Santa elimina o Sport na Sula, garante viagem internacional e R$ 1,2 milhão

Sul-Americana, 2ª fase: Sport 0 x 1 Santa Cruz. Foto: Conmebol/site oficial

O confronto se aproximava para os pênaltis. Dos 180 minutos programados, tricolores e rubro-negros já tinham jogado 172, em branco. Um primeiro jogo fraco e uma segunda partida mais disputada, com chances de gol (Edmílson e Grafite) e alguma dose de emoção, o que se esperava para um clássico tão importante, o primeiro num torneio internacional. A marcação do Santa na saída de bola do Sport, num duelo repleto de erros, de ambos os lados, era uma tática inteligente. Sobretudo tendo do outro lado o volante Serginho, contumaz. Ao receber a bola, o camisa 8 foi desarmado, num contragolpe evoluindo com Keno e sua jogada característica pela esquerda. Entrou na área, cortou e bateu no cantinho. Magrão espalmou, mas a bola sobrou limpa para Bruno Moraes.

O centroavante não havia sido nem relacionado nos jogos anteriores. Na arena, entrara no lugar de Grafite, machucado. E aproveitou bem demais a chance, empurrando a bola para as redes e correndo para a torcida, presente na ala sul. Santa Cruz 1 x 0, “eliminando o Leão” mais uma vez, no bordão que o povão não para de cantar. Em sua primeira participação na Copa Sul-Americana, o campeão nordestino já avança às oitavas, garantindo a primeira viagem oficial ao exterior. Colômbia e Paraguai como destinos possíveis, com Medellín sendo o destino mais provável após o 3 x 0 do Independiente no jogo de ida contra o Sportivo Luqueño. A definição do confronto será apenas em 15 de setembro.

Sul-Americana, 2ª fase: Sport 0 x 1 Santa Cruz. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Até lá, a torcida coral tem mais é que curtir a já histórica classificação e o status de único nordestino ainda presente no torneio. Sem contar o contexto óbvio que uma vitória traz a qualquer time, sobretudo a quem estava em falta. Ou seja, o benefício pode se estender à própria campanha no Brasileiro, onde precisa (bastante) ter a mesma disposição do clássico, com jogadores se cobrando em campo o tempo todo. Por fim, no viés do vencedor, o lado financeiro da vaga obtida. Além da cota inicial de 300 mil dólares (R$ 967 mil), o clube assegurou mais uma cota, agora de US$ 375 mil (R$ 1,2 milhão). Nada mal.

No Sport, nem a presença de Diego Souza resultou num futebol realmente competitivo. A eliminação diante do rival é um duro golpe na programação do clube, pois o presidente leonino havia apontado a Sul-Americana como prioridade na temporada, a ponto de sair da Copa do Brasil ainda na primeira fase, diante do modestíssimo Aparecidense. Na copa nacional, abriu mão de R$ 1 milhão. Na internacional, perdeu ainda mais. E se no rubro-negro há quem ache, hoje, que a eliminação não possa influenciar no rendimento na Série A, que mude de canal quando o Santa aparecer novamente em ação na Sula…

Sul-Americana, 2ª fase: Sport 0 x 1 Santa Cruz. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Num Mineirão lotado, o Santa perde a 13ª partida no Brasileiro. Segue afundando

Série A 2016, 22ª rodada: Cruzeiro x Santa Cruz. Foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press

O Santa Cruz chegou a sete partidas sem vitória no Brasileiro, se firmando na penúltima posição. Num Mineirão com 49 mil pessoas, a atuação no primeiro tempo até sugeriu um bom resultado. O time pernambucano controlou o jogo, errou poucos passes (90,5% de eficiência, via Footstats) e se arriscou no ataque. Teve duas chances, com Grafite, em jejum, e Léo Moura, que acertou o travessão, com a bola caprichosamente quicando pouco à frente da linha.

