Conheça as 10 melhores cidades para o uso da bike

 

Apesar de ter crescido o incentivo para o uso de bikes nas capitais brasileiras, em especial São Paulo e Rio de Janeiro, elas ainda estão longe de ser as que mais estimulam os moradores a utilizarem o transporte alternativo.

O site norte-americano Green Diary listou as dez cidades mais bike friendly do mundo.

Amsterdã

Amsterdã é conhecida por ser uma das cidades com melhor infraestrutura para bicicletas. A relação dos cidadãos com este tipo de transporte é bem diferente do Brasil. As ruas desta cidade são estreitas e há poucas vagas nos estacionamentos, por isso a melhor opção é usar bike para se locomover.

Boulder

A cidade de Boulder, no Colorado, é um exemplo para os Estados Unidos. No local o incentivo de bicicletas se dá principalmente pela busca por um estilo de vida saudável, uma vez que o país apresenta uma porcentagem alta de obesos.

Boulder é pequena e isso facilita a circulação dos moradores através das bikes. Além disso, a cidade possui centenas de quilômetros de ciclovias, pistas e rotas que se interligam. Não é à toa que a cidade é referência nas listas sobre a área da saúde, bem-estar e qualidade de vida.

Davis

Davis é uma cidade da Califórnia onde se vê nas ruas mais bicicletas do que carros. O incentivo começou ainda na década de 60, nos anos seguintes a cidade passou a desenvolver ciclovias e hoje 95% das principais ruas possuem as pistas exclusivas para bikes.

Em certos locais a entrada de carros é proibida, como em algumas faculdades que só permitem bicicletas no campus. Em 2006, a revista americana Bicycling inclui a cidade na lista das “Melhores cidades do ciclismo da América”.

Berlim

Em Berlim, na Alemanha, a prática de andar de bicicleta é muito comum. Elas são usadas por pessoas de todas as idades e não só para passeio. Até mesmo hospitais possuem estacionamento para as bikes. Devido às intervenções do Senado, que buscava aumentar para 15% o uso de bicicletas como meio de transporte, o número de usuários aumentou bastante.

Nos últimos anos, intensificou-se o desenvolvimento de infraestrutura de ciclovias, que foram duplicadas e 40 estações de bicicletas já foram feitas.

Barcelona

Barcelona, na Espanha, tem um grave problema no engarrafamento. Por causa disso, o governo optou por fazer alterações para tornar a cidade mais amiga das bikes e desafogar o trânsito. A Câmara Municipal implantou um programa de empréstimo de bicicletas disponível apenas para moradores de Barcelona.

Oregon

O estado do Oregon é localizada em uma região montanhosa dos Estados Unidos. Atrai muitos turistas e ciclistas por suas belezas naturais. Abriga muitas florestas, montanhas e rios. Lá, andar de bicicleta é muito popular, tanto que há diversas organizações relacionadas ao ciclismo.

Munique

Munique possui nada menos que 22 mil vagas de estacionamento e 1.200 quilômetros de ciclovias. Até o prefeito da cidade usa bicicleta para trabalhar. Os turistas que passeiam pela cidade também são aconselhados a usá-las e para isso basta alugar uma e escolher o roteiro.

São Francisco

A cidade de São Francisco foi eleita pela revista americana Bicycling a 6º melhor cidade para o uso da bike. Apesar das ladeiras, há um extensa rede de ciclovias e avenidas que facilitam a vida dos ciclistas. Além disso, a cidade possui um dos melhores transportes públicos dos Estados Unidos. Um das prioridades são as malhas de bonde, que além de transportar os moradores atraem turistas.

Ottawa

Ottawa, capital do Canadá, é uma cidade com mais 170 quilômetros de ciclovias, sendo muitos deles próximos aos rios. Há também incentivo ao aluguel de bicicletas e todas as direções para o ciclismo foram adicionadas ao Google Maps. O problema é que nos últimos anos houve acidentes relacionados às bikes, por isso medidas começaram a ser tomadas para diminuir ao máximo o número de fatalidades.

Copenhague

Em Copenhague, capital da Dinamarca, aproximadamente 37% da população utiliza bicicletas. O principal motivo pela opção mais sustentável é que a população quer evitar o trânsito cada vez mais intenso.

