Quando a imagem pode ser prejudicial, não ao patrocinador, mas ao clube

Anúncio do contrato entre Botafogo e Telexfree. Crédito: Youtube/reprodução

Ao estampar a sua marca em um uniforme de um clube de futebol, a empresa patrocinadora espera receber uma visibilidade em boa escala, além da valorização de sua imagem, claro.

Melhorar a imagem no mercado, junto ao público consumidor, é essencial.

Por isso, a Nissan encerrou o patrocínio com o Vasco após a briga generalizada entre integrantes das uniformizadas do clube de São Januário e do Atlético-PR. O acordo girava em torno de R$ 21 milhões.

É possível o oposto, com a marca sendo prejudicial ao clube? Em tese, sim.

Essa foi reação do mercado no primeiro dia após o anúncio do contrato entre o também alvinegro carioca Botafogo e a TelexFree, válido em 2014.

Para compreender a dúvida, vale lembrar a situação da TelexFree no Brasil…

A empresa funciona vendendo pacotes de telefonia VoIP através de um grande sistema de divulgação. O Ministério Público do Acre entendeu que era a estrutura era, na verdade, um esquema de “pirâmide financeira”, dependendo da entrada de novos divulgadores – são mais de 350 mil  -, e não da venda de produtos. E assim a justiça proibiu a operação no país.

O bloqueio à atividade e aos bens vem desde junho de 2013 (saiba mais aqui).

Os valores do acordo entre a Estrela Solitária e a TelexFree não foram revelados, mas especula-se a maior soma já obtidas pelo clube.

Assista ao vídeo oficial do anúncio do patrocinador. No caso, a assinatura foi com o braço internacional da empresa, direto de Miami, nos EUA.

“Antes que a mídia critique, quero afirmar que o acordo foi feito fora do Brasil”.

“A nação TelexFree agora tem time. Olha a nossa segunda pele aqui, é o Botafogo”.

O fato de a empresa sequer operar no Brasil, devido à decisão judicial, pode atrelar uma imagem negativa ao clube do Rio de Janeiro? Ao que parece, pesou apenas o cheque, credibilidade à parte.