Na volta do intervalo, com o sol do meio-dia, o tricolor teve nem tempo de impor seu ritmo, com o Cruzeiro definindo antes dos dez minutos. Num corte de cabeça de Luan Peres, para frente, Robinho dominou e mandou de longe. A bola bateu na trave e entrou. Quanto ao corte do zagueiro, trata-se mais de uma descrição do que falha, pois a finalização foi de rara felicidade. Na sequência, aí sim uma desatenção, com os mineiros cobrando rapidamente um lateral, próximo ao meio-campo. Segundos depois, dois contra um na área, com Danny Morais sem muito o que fazer. A bola sobrou limpa para Ábila fazer 2 x 0.

A partir daí, até o mais fiel tricolor baixou a guarda. O time já não concatenava mais jogadas – Keno, o principal escape, não produziu nada, e Grafite esteve sempre marcado -, tendo ainda que se preocupar com a possibilidade de uma goleada. Ficou nisso. Na volta ao Recife, antes da breve parada para os dois jogos da Seleção nas Eliminatórias da Copa, o Santa Cruz terá o decisivo clássico contra o Sport, valendo vaga nas oitavas da Sula. Com o empate sem gols na ida, chega em boas condições. A classificação, e a consequente viagem ao exterior, talvez seja a mudança de foco que o time tanto precisa atualmente…

Série A 2016, 22ª rodada: Cruzeiro x Santa Cruz. Foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press

Os 60 jogadores de Sport e Santa Cruz inscritos na Copa Sul-Americana 2016

A Conmebol divulgou a relação completa de jogadores inscritos por Sport e Santa Cruz faltando menos de duas horas para o primeiro Clássico das Multidões na Copa Sul-Americana de 2016. Com jogos agendados nos dias 24 e 31 de agosto, ambos na Arena Pernambuco, os rivais puderam inscrever, cada um 30 jogadores, tendo a possibilidade de mudar cinco nas oitavas de final.

Regulamento da Copa Sul-Americana de 2016

Segundo o regulamento do torneio, a numeração é fixa, 1 ao 30. Ou seja, alguns jogadores números pouco ortodoxos no futebol tiveram que mudar. No Leão, por exemplo, foram nada menos que seis: Apodi (32), Diego Souza (87), Rogério (90), Mansur (93), Everton Felipe (97) e Túlio de Melo (99). Já o Santa Cruz havia enviado uma lista prévia com 39 nomes! Da lista final, o principal nome, Grafite, se mantém com a camisa 23. Os dois clubes inscreveram quatro goleiros. No caso coral, a lista tem até Fred Campos, já desligado do clube…

Confira outros detalhes do regulamento, em relação ao clássico, clicando aqui.

Os 30 jogadores inscritos pelo Sport na Copa Sul-Americana 2016

Os 30 jogadores inscritos pelo Santa Cruz na Copa Sul-Americana 2016. Crédito: Conmebol/site oficial

Santa Cruz volta a reagir durante o jogo e busca empate com o Vitória em Salvador

Série A 2016, 20ª rodada: Vitória 2 x 2 Santa Cruz. Foto: Raul Spinassé/A Tarde/Estadão conteúdo

Uma deficiência do Santa Cruz no primeiro turno do Brasileirão foi a falta de reação da equipe ao sofrer um gol. Foi quase sempre batido após ficar em desvantagem. A última vez onde buscou algo foi contra o Fluminense, na segunda rodada! Na ocasião, abriu o placar, mas tomou a virada. No finzinho, Grafite marcou e garantiu um pontinho no Rio. Desde então, a campanha ruiu. Não se entregar no campeonato significa, obviamente, não se entregar durante os jogos. Em Salvador, enfim, a torcida coral viu isso.

No empate em 2 x 2 contra um concorrente direto na briga contra o descenso, o Vitória, o time pernambucano ficou atrás duas vezes, no comecinho do primeiro tempo e no comecinho do segundo. Devolveu na mesma moeda, reagindo na reta final dos dois tempos. Nada de Grafite, Keno ou João Paulo. Desta vez, nomes improváveis, como o lateral-esquerdo Tiago Costa, num chutaço de fora da área (acertou o ângulo esquerdo do goleiro), e o estreante Matías Pisano. Com apenas 1,66m, o meia argentino marcou de cabeça, dentro da pequena área, entre os zagueiros baianos. O jogador, cujo primeiro passe deixou o Grafa em condições de finalizar, tende a suprir uma enorme carência no elenco tricolor. Ao menos deixou uma boa impressão para Doriva, o novo técnico, que observou a peleja em um camarote no Barradão.

