A mobilidade a partir de nós

 

A Espanha decidiu firmar um pacto de mobilidade em 1998. Aqui só agora a mobilidade virou moda, mas ainda falta muito para que as instituições, o poder público e a própria sociedade compartilhem da mobilidade não apenas nas obras físicas, mas, sobretudo, no conceito. Não adianta muito cuidar das calçadas se o motorista continuar estacionando em cima do passeio. A mobilidade é também uma decisão de comportamento individual.

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3 Replies to “A mobilidade a partir de nós”

  1. A situação acima é ruim para o pedestre e para outros veículos automotores, pois, provavelmente, não deve ser permitido estacionar no local, logo atrapalha os dois. Contudo, embora proibido, mas deveria ser algo pensado antes de autuar, estacionar totalmente sobre a calçada paralelo a via, desde que haja espaço para pedestre e cadeirante circularem na calçada, seria aceitável em locais onde houvesse proibição para não causar transtornos no trânsito em trecho onde a via para os autos pode não ter uma largura que permite folga.
    Na Caxangá, por exemplo, já carreta fazendo descarga em alguns locais e estava totalmente sobre a calçada, mas não interferia na circulação dos que estavam na calçada por esta ter uma largura de 4m pelo menos (área comum a circulação de pedestre somada a área que seria para estacionamento na posição transversal a via).
    O veículo descarregava e não atravalhava ninguém na via ou na calçada. Bem, é aquele negócio, é uma situação temporária o exemplo que dei sem causar atrapalhos, mas é muito comum vermos veículos “ilhados” nas calçadas sem deixar espaço para cadeirantes e forçando o pedestre a entrar na via de autos para contornar o veículo parado. Contudo, se há uma falta de educação da parte do condutor, também há uma falta de planejamento e ordenamento dos entes municipais, pois cada vez é difícil encontrar estacionamentos nas vias e quando há os públicos tem um fiscal autônomo particularizando o local, bem como por não ter ordenamento, estacionamento sem guardar uma distância de veículo em lado oposto que venha a prejudicar a circulação de veículos grandes, que é muito comum ver isso na Rua Gomes Taborba, no bairro do Cordeiro.
    Em resumo, a culpa é do condutor e do ente municipal.

  2. Abaixo segue notícia retirada da Revista Algomais sobre apresentação do Plano de Mobilidade do Recife. A partir do que está escrito, já podemos ver alguns erros derivados da visão carrocrática dos gestores.

    Erro 1: “construção de edifícios-garagem”. Não cabe à Administração Pública construir garagens ou edifícios-garagem. Deixa-se essa iniciativa para a iniciativa privada que avalia o custo-benefício do empreedimento. À Administração cabe dificultar o tráfego do automóvel e facilitar o tráfego do transporte coletivo e dos transportes ativos. Aqueles que insistem em usar a propriedade privada para se deslocar que resolvam seus problemas e estacionamento pagando, e pagando caro, pois o espaço nas metrópoles é limitado.

    Erro 2: “em alguns lugares, devido às árvores, os carros teriam que trafegar com menos velocidade”. Quanta bobagem. As cidades civilizadas estão empenhadas em reduzir a velocidade dos automóveis em TODAS AS RUAS da cidade. Velocidade civilizada e segura de veículo automotor é 30 km/h e é nessa velocidade que as máquinas sagradas dos brasileiros devem circular.

    Aparentemente, um plano sem o mínimo de ousadia. Até quando esse tipo de gestão carrocrática e carrófila continuará desmandando e desplanejando?

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    Milton Botler apresenta Plano de Mobilidade do Recife em seminário

    Depois de conhecer a experiência aplicada no trânsito de Barcelona, o público que conferiu, nesta quinta (21), o Seminário “Cidade e Mobilidade” acompanhou a apresentação sobre os projetos voltados para o Recife. Abrindo a tarde, Milton Botler, presidente do Instituto da Cidade Pelópidas Silveira (ICPS), falou do Plano de Mobilidade do Recife, que foi criado em fevereiro de 2011, e inclui a implantação de bicicletários, postos de táxi, a construção de 15 edifícios-garagem nos principais trechos da cidade, a requalificação urbana e o plano de estudo sustentável.

