A saída do trânsito na palma da mão

 

Por

Tânia Passos e Ed Wanderley

 

A trajetória histórica do Recife está diretamente associada à sua zona portuária. Cinco séculos depois do porto ser o ponto de partida para a criação do Bairro do Recife, um outro porto, desta vez o Digital, referência na produção de tecnologia do país, usará esse conhecimento para melhorar a mobilidade no bairro. O perímetro de 4,7 quilômetros quadrados sediará, a partir deste mês, um laboratório de experiências. O espaço urbano receberá, entre outras iniciativas, o uso de aplicativos em celulares para ajudar nos deslocamentos de quem circula dentro do bairro. A implantação do projeto de mobilidade do Porto Digital será concluída em seis meses e funcionará por dois anos.

As intervenções serão iniciadas com a instalação das bicicletas de aluguel, previsto para este mês, e o compartilhamento de carros elétricos. Em seguida, serão implantados aplicativos para smartphones, que ajudarão os motoristas a localizarem vagas de estacionamento no bairro, sejam públicas ou privadas.

Também pelo celular, o usuário do transporte coletivo poderá identificar a localização do ônibus, seu itinerário e o horário das linhas que atendem ao bairro. Diferente do projeto do governo do estado, que previa a possibilidade do usuário localizar o ônibus pelo celular e ser alertado pelo uso de SMS, o aplicativo desenvolvido pelo Porto Digital usará a tecnologia por rádio. As duas propostas partem, no entanto, da mesma fonte de informações: os dados do sistema de GPS implantado em 100% da frota de ônibus da cidade.

Para o projeto de mobilidade entrar em funcionamento será montado no bairro um verdadeiro arsenal tecnológico com câmeras, antenas e chips. Ao todo, serão 20 câmeras de monitoramento e leitura automática das placas dos veículos. Também serão instaladas antenas de rádios, que vão trabalhar com as informações fornecidas pelas câmeras e os chips que serão colados nos carros. A previsão é de distribuir 300 chips para os veículos que circulam no bairro. A distribuição será gratuita e qualquer pessoa pode se candidatar voluntariamente para receber as etiquetas eletrônicas. Os chips fornecerão informações do tráfego e identificarão quais vias estão mais congestionadas ou com o trânsito livre. Já as câmeras vão poder identificar por exemplo, se há vaga de estacionamento, contabilizar o número de veículos que entram no bairro e fazer até a leitura da placa, um componente a mais para a segurança. “É uma tecnologia inteligente que trabalha de forma conjunta com funções e informações distintas”, afirmou o diretor-executivo do Porto Digital, Leonardo Guimarães.

Confluência
Todas as iniciativas têm como pano de fundo o Bairro do Recife, principal território do Porto Digital e o ponto de confluência das experiências. “A ideia é fazer desse território um laboratório. Será um espaço onde se pode até errar para acertar depois. A gente quer provocar e oferecer nossos conhecimentos para ajudar na melhoria da cidade que compartilhamos”, ressaltou o presidente do Porto Digital, Francisco Saboya. Todos os dispositivos já estão disponíveis e em teste para implantação. Além do laboratório, a ideia é também criar um centro de estudos. “Nós já temos centros de estudos que atuam nas áreas de tecnologia e sustentabilidade e agora queremos acrescentar o componente da mobilidade com discussões e pesquisas do que está sendo produzido aqui e fora em relação à mobilidade”, revelou Saboya.
Um dos desafios é justamente pensar alternativas para os problemas de deslocamentos de quem circula pelo Bairro do Recife e o que der certo poderá ser copiado para outras áreas da cidade. O engenheiro de pesca Ericardo Neiva, 27 anos, espera contar com esses serviços além das fronteiras do bairro. “Aqui é um começo, mas seria muito bom se a gente pudesse acessar esses aplicativos em outros lugares da cidade”, revelou. Para a estudante Larissa de Souza Leite, 22 anos, a possibilidade de localizar o ônibus pelo celular trará mais conforto. “Muitas vezes a gente está na parada e não sabe se o ônibus já passou. Será muito bom ter a possibilidade de fazer essa consulta em tempo real”, destacou a estudante.

Roteirizador 
O plano é simples e já almejado há anos. Um aplicativo que permita ao usuário digitar um destino e, a partir da sua geolocalização, dispor de diversos roteiros dos meios de transporte públicos disponíveis ao redor dele. Dentro do prazo de dois anos de atuação do projeto de mobilidade do Porto Digital, isso será possível, pelo menos no que diz respeito às linhas de ônibus que cruzam o Bairro do Recife. A ideia é mostrar como esse tipo de informação pode ser passado aos usuários, incluindo trechos percorridos a pé e a troca de modais, que incluem ônibus, metrô e até mesmo as bicicletas alugáveis e os carros elétricos que estarão disponíveis ao público até o fim do ano.

O recurso, que já funciona em outras capitais do país, é um dos desafios para desenvolver a mobilidade e também o turismo do Recife. No Rio de Janeiro, já está em funcionamento há três anos o aplicativo RJ-Bus, que permite consulta a itinerários de toda a cidade com cruzamento de 1.362 linhas em aparelhos de sistemas operacionais iOS e Android. O Rio, a exemplo do que vem sendo feito em grandes cidades turísticas como Londres e Paris, também disponibiliza um outro aplicativo com informações e mapas da rede de metrô, em que é possível simular as conexões de linhas e o ponto mais próximo para chegar às estações.

Vaga pelo celular
Imagine chegar a um bairro e receber no celular a informação de onde você encontrará uma vaga de estacionamento. É quase um sonho de quem enfrenta esse desafio diariamente, não? Pois essa é a prerrogativa do Mobilicidade. O protótipo concebido por um grupo de estudantes do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (C.E.S.A.R) prevê a identificação de locais próprios para estacionamento por meio da tecnologia Optical Character Recognition, presente em câmeras por todo o Bairro do Recife. A ideia foi incorporada ao projeto de mobilidade do Porto Digital.

