Recife a 11km/h nos horários de pico

 

Recife registra velocidade de 11km/h a 12km/h nos horários de pico. Foto - Júlio Jacobina DP/D.A.Press
Recife registra velocidade de 11km/h a 12km/h nos horários de pico. Foto – Júlio Jacobina DP/D.A.Press

 

Para escapar dos congestionamentos e ter os deslocamentos diários menos sofridos será preciso uma mudança no comportamento do condutor. Um levantamento da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) aponta que as cinco vias mais lentas da cidade registram nos horários de pico uma velocidade de 12km/h.

O primeiro horário de pico fica entre 6h30 e 9h. São duas horas e meia de pico no trânsito. Para quem consegue sair 15 minutos antes ou depois desse horário, a velocidade praticamente triplica.

“Nós chegamos a velocidade das carroças e das carruagens e os veículos são feitos para andar até 100km/h”, compara o consultor em educação de trânsito, o engenheiro Carlos Guido.  Entre as cinco vias mais lentas, a Avenida Mascarenhas de Moraes – no sentido Centro – é a campeã em lentidão com velocidade de 11km/h.

Além do volume de carros, a estrutura da via dificulta o escoamento do tráfego. “O motorista sai de quatro para duas vias na subida da Ponte Motocolombó e no Largo da Paz há um giro à esquerda para quem vai para Afogados que também dificulta a fluidez”, apontou o gerente de operações de trânsito da CTTU, Agostinho Maia.

Com uma frota de quase 670 mil veículos, a capital pernambucana trava também em outros dois horários. Além da manhã, o trânsito complica das 17h30 às 19h30 e das 21h às 22h30. “Encontrar brecha no trânsito é um sufuco. Eu não tenho como sair antes da 7h e depois das 9h ficaria muito tarde. O jeito é sofrer no engarrafamento”, revelou a psicóloga Kátia Abreu, 36 anos.

Ela sai de casa bem no olho do furação às 7h20 e pega a Avenida Rui Barbosa, que registra nesse horário 12km/h. “Demoro de 40 minutos a uma hora só para conseguir chegar na Rua Fernandes Vieira”, contou. A distância entre as duas vias é de menos de 3km. A combinação escola e trabalho no mesmo horário é apontada por especialistas como desastrosa para a mobilidade.

Nas férias, a redução do fluxo de veículos nas ruas do Recife é de cerca de 20%.  “Mesmo quando os pais trabalham a partir das 8h ou 9h, muitos têm o compromisso de levar os filhos na escola e todo mundo sai na mesma hora ”, ressaltou o diretor de operações da CTTU, Agostinho Maia.

Para o especialista em educação de trânsito, o engenheiro Carlos Guido, o escalonamento (alternar horários)  é uma das soluções, mas não é a única. “Hoje não existe uma solução, mas um mix de alternativas.O escalonamento é uma opção que pode ser estudada para a realidade local. Além disso, vamos lembrar que a restrição ao veículo particular e a taxação para carros com apenas uma pessoa também são medidas importantes, sem falar na melhoria do transporte coletivo”, elencou Carlos Guido.

Ranking das cinco vias com menor velocidade nos horários de pico

Os três picos no trânsito: 6h30 às 9h; das 17h30 às 19h e das 21h às 22h30

1ª – Rua Visconde de Albuquerque (30.000 veículos)
Velocidade nos horários de pico: 12 km/h
Velocidade fora dos horários de pico: 31 km/h

2ª –  Avenida Marechal Mascarenhas de Moraes (sentido centro): 59.000 veículos
Velocidade nos horários de pico: 11 km/h
Velocidade fora dos horários de pico: 33 km/h

4ª – Avenida Caxangá (sentido centro): (29.000 veículos)
Velocidade nos horários de pico: 15 km/h
Velocidade fora dos horários de pico: 35 km/h

5ª – Avenida Rui Barbosa:(25.500 veículos)
Velocidade média: 20 km/h
Velocidade nos horários de pico: 12 km/h
Velocidade fora dos horários de pico: 35 km/h

6ª – Rua José Bonifácio: (32.000 veículos)
Velocidade média: 20 km/h
Velocidade nos horários de pico: 12 km/h
Velocidade fora dos horários de pico: 32 km/h

Ranking das cinco vias com maior velocidade nos horários de pico:

1ª – Via Mangue – Pista Oeste (34.000 veículos)
Velocidade nos horários de pico: 37 km/h
Velocidade fora dos horários de pico: 57 km/h

2ª – Avenida Herculano Bandeira  (63.000 veículos)
Velocidade nos horários de pico: 29 km/h
Velocidade fora dos horários de pico: 48 km/h

3ª – Av. Domingos Ferreira (até a Barão de Souza Leão com 36.000 veículos)
Velocidade nos horários de pico: 27 km/h
Velocidade fora dos horários de pico: 49 km/h

4ª – Av. Engenheiro Abdias de Carvalho (sentido UFPE com 27.500 veículos)
Velocidade nos horários de pico: 30 km/h
Velocidade fora dos horários de pico: 50 km/h

