Arquibancada maximizada, placar minimizado

Série D 2011: Santa Cruz 1 x 0 Coruripe. Foto: Ricardo Fernandes/Diario de Pernambuco

Na arquibancada do Arruda, o novo recorde de público na Série D.

A marca anterior, do próprio do Santa Cruz, era de 42.584 pessoas. Neste domingo, o borderô foi superado, com 44.642 torcedores e uma renda de 450 mil reais.

No campo, o time lutou muito para corresponder a uma presença desse porte.

Na abertura das oitavas de final do Brasileiro, vitória sobre o Coruripe.

Porém, com a vantagem mínima, 1 x 0.

A pressão inicial, envolvendo o adversário, não resultou num placar elástico na primeira etapa, marcada pelo gol de Thiago Cunha, após boa jogada de Weslley.

No começo do 2º tempo, o zagueiro Leandro Souza precisou ser expulso para evitar o pior. Com dez jogadores em campo, o time de Zé Teodoro foi pressionado demais.

Lindoval, da equipe alagoana, cansou de articular jogadas ofensivas.

A torcida coral demonstrava impaciência no Arruda, consciente de que o Santa não fazia uma boa apresentação. Nos minutos finais, o cenário mudou, com amplo apoio.

Com uma zaga refeita, sem os “Thiagos”, o Tricolor foi pura raça para garantir a (importante) vantagem do empate no confronto de volta, no sábado.

Aquele mesmo 1 x 0 havia se tornado em um bom resultado, ainda mais com o formato da competição, a la “Copa do Brasil”, priorizando o gol como visitante.

Dentro de uma semana não vai haver uma multidão. Pelo contrário, pois o alçapão do Coruripe pode receber apenas 6 mil pessoas. Ali sim será uma verdadeira Série D…

Série D 2011: Santa Cruz 1 x 0 Coruripe. Foto: Ricardo Fernandes/Diario de Pernambuco

Acesso no menor estádio do mundo

Estádio

Regulamento da Série D do Campeonato Brasileiro de 2011.

Capítulo VI – Das disposições finais (veja aqui)

Art. 24 – As partidas do campeonato somente poderão ser jogadas em estádios que obedeçam à capacidade de público conforme se segue:

a) Sem capacidade mínimas nas três primeiras fases do campeonato.

b) Para a quarta e quinta fases (semifinais e finais) os estádios deverão ter capacidade mínima de 10.000 espectadores em lugares sentados e sistema de iluminação adequado para partidas noturnas.

Pois é. Assim, o jogo Coruripe x Santa Cruz só será transferido para o estádio Rei Pelé, em Maceió, se o clube alagoano quiser. Se ocorrer, será 100% pelo lado financeiro.

De qualquer forma, é interessante notar que um confronto valendo o acesso, nas quartas de final (3ª fase), pode ser realizado num estádio “sem capacidade mínima”.

Em tese, bastaria conseguir os laudos técnicos de um centro de treinamento bem equipado, atendendo à Lei 10.671/03 do Decreto 6.795/09, da Presidência da República, segundo o regulamento geral de competições da CBF (veja aqui).

Além disso, seria preciso bancar as taxas regulares dos jogos, como arbitragem…

Disputa pela vaga na Série C num CT?!

Isso deixa bem claro o nível da Série D… Várzea pura.

Saia dela de uma vez, Santinha!

Nada azul para o Santa Cruz

Série D 2011: Guarani 2 x 1 Santa Cruz. Foto: Fabyana Mota/ON/D.A Press

Preocupante!

O futebol apresentado pelo Santa Cruz neste domingo tirou a paciencia de muita gente.

Estreando o novo padrão azul e em busca da afirmação na Série D, o Tricolor precisava de um simples empate para se garantir na próxima fase do Brasileiro, o mata-mata.

A tarde parecia mesmo azul. Bastou 1 minutos e 50 segundos para a Cobra Coral ficar em vantagem sobre o Guarani, na segunda casa tricolor, o Almeidão, em João Pessoa.

Gol do atacante Thiago Cunha, de cabeça, no falso início de festa, ainda que em um estádio quase vazio, com apenas 2.135 testemunhas.

Porém, o futebol do campeão pernambucano foi digno de uma enxurrada de críticas.

O toque de bola não existiu. Só ligação direta. A dupla de ataque não produzia nada…

Para piorar, uma defesa com tantos buracos quanto o surrado gramado. Assim, o “Leão do Mercado” chegou várias vezes à meta do goleiro Tiago Cardoso, dominando.