A proposta eleva o projeto de Zona Azul Digital a um novo patamar. O recurso virtual de pagamento e registro de estacionamento em áreas controladas pela prefeitura já funciona há três anos. Com ele é possível registrar os dados do veículo antes de desembarcar, por meio do celular. A proposta é que, a partir de agora, essa vagas possam ser visualizadas na tela dos smartphones, diminuindo o tempo de busca por espaços.

Na questão de estacionamentos privados, a tecnologia contribuirá ainda mais para facilitar a vida do condutor. O Bairro do Recife receberá três estacionamentos inteligentes com 100 vagas cada. Cancelas abrirão automaticamente após a leitura do chip que identificará a placa. O pagamento também pode ser feito pelo celular. O mesmo vale para a cobrança mensal do aluguel do espaço. No interior do prédio, luzes indicarão as vagas disponíveis.

Por um trânsito livre
Em agosto de 2011, a Região Metropolitana do Recife ganhou uma ferramenta que oferece a possibilidade de planejar o roteiro antes de sair de casa. O Trânsito Livre baseia-se no monitoramento por satélite de seis mil veículos, que dispõem de um GPS e são segurados pela empresa Segsat. O equipamento gera uma base de dados suficiente para informar a condição de tráfego das principais avenidas do Grande Recife. No caso do aplicativo desenvolvido pelo Porto Digital, a premissa é semelhante. A diferença é que o monitoramento será feito na área do Bairro do Recife, a partir de chips instalados em uma frota de 300 veículos que circulam no local frequentemente.

Fonte: Diario de Pernambuco

Carrões: grandes e espaçosos

 

 

Por

Tânia Passos

A frota de carros do Recife já beira os 600 mil veículos. Na estatística do Detran não é possível identificar o modelo dos carros, mas seria um dado relevante, do ponto de vista de ocupação das vias, quantos “grandões” circulam hoje nas vias da cidade.

Quem já parou para observar que é cada vez mais frequente a presença de carros de grande porte, dos mais variados modelos, no trânsito da cidade? Imponentes, eles não só ocupam mais espaços como são potenciais poluidores.

Recentemente, o urbanista e presidente do Instituto da Cidade Pelópidas Silveira, Milton Botler, brincava que os carros grandes deveriam pagar Imposto Predial e Território Urbano (IPTU) devido o espaço que eles ocupam. Pode até ser uma piada, mas Botler está na verdade chamando atenção para um problema que pouca gente tem observado de uma frota crescente de veículos cada vez maiores.

Na Europa, já há uma preocupação em oferecer carros cada vez menores. Além do já conhecido Smart para dois lugares, eles já estudam a fabricação de um carro de um lugar só. É claro que isso não resolve a questão da mobilidade. Carros menores dão mais espaço para mais carros e os maiores engolem as áreas que deveriam ser comuns.

Em ambos os casos, a solução volta a esbarrar na melhoria do transporte público. Nem grandes, nem pequenos. Ou talvez, eles devam ser aproveitados para outros fins, de preferência bem longe dos centros urbanos. O fato é que não existe legislação sobre isso e os grandões vieram para ficar e não precisam pagar nada a mais por isso.

Fonte: Diario de Pernambuco

Brasília vai construir 580 km de ciclovias

Por

Caroline Aguiar

Antigo projeto do governo do Distrito Federal (GDF), a rede de ciclovias começa a sair do papel e a cortar toda a cidade. No total, serão construídos 580 km de pistas exclusivas para ciclistas na área central de Brasília e também nas cidades-satélite.
As obras estão em andamento nas Asas Sul e Norte, dentro da Universidade de Brasília, em Ceilândia, Paranoá e no Gama. Os trechos que passarão no Park Way e no Riacho Fundo II ainda estão em licitação. A previsão orçamentária para esses trechos é de aproximadamente R$ 38 milhões. O projeto completo deve custar R$ 121 milhões. A expectativa do governo é que tudo esteja pronto até 2014.

 

Em vários trechos, as pistas já estão prontas, mas ainda faltam a pintura e a sinalização. O governo corre contra o tempo para terminar a concretagem das ciclovias antes do período de chuvas. Depois da finalização desta fase, as pistas serão sinalizadas com postes, luzes de led e pintura no piso.

As vias em construção não fazem a interligação do Plano Piloto com as cidades-satélite, mas levam às estações de metrô, onde o usuário poderá fazer a interação de modais. O projeto ainda prevê a revitalização de calçadas e paisagismo.

Ronaldo Martins, do Instituto PedalaBrasília, considera que o que está acontecendo é uma revolução. “É preciso perceber que a implantação desse projeto é uma movimentação revolucionária na cidade mais projetada para carros do país. Esse é o resultado de uma luta que vem desde 2001. Nesse projeto, o ciclista é incluído ao paisagismo, comércio e quadras residenciais”, ressaltou.


Ministério Público pede interdição

Apesar do bom andamento das obras, o trabalho na ciclovia de Ceilândia corre o risco de ser paralisado. O Ministério Público do DF entrou com uma ação civil pública pedindo que obra seja interditada até que o projeto esteja adequado à legislação ambiental, de trânsito e de ordem urbanística.

 

O Ministério alega que os projetos da ciclovia não foram encaminhados ao Departamento de Trânsito (Detran) e para o Instituto Brasília Ambiental (Ibram) para aprovação. As companhias de água e telefonia também não teriam sido consultadas sobre as interferências já feitas na estrutura urbana. A paralisação seria para evitar futuros acidentes e garantir a segurança da população. A ação foi encaminhada para o Tribunal de Justiça, mas ainda não houve decisão sobre o caso.

