Foto: João Velozo/ Esp. DP.

Em busca de segurança, Amanda deixou o emprego para se dedicar aos estudos com objetivo de passar em um concurso – Foto: João Velozo/ Esp. DP.

Sonho da estabilidade

Brasileiros investem na oportunidade no funcionalismo em várias esferas para assegurar trabalho

O fechamento de vagas nas empresas privadas e a sonhada estabilidade no trabalho empurram cada vez mais os brasileiros para o concurso. Tanto, que muita gente abre mão da carreira para investir nos estudos em busca de um cargo público. É o caso de Amanda Almeida, administradora e ex-gerente comercial, que há dois meses saiu do trabalho para se tornar concurseira.

A escolha foi definida por causa da busca pela estabilidade profissional. “Está muito difícil conseguir segurança no mercado de  trabalho. Eu fui vendo que já estava na hora de começar a buscar essa segurança para investir em coisas que eu queria para a minha vida”, conta a administradora.

No antigo trabalho, Amanda buscava encontrar o melhor tipo de curso para os estudantes. Hoje, na condição de aluna, a opção escolhida foi o curso online, através de videoaulas por causa da liberdade que ele proporciona. “Eu tenho mais autonomia com o curso online. Consigo escolher meu horário de estudo e adaptar de acordo com as outras atividades que surgem”, explica.

Além da flexibilidade de horário, a concurseira ressalta que consegue economizar mais dinheiro usando esse método de estudo, já que evita gasto com alimentação na rua e transporte para o local do cursinho.  Porém, estudar em casa exige disciplina e pode não ser uma boa opção para quem tem dificuldade de ser disciplinado. “Encaro o estudo como um trabalho, porque parei de trabalhar para estudar. Minha jornada é de oito horas por dia, com uma hora de almoço entre elas para dar uma pausa”, afirma Amanda.

Foto: João Velozo/ Esp. DP.

Foto: João Velozo/ Esp. DP.

Depois de um período considerado restrito para os concursos públicos, Marco Antônio Araújo, presidente da Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos (Anpac), afirma que não houve de fato restrições. Segundo ele, investir em conseguir uma vaga pública traz muitas vantagens. Além da estabilidade e de salários considerados muito bons, o concurseiro não precisa ter experiência profissional para assumir a função e é um dos meios mais justos para conseguir um emprego: os mais preparados conseguem vaga.

Escolher o tipo certo de concurso também pode ser um fator determinante para alcançar o objetivo. O nível de preparo e a concorrência podem indicar a necessidade de criar estratégias. Um que tem se mostrado positiva é a chamada de “carreira trampolim”, onde o candidato faz um concurso menor para conseguir estabilidade e dinheiro para se preparar para concursos considerados de maior porte.

Para quem nunca estudou para concurso e está começando do zero, o primeiro passo é identificar a carreira que quer seguir. “O candidato precisa descobrir sua vocação. O salário é importante, mas o principal é que ele saiba primeiro o que gosta de fazer”, explica Araújo. Em seguida, o edital deve ser a principal fonte, a base para saber onde focar na preparação. Caso as regras da seleção ainda não tenham sido liberadas, é indicado que o concurseiro olhe o edital do ano anterior. “Depois que o edital sai, já consideramos reta final. É tempo de revisar os conteúdos que vão cair nas provas”, acrescenta.

O tempo médio de preparação para conseguir passar em um concurso público é de dois anos a dois anos e meio. Se o interessado está longe dos estudos há muito tempo, um cursinho preparatório pode ser uma boa opção para nivelar os conhecimentos. Além disso, o candidato deve procurar absorver a teoria e fixá-la através da prática, com a resolução de exercícios.

Tempo médio de preparação para quem deseja passar em um concurso público vai de dois anos a 2,5 anos.

Concursos federais previstos