Cidades brasileiras já usam GPS e conexões 3G para monitorar o sistema de transporte público

 

Cidades como São Paulo, Curitiba e Vitória já desfrutam das facilidades e os passageiros podem consultar os horários de ônibus online. Na capital pernambucana os ônibus já dispõem de GPS, mas o sistema de monitoramento foi suspenso e uma nova licitação será feita. A previsão dos passageiros acompanharem o horários dos ônibus na Região Metropolitana do Recife só em 2013.

Quem depende do transporte público para se locomover pela cidade sabe que nem sempre a tabela de horários é cumprida pelos motoristas de ônibus. Às vezes, os veículos já começam o itinerário atrasados e, na maioria dos casos, o trânsito é o grande vilão da história. Inspiradas pelo problema, algumas cidades brasileiras já tentam minimizar os contratempos para o pessoal que usa o sistema.

A solução encontrada pelas prefeituras é o rastreamento de cada veículo através de dispositivos GPS. Em Curitiba, São Paulo, Vitória, Belo Horizonte e algumas outras cidades, a tecnologia já foi ou está sendo testada e pretende informar aos passageiros quanto tempo ele vai precisar esperar até o embarque. Mas, e como essa coisa toda funciona?

São Paulo
Cada cidade possui um sistema único. Em São Paulo, onde o transporte por ônibus presta serviço a 6 milhões de pessoas diariamente, as linhas são rastreadas e o passageiro pode ver na internet o exato local onde o veículo se encontra.

Dessa forma, os paulistanos podem se programar antes mesmo de sair de casa e não perder tempo esperando no ponto. Quem preferir também pode rastear o seu ônibus pelo celular. Na loja de aplicativos para smartphones Android, é possível encontrar alguns títulos com a mesma função.

O sistema começou a funcionar oficialmente no final de março deste ano, e todos os 15 mil veículos que operam em São Paulo já estão sendo monitorados. No entanto, o site Olho Vivo ainda não disponibiliza para os passageiros as informações de todas as linhas da cidade. Para a estudante Gabriela Alves, a novidade é muito útil porém pouco divulgada. “Esse sistema só funciona na internet e pouca gente sabe que existe. Para deixar o acesso mais fácil, tinha que ter um aplicativo oficial para celular”, sugere.

Fazendo um contraponto ao número limitado de linhas cobertas pelo serviço, Gabriela afirma que o Olho Vivo não falhou nas vezes em que ela precisou utilizar o site. “Nas poucas vezes que eu usei, ele foi bem preciso”, revela.

Curitiba
Na maior cidade do sul do país, além do rastreamento por GPS, os veículos da frota curitibana também contam com conexão com a internet através da rede 3G. Uma central de informações processa os dados e mostra o tempo para chegada dos ônibus através de painéis de LCD ou letreiros luminosos próximos os pontos de parada.

O sistema está em teste em dois terminais de ônibus da cidade e, por enquanto, monitora uma linha de grande fluxo e três com pouca circulação. De acordo com a URBS (empresa que administra o transporte na cidade), até o início do ano que vem os 22 terminais de Curitiba vão ganhar quase 700 painéis luminosos. As estações-tubo também vão receber os equipamentos.

Nos veículos, estão sendo instalados pequenos computadores equipados com Linux e adaptadores GPS/3G da Ericson. Com isso, o motorista pode obter informações da rota e caminhos alternativos em casos de lentidão. Na fase de testes, o sistema está utilizando os serviços de internet da operadora Vivo.

Além disso, a cidade também está testando um sistema de monitoramento interno por câmeras nos veículos e nos terminais. Nos novos biarticulados da cidade, com cerca de 30 metros de comprimento, o problema da pouca visibilidade das últimas portas para o motorista vai ser sanado com esses equipamentos. O condutor vai poder enxergar quem está saindo e entrando no veículo e, provavelmente, as mochilas de mais ninguém vão ficar passeando do lado de fora do ônibus.