5ª – Cais José Estelita (sentido Centro com 18.500 veículos)
Velocidade nos horários de pico: 29 km/h
Velocidade fora dos horários de pico: 49 km/h

Fonte: CTTU

Um ano após a Copa e os corredores de BRT no Recife ainda incompletos

 

Estação de BRT do corredor Leste/Oeste com obras paradas na Benfica Foto: Gustavo Glória Especial DP/D.A.Press
Estação de BRT do corredor Leste/Oeste com obras paradas na Benfica Foto: Gustavo Glória Especial DP/D.A.Press

Por

Marcionila Teixeira (Diario de Pernambuco)

A lógica se inverteu. Quase 12 meses depois da abertura da Copa do Mundo, em 12 de junho do ano passado, algumas obras de mobilidade voltadas para facilitar a vida das pessoas durante e após o mundial estão atrasadas ou paralisadas.

Os principais entraves estão no corredor Leste-Oeste e no Ramal Cidade da Copa, cujas obras estão suspensas por problemas financeiros enfrentados pelo consórcio Mendes Jr./SERVIX, investigado na Operação Lava-jato. O corredor Norte-Sul, por sua vez, ganhou nova previsão de conclusão para dezembro, já que duas estações sequer foram iniciadas. Segundo Gustavo Gurgel, gerente geral de mobilidade da Secretaria das Cidades, até o fim deste mês o governo abrirá licitação para contratar a empresa responsável por levantar o que deixou de ser executado pelo consórcio. Somente depois haverá nova licitação para contratação de outra empresa para assumir o serviço.

De forma geral, a maior causa do atraso, segundo Gurgel, foram as desapropriações. Além disso, a existência de linhas de energia elétrica e telefônicas e redes de esgotamento sanitário ao longo do caminho geraram demora. “Existe uma prática no Brasil de prazos não serem cumpridos. Os governos apostam em recursos não disponíveis e subestimam cronogramas de obras”, analisa Germano Travassos, engenheiro consultor em mobilidade urbana.

Nas ruas, os sintomas do atraso são sentidos no dia a dia por motoristas, passageiros e pedestres. Na Cruz Cabugá, por onde passa o corredor Norte-Sul, a desordem é generalizada. “Estou participando de uma seleção de emprego e fiquei surpresa com a situação da avenida. Somos obrigados a andar no meio do mato e do lixo porque não tem calçada”, disse Gilvanice da Silva, 29 anos, na altura do Armazém Coral, onde está em obras uma das estações de BRT.

Gustavo Gurgel ressaltou que a secretaria trabalhou com cronogramas factíveis. “Os prazos são trabalhados para darem certo. Infelizmente as desapropriações têm prazos imprevistos. Muitas vezes o problema em um só imóvel atrasa todo um trecho”, destacou. Ainda segundo o gerente geral, o custo total das obras subiu 20% e o permitido por lei é 25%. Gurgel disse, ainda, que a verba para conclusão das intervenções está garantida pelo governo federal.

Hidrovias do Recife com dois ramais só devem ser entregues em 2017

Hidrovia cortando o Recife só deve ocorrer em 2015 Foto - Paulo Paiva DP/D.A.Press
Hidrovia com dois ramais  cortando o Recife só deve ocorrer em 2017, segundo o governo do estado. A obra estava prevista para 2014. Foto – Paulo Paiva DP/D.A.Press

As obras do projeto de navegabilidade dos rios Capibaribe e Beberibe no trecho urbano do Recife serão retomadas no segundo semestre de 2015. O novo cronograma das obras prevê um ano e meio para conclusão. Ou seja início de 2017.  De acordo com a Secretaria das Cidades, a retomada será possível após a aprovação dos projetos das estações pela Caixa Econômica Federal no início deste ano.

A Secid tem, no entanto, outro entrave: a relocação das palafitas de três comunidades que se encontram no trecho do ramal Oeste: Vila Brasil, Coelhos e Roque Santeiro. Esta, aliás, teria sido a principal razão para a interrupção da dragagem do rio por provocar instabilidade nas moradias.

De acordo com a Secid já foram dragados nove dos onze quilômetros do ramal Oeste. Segundo a secretária executiva de articulação, Ana Suassuna o próximo passo é remover as famílias. “Já existem soluções de habitações para as comunidades de Vila Brasil 1 e Coelhos. Ainda falta uma solução de auxílio-moradia para a comunidade de Roque Santeiro”, explicou a secretária.

A demora na análise dos projetos pela Caixa se deu, segundo ela, devido as alterações do local das estações. A estação do Derby que ficaria por trás do quartel da Polícia Militar foi transferida para as imediações do Memorial de Medicina. Já o galpão de manutenção previsto para ser instalado nas proximidades do metrô teve o projeto transferido para as imediações do Fórum Joana Bezerra. E a estação Recife ficará mais próxima da Ponte Velha (ferro).

