampeões da segunda divisão estadual
3 – Vera Cruz (2006, 2009, 2014)
2 – Petrolina (2001, 2010), Vitória (2008, 2013) e Flamengo (1996, 2016) 

1 – Maguari, Sete de Setembro, Ferroviário, Central, Unibol, Itacuruba, Porto, Ypiranga, Estudantes, Salgueiro, Serra Talhada, Chã Grande e Belo Jardim

Flamengo de Arcoverde campeão pernambucano da 2ª divisão em 2016. Foto: FPF/facebook

Oito gols do Íbis em um jogo? Nem o placar do estádio estava preparado

Série A2 do Pernambucano 2015: Timbaúba 2x8 Íbis. Foto: Ibismania/twitter

O Íbis é o clube mais folclórico do futebol pernambucano, disparado. Vive disso. Há mais de trinta anos é conhecido internacionalmente como o Pior Time do Mundo, mas as vitórias aparecem de vez em quando. Entretanto, nada que se compare à antológica goleada em Timbaúba sobre o time da casa. Sem precedentes na história do Pássaro Preto, o placar apontou 2 x 8. Ou quase isso, pois o placar manual do acanhado estádio Ferreira Lima só tinha até o número “6”, com quatro gols de Rogério Moicano. Não havia 7, 8 e 9.

No jeitinho brasileiro, a plaquinha “2” foi colocada próxima, somando o número de gols marcados pelo Íbis na segunda divisão do Estadual, para alegria dos 218 heróis presentes na peleja – um resultado que qualquer outra pessoa só acreditaria vendo a súmula no site da FPF (e é mesmo verdade, abaixo). O que deixa o triunfo ainda mais incompreensível é o fato de que há menos de uma semana o mesmo Íbis havia levado uma sova do Olinda de 8 x 1, em casa. Vai ver, é tão acostumado a perder que não faltou motivação para este inesquecível 6 de setembro de 2015…

Claro, o Ibismania não perdoou o resultado no interior.
“Estamos organizando um protesto para derrubar o treinador”.

Greia à parte, o Íbis melhorou o histórico do seu saldo de gols, agora em -1.720.

Súmula de Timbaúba 2x8 Íbis, na Série A2 do Estadual 2015. Crédito: FPF/reprodução

O dia em que o Íbis chegou a 100 vitórias oficiais, 61 anos após a sua fundação

Íbis na década de 1980

Está na raiz do Íbis a sua alergia à vitória. A sina de insucessos fez a fama do Pássaro Preto, apontado pelo Guinness Book como o “Pior Time do Mundo” devido ao ainda insuperável jejum de 55 partidas entre 1980 e 1984. Perdeu de todo jeito no Campeonato Pernambucano, tendo como ídolo o mito Mauro Shampoo. Mas, acredite, também saíram alguns resultados positivos, arrancados a pulso. Tanto que o clube chegou a conseguir o acesso na segunda divisão pernambucana, em 1999. Curiosamente, foi naquele ano, no dia 20 de junho, que a modesta equipe chegou a 100 vitórias oficiais em sua história, ao bater o Boa Vista por 2 x 1, quase 61 anos após a sua fundação.

As vitórias são tão escassas nas quase oito décadas de futebol que este número tem lá as suas incertezas. Até pouco tempo, o Ibismania, o perfil que tira onda do próprio clube, vinha contando cada minguado a partir do livro “O voo do Pássaro Preto”, de Israel Leal, lançado em 2008. Porém, a imprecisão de informações sobre a Segundona acabou tirando alguns jogos da contagem.

Daí, acreditava-se que a centésima vitória ainda estava por vir, este ano. A folclórica marca gerou interesse da imprensa nacional e até da CBF, para algum tipo de homenagem às avessas. Entretanto, em contato com a FPF, apareceu a campanha de 1996, indisponível na web. Somando aos dados do pesquisador Carlos Celso Cordeiro, a boa estreia na Série A2 de 2015, um 2 x 1 sobre Barreiros, no acanhado estádio de Carpina, foi a 133ª vitória do Íbis, que até hoje só ganhou 14% de seus jogos. O saldo de gols de -1.718 faz todo sentido.

Íbis na 1ª divisão (43 participações, 1946-2000)
678 jogos
83 vitórias
91 empates
504 derrotas
507 gols marcados
1.995 gols sofridos
-1.488 de saldo

Íbis na 2ª divisão (18 participações, 1977-2015)*
232 jogos
50 vitórias
61 empates
121 derrotas
216 gols marcados
446 gols sofridos
-230 de saldo

Jogos oficiais do Íbis (1ª e 2ª divisões)*
910 jogos
133 vitórias
152 empates
625 derrotas
723 gols marcados
2.441 gols sofridos
-1.718 de saldo
* Até a estreia na segunda divisão estadual de 2015.

No histórico do Íbis é necessário fazer algumas ponderações. Além dos três resultados “possíveis”, com vitórias, empates e derrotas, o clube conta com situações incomuns. Ao todo, 17 jogos tiveram outras características: 8 sem placar conhecido, 3 cancelados, 2 W.O. a favor e 4 W.O. contra.