 

A Administração Regional de Ceilândia informou que nenhum aviso ou informação chegou ao local, por isso as obras estão sendo tocadas normalmente. Os 40 km de ciclovia da cidade estão sendo finalizados e devem ser entregues nas próximas três semanas, informou a Administração.

Fonte: Portal Mobilize

 

Cinco razões que fizeram a Holanda o país das bikes

 

 

 

Já imaginou um lugar onde existam mais bicicletas do que carros ou até mesmo pessoas? Pois esse lugar chama-se Holanda, país que desde a década de 70 abraçou esse meio de transporte sustentável em sua política, cultura e economia.

Não tem segredo, nem mágica. Foi a força de vontade de combater congestionamentos, a poluição do ar e melhorar a qualidade de vida da população que levou a Holanda a tornar-se exemplo mundial quando o assunto são as “magrelas”, com 26% de todos os movimentos de tráfego são feitos sobre duas rodas.

1 – Ciclismo: um negócio popular – Enquanto metade da população mundial associa as bicicletas a atividades de lazer, na Holanda, 9 em cada 10 viagens sobre duas rodas são para ir ao trabalho, ao mercado, à escola – ou seja, lá as magrelas são parte do cotidiano das pessoas, um meio de transporte para os deslocamentos diários.

Segundo dados do Dutch Cycling Embassy, um instituto que promove as bicicletas como transporte urbano ecológico, os 16 milhões de habitantes desse país possuem mais de 18 milhões de bikes, quer dizer que para cada pessoa há pelo menos uma bicicleta. Essa taxa é bem superior a de posse de carros: apenas uma a cada duas pessoas têm um veículo. Os números do uso da magrela são de impressionar, a começar pela quantidade de viagens diárias, em média de 14 milhões, o que representa 15 bilhões de quilômetros percorridos por ano, algo equivalente às viagens feitas de trem no país.

2 – Onde mais se pedala para estudar – O contato com as bikes começa desde cedo, a ponto das magrelas serem o meio de transporte mais importante para ir a escola: 40% dos alunos do ensino primário vão estudar de bike, enquanto apenas 25% realizam o percurso de carro. Pensa que os mais grandinhos perdem o gosto pela coisa? Não mesmo. Quando chegam no ensino médio, eles pedalam ainda mais – pelo menos 75% dos jovens nessa faixa vão de bike para o colégio e míseros 6% das viagens acontecem de automóvel.

3 – Quem investe, colhe – A promoção de um estilo de vida mais “verde” e saudável exigiu, obviamente, investimento constante na criação de infraestrutura para as magrelas e também em políticas públicas mais restritivas ao transporte particular sobre quatro-rodas. Na lista entram a redução do acesso de automóveis aos centros das cidades, criando áreas-livres de carros, redução da velocidade máxima para veículos automotivos em algumas ruas e ainda a cobrança de taxas elevadas para estacionamento.

Paralelamente, o ciclismo lucrou com a construção e expansão gradativa das malha cicloviária, que passou de 12 mil quilômetros em 1996 para o atuais 29 mil quilômetros. Em Amsterdã, a cidade mais amiga das bikes no mundo, as ruas são todas adaptadas para o tráfego sobre duas rodas, com ciclovias, corredores compartilhados, postos de aluguel e de guarda e até sinais especiais – resultado de um trabalho de infraestrutura de longa data. Entre 2007 e 2010, a cidade investiu 28 milhões de dólares por ano em projetos de ciclismo.

4 – Mercado quente – Apaixonados como são pelas bikes, os holandeses gastam em média 1,4 bilhões de dólares anualmente com manutenção e compra de suas bikes. O efeito das magrelas na economia holandesa extrapola as fronteiras nacionais: o país exporta mais de um milhão de bikes todos os anos (as bicicletas holandesas fazem sucesso pela robustez para carregar passageiros e mercadoria).

Além disso, o país também pode ser considerado um laboratório, sempre em busca de novas tecnologias e inovações para tornar a prática do ciclismo mais agradável. Atualmente, segundo dados do Dutch Cycling Embassy, cerca de 60% das bicicletas vendidas no país são híbridas enquanto uma em cada oito é elétrica.

5 – Coringa da saúde – Muito mais do que os benefícios para o bolso, os holandeses conhecem bem as consequências positivas das magrelas para o meio ambiente e para sua própria saúde. O ciclismo funciona como um filtro da poluição atmosférica. Segundo um estudo, se todos os habitantes da cidade de Utrecht parassem de andar de bicicleta, o uso de carro aumentaria entre 22% e 38%, o que causaria não só engarrafamentos terríveis, mas a um aumento de 70% nas emissões de CO2 associadas ao trânsito, o que se traduziria em uma menor qualidade de vida para os residentes e mais poluição do ar.

 

Fonte:Info Exame (Via Portal do Trânsito)

Carros elétricos no Recife antigo

Por

Juliana Colares

Recife começa a entrar na era do compartilhamento. Além das bicicletas de aluguel, a cidade também vai contar com carros elétricos compartilhados. A ideia é a mesma. O usuário se cadastra via internet, informa os dados de um cartão de crédito para pagamento da mensalidade e, via ligação celular ou aplicativo de smartphone, destrava o carro da estação e pode começar a dirigir. A iniciativa é do Porto Digital e faz parte de um pacote de ações voltadas para a mobilidade. Serão adquiridos três carros elétricos compactos com capacidade para, no mínimo, dois passageiros. A expectativa é de pôr os carros na rua até o fim deste ano.