Belo Horizonte e Vitória
A capital mineira começou a testar o sistema de rastreamento por GPS no transporte coletivo em 2009. No entanto, somente no ano passado a cidade resolveu retomar a instalação dos equipamentos. Por lá, estão sendo instalados totens que informam o tempo para a chegada do ônibus em vários pontos da região central da cidade. O sistema é similar ao de Curitiba, mas pretende disponibilizar os equipamentos na rua, enquanto na capital paranaense os painéis estarão nos terminais ao lado de cada parada de ônibus.

Em Vitória, são 63 linhas monitoradas e a forma de consulta é via internet. Assim como em São Paulo, o passageiro deve visitar o Ponto Vitória e escolher no mapa o ponto de ônibus que deseja consultar. Porém, na capital do Espírito Santo, a comunicação dos veículos com a central de dados pode ter intervalos de até 20 minutos. Dessa forma, algum local congestionado pode deixar a previsão bastante deturpada.

Outras cidades do país também entraram na onda do GPS e estão monitorando suas frotas. No entanto, na maioria delas o sistema apenas serve de referência para que os condutores não atrasem a viagem. Nestes casos, as informações ainda não são repassadas para os passageiros. Se você utiliza o sistema de transporte público de uma dessas cidades, nos conte como anda a qualidade dos serviços de informações e se eles realmente funcionam como prometido.

Fonte: Tecmundo (Via Portal do Trânsito)

IPI zero é a nova cartada do governo

 

 

A indústria automobilística nacional está em desaceleração. E como o freio no consumo não combina com a nova política de juros baixos e crédito farto encampada pelo governo Dilma Rousseff, o Ministério da Fazenda tratou de anunciar uma nova ofensiva para reverter a apatia deste mercado: zerou o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros de mil cilindradas. A medida, válida até o dia 31 de agosto para montadoras que integram o regime automotivo, também reduz pela metade – de 13% para 6,5% – o imposto sobre automóveis a gasolina de até 2 mil cilindradas. Os utilitários tiveram o tributo reduzido de 4% para 1%.

O anúncio feito ontem à noite pelo titular da pasta, Guido Mantega, ocorre dez dias após a primeira “tacada” para tirar a indústria do sufoco, com a queda de juros para os financiamentos de automóveis em cerca de 800 concessionárias de todo o país. O programa, lançado pela Caixa Econômica Federal e o Banco PanAmericano no dia 11 deste mês, baixou a taxa mínima de juro no empréstimo dos bancos para financiamento de veículos para 0,97% ao mês, com prazo de pagamento de até 60 meses e financiamento de 70% do valor do veículo.

Mas a estratégia dos bancos mostrou-se insuficiente para reverter uma queda que, somente no primeiro trimestre, impactou em vendas 13,27% menores na Região Metropolitana do Recife, segundo dados da Federação do Comércio de Pernambuco (Fecomércio-PE).

De acordo com o novo pacote, o preço do automóvel popular novo vai cair até 10% com os descontos que as montadoras devem dar. Sobre o preço de tabela, o valor cairá 2,5% para carros de mil cilindradas, 1,5% entre mil e 2 mil, e 1% para utilitários. As empresas vão manter os empregos e prometeram fazer promoções.

Para as montadoras do Mercosul e México, o IPI de carros populares até mil cilindradas será reduzido de 37% para 30%, de 41% para 36,5% no caso dos carros flex de mil a 2 mil cilindradas e de 46%para 36,5% nos movidos a gasolina. Já os utilitários importados terão alíquota reduzida de 34% para 31%.

“Estamos diante do agravamento da crise internacional, e isto está trazendo problemas aos emergentes. Exige esforços redobrados para manter a taxa de crescimento em um patamar razoável”, explicou Mantega durante a coletiva. “As medidas anunciadas, sem dúvida, atendem à demanda do setor”, completou o presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini. Dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) contabilizam 244.853 unidades vendidas em abril, 13,8% a menos que em março.