    “A América Latina tem uma forma de mobilidade típica, focada na cultura rodoviária, que dificulta o acesso de pedestres e isola comunidades. Devemos começar a mudar esta realidade e pensar na mobilidade das pessoas, abrindo espaços para que os mais diversos tipos de transporte possam coexistir eficientemente e complementariamente. Para mim, nosso maior desafio é articular as comunidades estabelecidas em áreas altas e acidentadas, como os morros. Mais de 500 mil pessoas moram em morros acima do que equivaleria ao quarto andar de um edifício e precisamos articular essas comunidades Temos excelentes exemplos, como Bogotá que faz uso de teleféricos para superar essa dificuldade. Essa é uma das soluções que o nosso plano de mobilidade contempla”, explicou Milton

    Outro ponto destacado foi a construção de edifícios-garagem em pontos estratégicos, onde se poderia deixar o carro e pegar transportes circulares. “Assim, pode-se redimensionar as vias, não alargando elas para os carros, mas ampliando calçadas, a arborização e fazendo ciclovias. A ideia do plano é que em alguns lugares, devido às árvores, os carros teriam que trafegar com menos velocidade possibilitando a convivência com pedestres e bicicletas. Este plano tem um horizonte de 30 anos, e será estruturado com PAC Copa e o PAC da Mobilidade. Só a PCR vai investir mais de 800 milhoes na II e III Perimetral e na radial sul”, completou Botler

    Logo após, o consultor Germano Travassos explanou sobre o Sistema Estrutural Integrado, que foi criado em 1984 e vem se organizando lentamente, devido às dificuldades inerentes à cidade. Depois das palestras, a sessão de debates foi aberta por Béda Barkokébas, professor da UPE e contou com a participação da professora da UPE Socorro Pessoa, além da participação do público presente.

  3. Eu não sou contra a criação de edifícios-garagem se a intenção for limitar a circulação de veículos e, como sugerem, servir de ponto para o proprietário se dirigir a um modal de transporte público mais próximo.
    Hoje, você conseguir estacionar em certos locais onde há a zona azul é um martírio, pois não bastasse a dificuldade de obter vaga, ainda há os flanelinhas que criam a sua zona azul particular do tipo não precisa colocar a cartela e me dê um trocado, ou compre a cartela a mim pagando bem mais caro.
    Se lá fora e aqui começam a fazer com mais frequências estacionamentos em estações de metrô e terminais integrados para as pessoas que não querem ou não podem ir a pé ou de bike a estes terem onde por o veículo evitando chegar ao centro, é válido. A matéria do Algo Mais, não recordo se a acima ou outra, cita que os edíficios poderiam ser uma extensão da zona azul, ou seja, será cobrado, ainda que um valor simbólico como é nas vias, além de não descartar o investimento atráves de PPPs.
    É até arrogante dizer que é uma defesa carrocrática. Com certeza, forma de evitar a circulação exagerada no centro viabilizando a de bikes e pedestres devem ser tomadas, só que se hoje o alguém do governo entrasse a locura e baixasse decreto para a partir da próxima segunda valer rodízio numa área que começa no Marco Zero e fosse até o Derby, o sistema público já ruim entraria num colapso.
    Eu defendo um uso racional, só que não basta transporte público melhorado, aumento de ciclovias/ciclofaixas, calçadas melhoras. A segurança pública tem que melhorar, o respeito entre os diferentes usuários das vias idem. Falar em velocidades ideal de 30km/h dentro da cidade é ideal para pequenas cidades, pois em grandes centros as vias radiais lá fora tem velocidade limite similar aos 60km/h daqui.
    Outra, querer penalisar o proprietário de carro quando nós pagamos pelos carros mais caros do mundo que entregam pouco conteúdo e não tem um padrão de segurança bom defende indiretamente o exagero dos impostos que pagamos e não vemos sua ideal utilização. No dia que for precisar usar o carro não ter como circular onde quer porque entrou no dia do rodízio, não tem vaga segura para estacionar e não pode abrir deste uso porque o público não atenderia a necessidade, então ande kilometros a pé ou pague caro para tomar um táxi.
    É o caro suando a camisa para ter um veículo que preste e não ter o direito de usar quando realmente precisar. Sugestão: mande um pai de família que tem carro levar os filhos de busão a escola e depois ir ao trabalho, ou vá ir de ônibus para a UPA mais próxima.
    É o que o cara disse em outra matéria e questiono: cidade boa é aquela que todos, ricos e pobres, podem usar um transporte público, e não que o pobre tem acesso ao veículo. Ótimo, agora entre numa situação que o transporte público não é ideal e pergunte se as pessoa irá abrir mão de usar o carro, seja rico, seja pobre?
    Cuidado ao generalizar as coisas é o que eu digo. Você pode criticar uma situação hoje e amanhã ser vítima dela.