Os 100 anos entre a Liga Sportiva e a Federação Pernambucana de Futebol

Logotipo oficial em homenagem aos 100 anos da FPF. Crédito: divulgação

A Federação Pernambucana de Futebol completou 100 anos de fundação. Há exatamente um século, em 16 de junho 1915, o Diario de Pernambucou publicou o seguinte texto sobre a organização da entidade:

“Hoje, às 18 horas, haverá reunião das comissões representativas dos clubes esportivos desta capital, a fim de discutirem o melhor de organização de uma Liga de Futebol. Pede-se o comparecimento das comissões de todos os clubes à dita reunião, que se efetuará na Estrada de João de Barros, número 19-A”.

A criação vinha se desenhando há alguns anos, após as frustradas tentativas da direção do João de Barros (atual América) com a Liga Pernambucana de Football e a Liga Recifense, em 1912 e 1913, respectivamente.

Aparando as arestas, a bola começou a rolar de forma organizada. Participaram da pioneira reunião os dirigentes do João de Barros, Peres, Flamengo, Santa Cruz e Agros de Socorro. O debate começou logo em relação à escolha do nome. Liga Pernambucana de Esportes e Liga Pernambucana de Esportes Atléticos foram os primeiros postos na mesa. Ambos rejeitados, terminando a noite com o nome “Liga Sportiva Pernambucana “, proposto não por acaso pelo primeiro presidente, Aristheu Accioly Lins. Em 1915, aliás, a presidência passou de mão quatro vezes, seguindo com Alcebíades Braga, Henrique Jacques e Melchior do Amaral. Aquele ano ainda ficaria marcado também pelo primeiro Campeonato Pernambucano, vencido pelo Flamengo do Recife, hoje extinto.

Evolução do logotipo da FPF. Arte: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Nesse tempo todo, a federação mudou de nome algumas vezes.

1915 – Liga Sportiva Pernambucana (LSP)
1918 – Liga Pernambucana de Desportos Terrestres (LPDT)
1931 – Federação Pernambucana de Desportos (FPD)
1955 – Federação Pernambucana de Futebol (FPF)

Com a nomenclatura atual, de 60 anos, o distintivo também foi repaginado.

Em relação ao endereço, a última mudança foi em 1952, no local onde seria erguido duas décadas depois o tradicional Palácio dos Esportes, de nº 871 da Rua Dom Bosco, na Boa Vista. Nos bastidores do prédio de vidraça azulada já circularam 93 filiados, entre clubes e ligas municipais. Gente demais fomentando o trabalho da federação, um verdadeiro cartório do futebol, tendo como resultado um patrimônio líquido de R$ 11,5 milhões. Sob o comando de seu 31º presidente, Evandro Carvalho, a FPF organiza a cada ano nove torneios: Pernambucano, Estaduais Sub 23, Sub 20, Sub 17, Sub 15 e Feminino, Campeonato Amador, Copa do Interior e Taça Recife de Comunidades.

Politicamente, a FPF mantém há tempos um diálogo polêmico com os grandes clubes, Náutico, Santa Cruz e Sport. Trata-se de um traço recorrente em outras federações estaduais. Seja por decisões unilaterais, regulamentos esdrúxulos ou o não cumprimento de regras básicas, como o Estatuto do Torcedor, a entidade acabou sendo vista de relance pelos torcedores no estado.

Isso dificilmente mudará a curto prazo, ainda mais com a vigente a luta entre Estadual x Nordestão, na qual o melhor modelo aos times de massa parece em segundo plano para a direção. De toda forma, a FPF, que se confunde com os nomes de Rubem Moreira (1954-1982) e Carlos Alberto Oliveira (1995-2011), se mantém de pé como uma das mais ricas federações do Brasil. Que no segundo século de existência esse poder seja equivalente ao de seus filiados.

Sede da Federação Pernambucana de Futebol. Foto: FPF/divulgação

Vera Cruz, o primeiro tricampeão pernambucano da Segundona

Final do Estadual da Série A2 de 2014: Vera Cruz x Atlético-PE. Foto: FPF/Assessoria/facebook

O Vera Cruz sagrou-se tricampeão pernambucano. Da segunda divisão…

Neste domingo, o Galo das Tabocas venceu o Atlético por 2 x 1, na decisão no Carneirão. Assim, agora soma os títulos da segundona em 2006, 2009 e 2014.

Cláudio e Moises marcaram os gols que transformaram o clube no maior vencedor da competição, neste ano chamada de “Estadual Sub 23”.

Final à parte, os dois times irão integrar a elite local em 2015, cujo campeonato começa ainda neste ano, em 7 de dezembro.

Sobre a conquista do Vera Cruz, vale citar uma outra estatística. Até hoje, 26 clubes já conquistaram algum título oficial no estado.