Tanto políticos como celebridades podem ser vistas andando de bike pela cidade. O investimento na construção e manutenção de vias de ciclismo é muito grande e, espera-se que até 2015, metade da população dê preferência para este meio transporte. Devido a esta política de incentivos, a União Ciclística Internacional elegeu Copenhague à primeira Bike City. Com informações do Green Diary.

Fonte: Blog Ciclo Vivo

Aeroporto ligado ao metrô

Diario de Pernambuco

Por Tânia Passos

O Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes-Gilberto Freyre será o único do país, entre as cidades-sede da Copa do Mundo, a ser interligado com o metrô e, por ele, até a Cidade da Copa. O projeto da passarela, que fará a ponte entre os dois equipamentos vai finalmente sair do papel. O processo de licitação será concluído até o fim do mês. O consórcio Arteleste foi a empresa habilitada na concorrência, que foi publicada no Diário Oficial do Estado, mas terá que aguardar o prazo de recurso das outras empresas. A obra está avaliada em R$ 28 milhões. O prazo de execução é de 12 meses após a ordem de serviço ser assinada.

A passarela tentará resolver um problema histórico de circulação do pedestre que chega ou sai do aeroporto. A logística atual é toda voltada para o automóvel. As opções de acessibilidade para a travessia das duas faixas da Avenida Mascarenhas de Moraes são mínimas, mesmo para quem procura por uma faixa de pedestre para atravessar. O ponto mais próximo para quem pretende pegar um ônibus fica na Praça Salgado Filho. Mesmo de frente para o aeroporto, o metrô é hoje praticamente inacessível. “Acho que será muito boa essa integração. Hoje a gente ou vem de carro ou pega táxi”, afirmou a administradora Sueli Cunha, 40 anos.

De acordo com o projeto, o traçado sairá da frente do portão B6 (embarque), atravessará as duas faixas da Avenida Mascarenhas de Moraes, seguirá um pequeno trecho até o final da Avenida Barão de Souza Leão, onde fará uma curva entrando na rua do colégio Maria Tereza até se conectar com o Terminal Integrado do Aeroporto, ao lado da estação do metrô. “O usuário poderá chegar direto na Arena Pernambuco, desembarcando no Terminal Integrado Cosme e Damião, que também é interligado com o metrô. Isto irá refletir em mais segurança e conforto e será um diferencial para o nosso estado”, afirmou o secretário das Cidades, Danilo Cabral.

A passarela terá quase meio quilômetro. Mas há algumas compensações. O usuário terá a opção da esteira rolante nos dois sentidos. Ou, se preferir, espaço para caminhar. O acesso à passarela também será feito por elevadores. Por ser uma obra do governo do estado, que fará ligação com o terminal integrado, a manutenção ficará a cargo do Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano e não da Infraero ou do metrô. “Pernambuco será o único estado que terá uma passarela ligando diversos modais do sistema de transporte. O usuário poderá circular pela Região Metropolitana com uma passagem”, ressaltou o secretário Danilo Cabral.

Monotrilho de São Paulo, coisa de cinema

O sistema que será implantado na Linha Expresso Tiradentes demanda curto prazo de implantação e não requer grande infraestrutura ou obras civis. A extensão da Linha tem 24 km, 17 estações e contará com 54 trens de sete carros.

Comparado com os sistemas de Metrô, o INNOVIA Monotrilho 300 demanda a metade do tempo de construção e do investimento.”
Segundo André Guyvarch, Presidente da Bombardier Transportation no Brasil, “ O INNOVIA Monotrilho 300 vai oferecer aos habitantes da zona Leste de São Paulo uma opção moderna e ágil de transporte público que reduzirá para apenas 50 minutos as mais de duas horas gastas atualmente no trajeto entre os bairros da Vila Prudente e Cidade Tiradentes.”

A Mobilidade Inteligente dos Sistemas Totalmente Automatizados INNOVIA 300.A família de sistemas de transporte totalmente automatizados INNOVIA 300, inclui as soluções Monotrilho, Sistema Rápido de Transporte (ART) e Transporte Automático de Passageiros (APM), e oferece a resposta perfeita às necessidades de mobilidade para cidades orientadas para o futuro. Esses sistemas completos de operação automática, sem motorista, são a solução para a emergente mudança no jogo da mobilidade inteligente, transportando centenas de milhares de passageiros aos seus destinos de forma segura, eficiente, confortável e confiável.