Ao  mesmo tempo que as obras serão retomadas, será lançado também o edital de concessão do serviço, que inclui também a compra das embarcações pela empresa que vencer a licitação. “No caso das embarcações chegarem antes da conclusão da estação Recife, nós poderemos entrar em operação com as que já estiverem concluídas”, pontuou.

O projeto prevê dois ramais: Oeste e Sul. A rota Oeste com 11 quilômetros de extensão no trecho entre a BR-101 e a estação central do metrô Recife. E terá cinco estações integradas ao sistema público de transporte por ônibus ou metrô. Já o ramal Norte com 2,9 km de extensão foi desenhado com duas estações. A estação Correios, na Rua do Sol, e estação Olinda, em frente ao Shopping Tacaruna. “No caso do ramal Norte, ainda não tivemos aprovação da Marinha para a estação Tacaruna”, revelou.

Saiba Mais

Cronologia das obras do projeto Rios da Gente
Início das obras – 2012
Retomada prevista no 2º semestre de 2015
Cronograma de conclusão 1 ano e meio (início de 2017)

O projeto contempla
R$ 289 milhões é o valor do orçamento
5 estações da rota Oeste
2 estações da rota Norte
13 embarcações
300 mil passageiros por mês deverão ser transportados

Rota Oeste – 11km de extensão
Estação Dois Irmãos
Estação Santana
Estação Torre
Estação Derby (imediações do Memorial de Medicina)
Estação Recife (imediações da Ponte Velha)
Galpão de manutenção (nas imediações do Fórum Joana Bezerra)

Rota Norte – 2,9 km de extensão
Estação Correios
Estação Tacaruna (Falta aprovação da Marinha)

Fonte: Secretaria das Cidades

Radares reduzem 400 acidentes por mês no Recife no primeiro trimestre de 2015

 

Quatro novos radares instalados na Avenida Agamenon Magalhães. Foto - Ricardo Fernandes DP/D.A.Press
Quatro novos radares instalados na Avenida Agamenon Magalhães. Foto – Ricardo Fernandes DP/D.A.Press

Manter os motoristas sob a rédea curta é a estratégia da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) para reduzir os acidentes de trânsito na capital pernambucana com o aumento da fiscalização eletrônica.

Ao todo são 64 radares e sensores em 37 pontos da cidade. Desses, quatro novos começaram a operar ontem, sendo três na Avenida Agamenon Magalhães e um na Avenida Beberibe. Um levantamento da companhia aponta que entre o primeiro trimestre de 2015 e o  mesmo período de 2014, houve uma redução de cerca de 400 acidentes por mês. De 1, 3 mil para menos de mil por mês.

Os radares eletrônicos também trouxeram impacto direto nas infrações de trânsito. Onde há fiscalização eletrônica houve uma redução de até 87% nas infrações, mas a meta é zerar. Com essa estratégia, outros dois pontos já estão em estudo para receber radares: a entrada do Túnel da Abolição, na Torre e nas imediações da Faculdade Estácio de Sá na Abdias de Carvalho.

As quatro novas lombadas eletrônicas que entraram em operação, ontem, vão começar a multar os infratores a partir da próxima segunda-feira. Serão registradas infrações por excesso de velocidade, avanço de semáforo, parada sobre faixa de pedestres e conversão proibida.  O critério para a escolha das vias é o potencial risco de acidente.

Na Agamenon Magalhães passam por dia cerca de 90 mil veículos nos dois sentidos. Além disso, a via possui diversas proibições de giros que, quando desrespeitadas, aumentam a potencialidade de acidentes. Também é o caso da Avenida Beberibe, onde foi identificada a necessidade da fiscalização eletrônica no cruzamento com a Avenida Professor José dos Anjos.

Primeiro radar instalado na Avenida Beberibe no Recife. Foto - Ricardo Fernandes DP/D.A.Press
Primeiro radar instalado na Avenida Beberibe no Recife. Foto – Ricardo Fernandes DP/D.A.Press

Em seis meses, mesmo com os equipamentes existentes na Agamenon, foram registrados 14 acidentes e nove na Avenida Beberibe. “Há uma necessidade de mudança de cultura. A educação pelo bolso ainda é mais eficaz.  Hoje 93% dos condutores não voltam a cometer infração nos pontos onde já foram multados”, revelou o gerente de fiscalização da CTTU, Marcos Araújo.

Os novos pontos beneficiados receberam sinalização conforme a exigência do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) e foram identificados a partir de estudos técnicos que levam em consideração a geometria das vias. Na Avenida Governador Magalhães, já existem outros quatro pontos de fiscalização. Já a Avenida Beberibe receberá o primeiro dispositivo.