O empate chegou aos 39, após falha da defesa em uma cobrança de escanteio.

No segundo tempo, mesmo com as mexidas de Zé Teodoro no ataque, a situação não mudou. Quer dizer, piorou. Com dois minutos, Thiago Cunha foi expulso por reclamação – na mais tola das expulsões. Aí, o jeito foi procurar se defender e garantir o pontinho.

Mas nem isso o Santa conseguiu. No finzinho, Cristóvão acertou uma cobrança de falta no cantinho e deu a merecida vitória ao Guarani por 2 x 1.

Preocupa uma vez que o time cearense jogou mal. Agrediu, mas só com blas rifadas. Faltava qualidade, mas de tanto chegar na área coral, uma hora conseguiu virar.

Para terminar um dia daqueles, o rival potigual e xará Santa Cruz venceu o Porto aos 48 minutos do segundo tempo. Agora, na última rodada, o Tricolor do Arruda jogará ainda mais pressionado. Pelo primeiro revés sofrido e por futebol no mínimo competitivo.

Série D 2011: Guarani 2 x 1 Santa Cruz. Foto: Fabyana Mota/ON/D.A Press

A um empate da verdadeira Série D

Série D 2011: Santa Cruz 1 x 0 Porto. Foto: Ricardo Fernandes/Diario de Pernambuco

Cada vez mais afunilado, o grupo 3 da Série D chegou à reta final.

No Arruda, diante do Porto, apenas a vitória neste domingo deixaria o Santa Cruz numa situação mais tranquila, após os tropeços nesta etapa inicial do Brasileiro.

Com uma campanha recheada de empates, ficou um clima de chuva e desconfiança entre os 27 mil tricolores no Mundão.

O ar de apreensão parecia tomar conta da arquibancada, refletindo diretamente no campo, com o time jogando a primeira partida sem o capitão do título pernambucano.

Após meia hora de jogo, parte da torcida perdeu de vez a paciência. O Santa não conseguia articular jogadas em profundidade.

Diante do Porto, os comandados de Zé Teodoro não conseguiu sequer propor o jogo, aceitando de forma passiva a marcação do adversário caruaruense.

No intervalo, os atacantes Thiago Cunha e Flávio Caça-Rato até discutiram no gramado, sendo acalmados pelo volante Jeovânio. O papo se estendeu no vestiário.

No ataque, entrou o jovem Jefferson Maranhão, de apenas 18 anos. Com personalidade, o jogador marcou o gol do alívio coral, aos 14 minutos do segundo tempo.

Destaque também para Bismarck, surpreendendo no toque de bola. Superior tecnicamente, o Santa Cruz segurou a vitória por 1 x 0 e eliminou o Porto. Foi difícil!

É pouco para quem parecia pronto para passear no Brasileiro. No entanto, essa fase truncada certamente está servindo de aprendizado para o grupo, visivelmente tenso.

Ainda assim, o Santa é agora o único invicto entre os 100 clubes das quatro divisões.

No próximo domingo, em sua segunda “casa”, em João Pessoa, o Santinha irá enfrentar o Guarani necessitando de apenas um empate para avançar para o mata-mata.

Aí, sim, começará de vez a 4ª divisão nacional, sem espaço algum para os erros…

Série D 2011: Santa Cruz 1 x 0 Porto. Foto: Ricardo Fernandes/Diario de Pernambuco

Quando uma negociação vira ressentimento

Macaco

Mais que o epílogo sobre a saída do capitão do Santa Cruz, Thiago Matias, vale uma observação na condução do processo, um tanto quanto apressado de todos os lados.

Zagueiro de 1,90m, artilheiro, líder e campeão estadual.

Seria natural esperar uma valorização em atleta assim, ainda com 28 anos.

Pois foi o que ocorreu de forma natural com o então xerife coral, após o Estadual. Ele acabou negociando uma vantajosa renovação de contrato até 2014.

Mas isso se estendeu a outros clubes, de divisões superiores. Não pode ser visto como algo do outro mundo uma proposta melhor do Ceará, com 100% de aumento, chegando a R$ 50 mil. O time alencarino está três séries nacionais acima do Tricolor.

Mas o que surpreendeu mesmo foi o rastro de decisões dentro do Arruda.

Jogador – Recebe uma proposta – longe de uma assinatura de fato – e já se nega a treinar com o grupo. Repensa a decisão e sai para dar uma volta no gramado, só para ouvir xingamentos. Depois, é revelado o pedido de novo aumento, o segundo este ano.