Dentre as soluções completas da Bombardier, a mais nova tecnologia é o sistema INNOVIA Monotrilho 300. Sua implementação requer um investimento menor já que não são necessárias grandes infraestruturas ou obras civis, oferece capacidade de transporte até 50.000 passageiros por hora/por direção. Seja transportando visitantes para destinos fora das cidades, ou oferecendo alta capacidade, serviços frequentes para rotas mais densamente usadas das cidades, o INNOVIA Monotrilho 300 garante aos passageiros a experiência da última palavra em modernidade e comodidade em viagem.

INNOVIA Monotrilho 300, equipado com o sistema de operação automática CITYFLO 650, com 24 quilômetros, 17 estações e 54 trens de 7 carros (378 carros) para a Companhia do Metropolitano de São Paulo (CMSP). A nova linha, conhecida de Expresso Monotrilho Leste, funcionará como uma extensão da Linha 2 do Metrô de São Paulo e terá a capacidade máxima de transportar 48.000 passageiros por hora em cada sentido, entre os bairros de Vila Prudente e Cidade Tiradentes. Esse trajeto atualmente dura quase duas horas a ser efetuado e o novo sistema INNOVIA Monotrilho reduzirá a viagem para aproximadamente 50 minutos, beneficiando mais de 500.000 usuários diariamente. A Bombardier é membro de um consórcio liderado pela empreiteira brasileira Queiroz Galvão e que inclui também a Construtora OAS.

O sistema INNOVIA Monotrilho 300 está se tornando a escolha de muitos planejadores urbanos e autoridades de trânsito no mundo. A Bombardier está também executando um contrato de fornecimento de um sistema de 3,6 quilômetros para o prestigioso Distrito Financeiro King Abdullah, em Riad, na Arábia Saudita.

Sobre a Bombardier Transportation no Brasil

A Bombardier investe nesse momento significativamente no Brasil, sendo hoje uma das principais empresas da indústria ferroviária nacional. O plano de investimentos iniciado em 2009 prevê triplicar o número de funcionários, até atingir em 2012 um quadro de 600 pessoas, quadruplicar o seu espaço industrial em Hortolândia, onde além de reforma completa de trens passa a dispor de capacidade de fabricação de Monotrilhos, o que será a primeira planta de produção de Monotrilhos da América do Sul, e instalou, ainda em Hortolândia, um centro de engenharia para melhor apoiar o desenvolvimento da ferrovia no país. Também está sendo significativamente ampliado o número de empresas fornecedoras no Brasil. A Bombardier possui escritórios centrais em São Paulo, uma unidade industrial e um centro de engenharia em Hortolândia, Campinas, e opera ainda em dois centros de manutenção de frotas.

Sobre a Bombardier Transportation
A Bombardier Transportation, líder global em tecnologia ferroviária, oferece o maior portfólio de produtos da indústria ferroviária, fornecendo produtos e serviços inovadores que estabelecem novos padrões em mobilidade sustentável. As tecnologias BOMBARDIER ECO4 – desenvolvidas tomando como base quatro fundamentos, energia, eficiência, economia e ecologia – conservam energia, protegem o meio ambiente e ajudam a melhorar o rendimento total do trem.  A Bombardier Transportation tem sua sede central em Berlín (Alemanha)  e está presente em cerca de 60 países. Conta com uma base instalada de mais de 100.000 veículos ferroviários a circular em todo o mundo.

Sobre a Bombardier
Fabricante líder mundial de soluções inovadoras de transporte, desde aviões regionais e jatos particulares a equipamentos de transporte ferroviário, sistemas e serviços. A Bombardier Inc. é uma corporação global com sede no Canadá, e sua receita no ano fiscal encerrado em 31 de janeiro de 2011 foi de 17.700 milhões de dólares. A companhia negocia suas ações no mercado de valores de Toronto (BBD). As ações da Bombardier são parte integrante dos índices Dow Jones de Sustentabilidade Mundial e da América do Norte.