O ministro também anunciou que o governo vai liberar parte do compulsório dos bancos para a compra de veículos, o que elevará a oferta de crédito. Ainda baixou de 2,5% para 1,5% o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) das pessoas físicas e cortou os juros do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico para compra de máquinas e equipamentos. (Com informações do Estado de Minas )

Fonte: Diario de Pernambuco

Projeto quer isentar mototaxistas e motoboys do IPI

 

A Câmara analisa o Projeto de Lei 3171/12, do deputado Laercio Oliveira (PR-SE), que estende a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) às motocicletas de fabricação nacional, com até 125 cilindradas de potência e movidas a combustíveis de origem renovável.

Segundo a proposta, poderão se beneficiar da isenção, na compra desses veículos, cooperativas e motociclistas profissionais que utilizem moto própria para transportar passageiros, cargas e mercadorias.

Deficientes
Se aprovada, a medida também se aplicará à compra de veículos adaptados para pessoas com deficiência física que exerçam essas mesmas atividades. Em qualquer caso, a isenção só poderá ser utilizada uma vez a cada dois anos.

O projeto acrescenta as novas regras à Lei de Isenção do IPI (Lei 8.989/95). “A medida tem o objetivo de gerar mais empregos e facilitar a aquisição de um bem essencial ao trabalho desses profissionais”, observa Laercio Oliveira.

Tramitação
O projeto está apensado ao PL 5773/09, do Senado, que trata de tema semelhante e tem prioridade. Os dois projetos e vários outros que tramitam em conjunto serão analisados em caráter conclusivo pelas comissões de Finanças e Tributação (inclusive no mérito); e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

 

Fonte: Agência Câmara

Desrespeito ao ciclista e falta de bicicletários desestimulam uso de bicicletas

 

 

A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio 20), marcada para o mês que vem, no Rio de Janeiro, terá como um dos temas em debate o incentivo ao uso da bicicleta. Além de bicicletários, os organizadores da conferência prometem disponibilizar bicicletas para os participantes circularem entre os locais do evento.

Mesmo antes da conferência, o município do Rio de Janeiro já tinha decidido fazer da bicicleta um dos principais meios de transporte da cidade. Em quatro anos, a prefeitura ampliou em 120 quilômetros (km) a rede de ciclovias e ciclofaixas do município que, de 150 km em 2008, já soma 270 km.

A meta é ampliar para 300 km até o fim do ano e, até 2016, ano das Olimpíadas no Rio, chegar a 450 km. Para José Lobo, presidente da organização não governamental (ONG) Transporte Ativo, que estimula o uso de bicicletas na cidade, números ainda longe do ideal.

Ele destaca, no entanto, que o tamanho da malha cicloviária não está entre os maiores desafios para quem opta pela bicicleta como meio de transporte no Rio de Janeiro. Segundo Lobo, um dos principais problemas enfrentados pelos ciclistas é o desrespeito dos motoristas.

“Capitais como Amsterdã [na Holanda] e Copenhague [na Dinamarca], onde o uso da bicicleta é gigantesco, não têm uma malha muito maior do que a nossa. O que acontece lá é que os motoristas são educados. Todas as ruas e pessoas estão preparadas para lidar com o ciclista, então, você pode circular na cidade inteira com segurança, independentemente de ter uma estrutura segregada [para o ciclista]”, disse Lobo.

Segundo ele, a conscientização dos motoristas é fundamental porque, em determinados lugares, não há como instalar ciclovias. Nessas áreas, os ciclistas precisam dividir espaço com carros e ônibus. “A gente nunca vai conseguir ter ciclovias na cidade inteira. As pessoas precisam saber que aquela bicicleta que está no trânsito não está atrapalhando, mas ajudando o trânsito a fluir melhor”.

Outro problema citado é a falta de estacionamentos específicos para bicicletas, os chamados bicicletários. Ele explica que esses serviços são fundamentais para que as pessoas passem a usar mais a bicicleta como meio de transporte e, também, para facilitar a integração com ônibus, trens, barcas e metrôs. “A bicicleta é um grande veículo de bairro, para distâncias de 3 a 5 quilômetros. Por isso, é importante estar integrada ao transporte público. Eu posso pedalar até o metrô ou o terminal de ônibus, mas, muitas vezes, não tenho onde guardar a bicicleta. Uma legislação do ano passado liberou os ciclistas para prender as bicicletas nos postes, mas não é a mesma coisa”, disse.

