Terceirona 2012 – 2ª rodada

Classificação do grupo A da Série C 2012 após 2 rodadas

Paralelamente à bola em campo, a confusão jurídica segue fora da Série C. Não por acaso, o Rio Branco ainda não estreou agora aparece fora do grupo A.

Ao mesmo tempo em que o Treze luta para manter este contexto, a CBF, também acionando a justiça comum, acredita que na próxima rodada o clube acreano poderá voltar à disputa, no lugar do representante paraibano.

Aí começa uma nova polêmica. Salgueiro e Icasa venceram bem a equipe de Campina Grande. Já foi dito que os jogos seriam anulados em caso de exclusão. É justo?

Confira a classificação após o empate dos pernambucanos no domingo. Ao Santa Cruz, custou o lugar no G4. O Salgueiro segue lá. Justamente com os pontos diante do Treze…

A 3ª rodada da Série C para os pernambucano:

14/07 (16h00) – Santa Cruz x Treze
14/07 (16h00) – Guarany-CE x Salgueiro

Terceirona 2012 – 1ª rodada

Classificação da Série C 2012 após 1 rodada

Iniciada no sábado, a primeira rodada do grupo A do campeonato brasileiro da Série C acabou somente na noite desta quarta-feira, com a vitória do Salgueiro sobre o Treze, pivô da confusão que deixou a chave dos pernambucanos com onze equipes.

Diante de 8.690 torcedores no Cornélio de Barros, o Carcará ganhou por 2 x 0, gols de Alemão (cabeça) e Clébson (falta). Dupla pernambucana no G4.

As rodadas do grupo A serão encerradas nas quartas-feiras, uma vez que o time de Campina Grande foi encaixado na tabela desta forma. Outro efeito colateral será o fato de um clube sempre jogar duas vezes em cada rodada, isso mesmo.

Nesta pioneira rodada isso só não aconteceu porque Rio Branco x Salgueiro foi adiado por falta de passagens aéreas até o Acre.

A 2ª rodada da Série C para os pernambucano:

08/07 (16h00) – Salgueiro x Santa Cruz

Sexta-feira Treze

Grupo A da Série C 2012

Que sirva de lição, novamente.

O embate entre Justiça Comum e Justiça Desportiva só termina em entendimento…

Não adianta ameaça de suspensão de dois anos, multa milionária ou até desfiliação por parte das entidades que regulam o futebol, como CBF e a própria Fifa (veja aqui).

Se o direito legal for executado à risca, parece não haver escapatória.

Como em 2000, quando a CBF cedeu a favor do modesto Gama, do Distrito Federal.

Naquele ano, o módulo azul da Copa do João Havelange, como foi chamada a Série A, teve 25 clubes. A decisão foi tomada após 251 dias de paralisação.

Número ímpar. Algo que não condiz com a formação de campeonatos de grande porte.

A história se repete em 2012, na Série C.

O Treze, que enfrentou todos os tribunais para fazer valer o seu direito, controvertido ou não, disputará a competição, encerrando um imbróglio de 38 dias.

E o campeonato brasileiro da terceira divisão desta temporada terá 21 clubes, com onze times no grupo A, a chave dos pernambucanos, e o dez equipes no B.

De novo, ímpar, o símbolo maior de que algo está errado.

O nome do protagonista do novo episódio so aumenta a ironia dos casos históricos.

É preciso estruturar de uma vez por todas as soluções legais do futebol brasileiro, ou então um precendente perigosíssimo estará aberto para os próximos anos…

Neste caso, o número ímpar é necessário. Basta um vetor da justiça.

Ou será preciso enumerar treze motivos? Esta sexta-feira apresentou um.

Série D 2011: Santa Cruz 0x0 Treze. Foto: Roberto Ramos/Diario de Pernambuco

A CBF pagou para ver a Terceirona

A multa diária imposta pela Justiça à CBF, de R$ 50 mil por não incluir o Treze no campeonato brasileiro da terceira divisão, pelo visto não assustou a entidade.