Por: Diário da CPTM (via Blog Meu Transporte)

Jet skis disputam espaço com banhistas

Destaque

Diario de Pernambuco

Por Wagner Oliveira

O perigo pode vir do mar, na forma de uma potente máquina capaz de atingir 100 km/h. As mortes provocadas por jet skis em São Paulo e no Rio Grande do Sul deixaram banhistas mais atentos à presença desses veículos em praias de todo o país. Em Pernambuco, a situação não é diferente. O uso da moto aquática preocupa a população e as autoridades. No Litoral Sul, é comum ver pilotos em manobras arriscadas e circulando perto dos banhistas. Em visita às praias mais badaladas do estado, o Diario flagrou pessoas usando os veículos em áreas movimentadas, inclusive com crianças. Apesar de a Capitania dos Portos de Pernambuco (CPPE) ter montado a Operação Verão para coibir e punir o uso irregular, quem frequenta as praias de Serrambi, Carneiros, Tamandaré, Guadalupe e Porto de Galinhas diz que os equipamentos continuam causado temor.

A Norma da Autoridade Marítima (Normam) prevê que atividades náuticas só podem ser praticadas a, no mínimo, 200 metros da beira-mar. Dados das capitanias dos portos do Nordeste revelam que 20 acidentes e 15 mortes ocorreram em sete estados de dezembro de 2010 a fevereiro deste ano, sendo um em Pernambuco, em dezembro de 2011, em um rio em Belo Jardim. Os últimos acidentes com mortes no Brasil aconteceram entre 18 de fevereiro e o último sábado. As vítimas foram duas crianças e dois adultos.

Em Pernambuco, outro caso grave ocorreu em dezembro, em Muro Alto, quando dois jets skis colidiram e um turista ficou ferido. Depois desse caso, a fiscalização aumentou. Ao todo, 181 autos de infração foram aplicados a barcos, lanchas e motos aquáticas de 15 de dezembro a 4 de março. O comandante da CPPE, o capitão-de-mar-e-guerra Ricardo Padilha, ressalta que a fiscalização não consegue impedir que as pessoas usem os equipamentos de maneira irregular.

Quem esteve em Tamandaré e em Carneiros no fim de semana passado assistiu a um “desfile” dos veículos. “Já vi brigas na praia por causa disso. As pessoas que estão com crianças ficam com medo”, contou um vendedor. Segundo a CPPE, apenas os habilitados com a permissão Arrais Amador podem pilotar jet skis.

O deputado federal Mendonça Filho (DEM-PE) apresentou, na semana passada, um projeto de lei para regulamentar o uso e criar punição para quem entregar os veículos a pessoas não habilitadas, sobretudo adolescentes. “A coisa está fora de controle e inocentes estão morrendo”, destacou o deputado.

Capibaribe, enfim, navegável

 

Diario de Pernambuco

Por Tânia Passos

 

Quem apostou que o projeto da navegabilidade não sairia do papel, perdeu. No dia 31 de março serão publicados no Diário Oficial da União os projetos que vão receber recursos do PAC da Mobilidade, entre eles o da navegabilidade dos rios que cortam o Recife. Após a publicação do documento terão  início os tramites para a liberação do financiamento de cerca de R$ 289 milhões para os dois corredores fluviais aprovados: Oeste e Norte. Mas antes mesmo do dinheiro chegar, o governo do estado está contratando a execução do projeto executivo e do Ei-Rima (estudo de impacto ambiental) para agilizar a execução das obras.

A expectativa é que as obras dos corredores fluviais comecem até o segundo semestre deste ano. O tempo de execução dos dois corredores, que totalizam quase 14 quilômetros de navegação, é de 24 meses. Ou seja, em pleno mês da Copa a promessa é de termos embarcações prontas para serem usadas no transporte público. A estimativa inicial é que os dois corredores atendam uma média de 80 mil passageiros por mês. O corredor de maior demanda será o Fluvial Oeste, que terá 11 km de percurso e um total de cinco estações integradas com o ônibus e o metrô: estação central do metrô/Recife, Derby, Torre, Santana e Apipucos.

Já o corredor Fluvial Norte terá apenas 2,9 km de extensão, entre a Estação dos Correios, na Rua do Sol e a Estação Tacaruna, na bacia do Beberibe, em Santo Amaro. “Nesse corredor a maior demanda geradora de fluxo é o Shopping Tacaruna. E quem estiver no centro terá a opção de usar o barco, mas o objetivo principal é estimular essa cultura e futuramente fazer a ligação com Olinda”, revelou o engenheiro e doutor em mobilidade urbana, Oswaldo Lima Neto, que participou da elaboração do projeto básico.