Os detalhes do projeto ainda estão sendo fechados. Não se sabe, por exemplo, a capacidade exata dos veículos nem o valor que será cobrado dos usuários. A previsão é de que, assim como no caso das bicicletas, os carros possam ser utilizados por, no máximo, 30 minutos ininterruptos. Haverá quatro estações para retirada e entrega dos automóveis. Duas serão instaladas em estacionamentos que fazem parte do pacote de mobilidade do Porto Digital, cada uma com duas vagas para carros elétricos. Um dos estacionamentos fica no número 248 da Rua do Brum. O outro ainda não foi criado e não tem local definido. Também não se sabe onde serão instaladas as outras duas plataformas.

É possível que nem todas as estações fiquem restritas ao Bairro do Recife. Pelo menos uma delas poderá ser instalada em Santo Amaro, para onde o Porto Digital está expandindo. Cada carro custará R$ 150 mil. O Porto Digital pode até adquirir mais veículos elétricos, caso surjam empresas interessadas em patrocinar a iniciativa. “Esse projeto, assim como o das bicicletas, representa uma semente de um conceito viável, que é a ideia da troca”, disse o diretor executivo do Porto Digital, Leonardo Guimarães. O investimento, no entanto, divide opiniões.

O arquiteto e urbanista Cesar Barros critica o local escolhido para receber o projeto. “O Recife Antigo não tem a dinâmica de outras áreas da cidade”, afirmou, justificando que já que se trata de uma iniciativa piloto e “laboratorial”, poderia ter seus impactos e demandas melhor estudados se fosse desenvolvida em outros locais, como Boa Viagem ou a região central da cidade. Cesar Barros também não acredita que o investimento em carros elétricos seja importante.

Para ele, esse tipo de veículo não está dirigido para a maioria e, portanto, não vai ter impacto ambiental significativo e não resolverá o problema da mobilidade. “O que vai resolver é a democratização dos modais e o compartilhamento das vias.”

Presidente do Instituto da Cidade Pelópidas Silveira, Milton Botler, pensa diferente. “ Não queremos banir os carros, mas restringir seu uso. Se você compartilha, várias pessoas vão usar o mesmo carro”. O coordenador de obras Pedro Serpa, 29, que trabalha no Recife Antigo, diz que já gastou 40 minutos rodando à procura de uma vaga para estacionar no bairro e acha interessante a possibilidade de estacionar mais longe e usar o carro elétrico para entrar e se locomover no bairro, desde que o preço compense. Já o analista desenvolvedor Diogo Peixoto, 24, acha que o serviço só é vantajoso se houver um carro disponível a cada cinco ou dez minutos.

 

Opiniões

Cesar Barros, arquiteto e urbanista

“A iniciativa é fantástica em termos laboratoriais, mas peca pela escolha do lugar”, disse, referindo-se ao projeto de compartilhamento de veículos do Porto Digital, que inclui os carros elétricos e as bicicletas. O urbanista ressaltou que o Recife Antigo tem caráter de “depósito de carros”, onde as pessoas chegam para trabalhar pela manhã, estacionam e só retiram o veículo no fim do dia.
“O bairro não tem a dinâmica de outras áreas da cidade, como Boa Viagem e a região mais central, por exemplo”, afirmou, ressaltando que, já que é uma experiência “laboratorial”, poderia ser melhor avaliada em outras condições de trânsito, necessidades de uso e demanda.
Cesar Barros não acha importante investir no transporte por veículos elétricos (VE). “Enquanto política pública, precisa estar dirigida para a maioria. Mas ele (o VE) não é para a maioria”, opinou. Investimentos em transporte público e estrutura para pedestres e ciclistas também permitem a redução da emissão de poluentes.

Daniel Valença, cicloativista e engenheiro eletrônico

“Carros elétricos são uma farsa. Os carros elétricos não são ecologicamente corretos: primeiro porque o carro polui mais na sua fabricação do que em sua vida útil, depois porque as bateria devem ser trocadas a cada tempo e são feitas de chumbo. No mais, carro nunca é solução para mobilidade. Agora, em sistemas isolados, como Fernando de Noronha, carros elétricos são interessantes. Fernando de Noronha, por exemplo, é o local que mais emite CO2 por habitante no Brasil. Carros elétricos diminuem essa poluição porque são um pouco mais eficientes que os carros a gasolina”.

Maurício Pina, engenheiro e professor da Unicap e da UFPE

“Acho uma iniciativa bastante positiva. É uma forma de energia não poluente. Em relação à mobilidade, o carro elétrico tem uma autonomia limitada. O que a gente bate é que se deve investir mesmo é no transporte público. Opções energéticas são sempre interessantes, mas não se pode perder o foco do transporte coletivo”, disse. Maurício Pina lembrou a experiência, feita no início da década de 1990, com uso do gás natural no transporte coletivo. Sem esquecer dos ônibus elétricos (trólebus), que começaram a circular no início da década de 1960.

Laurênio Accioly, professor do departamento de engenharia mecânica da UFPE

“A utilização de energia elétrica é benéfica, mas é preciso ver a origem da energia. No caso da hidráulica, a fonte é limpa e a utilização também. A matriz energética do nosso país tem uma parcela significativa, de 70%, 80%, de energia hidráulica. Daqui a 200 anos, todo mundo vai estar usando carros elétricos e fazendo piada da época em que se usava gasolina. Sou totalmente a favor do uso do carro elétrico”.