A Confederação Brasileira de Futebol depositou em juízo a quantia de R$ 2.488.000 para bancar a Série C sem o clube paraibano, assumindo os riscos até o julgamento.

Confira a íntegra do despacho do Superior Tribunal de Justiça Desportiva sobre o caso.

Saiba mais sobre o início da Terceirona clicando aqui.

Do tribunal para o gramado, Cobra-Coral e Carcará em ação

Série D 2011: Santa Cruz 0x0 Treze. Foto: Roberto Fernandes/Diario de Pernambuco

Durante 37 dias a Série C esteve suspensa pelo STJD.

O imbróglio jurídico, tendo o Treze como protagonista, travou a competição.

As demais torcidas, legalmente compromissadas com o campeonato brasileiro, ficaram de mãos atadas, a espera de uma solução por parte da diretoria da CBF.

Com a disputa ocorrendo em tribunais, com liminares expedidas em todos os cantos, houve uma manobra jurídica articulada para contornar a decisão favorável ao clube paraibano, que luta para ser incluído na competição, mesmo sem o acesso no campo.

Pontualmente às 15h18 desta quinta-feira, a Confederação Brasileira de Futebol publicou em seu site oficial o comunicado dando início à Série C.

Nos bastidores, os clubes já haviam sido informados sobre o provável desfecho, antecipando a logística, como viagens, hospedagem, venda de ingressos e transmissões.

E não foi diferente com os ansiosos representantes pernambucanos…

Santa Cruz x Guarany, no Arruda, no domingo, às 16h. Multidão à vista.

Rio Branco x Salgueiro, no Acre, também no domingo, às 19h30.

Após o período de preparação forçada, com jogos-treino de técnica duvidosa e irritação entre os adeptos, os pernambucanos darão início ao sonho de retornar à Série B.

Advogados ligados ao bicampeão pernambucano e ao melhor time do interior do estado saem de cena. O time de terno e gravata será substituído pelos uniformes oficiais.

Ao que parece a CBF vai bancar a multa diária de R$ 50 mil por não incluir o Treze no torneio, pois está confiante na vitória no julgamento a ser marcado.

O jogo continuará nos tribunais. Porém, agora também vai para o gramado. Enfim!

Torcida do Salgueiro. Foto: Ricardo Fernandes/Diario de Pernambuco

Duro de matar 13

Série D 2011: Santa Cruz 0x0 Treze. Foto: Roberto Ramos/Diario de Pernambuco

Suspensa pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva há 28 dias, a Série C vai se tornando em um dos capítulos mais desgastantes dos últimos tempos no país.

Tema cansativo, cheio de meandros e com uma linguagem fora do futebol.

O Santa Cruz já acumula um prejuízo superior a R$ 1,2 milhão no período.

Ao todo, são 60 clubes parados. O 61º é justamente o Treze de Campina Grande, que através de liminares na Justiça Comum vem tentando se garantir na Terceirona.

Se não conseguir, não terá direito sequer a jogar a Série D, pois não conquistou a vaga para o campeonato nacional no seu torneio estadual.

Como no Caso Gama, em 2000, o embate entre Justiça Comum e Justiça Desportiva voltou a ser o grande entrave da organização futebolística do país, cheia de acordos.

O presidente da CBF, José Maria Marin, subiu o tom contra do rebelado (veja aqui).

Irritados, os dirigentes dos demais clubes poderão acionar o clube paraibano na justiça, exigindo uma indenização por perdas e danos. Mais pressão para o Treze.

Acuado e agora sendo o único com uma ação contra a CBF, o Treze poderá sofrer uma severa punição da CBF, com a suspensão de até dois anos. E o clube não cede.

Mesmo tendo encerrado a última Série D em 5º lugar, em um torneio cujo regulamento só promoveria os quatro primeiros colocados. O tal direito se sobrepõe a todos.

Se será necessário um entendimento entre CBF, STJD e Treze ou a Confederação Brasileira de Futebol deve continuar pressionando, tentando cassar a liminar?

Aguardando a continuação da saga. Que no próximo capítulo a bola volte a rolar.