O treinador inicia o trabalho com o campeão nordestino em 19º lugar, há cinco rodadas sem vitória. Terá nove jogos em casa e nove fora. Além de trabalhar a confiança da equipe (e esse pontinho ajuda), deve procurar um sistema com um armador efetivo. Que o gringo (atuou poucos minutos, é verdade) seja este jogador, dando fôlego a João Paulo e mais opções à frente. Após um início arrasador (fazendo 4 x 1 no mesmo Vitória, diga-se), o setor ofensivo foi tornando-se previsível e escasso. Hoje, entre os vinte clubes, o Santa tem o 7º pior ataque, com 22 tentos em 20 jogos (média de 1,1). Os lances de Tiago e Pisano foram fora da curva, tudo o que o Tricolor precisa ser a partir de agora. E já fizeram alguma diferença.

Série A 2016, 20ª rodada: Vitória 2 x 2 Santa Cruz. Foto: Francisco Galvão/EC Vitória

Santa encerra o turno perdendo do São Paulo, na 6ª derrota em 10 jogos em casa

Série A 2016, 19ª rodada: Santa Cruz 1 x 2 São Paulo. Foto: Ricardo Fernandes/DP

O fator mando de campo foi essencial no renascimento do Santa Cruz, com o Arruda tomado de gente nas principais campanhas rumo ao acesso. No Brasileiro, com muitos jogos tendo apenas o anel inferior liberado para a torcida, o caldeirão esfriou. Não só por isso, claro. A diferença técnica (e, cada vez mais, de confiança) vem minando a campanha coral, com seguidos tropeços em casa. No primeiro turno, jogou nove vezes como visitante e dez como mandante. Era a chance de sobressair. Porém, as seis derrotas no Recife deixaram o time (que largou muito bem) na zona de rebaixamento.

Além do marasmo, a real concorrência olímpica (com inúmeros canais transmitindo o evento no Rio), resultando em 12 mil espectadores no Mundão para o confronto diante do São Paulo. Quem foi, tentou ajudar. Em campo, o time coral manteve a postura inconstante. O bom jogo feito em Porto Alegre passou pelo rendimento da defesa, compacta, ligadíssima. Bem diferente deste domingo. O primeiro tempo foi muito ruim, com uma merecida (e sonora) vaia. O ataque foi inoperante, com Keno, o único escape, bem marcado, e Grafite sem ter com quem tabelar. Lá atrás, o time deu bastante espaço ao adversário. Sobretudo pelo lado direito, com Léo Moura (lento) e Jádson (disperso demais, tocando mal). Por lá saiu o primeiro gol são-paulino, numa cabeçada do atacante argentino Chávez. Ali, o placar já era econômico.

No intervalo, Milton Mendes procurou corrigir o posicionamento, além de cobrar mais intensidade, pois o ritmo do jogo era completamente favorável aos paulistas. E a retomada foi até animada. Derley, com Gafite fazendo o pivô (esperou por isso), teve a melhor chance para empatar, mas, na marca do pênalti, bateu pra fora. O Santa seguiu pressionando, mas sem sucesso, até o duro golpe aos 19 minutos, outra vez com Chávez, concluindo o passe do peruano Cueva, já com gol vazio. Como o São Paulo desperdiçando a chance de golear, com Tiago Cardoso espalmando duas boas finalizações, o jogo ainda ficou aberto. A dez minutos do fim, a esperança, num pênalti. Porém, Grafite parou em Dênis. Aos 38, de canhota, Keno enfim marcou, mas sem tempo hábil para concluir mais uma jogada de bem trabalhada, 1 x 2. Ali, já era o Santa desorganizado, recorrente dentro de sua própria casa.