Outras experiências

Os três carros que estão sendo adquiridos pelo Porto Digital não serão os primeiros a circular em Pernambuco. Pelo menos três trafegam ou já trafegaram por aqui. Há um veículo elétrico em uso no Espaço Ciência e outro em Fernando de Noronha. E a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco testou, durante seis meses do ano passado, um carro elétrico no Recife.
O VE do Espaço Ciência é de uso interno. Com capacidade pra transportar até oito pessoas, ele desenvolve velocidade de até 30 km / h. Foi adquirido há dois anos e é utilizado para transportar pessoas com dificuldade de locomoção e, vez por outra, autoridades. “É um veículo que polui muito pouco, tem nível de ruído bastante reduzido e responde bem, sem trancos e com uma aceleração suave. Se toda a frota do Recife fosse de carros elétricos, reduziríamos o nível de poluição atmosférica e a nossa cidade seria mais silenciosa”, disse.
No caso da Secretaria de Meio Ambiente, os testes nos carros elétricos têm uma função muito mais ousada: a de transformar Pernambuco em um polo de VEs. Segundo o secretário Sérgio Xavier, o estado está trabalhando na elaboração de um plano de incentivo à troca do carro movido a combustível fóssil pelo elétrico. Mas para que isso seja possível, muita coisa ainda precisa ser feita.
Estão sendo instaladas em Fernando de Noronha duas usinas solares, uma de marés e várias unidades de energia eólica. Quatro empresas já demonstraram interesse em vir para Pernambuco. “Se dependesse do governo, elas já estariam instaladas. O governo ofereceu todos os incentivos que deu à Fiat”, disse.


Além dos incentivos para a instalação das empresas, o governo trabalha em um pacote de medidas para estimular os cidadãos a aderir à ideia da troca de automóvel. Várias inciativas estão sendo estudadas e elas podem incluir até estacionamentos para recarga gratuita dos veículos, além de facilidades de financiamento.
Outra possibilidade é a concessão de subsídios para a utilização de veículos elétricos como táxis. “Em Shenzhen, uma cidade no sul da China, há 400 táxis elétricos”, comentou Sérgio Xavier. “Fernando de Noronha tem 800 veículos. Nós queremos transformá-la em uma ilha sustentável. O uso de veículos elétricos evitaria a necessidade de levar combustível todos os meses para abastecer a ilha”, disse, lembrando que o combustível fóssil é poluente e que a recarga dos veículos movidos a energia elétrica sairia mais barata.
Outro ponto levantado pelo secretário é a possibilidade de expansão do uso do smartgrid, que permite pequenas gerações de energia em casa, por exemplo. Em relação ao impacto desses incentivos na mobilidade, Sérgio Xavier defendeu que o isso depende da forma como a política será conduzida e defendeu o compartilhamento de veículos e a formação de uma frota de táxis elétricos.

Paradas de ônibus mudam na Praça Parnamirim

 

A partir do próximo sábado (13), os usuários de transporte público das linhas da parada de ônibus da Praça do Parnamirim devem ficar atentos. O Grande Recife Consórcio de Transportes anunciou que mudará o itinerário dos veículos devido a implantação do binário das estradas do Arraial e do Encanamento. A mudança atinge diretamente 22 linhas, mas seis continuaram atendendo a parada da praça e 16 serão instaladas em outro ponto distante cerca de 50 metros do local.

Os usuários de cinco linhas, vindas da Avenida 17 de Agosto, terão como opção mais próxima o ponto na mesma via, em frente à Livraria Módulo. Os passageiros das nove linhas que trafegam pela Estrada do Encanamento, utilizarão a parada em frente à loja Força e Vida. A parada próximo ao Hospital Infantil, na Avenida Rui Barbosa, será ponto de embarque de 15 linhas.

A parada em frente à Galeria Vila Roma Center, atenderá aos usuários da linha 330 – Casa Amarela/CDU (TRT), vindo da Rua Desembargador de Góes Cavalcanti. Já o abrigo em frente ao SERPRO, na rua João Tude de Melo, será a opção dos passageiros da linha 330, junto com a 411 – Estrada dos Remédios e 516 – Casa Amarela (Nova Torre). Na Praça do Parnamirim continuam parando as linhas 511 – Alto do Mandu, 515 – Nova Descoberta (Bacurau), 520 – Macaxeira/Parnamirim, 532 – Casa Amarela (Cabugá), 523 – Dois Irmãos (Bacurau) e 533 – Casa Amarela (Bacurau).

Mais informações através do teleatendimento 0800 081-0158 ou do site do Grande Recife

Confira as mudanças de linhas e paradas:

1 – Parada Seletiva nº100165 (Em frente a Companhia Nacional de Escola da Comunidade Estadual de Pernambuco)

511 – Alto do Mandu
515 – Nova Descoberta (Bacurau)
520 – Macaxeira/Parnamirim
523 – Dois Irmãos (Bacurau)
532 – Casa Amarela (Cabugá)
533 – Casa Amarela (Bacurau)

2 – Parada nº 100030 (Lado oposto à Galeria Vila Roma Center)

330 – Casa Amarela /CDU (TRT)
532 – Casa Amarela (Cabugá)
533 – Casa Amarela (Bacurau)
*Atende a parada seletiva

3 – Parada nº 100038 (Em frente a loja Força e Vida)

510 – Nova Descoberta/Derby
511 – Alto do Mandu*
513 – Córrego da Areia
514 – Nova Descoberta (Córrego do Joaquim)
515 – Nova Descoberta (Bacurau)*
531 – Casa Amarela (Rosa e Silva)
630 – Vasco da Gama/Derby
640 – Guabiraba/Derby
710 – Beberibe/Derby
718 – Córrego do Euclídes/Derby
930 – Rio Doce/Dois Irmãos
*Atende a parada seletiva

4 – Parada nº 100111 (Em frente à Livraria Módulo)

411 – Estrada dos Remédios
520 – Macaxeira/Parnamirim*
521 – Alto Santa Isabel
522 – Dois Irmãos (Rui Barbosa)
523 – Dois Irmãos (Bacurau)*
524 – Sítio dos Pintos (Dois Irmãos)
527 – Sítio dos Pintos/IMIP (Joana Bezerra)
*Atende a parada seletiva