Diretor – Declara para a imprensa logo depois que mesmo que a negociação com  Ceará não seja concretizada, vejam só, o atleta não jogará mais no clube. Fechou as portas.

Técnico – Argumenta que o zagueiro está sem clima no elenco e que ele também recebera propostas (9), mas ficou – o que não significa que não tenha reajustado.

Tudo isso em uma tarde… Nada mais. Bastidores fervendo.

A proposta alheia pode não vingar, o aumento pode não ocorrer, nem lá nem cá, uma vez que há um contrato em vigor e o jogador pode recuar.

Nota-se que o presidente tricolor Antônio Luiz Neto ainda não se pronunciou de forma oficial. Conciliador, o mandatário pode costurar um acordo envolvendo as partes.

Se não for possível, que ocorra uma transação natural no futebol.

Que se pague a multa rescisória. Estranho mesmo é tanto ressentimento em um dia.

Uma defesa sem defesa

Série B 2011: Portuguesa 4 x 0 Náutico. Foto: Fernando SO, Portuguesa/divulgação

Foram 20 dias treinando para o início do Campeonato Brasileiro da Série B.

A reformulação no comando do Náutico foi imediata. Após a eliminação no Estadual, com a demissão de Roberto Fernandes, Waldemar Lemos foi anunciado no dia seguinte.

Sereno, de voz baixa e no estilo família. Longe do perfil enérgico.

Sem muito alarde, ele foi fazendo as modificações na equipe timbu. Algumas improvisações e mudanças com uma ótica realmente diferente do técnico anterior.

Um erro, detectado por torcedores e jornalistas no período, foi, justamente, a manutenção da defesa, sem peças de qualidade e de desempenho comprometedor.

No Pernambucano, enquanto o setor ofensivo se destacava, a defesa destoava. Sofreu 30 gols em 24 jogos, com falhas de todos os tipos, de zagueiros e goleiros.

Neste sábado, em um Canindé vazio, o Alvirrubro foi goleado. Gols ridículos, mostrando toda a apatia da equipe e do técnico, que minimizou o revés. Portuguesa 4 x 0.

É claro que foi apenas um jogo. Um acidente de percurso? Quem sabe. Mas reforços são necessários, óbvio. Reforços para a defesa já é uma questão de sobrevivência…

Como disse Zé Teodoro, campeão pernambucano de 2011 e sondado pelo Timbu:

“Ataque ganha jogo, defesa ganha campeonato.”

Série B 2011: Portuguesa 4 x 0 Náutico. Foto: Fernando SO, Portuguesa/divulgação

O epílogo será escrito no Arruda

Pernambucano 2011: Santa Cruz 3 x 1 Porto. Foto: Ricardo Fernandes/Diario de Pernambuco

Cinco anos se passaram desde o dia 9 de abril de 2006.

Aquele domingo marcou a última decisão de campeonato com o Santa Cruz em campo. O Tricolor até venceu o rival rubro-negro, mas acabou com o vice nos pênaltis.

Desde então, ladeira abaixo, com fracassos, rebaixamentos nacionais e tristeza.

Esse hiato acabou, de forma incontestável. Com brilho!

Na semifinal deste já inesquecível Estadual, atropelamento em Caruaru e no Recife.

Como aconteceu no primeiro jogo, o Tricolor liquidou o confronto contra o Porto logo nos primeiros minutos, a 150 km/h. Volume de jogo de alta competitividade.

Neste sábado, no Arruda, a Cobral Coral já vencia por 3 x 0 com apenas 13 minutos!

O meia Weslley em cobrança de falta, Leandro Souza de cabeça, após escanteio cobrado pelo mesmo meia Weslley, e depois com o outro beque tricolor, Thiago Mathias.

O artilheiro Paulista ainda descontou, deixando o placar em 3 x 1. Com o triunfo diante de 32 mil pessoas, o Tricolor garantiu algo maior neste ano de renascimento…

Chegou a 51 pontos, com a melhor campanha geral, tendo 16 vitórias em 24 jogos, e garantiu o direito de decidir o título no Arruda.

No jogo ida, em 8 de maio, na Ilha do Retiro ou Aflitos.

No dia 15 de maio de 2011, a finalíssima nas Repúblicas Independentes do Arruda.

Certamente, uma multidão de 60 mil pessoas a caminho do desfecho do campeonato mais tenso da história do futebol pernambucano.