É quase com uma certa incredulidade que o recifense fala sobre o projeto de navegação. “E vai mesmo sair do papel? Se for verdade eu acho que será muito bom para a cidade”, afirmou Alan Diego, 23 anos, estudante. O projeto prevê um total de 13 embarcações, sendo 11 para o Fluvial Oeste e duas para o Norte. O intervalo das viagens está estimado em 10 minutos. As embarcações serão fechadas e climatizadas e o passageiro viajará sentado.

Para o secretário das Cidades, Danilo Cabral, a implantação do projeto de navegabilidade inaugura uma nova etapa no sistema de transporte público da cidade. “Nós estamos criando a cultura da navegabilidade. Os rios têm um papel muito importante na circulação da cidade e é preciso aprender a tomar proveito dessa geografia”, revelou. Segundo ele, o Recife foi a única capital metropolitana que apresentou projeto de navegabilidade no PAC da Mobilidade.

A união de metrô e bike

 

 

Diario de Pernambuco

Por Tânia Passos

 

Uma tendência mundial começa a ser incluída aos poucos no sistema de metrô do Recife: a integração da bicicleta com o transporte ferroviário. É bem verdade que, em matéria de infraestrutura, ainda estamos muito no início, mas já se vislumbra a integração, a exemplo do que ocorre no metrô de São Paulo. Há pelo menos duas maneiras de se estabelecer o elo da bicicleta com o metrô: a primeira é usar bicicletários para quem quiser deixar a bike estacionada e seguir de metrô. Aqui ainda não dispomos de bicicletários. A outra é o ciclista entrar com a bicicleta no trem. Em São Paulo, essa prática já é permitida, de segunda à sexta, a partir das 20h, e no sábado, a partir das 14h e domingos e feriados o dia todo. No Recife, por enquanto, só o fim de semana, no mesmo esquema de São Paulo.

Foi na estação central do metrô Recife que encontramos o ciclista Dauziley Fonseca, 44 anos, maquinista do metrô. Ele mora no bairro San Martin, Zona Oeste do Recife, e vai de casa para o trabalho de bicicleta. “Gasto em média 20 minutos, mas se fosse de ônibus perderia mais tempo com certeza”, revelou. O ciclista faz o seguinte percurso: Avenida 21 de abril, Avenida Sul, Rua da Concórdia e estação do metrô. Ou ainda Avenida Abdias de Carvalho, cruza Avenida Agamenon, passa pelos Coelhos, Imip, Ponte de Ferro, Rua da Concórdia e estação. “Mesmo enfrentando um trânsito sem ciclovia e onde os carros não respeitam o ciclista, prefiro a bicicleta do que o ônibus”.

Na estação do metrô onde trabalha, Dauziley tem permissão para guardar a sua bicicleta na ausência de bicicletário. “A minha sorte é que sou funcionário e o pessoal permite que eu guarde a bicicleta, mas quando houver bicicletários muita gente vai poder usar mais o metrô integrado com a bicicleta”, avaliou.

Bicicletários

Das 38 estações do metrô do Recife, apenas a de Santa Luzia dispõe de um bicicletário, resultado de uma experiência que foi abandonada por uma empresa terceirizada. Mesmo assim, o espaço até hoje é usado para estacionamento de bicicleta. “Há um potencial enorme para ser explorado. E não é preciso grandes investimentos. É uma questão de mudar o olhar e perceber que a bicicleta é também um meio de transporte”, afirmou o cientista social José Augusto de Lima Souza, que desenvolveu uma pesquisa sobre o tema.

De acordo com o secretário das Cidades, Danilo Cabral, todos os terminais de integração irão dispor de bicicletários. “Os 14 Terminais Integrados que estão sendo construídos pela Secretaria das Cidades terão bicicletários com capacidade para atender no mínimo 15 bicicletas por equipamento. Além disso, também iremos implantar bicicletários nos terminais que já estão em operação”, afirmou.

No Terminal de Igarassu, onde há um potencial local do uso da bicicleta, os ciclistas improvisam um estacionamento.  Para a implantação dos bicicletários, a Secretaria das Cidades está investindo R$ 350 mil, o que irá garantir a inclusão de 318 vagas exclusivas para as bicicletas. É uma parte do que ainda precisa vir, acesso seguro e ciclovias. “É preciso olhar a bicicleta como meio de transporte”, ressaltou o presidente da Ong Instituto Parada Vital, Ismael Caetano

Fim do constragimento nos ônibus para obesos

Diario de Pernambuco

Por Juliana Colares

 

Com 1,05 m de altura e 40 cm de largura, a catraca do ônibus de linha não é para qualquer um. Num país onde 15% dos adultos que moram nas capitais são obesos, a roleta vira um obstáculo difícil ou até impossível de transpor. Só quem encara o desafio sabe como ele pode ser constrangedor. Nos ônibus operados pelo Grande Recife, na região metropolitana da capital pernambucana, uma portaria já garante aos obesos o direito de pagar a passagem sem ter que cruzar a catraca. Benefício que poderá virar lei.