5 – Parada nº 100153 (Em frente ao SERPRO)

330 – Casa Amarela/CDU (TRT)
411 – Estrada dos Remédios
516- Casa Amarela (Nova Torre)

6 – Parada nº100166 (Em frente ao Hospital Infantil Maria Lucinda)

510 – Nova Descoberta/Derby
513 – Córrego da Areia
514 – Nova Descoberta (Córrego do Joaquim)
515 – Nova Descoberta (Bacurau)
521 – Alto Santa Isabel
522 – Dois Irmãos (Rui Barbosa)
523 – Dois Irmãos (Bacurau)
524 – Sítio dos Pintos (Dois Irmãos)
527 – Sítio dos Pintos/IMIP (Joana Bezerra)
531 – Casa Amarela (Rosa e Silva)
533 – Casa Amarela (Bacurau)*
630 – Vasco da Gama/Derby
640 – Guabiraba/Derby
710 – Beberibe/Derby
718 – Córrego do Euclídes/Derby
930 – Rio Doce/Dois Irmãos
*Atende a parada seletiva

Com informações do Grande Recife Consórcio de Transportes

Crianças na faixa e acompanhadas de adulto

 

Por

Mariana Czerwonka

No dia 12 de outubro, comemora-se o Dia da Criança no Brasil. Deixando um pouco de lado o apelo comercial da data, é importante lembrar a simbologia do dia e também fazer algumas reflexões a respeito do tema. O Dia da Criança foi pensado para trazer à luz da discussão e da atenção da população problemas de violência, situação vulnerável e falta de cuidado com os pequenos. Responsável pela promoção da prevenção de acidentes de todos os tipos com crianças e adolescentes de até 14 anos, a ONG Criança Segura tem um dos trabalhos mais notórios dentro do tema no país.

A coordenadora da organização, Alessandra Françóia pontua alguns números que ajudam o leitor a contextualizar a insegurança no trânsito com crianças brasileiras. ”Em 2010 (dados mais atuais do Ministério da Saúde), 1.895 crianças de até 14 anos morreram vítimas do trânsito. Deste total, 38% corresponderam aos atropelamentos, 36% aos acidentes com a criança na condição de passageira do veículo, 5% na condição de ciclista e os 21% restantes corresponderam a outros tipos de acidentes de trânsito.

Além das mortes, 14.936 crianças foram hospitalizadas vítimas de acidentes de trânsito”, esclarece. Diante dessas informações, a insegurança no trânsito para esse perfil fica mais clara. Maria Amélia Franco, especialista em trânsito da Perkons, acredita que o trabalho de combate aos acidentes com os pequenos passa por formação, educação e conscientização, tanto das crianças, quanto dos pais. ”Primeiro, os país devem reconhecer suas responsabilidades para a melhoria da segurança das crianças e entender os riscos a que estão expostas. É muito importante desenvolvermos projetos de convivência no trânsito, não apenas pensando nelas como futuros motoristas, mas como atuais pedestres e passageiros.

Familiarizar essas crianças com os símbolos do trânsito, respeito às regras de segurança e também adaptar essa teoria à realidade dos mais novos faz parte da estratégia. Além disso, é essencial envolver os pais e parentes no processo de educação. Afinal, ao menos duas vezes ao dia, as crianças são companheiras de viagem nos veículos ou em trajetos a pé”, pondera. Ainda sobre as estatísticas, em 2007, segundo dados do Ministério da Saúde, foram 5.324 mortes e 136.329 hospitalizações de crianças vítimas de acidentes de trânsito, afogamentos, sufocações, queimaduras, quedas, intoxicações, acidentes com armas de fogo e outros.

É estimado que para cada morte, outras quatro crianças ficam com sequelas, gerando consequências emocionais, sociais e financeiras. No mundo, 830 mil crianças morrem todos os anos vítimas de acidentes, segundo o Relatório Mundial sobre Prevenção de Acidentes com Crianças e Adolescentes, lançado em dezembro de 2008 pela Organização Mundial da Saúde e UNICEF.

Maria Amélia coloca a escola como protagonista na educação no trânsito das crianças. ”Ela tem papel fundamental na ação educativa para o trânsito e é o espaço determinante de formação de cidadãos conscientes e críticos. Formar o comportamento do cidadão enquanto usuário das vias públicas na condição de pedestre, condutor ou passageiro significa fazer com que ele reconheça as formas, cores e os significados das placas utilizadas no trânsito, do semáforo, da faixa de pedestres e demais componentes das vias públicas; saiba os direcionamentos sobre os diversos meios de locomoção/transporte, conheça os direitos e deveres como usuário das vias, demonstre atitude solidária frente a situações ocorridas no trânsito, no que tange a habilidades importantes à segurança do pedestre e do próprio passageiro”, explica.

Aproveitando que o 12 de outubro também é feriado, Alessandra Françóia faz um alerta especial no que diz respeito às viagens. ”O número de veículos nas rodovias aumenta muito e o risco de acidentes também. O trânsito é responsável pela maior parte dos acidentes fatais. No caso da criança que pode ficar presa no veículo, o mais importante é evitar que ela tenha acesso ao carro. Portanto, chaves devem ser guardadas fora do alcance da criança e os responsáveis devem evitar deixar portas abertas, pois ela pode entrar e acabar se trancando”, adverte.

E Maria Amélia alerta ainda para os presentes nesta data. ”Bicicletas, patins, skates são considerados brinquedos pelas crianças e, dessa forma, devem ser usados em locais de recreação, não nas ruas”. No que tange a segurança dos menores, o uso do bebê conforto, da cadeirinha e do assento de elevação – equipamentos que passaram a ser obrigatórios desde setembro de 2010 – é a única forma segura de transportar crianças em veículos.