Segundo o subsecretário municipal do Meio Ambiente do Rio, Altamirando Moraes, há mais de 3 mil bicicletários públicos (nos quais é possível estacionar pelo menos duas bicicletas por vez) na cidade. Até a Copa do Mundo de 2014, a proposta é instalar mais mil.

Ele explica que a prefeitura também facilitou o processo para que o comércio instale bicicletários nas calçadas. Basta solicitar a instalação, por e-mail, para a Secretaria de Meio Ambiente. Moraes informou ainda que a prefeitura instalou bicicletários em diversas estações de trem e metrô da cidade.

Da Agência Brasil

O que falta na nossa engenharia de tráfego?

Coluna Mobilidade Urbana – publicada no Diario de Pernambuco no dia 21.05.12

Por Tânia Passos

A operacionalização do trânsito do Recife não é e nunca será uma tarefa fácil. Exige complexidade não apenas na estrutura humana, mas também em relação a tecnologia disponível. Muito se diz sobre a ausência de agentes de trânsito, mas temos hoje um efetivo de 600 agentes, muito acima de muitas capitais do Nordeste e, proporcionalmente, somos superior ao efetivo da maior metrópole do país. O que nos falta então?

Um dos maiores desafios da engenharia de tráfego do Recife é conseguir se antecipar aos acontecimentos e tentar minimizar os efeitos de uma situação já estabelecida. Para isso é preciso perceber, rapidamente, o que se passa, onde e porque. São informações importantes para que as providências sejam tomadas. Em muitas situações essa percepção não acontece. Ou ocorre tardiamente.

Vamos relembrar aqui alguns incidentes: um semáforo travado no vermelho na Avenida Boa Viagem, entre às 6h e 8h, provocou um engarrafamento gigantesco. O primeiro agente de trânsito só chegou ao local duas horas após o incidente. Apesar da avenida dispor de câmeras de monitoramento. E mais recentemente, uma das faixas do Viaduto Capitão Temudo amanheceu fechada. A construtora “esqueceu” de reabrí-la para o tráfego. O trânsito na Zona Sul travou em todas as vias. O problema só foi resolvido quatro horas depois.

São situações evitáveis ou que poderiam ser minimizadas com maior rapidez, desde que fossem percebidas pela nossa engenharia de tráfego. O olhar para o trânsito é tão levado a sério em São Paulo, que há agentes de trânsito em cima dos prédios olhando com binóculos se algum motorista está fazendo alguma bobagem que atrapalhe o trânsito. Fico imaginando que falta faz o olhar de um agente ou das próprias câmeras para avisar os pontos de conflito e agilizar as soluções. Olhar para o trânsito na sua totalidade, talvez seja isso que falte à nossa engenharia. E de preferência logo cedo. A experiência tem mostrado que no amanhecer a engenharia ainda está de olhos bem fechados.

Carro abandonado

 
A internauta Vanessa Ramos nos enviou a foto de um carro abandonado na Rua Gervásio Fiorante, nas Graças. Segundo ela,o carro foi deixando no local há meses.

De acordo com Vanessa, o local tem deficiência de vagas devido a ocupação dos espaços por clientes de um centro comercial sediado na via e dos pais de alunos do Colégio Encontro, que se sentem à vontade de fazer fila dupla, bloqueando o tráfego local. A quem devemos apelar: CTTU, DETRAN, APEVISA?

Na verdade Vanessa, como se trata de uma via pública, a responsabilidade é da CTTU.E nós esperamos que os agentes de trânsito tomem alguma medida.

Foto e informação enviados por Vanessa Ramos.

 

Formação ruim é maior causa de acidentes de motos

Em busca de alternativa ao transporte público precário e os grandes congestionamentos, muitos brasileiros encontram as motos como opção barata e eficaz. De acordo com o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), as vendas de motos aumentaram 11% no ano passado, enquanto a comercialização de caminhões e carros cresceu 7%. A alta de acidentes também acompanha a chegada de mais motocicletas às ruas, a frota brasileira já é de 15,7 milhões, como informou o Jornal Nacional nesta semana.