Resta saber se outro hiato será quebrado. Aquele que vem desde 31 de março de 2005, quando um certo de time de três cores deu a volta olímpica em Petrolina…

Pernambucano 2011: Santa Cruz 3 x 1 Porto. Foto: Ricardo Fernandes/Diario de Pernambuco

Espírito de Libertadores

Zé Teodoro, técnico do Santa Cruz. Foto: Ricardo Fernandes/Diario de Pernambuco

“Pessoal, vamos marcar. É semifinal de Libertadores!”.

Frase dita pelo técnico Zé Teodoro nos primeiros minutos do treino do Santa Cruz, no estádio Ademir Cunha, nesta terça-feira.

É claro que a orientação, aos gritos, chamou a atenção de todos.

No fim, a explicação do comandante coral:

“É preciso mudar a característica. É preciso se impor, ter atitude, prestar mais atenção nos detalges, como uma bola parada, que pode nos dar gols fora de casa, tão importante a partir de agora.”

“Quando estiver sem a bola, tem que apertar mesmo a marcação.  Numa semifinal você tem que mudar um pouco o comportamento. Em decisões é preciso agredir.”

De fato, uma semifinal.

O Tricolor está mesmo encarando os hermanos do Porto com seriedade.

Última luz dos negócios no Limeirão

Pernambucano 2011: Ypiranga 0x0 Santa Cruz. Foto: Ricardo Fernandes/Diario de Pernambuco

Jogo morninho morninho…

Era um domingo de tranquilidade. Teve até gente tirando um cochilo nas acanhadas arquibancadas do estádio Limeirão.

A calmaria no cimento e no campo não refletiam a situação do time da casa, desesperado para fugir do rebaixamento no Estadual.

Para se ter uma ideia, a premiação da diretoria para esta meta, de R$ 100 mil, foi equivalente a um mês extra de salário no Ypiranga!

No Santa Cruz, uma mala de branca de R$ 50 mil, oferecida pelo não menos desesperado América.

Mas houve a reviravolta daquelas. A cara deste Pernambucano.

Aos 39 minutos do segundo tempo, apagão… Três torres de refletores sem luz.

A ação repetiu o papelão da primeira rodada, em Salgueiro.

Mas o pior, para o Ypiranga, aconteceu, com a vitória do Alviverde da Estrada do Arraial no último lance do jogo no Chapadão do Araripe.

Coincidentemente, dois minutos depois a energia voltou no Limeirão.

O jogo seguiu, com direito a quatro minutosn de acréscimo.

Pois chegou ao fim, no apagar das luzes, literalmente às 18h34, com um 0 x 0.

O Ypiranga caiu… Os jogadores perderam R$ 100 mil.

Os tricolores acabaram em 2º lugar e voltam ao Arruda com R$ 50 mil na carteira.

E ainda falam que a feira de negócios em Santa Cruz não funciona aos domingos…

Pernambucano 2011: Ypiranga 0x0 Santa Cruz. Foto: Ricardo Fernandes/Diario de Pernambuco

Antítese tricolor. Lanterna 2 x 1

Pernambucano 2011: Santa Cruz 1 x 2 Vitória. Foto: Edvaldo Rodrigues/Diario de Pernambuco

Em campo, um Santa Cruz com 9 reservas neste domingo.

Todo mundo, de destaque, foi poupado pelo técnico Zé Teodoro.

Titulares? Apenas Natan e Gilberto, este ainda em busca da artilharia.

O comandante coral aproveitou a classificação assegurada à semifinal do Estadual e à Série D para testar os suplentes diante da ameaçadíssima Acadêmica Vitória.

Mas com tantas mudanças assim foi difícil fazer um teste de fato, resultando em poucas jogadas concatenadas e um ataque batendo cabeça.

O meia Mário Lúcio até marcou o seu primeiro gol com a camisa coral, logo no começo, mas o visitante, lanterninha, precisou jogar só um pouquinho para empatar.

Depois disso, um irritante ritmo de treino, tirando a paciência até mesmo dos mais fervorosos tricolores no Arruda, diante do insosso empate.

Enquanto isso, a chuva voltava a castigar o Recife.

Já no finzinho, o susto. Bob fez também “castigou” os 12 mil torcedores presentes e marcou, com categoria, o gol da vitória das Tabocas: 2 x 1.

Ajudado pelo incompreensível Náutico, o Santa se mantém na liderança, agora isolada.

Com o desenho da semifinal em andamento e a possibilidade de um Clássico das Multidões logo de cara, o primeiro lugar é mesmo a meta no próximo domingo?

Comente, torcedor tricolor…

Pernambucano 2011: Santa Cruz 1 x 2 Vitória. Foto: Edvaldo Rodrigues/Diario de Pernambuco