Concurso de aplicativo sobre trânsito para ampliar base de dados de acidentes

 

aplicativo transito - reprodução/internet

Por

Talita Inalba

O Ministério da Justiça lança edital de concurso para desenvolvimento de aplicativos para computadores, tablets e celulares, a partir de base de dados dos boletins de acidentes de trânsito da Polícia Rodoviária Federal (PRF). O objetivo é a criação de ferramentas de visualização e acesso a dados de interesse público que possam, entre outras funcionalidades, gerar estatísticas sobre os horários em que ocorrem mais fatalidades, localizar no mapa os trechos mais perigosos de cada rodovia ou traçar um perfil dos acidentes nas estradas.

Os boletins de ocorrências de trânsito nas rodovias federais contêm informações detalhadas desde 2007 sobre cada acidente registrado pela PRF. São mais de um milhão de registros com dezenas de informações, como características dos veículos envolvidos, causa identificada do acidente, quantidade de pessoas envolvidas e descrição completa do ocorrido. Também será publicada a base de dados de autuações de trânsito.

A diretora-geral da PRF, Maria Alice Nascimento Souza, defende a máxima transparência das informações disponibilizadas, mesmo as sobre autuações. “Esses elementos ajudarão a compreender melhor a realidade das BRs, que é muito diferente do trânsito urbano”, explicou, ao comentar que não teme o uso das informações para a identificação de radares de velocidade, facilitando que motoristas burlem a fiscalização. “Divulgamos os locais de autuação e ao mesmo tempo os trechos com mais incidência de acidentes com vítimas, exatamente para que a sociedade ajude a priorizar as ferramentas que permitam preservar a vida”, acrescenta.

A base de dados permite inúmeras interpretações e a criatividade dos desenvolvedores será considerada na avaliação dos aplicativos. O Ministério da Justiça também realizou consulta com a sociedade civil, organizações públicas e privadas sobre as principais demandas da área e o que elas esperam dos aplicativos. A capacidade dos candidatos de atender a essas necessidades será fundamental para a escolha dos aplicativos vencedores.

O concurso demonstra o esforço promovido pelo Ministério da Justiça para divulgar suas bases de dados em “formato aberto”. Dados abertos consistem na publicação e disseminação de dados e informações públicas na Internet, de forma que possam ser reutilizados por toda a sociedade. A tendência é que, cada vez mais, o governo utilize esse formato de disponibilização de dados, a fim de facilitar o uso dessas informações pelo cidadão, incluindo os desenvolvedores de aplicativos.

Pode se inscrever qualquer pessoa interessada, individualmente ou com um grupo de até 4 pessoas. As inscrições vão do dia 30 de agosto até o dia 12 de setembro e o prazo para a entrega dos aplicativos se encerra no dia 18 de outubro.

Serão premiadas três equipes, com a publicação de seus aplicativos no Portal Brasileiro de Dados Abertos e no Portal do Ministério da Justiça; ainda receberão camisetas W3C Brasil e Certificado assinado pelo Ministro da Justiça. Os membros da equipe que se classificar em 1º lugar vão receber um dispositivo cada um. A cerimônia de premiação está prevista para os dias 21 e 22 de novembro, durante o 2º Encontro Nacional de Dados Abertos, a ser realizado em Brasília/DF.

A iniciativa é fruto de uma parceria entre Ministério da Justiça, Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Controladoria-Geral da União e Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.Br), representado pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.Br), por meio do Escritório Brasileiro do W3C Brasil.

Fonte: Portal do Trânsito

“Público” para quem? Metrô deixa na mão torcedores de Náutico e Sport

Metrô Recife - Foto Annaclarice Almeida DP.D.A/Press
O transporte é público, mas só funciona se tiver gente em excesso? O metrô do Recife foi a principal aposta de transporte público na Copa das Confederações e passou vexame. A estação Cosme e Damião não foi capaz de atender a demanda e a imagem do metrô ficou bastante arranhada.