Série A 2016, 19ª rodada: Santa Cruz 1 x 2 São Paulo. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Atlético-MG impõe diferença técnica e goleia o Santa Cruz, que volta ao Z4

Série A 2016, 17ª rodada: Atlético-MG 3 x 0 Santa Cruz. Foto: Atlético-MG/instagram (atletico)

O Santa Cruz foi ao Independência com a missão de tentar brecar o ascendente time do Atlético Mineiro, apontado com um dos melhores elencos da competição. A linha ofensiva é, na visão do blog, a melhor. Robinho (habilidade), Fred (faro de gols) e Lucas Pratto (força e presença de área), com Luan (velocidade) como opção no banco. É bronca, para qualquer adversário neste Brasileirão. No caso coral, que vinha de um duro golpe em casa, no revés diante do Coxa, até o fator psicológico seria decisivo. Se esperava uma escalação precavida, mas foi além da conta, com quatro volantes, com Jadson sendo a peça mais avançada.

Marcando forte, o campeão nordestino ainda tentou surpreender, mas não haveria como. Em jogada iniciada por Maicosuel (outro nome técnico), Fred recebeu livre e bateu. Tiago Cardoso ensaiou o milagre, mas Robinho, atento, marcou. Na volta do intervalo, o Galo acelerou, envolvendo o Santa. O segundo gol foi uma pintura. Triangulação rápida. De Fred para Robinho, de Robinho para Patric, de Patric (de calcanhar) para Fred, de Fred para o gol. No embalo, o time mineiro transformou a vitória em goleada (3 x 0) com Luan, que acabara entrar, concluindo as pedaladas de Robinho, o dono do jogo.

Ao Tricolor, um resultado normal. Entretanto, empurrou o clube para a zona de rebaixamento. Como a sequência segue indigesta, com Grêmio (fora) e São Paulo (casa), o time se vê obrigado a surpreender. Hoje, soma 17 pontos, abaixo da campanha quando virou o turno em 2006, com 18 pontos. Enquanto a direção coral não confirma as “contratações engatilhadas”, conforme já noticiado e renoticiado, o time vai encarando as pedreiras e encarando o abismo técnico. Hoje, a rapidez de Keno e a inteligência de Grafite não são suficientes.

Série A 2016, 17ª rodada: Atlético-MG 3 x 0 Santa Cruz. Foto: Alexandre Guzanche/EM/D.A Press

Santa Cruz goleia o América em Belo Horizonte e engata recuperação

Série A 2016, 15ª rodada: América-MG x Santa Cruz. Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press

O planejamento do Santa Cruz na última semana foi todo voltado para o jogo contra o América, na maior chance de obter uma vitória como visitante neste Brasileirão. Superar o lanterninha significaria chegar a duas vitórias seguidas e afirmar um novo momento ascendente, necessário na árdua luta contra o descenso. A viagem com 31 jogadores, escalando um misto contra o Vasco, na quarta, não teve ligação com a escolha entre Copa do Brasil e Sula. Era o momento de vencer o Coelho, sem mais. Só depois disso viria o “dilema”. Dito e feito, com o campeão nordestino indo além, goleando no Independência, 3 x 0.

O começo do jogo foi a 200 km/h, com o destino a favor do Tricolor. Com alguns obstáculos, mas numa atuação linear. Logo aos 7, uma chance claríssima. Keno recebeu a bola livre. Tão livre que se enrolou. Felizmente, não faria falta, pois no minuto seguinte Marcílio encontrou Tiago Costa entrando na área pela esquerda. O lateral ganhou a dividida e finalizou bem, abrindo o placar. Uma vantagem cedo diante de um adversário já abalado é meio caminho andado. Para mudar isso, só um lance capital. Como uma penalidade. Mal marcada. Mas Osman bateu sem convicção, com Tiago Cardoso defendendo a sexta cobrança vestindo a camisa coral. A resposta pernambucana veio, outra vez, no lance seguinte, com Marcílio pegando a sobra de um escanteio. O volante, prata de casa, ganhou a confiança de Milton Mendes e vem tendo uma sequência de jogos, resultando numa ótima apresentação em Belo Horizonte. 