Saiba Mais

Radares de olho nos motoristas
64 equipamentos
29 lombadas
35 fotossensores
37 pontos diferentes na cidade

Comparativo dos acidentes no 1º trimestre
1.334 era a média de acidentes por mês na cidade no 1º trimestre de 2014
933 acidentes foi a média registrada por mês no 1º trimestre de 2015
400 acidentes a menos por mês

Diagnóstico
14 acidentes registrados na Agamenon Magalhães em seis meses
9 acidentes na Avenida Beberibe em seis meses

Redução dos acidentes
26% menos atropelamentos ( de 36 para 26)
30% menos acidentes de moto ( de 314 para 229 acidentes por mês)
23% menos acidentes envolvendo bicicleta ( de 9 para 7)

As multas e as infrações registradas pelos radares eletrônicos
De R$ 85,13 a R$ 574,62 por excesso de velocidade
De R$ 191,54 e 7 pontos na CNH por avanço de semáforo
R$ 85,13 e 4 pontos na CNH por parada na faixa de pedestre
R$ 127,69 e 5 pontos na CNH por conversão proibida

Os quatro novos pontos de fiscalização eletrônica:
– Avenida Agamenon Magalhães no cruzamento da Rui Barbosa (sentido Boa Viagem)
– Avenida  Agamenon Magalhães no cruzamento da Bandeira Filho (sentido Olinda)
– Ponte Delmiro Gouveia (Pontilhão da Agamenon sentido Conde da Boa Vista)
– Avenida Beberibe no cruzamento com a Professor José dos Anjos (sentido subúrbio)

Fonte: CTTU

Não é BRT o sistema implantado nos corredores do Grande Recife

 

Corredor BRT na Avenida Cruz Cabugá com velocidade de 4km/h Foto- Aline Soares Especial DP/D.A.Press
Corredor Norte/SUl com ônibus no tráfego misto na Avenida Cruz Cabugá a uma velocidade de 4km/h Foto- Aline Soares Especial DP/D.A.Press

O criador do sistema BRT, o urbanista Jaime Lerner, primeiro a implantar um modelo de transporte com corredores exclusivos e segregados para ônibus, estações em nível e pagamento antecipado, na década de 1970 em Curitiba, afirma que o sistema implantado no estado não condiz com as premissas de seu modelo.

Exportado para o mundo inteiro na sigla de Transporte Rápido por Ônibus (Bus Rapid Transit), foi também escolhido para dois corredores de transporte da RMR: Norte/Sul e Leste/Oeste. Previstos para serem entregues até a Copa, os dois corredores chegaram ao primeiro semestre de 2015 sem operar da forma prevista.

Sistema de BRT de Curitiba com faixa exclusiva e segregada em todo o seu percurso Foto: Hedelson Alves Especial DP/D.A.Press
Sistema de BRT de Curitiba com faixa exclusiva e segregada em todo o seu percurso Foto: Hedelson Alves Especial DP/D.A.Press

Sem faixa segregada ao longo do seu percurso, os ônibus do BRT ficam presos nos congestionamentos e até mesmo nos trechos onde a faixa é exclusiva ocorrem invasões por falta de segregação do espaço. Pelo menos duas estações de BRT (Tacaruna e Prefeitura) tiveram parte do teto danificado por caminhões na faixa destinada ao ônibus. “Não acompanhei as obras, mas isso não é BRT”, ressaltou Jaime Lerner em entrevista durante um seminário de mobilidade promovido, na última quarta-feira, pela Volvo, em Curitiba.

A Cruz Cabugá é um dos trechos mais complicados do Norte/Sul. O corredor tem nova promessa de ser entregue no fim de junho. Ainda faltam seis estações e o terminal de integração de Abreu e Lima. A operação chegou a Igarassu no sábado.

Já o Leste/Oeste não tem nem previsão de ficar pronto. Faltam os terminais da 2ª e 3ª perimetrais e das estações de Camaragibe e Conde da Boa Vista. Também não há faixa exclusiva em Camaragibe e alguns trechos da área central da cidade. “O sistema perdeu o R de rápido. Sem segregação não há confiabilidade. Ele precisa ser concluído”, apontou o professor da UFPE Leonardo Meira.

O gerente de operações do Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano, André Melibeu, reconhece as dificuldades operacionais. “Enquanto o corredor de ônibus não estiver segregado, ele não será um BRT puro. Não sei quando haverá a segregação. Mas o corredor tem que operar como trem sem nada na frente. Mas a obra ainda não está pronta”, afirmou. A Secretaria das Cidades informou que a segregação dos corredores será feita após a conclusão das estações e que o projeto da circulação com intervenções necessárias depende de aprovação da CTTU. As obras foram iniciadas em 2012.

Saiba mais

As premissas básicas do BRT

Corredor exclusivo e segregado
Estações com pagamento antecipado
– Monitoramento dos ônibus no corredor por um central de controle
– Regularidade das viagens

As nossas premissas

– Corredor com parte da faixa exclusiva na PE-15 (Norte/Sul)
– Corredor com faixa exclusiva na Caxangá (Leste/Oeste)
– Estações com pagamento antecipado
– Ausência de monitoramento dos corredores
– Sem previsão de regularidade das viagens

Operação atual dos corredores

Norte/Sul
De 5 a 10 minutos de intervalo
Velocidade média de 16km/h

Leste/Norte
De 6 a 10 minutos de intervalo
Velocidade média de 20km/h

Projetado para o Norte/Sul

– 180 mil é a demanda estimada
– 26 estações previstas
– 15 em operação
– 6 sem operação
– 5 pendentes