Crianças são vulneráveis

Em linhas gerais, a prevenção é a tônica dos especialistas quando o assunto é acidente de trânsito envolvendo crianças, posto que elas precisam de maior proteção devido à fragilidade do seu corpo. ”Temos que tirar da consciência coletiva a ideia do ‘nunca vai acontecer comigo ou com minha família’. Acontece sim e mais frequentemente do que se pensa”, destaca Maria Amélia.

”Para prevenir acidentes, os responsáveis devem supervisionar sempre até que a criança demonstre habilidades e capacidade de julgamento do trânsito, segurar sempre na mão da criança, firme, pelo pulso, enquanto estiverem caminhando na rua, não permitir a brincadeira em locais que não são adequados como entradas de garagens, quintais sem cerca, ruas ou estacionamentos e acompanhar a criança para identificar o caminho mais seguro e ensinar a completá-lo de forma segura e cuidadosa. Além de dar o bom exemplo”, conclui a coordenadora da ONG Criança Segura.

 

Código de Trânsito Brasileiro

Art. 64. As crianças com idade inferior a dez anos devem ser transportadas nos bancos traseiros, salvo exceções regulamentadas pelo CONTRAN. Art. 168. Transportar crianças em veículo automotor sem observância das normas de segurança especiais estabelecidas neste Código: Infração – gravíssima; (7 pontos na CNH) Penalidade – multa; R$ 191,54
Guia Criança Segura (Via Portal do Trânsito)

Bikes de aluguel também no Recife

Por

Juliana Colares

Ainda de forma bastante tímida, Recife está entrando na lista de cidades com estações de aluguel de bicicletas. O atual prefeito, João da Costa (PT), assinou, ontem, o termo de permissão para a instalação das plataformas onde as bicicletas ficarão engatadas. A primeira delas já começou a ser montada, próximo à Praça Tiradentes. O serviço é uma iniciativa do Porto Digital e deve começar a funcionar no próximo dia 19. A princípio, serão 100 bicicletas e dez estações. A área de abrangência está restrita ao Bairro do Recife (que concentra sete estações), Santo Amaro (2) e São José (1). O modelo das bikes da capital pernambucana é igual às do Rio de Janeiro.

A empresa que irá implantar o sistema daqui é a mesma de lá, a Serttel, que também está por trás das estações que funcionam em São Paulo, Sorocaba, Porto Alegre e em Petrolina – na cidade do Sertão pernambucano, o projeto piloto foi iniciado em dezembro do ano passado com 30 bicicletas e três estações, no centro da cidade. O Porto Digital e a Serttel ainda fazem mistério em relação às cores e ao nome. O que já se sabe é que o sistema não será chamado de Bike Recife, a exemplo do Bike Rio.

Segundo o presidente da Serttel, Angelo Leite, o nome deve fazer referência às palavras tecnologia, mobilidade e Porto Digital. A coloração deverá ser baseada nas cores da empresa idealizadora do projeto – a logomarca do Porto Digital é cinza, vermelha e laranja. As bikes são fabricadas pela própria Serttel. Elas têm pneu liso e sistema de câmbio inteligente com três marchas que não permite que a corrente fique caindo. O modelo é desenhado para o ciclista pedalar com o corpo ereto e a baixa velocidade. E foi desenvolvido para evitar que as partes principais do veículo sejam removidas, reduzindo bastante os riscos de vandalismo.

O projeto foi bem recebido pela população ciclista e não-ciclista, mas com ressalvas. A principal delas diz respeito à quantidade e, principalmente, à localização das estações. Além de ficarem restritas a uma área muito pequena, a distribuição geográfica das estações não foi planejada com base na conexão entre o transporte público e o não-motorizado. Uma delas será instalada próximo ao Terminal de Passageiros de Santa Rita e outra perto da Prefeitura do Recife, ao lado de uma parada de ônibus. Mas não há ponto de aluguel de bicicletas perto da estação central do metrô do Recife nem da Conde da Boa Vista, por exemplo.

Diretor executivo do Porto Digital, o urbanista Leandro Guimarães defende que esse é um projeto piloto. “O projeto planta uma semente, aponta um caminho possível”, afirmou. De acordo com ele, o principal critério para escolha dos locais das estações foi a proximidade de “âncoras” com grande concentração de pessoas, como a prefeitura e a Contax, empresa que, segundo a CTTU, tem 21 mil funcionários. Também foram levados em consideração deslocamentos feitos a pé pelo Bairro do Recife.

Intermodalidade
O projeto passou por análise de um colegiado da Prefeitura do Recife. Segundo o diretor de projetos da CTTU, Manoel Damasceno, foi o colegiado quem recomendou a instalação das estações da Rua da Aurora (próximo à Contax) e do terminal de Santa Rita. Também foi sugerida a instalação de um ponto perto do metrô do Recife. “A gente entende que a intermodalidade garante a sustentabilidade do projeto. É preciso haver uma troca com o ônibus e o metrô, mas nesse momento haverá troca só com o ônibus”, disse. Segundo ele, existe recomendação para que o Porto Digital faça uma ampliação em direção ao metrô. Não há, neste momento, projeto da própria prefeitura de ampliação do serviço. Mas já há instituições privadas com propostas neste sentido.

