Parceria para implantar ciclovias em Casa Amarela

A Pastoral da Saúde e o Escritório de Arquitetura Cesar Barros vão firmar uma parceria institucional com o objetivo de viabilizar ações sustentáveis dentro do Projeto Piloto “Comunidade Saudável e Sustentável”, tendo como foco as ciclovias. O projeto foi lançado no último dia 22 de março, por Dom Fernando Saburido, bispo de referência no Regional Nordeste 2 da CNBB para a Pastoral da Saúde.

A proposta da parceria terá como objeto o Plano Cicloviário para implantação das ciclofrescas (ciclovias sombreadas) no bairro de Casa Amarela, Zona Norte do Recife. A ideia é implantar ações integradas de ordenamento urbano. A parceria faz parte do primeiro desafio do projeto: articulação social e política no bairro de Casa Amarela(Recife/PE) para ter 100% das principais ruas com ciclovias unidirecionais ou bidirecionais até 2014 (ano da copa).

O Escritório de Arquitetura Cesar Barros é sediado na capital pernambucana e divulgou recentemente a proposta das ciclofrescas que são ciclovias sombreadas de baixo custo para o Poder Público. A parceria é dividida em fases que contemplam entre outros itens a caracterização e sistematização das informações sobre a realidade local e a modelagem urbana. Até o final de junho será apresentado um documento propositivo, apontando os instrumentos possíveis para sua viabilidade com participação social.

Para Cesar Barros, “fazer o Plano Cicloviário para o bairro de Casa Amarela para implantação das ciclofrescas é uma oportunidade de vermos na prática uma idéia simples, mas que pode revolucionar a qualidade do trânsito do Recife.” O arquiteto prevê que apesar de ser um caso pontual poderá se replicar com facilidade em outros bairros da cidade. E afirma: “Isto possibilita que tenhamos em breve, toda a cidade ciclável, e um ambiente urbano com melhor conforto ambiental”.

Segundo Vandson Holanda, Coordenador Regional da Pastoral da Saúde, “são urgentes iniciativas da sociedade civil organizada para se construir referências positivas para a saúde da população e do meio-ambiente. E que esses exemplos possam ser copiados livremente noutros lugares para o bem da própria sociedade”. Os primeiros resultados da parceria serão apresentados no V Congresso Regional de Humanização e Pastoral da Saúde em junho próximo na cidade de Igarassu/PE para representantes de diversas cidades dos estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte.

 

Fonte: Portal da Pastoral da Saúde

Usuários de ônibus sem informações

Diario de Pernambuco

Por Tânia Passos

Informação é uma ferramenta fundamental na mobilidade. Saber, por exemplo, qual ônibus pegar para chegar a um determinado lugar, em tese, seria básico. Mas na prática é uma verdadeira ginástica.

Não por acaso, cerca de 85% das viagens de ônibus ao centro do Recife, segundo a última atualização do Plano Diretor de Transporte Urbano (PDTU), em 2008, não têm como destino o Centro. Os usuários vão ao local para fazer o transbordo porque sabem que lá vão encontrar linhas para qualquer lugar da região metropolitana.

Reduzir a demanda do centro e o tempo gasto pelo usuário é um dos desafios do Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano. E antes de entrarmos no mérito das tecnologias disponíveis, mas ainda não acessíveis, vale ressaltar que a velha e boa escrita já faria uma grande diferença. A maioria das 6.238 paradas cadastradas nos 14 municípios da RMR não dispõe de nenhuma informação das linhas que passam por elas.

Os itinerários do nosso sistema de transporte público são conhecidos por quem é acostumado a fazer o mesmo trajeto todos os dias e teve que decorar. No entanto, podem se transformar numa verdadeira incógnita para quem muda de itinerário ou faz determinado percurso pela primeira vez. “A grande massa transportada é formada pelos trabalhadores e estudantes. Para quem é de fora ou não conhece o itinerário, a estratégia será melhorar a comunicação”, afirmou a diretora de operações do Grande Recife, Taciana Ferreira.

Na Conde da Boa Vista, encontramos a aposentada Maria Madalena de Araújo, 63, que saiu do Pina com destino a Casa Amarela e desceu do ônibus no Centro para mudar de condução. “Não saberia outro jeito de chegar até lá”, afirmou.

Problema cultural

O consultor em transporte público e especialista em mobilidade urbana Germano Travassos lembra que a cultura das linhas voltadas para a região central é uma característica comum das cidades. “O primeiro anseio das pessoas é a ligação com o centro, que é a primeira nucleação. Com o crescimento surgem outras áreas polinucleadas, mas a configuração original permanece. E não é fácil mudar de uma hora para outra ”, explicou Travassos.

De acordo com a diretora de Operações do Grande Recife, a inversão da lógica do fluxo para o Centro só deverá ocorrer com o funcionamento dos 23 terminais do Sistema Estrutural Integrado (SEI). “Hoje, 60% das linhas são complementares e 40% do SEI. Nós queremos inverter isso e a demanda para o Centro será reduzida”, afirmou.

A demanda e a redução no tempo de viagem é um dos aspectos. O outro, igualmente importante, é a qualidade da informação disponível para o usuário, que tanto pode optar pelo SEI como para uma das linhas complementares, de acordo com o seu destino. “Nós não dispomos ainda de um roteirizador que poderá fornecer as informações ao usuário das linhas e os horários”, afirmou.

Saiba mais

Os números do transporte público da RMR

6.238paradas de ônibus estão cadastradas na RMR

390linhas de ônibus operam na RMR

3 milônibus circulam na RMR

14municípios integram a RMR

2,1 milhõesde passageiros são transportados por dia

900 mil passageiros são transportados pelo SEI

Fonte: Grande Recife