Oito pessoas por metro quadrado nos ônibus, a rotina de todos os dias

Rotina de passageiros e a dificuldade em conseguir espaço no ônibus do Recife. Foto Annaclarice Almeida DP/D.A.Press
Rotina de passageiros e a dificuldade em conseguir espaço nos ônibus do Recife. Foto Annaclarice Almeida DP/D.A.Press

 

A qualidade no transporte público vai além das faixas exclusivas e do ar-condicionado nos coletivos. O serviço também é medido pela forma como ele é prestado antes mesmo de se colocar o pé no degrau do ônibus. E enquanto os passageiros tiverem que disputar à força uma chance para entrar no veículo e se acomodar em um local sem correr o risco de cair, qualquer outro discurso vai parecer menor. Segundo dados da Associação Nacional de Transporte Urbano (NTU), nos horários de pico, o metro quadrado do ônibus chega a ter oito pessoas. O dobro de uma situação considerada ideal.

De 2012 a 2014, o transporte público na Região Metropolitana do Recife sofreu uma perda de 5% no número de passageiros para outros modais. E a tendência é que essa perda fique ainda maior. “Para mim é um sofrimento subir no ônibus. Na maioria das vezes, deixo passar de três a quatro ônibus para ter coragem de subir porque tem muita gente e tenho medo de cair”, afirmou Maria de Lourdes Barbosa, 70 anos, que havia acabado de deixar um ônibus passar.

A universitária Camila Mirele, que morreu após cair de um ônibus em movimento da Linha Barro/Macaxeira, na BR-101, na noite da sexta-feira, fazia parte de um contingente formado por 80% dos usuários do sistema de transporte público, que andam de ônibus.

“A qualidade do transporte passa, necessariamente, pelas faixas exclusivas. Mas do ponto de vista de segurança, o ônibus é o mais seguro dos modais. De mais de 40 mil mortos no trânsito, em 2011, tivemos 248 óbitos em todo país envolvendo ônibus”, pondera o presidente da Associação Nacional de Transporte Urbano (NTU), Otávio Cunha.

Para quem assiste aos ônibus trafegarem de portas abertas, a sensação de insegurança pode ser maior do que é medida nas estatísticas. Mas há outra razão para se preocupar. Segundo o diretor de operações do Grande Recife, André Melibeu, o sistema existente nos ônibus para evitar que as portas sejam abertas com o veículo em movimento tem uma brecha. “Ele permite a abertura com velocidade igual ou menor do que 5km/h. Ou seja com o ônibus praticamente parado, mas pode abrir.”

Licitação
A segunda etapa da licitação do transporte na RMR para os lotes 3,4,5, 6 e 7 está em fase de assinatura de contrato. A primeira previa ar-condicionado em toda a frota. A segunda limitou o item para os ônibus do Sistema Estrutural Integrado (SEI). Atualmente 120 BRTs circulam com ar-condicionado e 36 convencionais terão ar-condicionado no próximo mês.

“Temos 230 novos ônibus no sistema. Até o fim do ano, teremos mais 200. A idade da frota passará de 4,5 para 3,5”, revelou o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Urbana-PE), Fernando Bandeira.
A roda do transporte público

Ônibus transporta maior demanda entre os modais
40 milhões de pessoas são transportadas de ônibus por dia no país
2 milhões de passageiros são transportados por dia na RMR
2,9 mil ônibus circulam na RMR
13 operadoras atuam na RMR

Ocupação dos ônibus por metro quadrado
4 pessoas por metro quadrado é a situação ideal
6 pessoas por metro quadrado já é uma situação de desconforto
8 pessoas por metro quadrado é ocupação registrada nos horários de pico

Transporte por ônibus
80 passageiros no ônibus convencional
120 passageiros no ônibus articulado

Linha de maior demanda na RMR
PE-15/Afogados
18,4 mil passageiros por dia
231 viagens
33 ônibus

Linha de menor demanda
Jardim/Beira Rio
172 passageiros por dia
14 viagens
1 ônibus

Viajar de ônibus é seguro?
43 mil pessoas morreram no trânsito em 2011
11,8 mil pedestres
14,6 mil motociclistas
12,4 mil em acidentes de automóveç
248 mortes em acidentes de ônibus (0,6% das mortes)

Fontes: Grande Recife Consórcio, Urbana-PE e NTU (Associação Nacional de Transporte Urbano)

Nem choro, nem vela com paralisação de obras do corredor Leste/Oeste do Recife

Estação de BRT do corredor Leste/Oeste com obras paradas na Benfica Foto: Gustavo Glória Especial DP/D.A.Press
Estação de BRT do corredor Leste/Oeste com obras paradas na Benfica Foto: Gustavo Glória Especial DP/D.A.Press

O que parecia uma chance de finalmente termos corredores de transporte de massa com qualidade na Região Metropolitana do Recife, vem se transformando em pesadelo. Nem no prazo, nem com qualidade como chegou a afirmar o então governador Eduardo Campos, em sua última entrevista de fim de ano, antes de entregar o governo para se candidatar à presidência. Ele não poderia imaginar o que o destino lhe tinha reservado. Mas do ponto de vista das obras, os constantes atrasos já davam sinais de que as obras de mobilidade iriam emperrar no meio do caminho.