“As motos vêm se destacando no quadro de acidentes. A maioria são homens e jovens com menos de 35 anos, que usam a moto como meio de transporte. A motocicleta é um veículo que está propenso a um acidente mais grave”, disse Julia Greve, coordenadora do HC em Movimento – Programa de prevenção de acidentes do Hospital das Clínicas, durante o 3º Workshop Abraciclo, promovido pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas e Bicicletas nesta sexta-feira (18).

O tema desta edição foi a “Década Mundial de Segurança no Trânsito” e contou com a presença de políticos, membros de ONGs e órgãos públicos. A Abraciclo informa que cerca de metade das 2 milhões de motos vendidas em 2011 foram compradas por pessoas que não queriam mais utilizar o transporte público ou carros. “É recomendado que o motociclista utilize equipamentos, como capacetes, luvas e jaquetas, mas o mais importante é a educação, o modo como o indivíduo vai aprender a utilizar a moto”, disse Marcelo Rosa Rezende, membro da sociedade brasileira de Ortopedia e Traumatologia.

Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo (CET), em 2011, as mortes de motociclistas aumentaram 7,1% na cidade. No mesmo período, o número de pedestres mortos caiu 2,1% e o de motoristas/passageiros baixou 6,5%.

Raio-x dos acidentes
Mesmo com os números preocupantes de acidentes com motociclistas, ainda não há informações concretas sobre quem são os causadores dos acidentes. “Eu acho que não existe aidentes de motos, existem acidentes de trânsito em que as motos estão envolvidas. E as motos se envolvem mais, porque vemos mais vítimas. Quando dois carros batem, apenas amassa o para-choque, já na moto, o para-choque do motociclista é ele mesmo”, explicou Júlia Greve.

“Não é o tamanho da frota que é a causa. Na Europa, o número de motos é maior e não possuem tantos acidentes como aqui. Queremos estudar quais são as reais causas dos acidentes”, disse Julia Greve. O estudo está em andamento por meio de uma parceria entre a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), a Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo e a Abraciclo. A expectativa é que a pesquisa seja concluído em cinco meses.

Melhorar o sistema de habilitação do motociclista e aumento da fiscalização
Entre as autoridades presentes no Workshop foi unânime a opinião de que a fiscalização no trânsito necessita ser mais rígida e o processo para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) para motos está em má situação. “Tudo depende da formação. Há uma má formação deste futuro condutor. Os acidentes destes veículos estão relacionados ao comportamento deste condutor “, disse Magnelson Carlos de Souza, presidente da Federação Nacional das Auto Escolas.

Entre as deficiências da atual formação de motociclista está a falta de padronização das aulas e o pouco preparo dos instrutores. “Ainda há muito há avançar, a qualidade dos instrutores para a formação de motociclistas está ruim em nível nacional. Hoje os motociclistas são preparados para passar no exame e não andar nas ruas”, acrescentou Souza.

Para completar os pontos que necessitam de avanço, os especialistas indicam que deve haver um respeito mútuo entre os veículos.”O maior tem de zelar pela segurança do menor, mas infelizmente não é respeitado. No Brasil, o maior é que tem o espaço. Cada um tem de se colocar no lugar do outro, assim o trânsito ficará melhor”, afirmou Luis Carlos Teixeira Reis, instrutor do Serviço Social de Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (SEST/SENAT).

Via Portal do Trânsito

Denatran regulamentará utilização de bicicleta elétrica

 

O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) vai apresentar, até o fim do mês, um conjunto de normas para regulamentar a utilização de bicicletas elétricas em todo o País. A expectativa é de que as novas regras permitam que os veículos trafeguem em ciclovias e que seus condutores não precisem de habilitação específica. A nova regulamentação deve entrar em vigor antes da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável a Rio+20.

De acordo com a proposta estudada pelo Denatran, os veículos com velocidade de até 20km/h e com motor de até quatro quilowatts de potência serão enquadrados em normas específicas de circulação. A decisão de definir novas regras em âmbito nacional foi tomada após uma reunião, na última terça-feira, entre a direção do Denatran e representantes do governo estadual e da Prefeitura do Rio de Janeiro.

