Movimento contra aumento de passagens

Ainda não há nada definido oficialmente sobre um aumento das passagens de ônibus para a Região Metropolitana do Recife, mas já há movimentação nas redes sociais em protesto contra um possível reajuste. A mobilização está prevendo, inclusive, um “boicote” aos ônibus no dia 30 de janeiro. A preocupação está levando em conta a lógica do reajuste ocorrido em janeiro do ano passado que se baseou no Índice de Preço ao Consumidor (IPCA). Na ocasião, a tarifa passou de R$ 1,85, no anel A, para R$ 2,00.

Na mesma proporção, se for calculado o IPCA de 6,5% para as tarifas atuais, o aumento passaria de R$ 2,00 para R$ 2,15, no anel A, e de R$ 3,10 para R$ 3,30 no anel B. Até então, o Recife vem se mantendo entre as capitais brasileiras com menores tarifas. Procurada pelo Diario, a empresa Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano informou que não irá se pronunciar sobre reajuste das tarifas antes da oficialização.

Os protestos que se multiplicam nas redes sociais chamam atenção também para a falta de qualidade do transporte público. As maiores reclamações são referentes à superlotação, nos horários de pico, e à demora nos intervalos das viagens. Uma das linhas consideradas mais críticas é Barro/Macaxeira. Conseguir um lugar dentro do ônibus exige um esforço grande dos usuários. A passageira Marlene da Conceiçao, 23 anos, afirma: “Não vou pagar mais de R$ 2,00 por por um transporte que tem passageiros pendurados nas janelas”.

Protestos

Os aumentos das passagens tradicionalmente são seguidos de protestos principalmente dos movimentos estudantis. Em geral, as manifestações ocorrem após o anúncio dos reajustes. No ano passado, a mobilização parou o trânsito e provocou tumulto quando um grupo de estudantes resolveu interditar a Agamenon Magalhães formando um cordão humano. Um motorista tentou furar o bloqueio e atingiu dois estudantes. O carro só parou quando foi cercado pela polícia.

Os estudantes decidiram ir às ruas depois que o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) deu parecer favorável ao Grande Recife Consórcio de Trânsito, arquivando o procedimento administrativo que analisou o reajuste em 8,66% das passagens de ônibus do Recife e Região Metropolitana.

2 Replies to “Movimento contra aumento de passagens”

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  2. Esse é o tipo de briga que ou se perde muitou ou pouco, enfim sai perdendo algo.

    Aumento de salário mínimo e custos pela renovação da frota mais índice que serve de base para ajuste são fatores que, dificilmente, permitem a manutenção do valor atual praticado.

    Ainda diria que a situação em termos de preço de passagem pode piorar e as vantagens não serem tantas assim, pois o país crescendo sem o controle ideal da infração, o IPCA sobre e com a proximidade das Copas por aqui, novos ônibus supostamente melhores para os corredores em reforma não serão baratinhos, então o preço vai continuar subindo.
    Agora, se o governador estimular revisão dos tributos pagos no sistema, talvez melhorias venham sem que o preço suba.
    Só recordo que ainda pagamos uma das passagens mais em conta do país. Mesmo que o aumento seja pequena, medidas para evitar maiores gastos com passagens seria a entrega mais rápida dos TIs revisando o trajeto dos ônibus para ganhar tempo. Isso evita que continue pagando várias passagens e se perca muito tempo nos coletivos, pois só construir TIs e não garantir agilidade não adianta já que se perde tempo nas trocas de ônibus e outros meios de locomoção.