E elas emperraram não apenas na falta de recursos, mas também na mudança do que era esperado dos projetos. O pavimento por onde deveria circular o BRT, por exemplo, deveria ter sido todo refeito e com dimensões diferenciadas do asfalto comum, em razão do peso do veículo articulado. Mas olhando para o resultado do que já foi feito, esse detalhe não passa de uma uma lenda. Assim como a requalificação da PE-15.

Também vem se tornando lenda a construção das estações de BRT de Camaragibe, da Avenida Conde da Boa Vista (mesmo que as improvisadas sejam concluídas como definitivas), da ampliação do Terminal de Camaragibe e as obras dos dois terminais da 2ª e 3ª perimetrais. Tudo parece um grande faz de conta. Talvez hoje, seja mais fácil dizer que as empresas do consórcio perderam a condição de tocar a obra em razão das irregularidades na Petrobras. Mas o prazo que essas obras deveriam ter sido entregues era muito anterior ao caso Petrolão.

Ainda quando o então secretário das Cidades, Danilo Cabral, respondia pela pasta, garantiu inúmeras vezes a entrega dos corredores até dezembro de 2013. Somente no fim de 2013, ele admitiu que o prazo se estenderia para março de 2014 em razão do Túnel da Abolição. O túnel foi entregue somente no mês passado, mais de um ano depois, e como já dissemos, encolhido meio metro.E o Leste/Oeste ainda se arrasta.

Sempre estivemos longe de alcançar a eficiência na qualidade das obras e agora estamos sem perspectiva de prazo. Nem uma coisa, nem outra. O ex-governador Eduardo Campos também não imaginou que a principal obra de mobilidade do seu governo – os dois corredores de BRT –  tivesse um caminho tão diferente do que ele sonhou que teria. Ou do que nós sonhamos.

Abaixo a matéria com o secretário executivo de Mobilidade da Secretaria das Cidades, Marcelo Bruto ao comunicar a suspensão das obras do Leste/Oeste. Leia abaixo a matéria publicada na edição do Diario de Pernambuco:

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O secretário-executivo de Mobilidade da Secretaria das Cidades de Pernambuco, Marcelo Bruto, confirmou que o estado não renovará o contrato com o Consórcio Mendes Júnior – Servix Engenharia S/A, responsável pelas obras do Corredor Leste/Oeste. No fim da noite, o secretário das Cidades, André de Paula, disse que foram feitos todos os esforços para a conclusão pelo consórcio, mas ficou evidente que isso não é possível. Com isso, as obras deverão sofrer novo atraso, já que um processo licitatório será aberto para escolher a nova empresa.

Para justificar a decisão, o secretário citou a desistência pela Mendes Júnior do contrato de manutenção e recuperação da BR-101 e destacou a dificuldade da entrega do Túnel da Abolição, que integra o Corredor Leste-Oeste. No caso da BR-101, disse, a conclusão do contrato foi oferecida à segunda colocada, a Ferreira Guedes, que declinou do convite nas condições propostas pela Mendes Júnior. André de Paula salienta que foram estudadas alternativas, mas concluiu de forma taxativa, que “esgotaram-se as possibilidades”.

Terminal da 3ª Perimetral em obras Foto: Gustavo Glória Especial DP/D.A.Press
Terminal da 3ª Perimetral em obras Foto: Gustavo Glória Especial DP/D.A.Press

Uma das promessas para a Copa do Mundo, o Corredor Leste/Oeste está com obras paradas há mais de cinco meses. Os BRTs (do inglês (“Bus Rapid Transport”) que já estão em operação transportam 38,5 mil passageiros/dia. Paralelamente, 30 linhas convencionais que perderam os corredores exclusivos disputam espaço com carros, caminhões, motocicletas, carroças e bicicletas, conduzindo 150 mil passageiros diariamente. Das 26 estações previstas para o corredor, quatro ainda não construídas são justamente as do extremo Oeste, em Camaragibe. Outras seis ainda não concluídas se localizam na Avenida Conde da Boa Vista.

Segundo dados da Secretaria das Cidades (Secid), dos R$ 168,7 milhões orçados para o Leste/Oeste foram investidos R$ 136 milhões que equivalem aos aproximadamente 80% das obras concluídas

BR-232 na mira para pedágio

BR-232 será recuperada entre Recife e Caruaru e poderá depois ser pedagiada Foto ; Blensa Souto Maior DP/D.A.Press
BR-232 será recuperada entre Recife e Caruaru e poderá depois ser pedagiada Foto : Blenda Souto Maior DP/D.A.Press

Dezessete anos depois do início das obras de duplicação da BR-232, que ficou pronta em 2002, mas nunca foi inaugurada, oficialmente, a rodovia será praticamente refeita, a partir do próximo ano. A estimativa da Secretaria de Transportes é que a nova BR-232 seja orçada em cerca de R$ 400 milhões, mesmo valor gasto na duplicação. As obras estão previstas para começar em 2016 e serão divididas em dois lotes.