SAIBA MAIS

Localização das estações

Cais do Apolo, ao lado da parada de ônibus que fica próximo à Prefeitura do Recife
Rua Bione (próximo ao C.E.S.A.R)
Praça Tiradentes (perto do C.E.S.A.R)
Praça do Arsenal (próximo à Secretaria de Desenvolvimento Econômico)
Travessa do Bom Jesus (esquina com a Rua Apolo)
Cais do Porto (próximo ao antigo Bandepe)
Livraria Cultura
Terminal de Passageiros de Santa Rita
Rua da Aurora (em frente à Contax)
Rua do Lima (em frente à TV Jornal)

2,5 km é a distância máxima entre as estações

A convite do Diario, o cicloativista Cezar Martins fez dois percursos:

Rua do Lima à Praça do Arsenal
2,4 km completado em 11 minutos e 30 segundos, com velocidade média de 12,5 km/h

Terminal de Passageiros de Santa Rita à Rua da Aurora (próximo à Contax)
2,4 km concluído em 8 minutos e 20 segundos, com velocidade média de 17,3 km/h

* O ciclista realizou os percursos respeitando todas as normas de trânsito, inclusive parando quando o semáforo estava vermelho

Detalhes do projeto

19 de outubro é o dia da inauguração do serviço
O projeto iniciará com 10 estações, cada uma com dez bicicletas
8 estações têm capacidade para 12 bicicletas e duas estações comportam até 14 bikes
Horário de funcionamento: 8h às 22h
Custo: R$ 10 por mês
Tempo de trajeto: 30 minutos por percurso. Após devolver a bicicleta em uma estação, é preciso esperar no mínimo 15 minutos para pegá-la novamente
Multa: R$ 5, caso passe mais de 30 minutos com a bike
Custo do projeto: R$ 1.620.000,00 (o projeto faz parte de um pacote de mobilidade orçado em R$ 32 milhões. Os recursos são fruto de emenda parlamentar – 80% é bancado pela União e 20% pelo governo estadual)
Expectativa de expansão: chegar a 200 bicicletas em cinco anos
Como funciona: é preciso fazer cadastro prévio em site que ainda será divulgado e usar um cartão de crédito para pagar a mensalidade. Quando quiser pegar a bicicleta, o usuário que não tem smartphone precisa ligar de um celular para um 0800 que ainda não está disponível e seguir as orientações da gravação. Quem tem smartphone com acesso à internet, deverá baixar um aplicativo e seguir as orientações

Vantagens do compartilhamento de bicicletas:
– valorização da bicicleta como meio de transporte, não apenas de lazer
– facilidade e alta rotatividade de utilização para pequenos percursos
– redução de congestionamentos
– redução da emissão de poluentes

Características das bicicletas:– quadro em alumínio
– peso máximo de 18 kg
– assento com ajuste de altura
– câmbio integrado com 3 marchas
– pedais com refletores
– guidão emborrachado
– suporte para artigos pessoais no formato de cesta
– sinalização refletiva dianteita e traseira
– sistema de proteção contra retirada de rodas
– sistema de identificação da bicicleta na estação por meio eletrônico

Características das estações:
– totem com informações gráficas, com identificação da estação e mapa de localização das demais estações
– sistema eletro-mecânico para liberação e travamento das bicicletas pelos usuários
– possibilidade das bicicletas serem devolvidas mesmo se a estação estiver inoperante ou desligada
– sistema de alimentação por energia solar e de comunicação de dados sem fio com a central de controle

DER realiza Operação Verão nas rodovias estaduais

 

Para evitar acidentes e congestionamentos nas estradas das praias do litoral Sul e Norte, a Secretaria de Transportes, por meio do do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), em conjunto com o Batalhão de Polícia Rodoviária Estadual (BPRv), Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal e Corpo de Bombeiros irão realizar a Operação Verão a partir das 5h da próxima quinta-feira (11). Entre as ações programadas estão o desligamento das lombadas eletrônicas nas rodovias PE-27, PE-35 e PE-60, a partir das 5h. Os equipamentos só serão religados na terça-feira, dia 16, no mesmo horário.

A Operação Verão também prevê a reversão do tráfego nas rodovias a cada duas horas, com duração máxima de 30 minutos, sendo a primeira a partir das 10h. Com isso, a Secretaria de Transportes quer evitar grandes engarrafamentos como aconteceu no último feriado de 7 de Setembro, quando centenas de veículos ficaram presos principalmente na estrada que vai para a Praia de Porto de Galinhas. Todas essas medidas serão executadas também nos próximos feriados do ano.

É importante lembrar que para evitar congestionamentos os motoristas devem escolher horários menos concorridos para dirigir, saindo mais cedo e evitando horários de picos.

Além disso, o Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv) intensificará a fiscalização nas vias estaduais com o aumento do efetivo de agentes e apoio das policiais Militar e Civil e Corpo de Bombeiros, enquanto a Polícia Rodoviária Federal estará atuando nas rodovias federais.

Enquanto durar a operação, 40 agentes do DER irão distribuir panfletos orientando os motoristas que trafegam pela PE-60 sob as rotas alternativas que podem ser acessadas para reduzir o fluxo na estrada e seguir uma viagem mais tranquila.

Acompanhe as rotas alternativas:

 

 

 

Multa dobrada para infrações em vias com obras

 

 

A Câmara analisa proposta que duplica o valor das multas de trânsito quando as infrações forem cometidas em vias ou trechos de vias em obras, desde que haja sinalização. A medida está prevista no Projeto de Lei 4398/12, do deputado Walter Feldman (PSDB-SP), que modifica o Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97).

O código, atualmente, já obriga o condutor a reduzir a velocidade do veículo em locais sinalizados com advertência de obras ou trabalhadores na pista. A proposta busca fazer com que o motorista tenha ainda mais cuidado nessas situações.

“O condutor deve ter a atenção redobrada enquanto circula no trecho em obras ou com trabalhadores na pista não só quanto à sua velocidade, mas com relação a todas as outras infrações previstas na lei”, argumenta Feldman.

Tramitação
O projeto, que tramita em caráter conclusivo, será analisado pelas comissões de Viação e Transportes; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

 

Fonte: Agência Câmara