Deixou dúvidas, se, de fato, teria capacidade para grandes demandas. Na verdade, tem. Nenhum outro meio de transporte supera o metrô em capacidade, mas outros elementos precisavam ser agregados,como a melhoria do escoamento na estação Cosme e Damião,o que demorou a acontecer.

Agora, no jogo entre Náutico e Sport, o metrô informa que vai levar os passageiros, mas não os trará de volta. Uma das alegações é que foram vendidos menos de 5 mil ingressos, até o momento. Embora a prática revele que muita gente deixa para comprar no dia do jogo. Mas na verdade a questão não é o número de ingressos.

O metrô perde uma excelente oportunidade de se firmar como o principal meio de transporte para a Arena Pernambuco e mais do que isso, de criar um hábito entre esses “novos” usuários de usar o trem e saber que ele pode ser seguro, rápido e confortável. Afinal, não é esse o maior desafio: conquistar mais usuários e reduzir o número de pessoas que ainda preferem o carro?

Abaixo o texto de Cássio Zirpoli sobre a estranha estratégia adotada pelo Metrorec.

O Plano B

Ônibus Arena - Foto - Paulo PaivaDP/D.A.Press

A Arena Pernambuco foi lançada em 15 de janeiro de 2009. Na ocasião, num anúncio pomposo, o governador do estado anunciou o empreendimento, a 19 quilômetros do Marco Zero, com uma larga integração na mobilidade. O principal modal seria o metrô, através da linha já existente, mas com uma nova estação. A tal estação, Cosme e Damião, foi erguida. Após eventos-testes, Copa das Confederações e até um show, enfim o primeiro clássico estadual. Ironicamente, sem o auxílio pleno do metrô.

O jogo começará às 21h50 e no curso normal terminará por volta de meia-noite. Contudo, a rede metroviária será encerrada no horário padrão, às 23h. Para a chegada ao estádio, há o plano do transporte das maiores facções uniformizadas em trens isolados. A Fanáutico irá embarcar na estação central, às 18h30, e a Jovem na Joana Bezerra, as 19h. A uniformizada alvirrubra irá desembarcar no TIP e a rubro-negra desce na estação Cosme e Damião. Já o esquema de volta saiu aos 45 do 2º tempo. A indefinição em relação ao metrô durou o dia inteiro.

A missão acabou ficando a cargo do Grande Recife, que irá disponibilizar 50 ônibus extras na arena. Os torcedores alvirrubros seguirão em direção ao Derby ou até o Cais de Santa Rita, passando pela Conde da Boa Vista. Já os leoninos vão realizar viagens expressas até a Ilha do Retiro e embarcarão nos coletivos pelo portão R da Arena. Para facilitar o retorno, as passagens de ônibus (da volta) serão vendidas nos guichês do metrô, nas estações Centro, Joana Bezerra, TIP e Cosme e Damião.

“O metrô tem uma estrutura definida e a partir de 0h30 é o início da manutenção dos trens. Esse trabalho dura três horas, começando o processo de distribuição dos trens para o dia seguinte, às 5h. Para aumentar o horário é preciso mudar toda a estratéria, com hora extra e até com a Celpe. Para isso, é preciso uma demanda”. Segundo João Dueire, gerente de operações da CBTU vem monitorando a venda de ingressos do clássico (que até ontem era de 4.520). “Vamos definir uma estratégia para os jogos que passem das 23h. Se passar de 15 mil pessoas, poderemos dar sequência ao metrô. Fizemos isso em um show (Maior Show do Mundo, neste mês), e apenas 400 pessoas voltaram com a gente”, afirmou.

A volta para casa

Torcida do Náutico
Ônibus na arena, com destino a Derby ou Cais de Santa Rita

Torcida do Sport
Ônibus na arena (portão R), com destino à Ilha do Retiro