No esboço das novas regras, também foi discutida a permissão do tráfego dos veículos pelas ciclovias, e a isenção da necessidade de licenciamento ou emplacamento. Os usuários de bicicletas elétricas também poderão circular sem habilitação específica e sem o risco de serem abordados por agentes da Lei Seca, como aconteceu com um ciclista no Rio, no final do mês de abril.

Para Fernando Avelino, diretor do Detran do Rio, a conferência Rio+20 e o debate sobre sustentabilidade foram argumentos que sensibilizaram a direção do Denatran para a aprovação de uma nova regulamentação. “A gente tinha que chegar na Rio+20 com essa questão equacionada. Todos nós somos favoráveis à regulamentação correta e também ao meio ambiente, e essas bicicletas vão ao encontro desses interesses de sustentabilidade”.

A decisão foi comemorada por ativistas da mobilidade sustentável. “Se as bicicletas elétricas representam a diminuição significativa do fluxo de trânsito, incentivam as pessoas a usarem mais as bicicletas e favorecem um investimento maior na malha de ciclovias, pelo aumento da demanda, então isso só tem a trazer benefícios. A discussão jurídica é ínfima perto desses benefícios”, afirmou Fred Sampaio, do movimento carioca Respeite Um Carro a Menos.

As regras definitivas ainda estão sendo estudadas por uma comissão do Denatran, que avalia uma forma de definir as novas regras sem ferir o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Pela atual legislação, qualquer modelo de bicicleta elétrica é classificado como veículo ciclomotor, que precisa de emplacamento e habilitação específica. Além disso, os condutores são obrigados a usar capacetes e roupas especiais sob pena de multa e apreensão do veículo e da carteira de habilitação.

A polêmica sobre a regulamentação das bicicletas levou a Prefeitura do Rio a publicar um decreto equiparando os modelos elétricos às bicicletas tradicionais, de propulsão humana e gerou controvérsia entre a prefeitura e o Denatran. Na última semana, a Prefeitura de São Paulo também anunciou que a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) estuda quais medidas adotará para regulamentar o uso dos veículos.

Fonte: Agência Estado (via Portal do Trânsito)

Perícia conclui: Thor estava a 135 km/h no acidente que matou ciclista

 

Acabaram-se as especulações sobre o caso Thor Batista. Como me referi em artigo anterior sobre o caso, era incoerente e injusto apontar a culpabilidade de Thor sem o anúncio conclusivo da prova técnica, somente pelo fato do envolvido ser filho do homem mais rico do Brasil (Eike Batista) e uma das maiores fortunas do mundo. Acidentes fatais, na barbárie diária do trânsito brasileiro, acontecem a todo instante, porém Thor Batista é uma celebridade e será sempre notícia, como herdeiro de um grande império.

Até então, além da conclusão da perícia indireta, que apontava a velocidade máxima de deslocamento da Mercedes conduzida por Thor em 104,4 km/h-a perícia foi contratada pela defesa de Thor -outros fatos colocavam o jovem em situação de comodidade em relação a sua culpabilidade no acidente fatal. Primeiramente porque, segundo declarações de policiais rodoviários, que acorreram ao local logo após o acidente, Thor Batista não apresentava nenhum sinal de ingestão de bebida alcoólica. Por sua vez, o exame cadavérico do ciclista Wanderson Pereira dos Santos, concluíra que a vítima fatal possuía, em sua corrente sanguínea, um alto teor de alcoolemia: 15,5 decigramas de álcool por litro de sangue. Ou seja, quase oito vezes a dosagem alcoólica tolerável ( 2dg) para condutores de veículo automotor.

Ademais, noticiou-se em seguida que o ciclista foi colhido pelo carro de Thor ao atravessar inadvertidamente a via, no centro da pista de rolamento e não no acostamento da rodovia como o relato inicial de algumas testemunhas.