Com a disposição para marcar e ocupar espaços à frente (semelhante ao jogo contra o Inter, mas empregado de forma melhor) e a pressão sobre o alviverde (vaiado desde o segundo gol), a vitória ficou encaminhada. Virou goleada na segunda etapa, num contragolpe mortal, de Léo Moura para Arthur. O primeiro triunfo fora quebrou um jejum de 10 anos e 1 dia na elite, desde o 4 x 1 sobre o Fortaleza no Castelão (ou 18 jogos). Que essa recuperação não pare por aí, até porque a tabela segue favorável no próximo sábado, com o Coritiba, no Arruda. Com futebol e confiança, a chance de deixar o Z4 realmente para trás.

Série A 2016, 15ª rodada: América-MG x Santa Cruz. Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press

Santa perde do Botafogo e campanha após 13 rodadas fica pior que 2006

Série A 2016, 13ª rodada: Botafogo 2x1 Santa Cruz. Foto: Vitor Silva/SS Press/Botafogo

O Santa Cruz foi inofensivo no primeiro tempo em Juiz de Fora. Remendado e com a confiança abalada, o time foi vazado já no primeiro minuto. O péssimo passe de Roberto gerou o contragolpe. Ainda assim, Neilton estava cercado por quatro tricolores. Marcaram com os olhos, com o atacante tocando para Sassá, que contou com outra colaboração de Tiago Cardoso. A estrela solitária ampliou aos 17, com Camilo dando uma bela assistência para Neilton. Como Roberto sequer deu o bote, o jogador mandou para as redes com tranquilidade.

O desânimo no intervalo não sinalizava uma reação, mas houve, com os corais melhorando. Claro, o recuo do limitado Botafogo, preocupado em segurar a vitória, deu espaço. Logo aos 3, Keno, que acabara de entrar, fez a sua jogada característica pela ponta esquerda e cruzou para João Paulo diminuir. Dois dos jogadores de “Série A” do grupo. É preciso ter qualidade, sempre! Arthur, Keno e Leandrinho tiveram boas chances para empatar, mas a bola teimou em não entrar, resultando na 5ª derrota seguida do Santa, 2 x 1. A 8ª em 9 jogos. Uma queda de rendimento que gerou (mais) uma estatística preocupante: hoje, a campanha já é pior que a de 2006, na até então única participação nos pontos corridos. Um ano para esquecer, mas que não cansa de assustar.

Santa Cruz após 13 rodadas nos pontos corridos
2006 – 18º lugar, 12 pontos, 3 vitórias, 3 empates, 7 derrotas, 15 GP, 22 GC
2016 – 19º lugar, 11 pontos, 3 vitórias, 2 empates, 8 derrotas, 15 GP, 20 GC

Há dez anos, a derrocada viria algumas semanas depois, pois especificamente naquela rodada o time vivia a sua melhor fase, goleando o Flamengo por 3 x 0. Na rodada seguinte, também no Arruda, venceria o Corinthians. Agora, o oposto. Falta de peças (um camisa 10), indicações questionáveis (Roberto?) e mudanças improdutivas (Marcílio e Léo Moura no meio?). A verdade é que o Santa precisa ir além da “sacudida no grupo”, o sinônimo de troca de técnico. A qualificação é para ontem. Aliás, era para maio, quando começou a competição, mesmo com o embalo dos títulos regional e estadual. A reposição sempre foi uma necessidade, agora reforçada a cada revés, a cada rodada…

Série A 2016, 13ª rodada: Botafogo 2x1 Santa Cruz. Foto: Vitor Silva/SS Press/Botafogo

Santa Cruz é goleado pela Ponte Preta no Arruda, na 7ª derrota em 8 partidas

Série A 2016, 12ª rodada: Santa Cruz 0x3 Ponte Preta. Foto: Paulo Paiva/DP

Uma estatística que piora a cada rodada. Desde a perda da invencibilidade, no clássico, o Santa Cruz só fez descer a ladeira no Brasileirão. Com 24 pontos em disputa, só ganhou 3. Do alto da tabela, despencou para a penúltima colocação, numa crise técnica e tática já escancarada. O sistema com atacantes abertos, de pouca posse de bola e voltado para os contragolpes ficou manjado, com adversários (mais preparados) conseguindo superar o tricolor seguidamente. No Arruda, contra a Ponte Preta, o time sofreu a quarta derrota como mandante. Aliás, neste recorde de oito jogos foram cinco em casa, o que só piora o cenário futuro, quando terá que atuar mais como visitante.