A estratégia da Secretaria de Transportes é de salvar a rodovia, mesmo que para isso seja instalado um pedágio após sua recuperação. No Nordeste, apenas a Bahia tem pedágio em rodovia federal. Em todo o país são oito estados com um total de 28 pedágios.
O pedágio na BR-232 é defendido pelo secretário da pasta Sebastião Oliveira.

Segundo ele, não adianta recuperar a rodovia e não ter uma manutenção que garanta a qualidade da via de forma permanente. “Essa é uma decisão que cabe ao governador, mas eu particularmente defendo o pedágio para que qualidade seja mantida no caso de não haver caixa suficiente para a manutenção”, afirmou.

A empresa Projetec foi contratada para fazer a elaboração do projeto de restauração da rodovia. O trecho contemplado vai do entroncamento da BR 408, nas imediações do Curado, até o entroncamento da BR 104, em Caruaru. A intervenção inclui a restauração do pavimento e implantação do sistema de drenagem, que não foi contemplado no projeto anterior.

“Há uma pendência judicial entre o consórcio das empresas, responsável pela duplicação, e o estado em razão da falta de drenagem na obra, que foi a causa do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte não ter recebido a obra”, detalhou Sebastião Oliveira.

Ainda segundo o secretário, o estado também não recebeu a obra das empresas. “Não foi assinado o termo de recebimento, mas nem por isso iremos deixar a rodovia se acabar. Não queremos ser conhecidos por termos destruído a BR-232, mas sim por salvá-la”, sentenciou. O projeto de restauração, que custou R$ 4,6 milhões tem previsão de ser entregue em novembro deste ano.

Saiba Mais

Os pedágios em rodovias federais:
8 estados e 28 pedágios
Minas Gerais:
BR 040 – 3 pedágios ao longo da rodovia
Paraná
BR 116 – 5 pedágios ao longo da rodovia federal
Santa Catarina
BR 116 – 5 pedágios ao longo da via
Rio Grande do Sul
BR 290 –  2 pedágios ao longo da rodovia
Rio de Janeiro
BR 393-  3 pedágios ao longo da rodovia
Espírito Santo
BR-101 – 7 pedágios ao longo da rodovia federal
Bahia
BR 324 – 2 pedágios
Mato Grosso do Sul
BR 262 – 1 pedágio na rodovia
– São Paulo tem 13 pedágios em rodovias estaduais
– Pernambuco tem 2 pedágios: PE-09 e Via Parque

Principais problemas da BR-232
– Falta de drenagem
– Buracos ao longo da via
– Ondulações na pista
– Sinalização precária
– Acostamento em péssimas condições

A BR-232 em números:
552 quilômetros de extensão de Recife a Salgueiro
63 mil veículo é a média diária que circula pela rodovia
R$ 400 milhões é a estimativa para recuperar os dois lotes
R$ 460 milhões foi o valor gasto na duplicação entre 1998 e 2002
R$ 4,6 milhões é o custo do projeto de requalificação

A execução da obra foi dividida em dois lotes:
Lote 1 – Do entrocamento da BR-408 (Curado) até a entrada de Chã Grande
Lote 2 – De Chã Grande até o entrocamento da BR-104, em Caruaru
2016 é a previsão do início das obras do lote 1

Fonte: Setra e o site estradas.com.br

Pedestres sem vez na Avenida Cruz Cabugá, corredor do BRT no Recife

Ser pedestre na Avenida Cruz Cabugá não exige apenas disposição para superar a ausência de passeios seguros, mas também um pouco de sorte. Até mesmo para quem não vai atravessar a via de um lado para outro, mas deseja apenas caminhar no sentido do fluxo.

Falta calçada na Avenida Cruz Cabugá ao lado de uma das estações de BRT. Foto: Guilherme Veríssimo DP/D.A.Press
Falta calçada na Avenida Cruz Cabugá ao lado de uma das estações de BRT. Foto: Guilherme Veríssimo DP/D.A.Press

Um trecho complicado para quem anda a pé fica entre a Avenida Norte e a Rua Araripina, entre três quarteirões e quase um quilômetro de extensão. A opção de acessibilidade é zero e os pedestres enfrentam riscos por serem obrigados a caminhar na pista em um dos principais corredores de tráfego da Zona Norte e por onde passa o corredor Norte/Sul.

Há pelo menos duas situações que são emblemáticas e que tiveram ações diretas do poder público para resolver questões pontuais sem levar em conta as necessidades de deslocamento do pedestre. Em um dos pontos, nas imediações faixa de pedestre da estação do BRT na esquina da Rua Araripina, em um dos lados não existe calçada e o percurso é feito entre um trecho de areia da obra inacabada da Secretaria das Cidades, ou pela pista mesmo.