No entanto, apesar de todos os fatos, até então trazidos a conhecimento público, faltava, para desvendar o mistério do grave acidente, a peça principal que orientaria a investigação no inquérito policial: o laudo técnico oficial sobre a velocidade com que Thor conduzia o veículo. O mistério foi findo dias atrás com a divulgação do aguardado laudo pericial: Thor conduzia o veículo a cerca de 135 km/h, numa rodovia em que o limite máximo permitido é de 110 km/h.

Com base na prova oficial o jovem foi denunciado nesta quarta-feira, 16/05, por crime de trânsito, previsto no Artigo 302 do Código de Trânsito Brasileiro (homicídio culposo). Para o Ministério Público do Rio de Janeiro prevaleceu a prova técnica sobre o acidente fatal em que o ciclista Wanderson Pereira dos Santos foi atropelado e morto pelo carro conduzido por Thor, na rodovia Washington Luiz, na noite de 17 de março deste ano. Thor havia sido imprudente ao volante.

De acordo com o depoimento de testemunhas, pouco antes do acidente e descrito no laudo, Thor Batista dirigia em zigue-zague e ultrapassou um ônibus e um carro pela direita, o que é proibido pela regra de trânsito. Em seguida, segundo a investigação, voltou à pista da esquerda e logo depois houve o choque com o ciclista. O corpo da vítima (dilacerado) foi parar a alguns metros do local de impacto (não se pode precisar a que distância sem acesso ao laudo). Registre-se também que as avarias no carro de Thor foram consideráveis, conforme fotos pós-acidente.

O Ministério Público, com fulcro no Artigo 294 do Código de Trânsito Brasileiro, em nome da ordem pública, como medida cautelar, solicitou ainda a imediata suspensão do direito de dirigir de Thor Batista, que acumulava, segundo o promotor Marcus Edoardo de Sá Earp Siqueira, 11 multas em seu prontuário, sendo nove por excesso de velocidade, tudo isso com pouco mais de dois anos de habilitação.

Os renomados juristas, Marcio Thomas Bastos e Celdo Vilardi, advogados de Thor, informaram que, apesar de não terem tido acesso à denúncia do Ministério Público, consideram que o processo penal é um equívoco e comprovarão a inocência do jovem cliente. Dias atrás alegaram que o laudo pericial oficial era uma “peça de ficção”. O Ministério Público acreditou na “peça de ficção”. Ou seja, o laudo acabou complicando a vida de Thor e as especulações se encerraram com a prova técnica até aqui válida. A culpa do acidente, até prova em contrário, foi dos dois atores: vítima alcoolizada e motorista em excesso de velocidade.

Especialistas em segurança de trânsito afirmam que a Mercedes de Thor deveria estar a pelo menos 80 km/h quando atingiu o ciclista. Segundo legistas, o risco de morte é de praticamente de 100% quando o carro está a mais de 80 km/h. Ultrapassados os 80 km/h, a cada quilômetro a mais, aumentam as chances de fratura na coluna, rompimento de artérias importantes e até desmembramentos e amputações. No caso em questão, testemunhas afirmam que corpo da vítima foi totalmente dilacerado.

Veja agora a nota, na íntegra, da defesa de Thor Batista sobre o laudo técnico oficial:

“A assertiva de dois peritos a propósito da velocidade empreendida pelo carro dirigido por Thor Batista, “com base em leis físicas oriundas da mecânica newtoniana”, é inaceitável e causa indignação, uma vez que desacompanhada de qualquer método ou cálculo explicativo. Da forma como lançada no documento, a velocidade é uma afirmação que se traduz em peça de ficção científica, sendo impossível compreender, inclusive, como os peritos chegaram ao resultado…”

Prossegue a nota:

“…Não bastasse, laudo particular, levando em conta os mesmos dados contemplados no laudo oficial, determina que o carro estava entre 87,1 e104,4 Km/h e explica que só há um método confiável, de acordo com toda a doutrina que trata o tema, para efetuar a estimativa: o método de Sirle, que leva em consideração a distância entre o corpo da vítima e o local do acidente. A partir desses dados, o referido laudo percorre um caminho absolutamente científico e lógico-causal para chegar a tal conclusão. Desta forma, confiamos no arquivamento do inquérito policial, tendo em vista que Thor Batista não deu causa ao trágico acidente”

