A indicação dos limitadores de velocidade costuma causar uma reação exagerada nos motoristas. O medo da multa, pelo menos quando se sabe que o equipamento emite multa, costuma provocar uma redução drástica da velocidade. Se a limitação é 40km, o motorista reduz a uma velocidade bem abaixo disso. É quase uma reação automática.
A preocupação faz sentido. Os equipamentos não perdoam quem ultrapassa com a velocidade acima do permitido. Mas bem que eles poderiam também multar os motoristas que dirigem quase parando e atrapalhando o trânsito.
De acordo com o artigo 219 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), trafegar em velocidade inferior à metade da velocidade máxima permitida é infração média passível de multa no valor de R$ 85,13 e acréscimo de quatro pontos na carteira de habilitação. Só falta avisar isso às lombadas eletrônicas.
Algumas lombadas ficam em áreas de trânsito intenso em alguns horários ou próximas a faixas de pedestres. E quem estiver em velocidade muito baixa por ter parado para pedestres atravessarem na faixa e a lombada marcar 5km/h, por exemplo? Devemos levar a multa por não parar na faixa ou a multa por parar e reduzir drasticamente a velocidade?
O pedestre é prioridade sempre. Nisso você tem razão. Mas deve saber também que em vias de fluxo intenso ou se deve ter passarela para pedestre, sinal de pedestre ou faixa de pedestre. A travessia nunca deve ser nas lombadas. Se isso ocorre é uma questão de fiscalização dos órgãos de trânsito. Mas concordo com você que a proteção ao pedestre vem em primeiro lugar.
A preocupação do Sr. Ernani Azevedo faz muito sentido, mas não entendi sua resposta sobre a travessia des pedestres nas lombadas eletrônicas. Na BR-101 são inúmeros os casos onde isso vem acontecendo. Na altura do supermercado Atacadão, existe uma magnífica lombada que reduz drasticamente a velocidade dos veículos a 50km. Em direção ao norte, mais a frente, na Guabiraba, foi instalada uma lombada e outra está prestes a entrar em funcionamento. São dois trechos de um fluxo intenso de veículos, ocasionando cotidianamente grandes engarrafamentos. O objetivo do governo é reduzir a velocidade para facilitar a passagens de pedestres nos trechos próximos às lombadas. Para muitos colegas de trabalho, esse não é o real objetivo, visto que nestas áreas o ideal seriam passarelas que deixassem o trânsito andar com mais rapidez. Considera-se que o governo só tem a intenção de multar (e ganhar dinheiro) em cima de motoristas desapercebidos que não reduzam a velocidade em uma BR a meros 50km.
São coerentes as considerações de ambos. Na prática isso acontece realmente. O uso de passarela em vias de fluxo intenso é, sem dúvida, mais seguro para o pedestre e ao mesmo tempo melhora a velocidade da via. Não quero crer que o objetivo das lombadas seja o de arrecadar dinheiro. Mas acho que essa discussão pode ser ampliada com o DNIT e DER. São questões distintas: travessia segura do pedestre e melhoria do tráfego. A redução drástica da velocidade em vias de fluxo intenso é congestionamento na certa.