Além dos sete campeões pernambucanos, desde 1915, outros 19 clubes já tiveram o gostinho de comemorar uma taça em competições oficiais organizadas pela FPF. Entre as competições consideradas, o Pernambucano (1ª divisão/2ª divisão), a Copa Pernambuco e a Taça do Interior.

43 – Sport
31 – Santa Cruz
22 – Náutico
6 – América
4 – Vitória e Salgueiro
3 – Torre, Central e Vera Cruz
2 – Tramways, Porto, Ypiranga e Petrolina
1 – Flamengo do Recife, Maguari, Sete de Setembro, Flamengo de Arcoverde, Ferroviário, Unibol, AGA, Itacuruba, Estudantes, Serra Talhada e Chã Grande

Obs. Na lista levantada pelo blog, a extinta terceira divisão local, realizada entre 2000 e 2002, não foi levada em consideração porque era amadora. Somente após o título o clube era convidado pela FPF a se profissionalizar.

Final do Estadual da Série A2 de 2014: Vera Cruz x Atlético-PE. Foto: FPF/Assessoria/facebook

Os doze clubes do 101º Campeonato Pernambucano

Os times do Campeonato Pernambucano de 2015

Ainda não há um regulamento definido, mas os doze clubes participantes do Campeonato Pernambucano de 2015 já são conhecidos.

Os dois últimos times saíram da segundona, chamada de “Estadual Sub 23”.

Derrotado no tempo normal por 1 x 0, o Atlético viu o Belo Jardim devolver o placar do jogo de ida. No entanto, o representante de Camaragibe venceu nos pênalts por 5 x 3, em pleno Mendonção. É o estreante da vez.

Em Vitória de Santo Antão, Vera Cruz e Jaguar terminaram o confronto de 180 minutos sem que um golzinho sequer fosse marcado. Outra decisão nos pênaltis, melhor para o time da casa, 4 x 3.

A dupla irá substituir os rebaixados desta temporada, Vitória e Chã Grande.

Antes, vão decidir o títtulo em um jogo, em 11 de outubro, no Carneirão.

Também em outubro deve sair a fórmula da 101ª edição do Estadual. A expectativa da FPF é “driblar” o calendário nacional e iniciar a competição ainda em dezembro deste ano, com jogos também em janeiro.

Eis a divisão de clubes por região…

Região Metropolitana do Recife (5)
América, Atlético Pernambucano, Náutico, Santa Cruz e Sport

Zona da Mata (1)
Vera Cruz

Agreste (4)
Central, Pesqueira, Porto e Ypiranga

Sertão (2)
Salgueiro e Serra Talhada

Por aclamação, Evandro Carvalho garante mais quatro anos no comando da FPF, a 5ª federação mais rica do país

Evandro Carvalho no discurso após a eleição para presidente da FPF, em 22 de setembro de 2014. Foto: FPF/Assessoria

Por aclamação – ou seja, com os votos de todos os clubes e ligas municipais -, Evandro Carvalho foi eleito para mais um mandato na presidência da Federação Pernambucana de Futebol. Serão quatro anos, de 2015 a 2018.

O dirigente já vinha no comando da entidade desde 29 agosto de 2011, após a morte do então mandatário, Carlo Alberto Oliveira. A eleição nesta segunda-feira foi apenas protocolar, atendendo aos requisitos da Assembleia Eletiva.

Depois, ao lado dos seus vice-presidentes, do conselho fiscal da entidade e dos membros do TJD, discursou para os representantes das agremiações presentes, inclusive dos grandes clubes, que tanto se queixavam. Caso não volte atrás na palavra, este deverá ser o último mandato de Evandro frente à federação – até porque já vislumbra a vice-presidência da CBF.

Para os próximos anos, além de contar com uma oposição mais viva – diluída nesta eleição pela brusca mudança de data do pleito -, o presidente deve focar na organização do Pernambucano, que há alguns anos vem passando por transformações devido ao calendário nacional, quase nunca para melhor.

O primeiro ponto deve ser conseguir uma liberação junto à CBF para poder organizar jogos em dezembro e janeiro, onde quer, mais uma vez, realizar a fase preliminar do Estadual, apenas com os clubes intermediários.

Em relação às finanças, a FPF já é a 5ª federação mais rica do país. Em 2013 a receita foi de R$ 6,6 milhões. Hoje, o seu patrimônio líquido é de R$ 5,6 milhões.

Além do subsídio estatal do Todos com a Nota, a federação pernambucana se notabiliza pela cobrança de 8% da renda bruta de cada partida no estado, numa “taxa administrativa”. Até fevereiro de 2013 o valor era de 6%, já acima da média. Na maior parte do país as entidades cobram 5% da bilheteria.

A captação de recursos é grande. Agora, Evandro tem quatro anos pela frente, tempo suficiente para também fomentar os clubes com essa saúde financeira.

Até mesmo porque o apoio recebido foi claro. Foi aclamado.

Evandro Carvalho no discurso após a eleição para presidente da FPF, em 22 de setembro de 2014. Foto: FPF/Assessoria