Resta saber agora se a Justiça também acreditará ou não na “peça de ficção”. O Ministério Público acreditou. Por enquanto, ficam uma pergunta e uma constatação. A pergunta: Será que peritos nacionais não têm a devida capacidade para atestar a velocidade de deslocamento de um veículo importado de grande potência e altamente sofisticado? A constatação: O jovem Thor Batista, face ao comportamento imprudente ao volante, precisa, mais do que nunca, de uma boa medida reeducativa de trânsito. Não há dúvida. Precisa aprender, para o seu próprio bem, que a imprudência ao volante transforma o carro numa perigosa arma mortífera.

*Milton Corrêa da Costa é coronel da reserva da PM do Rio de Janeiro e articulista da ABETRAN

Fonte: Portal do Trânsito

Por que faltam táxis no Recife?

Diario de Pernambuco
Por Tânia Passos

Trânsito demais ou carga horária de menos? Qual é a razão de faltarem táxis no Recife em determinados horários e eventos? Com uma frota de 6.125 veículos a serviço e uma proporção de uma unidade para cada 251 moradores, a capital pernambucana tem a melhor média de táxis por habitante no Nordeste, mas está longe de servir de exemplo. O serviço costuma falhar quando mais se precisa dele. Os taxistas põem a culpa no trânsito, mas muitos admitem que fazem o horário que lhes é conveniente, justamente para fugir do trânsito. Pela legislação do município, os táxis deverão estar sempre à disposição do usuário, mas a lei não estabelece uma jornada fixa. A CTTU pretende implantar taxímetros biométricos para controlar as horas trabalhadas e adequar mudanças no serviço se houver necessidade.

De acordo com a presidente da CTTU, Maria de Pompéia, o controle da jornada é importante para medir a oferta de táxis na cidade, de dia e à noite. “Cada taxista tem direito a dois motoristas auxiliares e se cada um cumprir uma carga horária de oito horas, o dia fica coberto”, explicou Maria de Pompéia. Segundo ela, o taxista não pode fazer a carga horária que quiser, sem levar em conta a demanda. “Embora o motorista seja autônomo, o serviço é licenciado e tem que haver táxi à disposição da população a qualquer hora do dia”, afirmou.

Na prática, não é bem assim que acontece e o próprio presidente do Sindicato dos Taxistas de Pernambuco, Everaldo Menezes, admite que o taxista tem liberdade para fazer a sua carga horária. “Ele é livre para fazer o horário que quiser. Tem gente que trabalha durante o dia e outros à tarde”, afirmou. Sobre o taxímetro biométrico, Everaldo Menezes disse que não conhecia o sistema. “Não sei como funciona, mas somos parceiros da CTTU e, se houver necessidade de melhorar o serviço, nós podemos colaborar”, declarou.

Mais da metade da frota de táxis do Recife está ligada às empresas que exploram o serviço por telefone. Também nesses casos, o taxista chega e sai na hora que quer. “Quem faz o meu horário sou eu. Prefiro pegar cedo e largar cedo”, afirmou José Barbosa de Andrade, 56 anos. Valdemir Lúcio diz que nos horários de pico não compensa ir para a rua. “Com o trânsito travado, a gente só sai se já tiver cliente certo”.

Mesmo com as limitações de horário, sempre é possível ver táxis circulando na cidade, mas a maioria está ocupada com passageiros. “No horário de almoço é muito difícil encontrar táxi livre na rua”, constata a contadora Vera Lúcia, 56 anos. A freira Juraci Nunes, 57, também se queixa: “Algumas vezes é difícil encontrar táxi até mesmo por telefone”.

Taxista há mais de 40 anos e prestes a se aposentar, Arlindo da Silva, 83, admite que o serviço é insuficiente em determinadas situações. “Há momento em que não há táxis para todos, mas isso acontece principalmente nos grandes eventos”, raciocina. Já o taxista Alexandre da Silva acredita que a frota existente é bastante para atender a cidade. Para ele, o motivo da dificuldade é o trânsito. “A gente sai para fazer uma viagem e gasta mais de uma hora para retornar à praça”, declarou.