De acordo com o secretário executivo da pasta, Gustavo Gurgel , a calçada que falta será feita entre o fim de maio e começo de junho. “Teremos a calçada pronta quando a estação começar a funcionar”, afirmou. Até lá, fica como está.Para quem continua o percurso no sentido da Avenida Norte, ou faz o caminho inverso, irá se deparar também com outra situação. Dessa vez, entre a Rua 24 de agosto e a Avenida Norte, cujo quarteirão teve toda a calçada interditada em razão de risco de desabamento de uma marquise.

A ação foi feita por recomendação da Defesa Civil do município. Em nota, a Secretaria de Controle Urbano e Mobilidade justifica a interdição para evitar risco para pedestre. Só não oferece alternativa de separar parte da pista para quem faz a caminhada seguindo a sua linha de desejo.“É bastante complicado andar por aqui. A gente tem que olhar se vem carro e dar uma carreira para não ser atropelado”, Berenice Pereira, 30 anos, operadora de telemarketing

Pedestres se arriscam pela pista na Avenida Cruz Cabugá. Um quarteirão foi interditado por causa da ameaça de desabamento de uma marquise. E as pessoas não tem por onde passar. Foto: Guilherme Veríssmo DP/D.A.Press
Pedestres se arriscam pela pista na Avenida Cruz Cabugá. Um quarteirão foi interditado por causa da ameaça de desabamento de uma marquise. Foto: Guilherme Veríssmo DP/D.A.Press

Sem opção, o pedestre se arrisca entre os veículos. E para piorar o trecho interditado da marquise é uma parada de ônibus e os usuários são obrigados a seguir pela pista. “A gente pode se livrar da marquise, mas pode ser atropelado por um ônibus”, criticou a supervisora Michele Silva, 24 anos. Ainda segundo a assessoria, o pedestre tem a opção de atravessar para o outro lado da pista e seguir pela calçada oposta. Simples assim.

Saiba Mais

Perfil da Avenida Cruz Cabugá
– 22 mil veiculos circulam pela via
– 240 mil pessoas transportadas
– 58 linhas passam pela via
– 6 estações de BRT do corredor Norte/Sul
– 4  estações de BRT estão em operação

Fonte: CTTU e Grande Recife

Faixa, o solo sagrado do pedestre

 

Faixa de pedestre no Centro do Recife. Foto - Guilherme Veríssimo DP/D.A.Press
Faixa de pedestre no Centro do Recife. Foto – Guilherme Veríssimo DP/D.A.Press

Em dez anos de atuação, o departamento de educação para o trânsito da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU), que conta com seis pessoas para pensar as estratégias das campanhas educacionais para uma cidade com 1,5 milhão de pessoas, não conseguiu avançar em um ponto crucial: convencer o pedestre de que ele é a parte mais frágil do trânsito e de que a faixa é o lugar mais seguro.

Das seis mil faixas do Recife, quase metade dispõe de semáforo. A outra metade depende de uma combinação de prudência e respeito entre motoristas e pedestres. À frente do departamento, desde que a CTTU foi fundada, o pedagogo Francisco Irineu costuma dizer que o maior inimigo do pedestre é ele mesmo. Há cinco anos, o departamento ganhou a colaboração da trupe de arte-educadores. Eles são  chamados para eventos como semana do trânsito e volta às aulas.

O personagem faixa amiga é um dos trunfos para fazer o pedestre aprender a ter outros olhos para a faixa. Mas a educação tem que ser permanente. “A educação tem que fazer parte do dia a dia. As pessoas precisam ficar cientes da responsabilidade com a vida delas”, ressaltou Francisco Irineu.

Mesmo com as dificuldades, ele diz que já houve alguns avanços como a faixa de pedestre do Shopping Plaza e a do Marco Zero. “A faixa de pedestre do Marco Zero, nem sempre tem um orientador e já presenciei os motoristas parando para dar a vez ao pedestre, mas ainda não são todos”, admitiu.

Na faixa de pedestre do Marzo Zero, o orientador de tráfego ajudou na travessia, mas houve pedestre que  não teve paciência de esperar. Nem todos são imprudentes. A técnica em segurança Elilde dos Santos, 35 anos, só atravessa quando se sente segura. “ Os motoristas param quando tem um grupo grande, mas quando tem pouca gente é melhor aguardar ajuda do agente de trânsito ou esperar não vir carro”, disse.

Nos últimos dois anos, a CTTU renovou a pintura de 300 faixas em frente às escolas. Segundo a assessoria de imprensa não planos, por enquanto, de implantar novas faixas na cidade. A meta é cuidar da manutenção e sinalização viária das faixas existentes.

Saiba Mais

O caminho e os desafios do pedestre
1,5 milhão é a população do Recife
664 mil é a frota da capital
1 milhão de veículos circulam pela cidade
6 mil faixas de pedestre existem no Recife
2,6 mil faixas em média dispõem de semáforos
653 semáforos estão distribuídos nos cruzamentos da cidade
1 semáforo tem de duas a quatro faixas
3,4 mil faixas em média não têm sinalização eletrônica

Fonte: CTTU e Detran