Especulando sobre o pior dos cenários nas Séries C e D

Capa do Superesportes: 01-06-2012

Tom alarmista…

E se as Séries C e D forem canceladas pela Confederação Brasileira de Futebol?

A entidade alega que economizaria até R$ 30 milhões com a decisão, baseada na interminável chuva de liminares na Justiça Comum.

Imbróglio que já adiou duas rodadas e que parece longe do fim, mesmo com a ameaçadora interferência da Fifa…

Assim, o entrave Justiça Comum x Justiça Desportiva se torna mais uma vez em um beco sem saída, como havia sido especulado pelo blog (veja aqui).

Como em 2000, há quem opte pelo caminho mais fácil, o de propor um novo campeonato. Há doze anos, o Brasileirão foi substituído pela Copa João Havelange.

Os 20 times da Série C e os 40 da Série D seriam agrupados em uma só competição. A ideia “genial” partiu da diretoria do Paysandu (veja aqui).

Folclore (ou não) à parte, vamos à pior de todas as opções…

Repetindo: E se as competições forem canceladas?

Partindo do viés pernambucano, com dois times na Terceirona, com investimentos de médio e longo prazo, e dois na 4ª divisão, com recursos injetados a curto prazo.

1) Os clubes não conseguirão as vagas para 2013. Sem campeonato, sem acesso.

2) Os times teriam que arcar com as folhas estipuladas com os contratos em vigor. Ir à justiça para buscar uma indenização até seria um caminho, bem longo.

3) Organizar torneios de última hora, apenas para movimentar os times, até poderia fazer parte do roteiro. O prejuízo, contudo, é quase certo, devido à motivação.

4) Contratos de patrocínio terão que ser renegociados, uma vez que as marcas estão atreladas, claro, à visibilidade. No caso, nenhuma.

Qual seria a sua ideia para acabar com esse impasse? Um novo torneio? Inchar a Série C e acatar todas as decisões da Justiça Comum? Congelar a estrutura até 2013?

As perguntas estão martelando a cúpula da CBF há dias…

Lições do Gama a Treze, Brasil e, sobretudo, Fifa

Davi e Golias

Sem exceção, a Fifa não aceita interferência da justiça comum nos torneios.

De acordo com a Constituição Federal do Brasil, entidades esportivas podem acionar a justiça comum após esgotadas todas as instâncias da justiça desportiva.

Uma resolução da Fifa, no entanto, veta esta atitude, sob risco de severa de punição, da eliminação de competições nacionais e internacionais à desfiliação sumária, através de ordem direta para as confederações nacionais.

Aí, começa uma antiga discussão, sobre o posicionamento da entidade que comanda o futebol. Se sobrepõe ou não à soberania brasileira?

A turma de Joseph Blatter alega que a Fifa é uma entidade internacional com regras próprias. De fato, é. Portanto, se porta à parte da legislação das 208 nações filiadas.

Assim, como encarar a suposta decisão de eliminar Treze/PB e Brasil/RS, que pleiteavam na justiça comum o direito de ingressar na Série C do Brasileiro deste ano?

É uma decisão definitiva. Pelo menos esta é a pressão orquestrada para que os dois times desistam das ações, evitando a punição gerada lá na Suíça (veja aqui).

Vale lembrar, então, um caso ocorrido há doze anos, que abalou a estrutura do país.

O modesto Gama foi rebaixado na Série A de 1999 por causa de uma decisão do STJD, que puniu o São Paulo após a escalação irregular de Sandro Hiroshi no jogo contra o Botafogo. Na ocasião, o Tricolor havia vencido por 6 x 1. Os pontos foram repassados para o time carioca, em uma leitura controversa da lei. O suficiente para salvar o Fogão.

Não foi o próprio Gama que entrou na justiça comum, mas entidades do Distrito Federal, terra do clube. Devidamente orientadas sobre o tema… A batalha foi mantida até o fim.

A primeira liminar a favor do time foi em 13 de novembro de 1999. A Fifa entrou na parada em 12 de junho de 2000, designando um dirigente da Conmebol para acompanhar o caso. Como agora, a Fifa ameaçou. Não só o Gama como a própria CBF.