No 3 x 0 a favor do time paulista, os corais não agrediram em momento algum. Curiosamente, no primeiro tempo até teve o controle da bola, com 64%, mas sem criatividade. A falta de um armador qualificado é a maior lacuna no elenco – não dá mais para ir com Lelê, Leandrinho, Daniel Costa, Wallyson etc. Além disso, teve falhas individuais graves, com Danny Morais e Lelê. Resultaram nos gols de Pottker. O camisa 9 foi bem nos dois lances. Em desvantagem e extremamente vaiado no intervalo, o Santa voltou para o tudo ou nada, totalmente desorganizado. Parecia esperar por um lampejo de Grafite e olhe lá. Na única chance que teve, o então artilheiro do torneio chutou em cima de João Carlos – finalizações semelhantes ao jogo passado no Mundão, contra o Fla.

A goleada foi consumada por Felipe Azevedo, com o time coral já entregue. No chute, ainda contou com a colaboração de Tiago Cardoso, que espalmou pra dentro. Depois, o técnico Milton Mendes conseguiu piorar, ao tirar Danny e deixar o time sem zagueiros. Sim, pois o único defensor era o lateral Allan Vieira, improvisado. Mexida para irritar ainda mais o povão, à espera de mudanças.

Série A 2016, 12ª rodada: Santa Cruz 0x3 Ponte Preta. Foto: Paulo Paiva/DP

Santa Cruz desperdiça chances e perde do Corinthians, no 6º revés em 7 partidas

Série A 2016, 11ª rodada: Corinthians 2x1 Santa Cruz, com Romero comemorando o segundo gol. Foto: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians

Dois sábados seguidos atuando na capital paulista, com derrotas diante de Palmeiras e Corinthians e roteiros semelhantes para o Santa. No primeiro tempo, uma enorme pressão dos mandantes, abrindo dois gols de vantagem. No comecinho da segunda etapa, Grafite mandando para as redes, ensaiando a reação. No Allianz Parque, o time pernambucano acabou sofrendo outro gol, que matou o jogo, apesar da bola na trave e das defesas de Fernando Prass. Na arena do Timão, o 2 x 1 se manteve até o fim, deixando um gosto mais amargo no povão, que viu o time equilibrar o jogo e criar oportunidades claras.

Em vez de Prass, a insegurança de Cássio, que entregou o gol coral, que deixou o Grafa na artilharia isolada do Brasileiro, com 8 gols, a 7 de sua meta para a competição. Jogando de forma mais veloz, já sem o meia Daniel Costa, substituído, o tricolor voltou a ter a seu favor a velocidade de Keno pela ponta esquerda. Por lá, a grande chance da noite, aos 32 minutos. Num cruzamento, Wallyson recebeu livre, mas cabeceou pra fora. A diferença na qualidade para definir foi clara no jogo, uma vez que o primeiro gol corintiano foi parecidíssimo, mas com Luciano não dando qualquer chance a Tiago Cardoso.

Com a derrota, o Santa chegou a 6 derrotas nas últimas 7 rodadas, com o pior desempenho neste recorte, que marca o fim de sua invencibilidade. Não por acaso, o Z4 nunca esteve tão próximo. Contra Ponte Preta (casa) e Botafogo (fora), tem a chance de recuperação, até pelo perfil dos adversários, agora concorrentes diretos. E sem mais espaço para tanto desperdício, Grafite à parte.

Série A 2016, 11ª rodada: Corinthians 2x1 Santa Cruz. Foto: Rodrigo Gazzanel/Futura Press/Estadão conteúdo