Depois de muitas de idas e vindas – nas entranhas da justiça, comum e desportiva -, Clube dos 13 e CBF cederam e entraram em um acordo com o Gama em 20 de julho.

O clube candango disputou a elite nacional, encerrando um imbróglio de 251 dias.

No famoso “Caso Gama”, não houve desfiliação, nem do Gama nem da CBF.

No futebol, a soberania jurídica ainda é um mistério… No fundo, a própria Fifa concorda.

O Santa Cruz nos braços do povo

Bandeira de guerra do Santa Cruz. Crédito: Clébio Junior/divulgação

Nos braços do povo, o Santa Cruz subiu.

Após o inesquecível título pernambucano desta temporada, o Tricolor deu outro importante passo para a sua reconstrução.

Um passo gigantesco, sob o olhar de uma multidão de 60 mil pessoas no Arruda e outra ainda maior, de outras cores e uniformes, fora dele.

Esta segunda, em escala nacional, viu o verdadeiro tamanho do “Santinha”, que de diminutivo só tem mesmo o apelido.

A força pulsante de sua torcida carregou o clube a um novo degrau, ainda modesto, da D para a C. Divisões sem peso algum para a camisa coral, bem acima disso tudo.

Foram três anos imersos em uma letargia na qual poucos conseguiriam sair. Com apoio maciço, pouquíssimos. Com uma paixão cega, só o Santa Cruz, jamais abandonado.

Neste domingo, no tenso empate em 0 x 0 com o Treze, a Cobra Coral encerrou o seu capítulo mais doloroso, ensaiando de cara as primeiras palavras de um novo momento.

Nada de desilusão, desgraça, desencanto, decepção e dor.

Espaço para felicidade, vitória, euforia, emoção, conquista…

Em vez de nomes esquecidos, heróis como Tiago Cardoso, Weslley, Thiago Cunha e, sobretudo, Zé Teodoro, treinador do começo ao fim da empreitada.

Superando o histórico de gestões desastradas, a cadenciada postura de Antônio Luiz Neto, conduzindo uma massa difícil de controlar e uma falta de crédito ainda maior.

E assim, nos braços do povo, repito, o Santa Cruz subiu. E tem tudo para continuar subindo, juntando mais essa vitória.

Série D 2011: Santa Cruz 0 x 0 Treze. Foto: Ricardo Fernandes/Diario de Pernambuco

Amigão, agora é no Arruda…

Série D 2011: Treze 3 x 3 Santa Cruz. Foto: Helder Tavares/Diario de Pernambuco

Pode-se dizer, em tese, que o Santa Cruz está a um empate do acesso…

Jogará no próximo domingo por um 0 x 0, 1 x 1 ou 2 x 2…

Em caso de 3 x 3, placar pra lá de incomum no futebol, a decisão da vaga na Série C de 2012 sairá nos pênaltis.

De 4 x 4 em diante, francamente, ficará nítido que o setor defensivo não colaborou com o restante do grupo.

Obviamente, claro, uma vitória por qualquer contagem também serve. E como.

Acima, um rápido resumo do que o Santa Cruz precisa para finalmente sair do inferno da 4ª divisão nacional.

O duelo de volta das quartas de final contra o Treze será no próximo domingo, no Arruda, cuja lotação vai brigar pelo recorde da temporada (veja aqui).

Para que os cálculos apresentados neste post tivessem uma cara favorável, o povão precisou sofrer demais neste domingo.

Com apenas 23 minutos de jogo, o estádio Amigão, em Campina Grande, já tinha visto dois gols, ambos do Treze. Parecia um atropelamento… Só Jesus pra salvar.

E o time paraibano ainda chegou a fazer 3 x 1. Aos trancos e barrancos, o Tricolor buscou o empate em 3 x 3, com dois gols de Fernando Gaúcho na etapa complementar.

Que o Santinha tenha um dia “abençoado” no histórico 16 de outubro de 2011.

Série D 2011: Treze 3 x 3 Santa Cruz. Foto: Helder Tavares/Diario de Pernambuco