O projeto 766 / 2012, que deve entrar em votação na Assembleia Legislativa de Pernambuco neste mês, trata do assunto. Se aprovado, o direito de optar por não cruzar a catraca ganhará força de lei. Mas a obrigatoriedade de pagar a passagem não deixará de existir. O texto tenta expandir o benefício aos usuários de trens, metrôs, ônibus e micro-ônibus de todo o estado. Mas por se tratar de legislação estadual, ela só poderá ser aplicada nos sistemas de transporte público operados por órgãos do governo do estado, como os ônibus geridos pelo Grande Recife. Sua abrangência não chegará aos metrôs e trens (de responsabilidade do governo federal), nem aos sistemas de transporte intramunicipais, de responsabilidade das prefeituras. O projeto é de autoria do deputado Ricardo Costa (PTC).

A portaria 134, que está em vigor desde 2007 e vale para os ônibus de transporte público que circulam na Região Metropolitana do Recife, garante aos obesos a possibilidade de utilizar a área reservada antes da catraca ou entrar pela porta de desembarque, quando os assentos reservados a idosos e pessoas com deficiência estiverem ocupados. “Caso apresente mobilidade reduzida, (os obesos) podem ainda usar a plataforma elevatória”, informou a assessoria de imprensa do Grande Recife, em nota. Em qualquer situação, é preciso pagar a passagem.

Edilma Maria da Silva, 37, não consegue mais passar pela catraca. Da última vez que se pesou, a mulher de 1,60 m estava com 160 kg. “Faz tempo que eu não passo pela catraca. Ou fico na frente ou pago e entro pela porta de trás. E não tenho problema com os motoristas”, contou. Com 139 kg, Francisco de Assis Ferrão, 46, senta nas cadeiras da parte da frente do ônibus, antes da catraca, há dois anos. Ele  lembra bem dos constrangimentos que já passou ao tentar cruzar a catraca, no passado. “Antes era difícil.O espaço é muito pequeno”.

Navegabilidade e corredores exclusivos para a Região Metropolitana

Por
Juliana Colares

Era para a presidenta Dilma Roussef contar a novidade. Mas João da Costa se
antecipou e a liberação de cerca de R$ 2 bilhões do PAC da Mobilidade para
intervenções no Recife e na região metropolitana entraram no discurso do
ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, e do governador Eduardo Campos.
Todas as intervenções fazem parte de um programa pensado para o transporte coletivo.
E já há quem diga que quando tudo estiver pronto, o recifense poderá deixar o
carro em casa e usufruir de um sistema público de qualidade. As ações incluem
corredores exclusivos para ônibus, implantação de BRTs (Bus Rapid Transit ou,
em tradução livre, Transporte Rápido por Ônibus), elevados, túneis, terminais
de integração, viadutos e o tão esperado projeto de navegabilidade do Rio
Capibaribe.

O recurso liberado foi menor que o pedido, mas nenhum projeto apresentado
deixará de ser posto em prática. A Prefeitura do Recife e o Governo do Estado
pediram R$ 777 milhões do Orçamento Geral da União (OGU) e R$ 1,268 bilhão de
financiamentos, totalizando R$ 2,045 bilhões, com a contrapartida de R$ 148
milhões da prefeitura e R$ 350 milhões do governo estadual. Foram liberados R$
656 milhões do OGU e R$ 1,046 bilhão de financiamentos, totalizando R$ 1,702
bilhão. A conta passa um pouco dos R$ 2 bilhões anunciados quando acrecenta-se
os R$ 203 milhões de contrapartida municipal e R$ 270 milhões estaduais.

Segundo o secretário das Cidades de Pernambuco, Danilo Cabral, o PAC da
Mobilidade destinou R$ 18 bilhões para projetos de nove regiões metropolitanas
do Brasil, com teto de R$ 2,4 bilhões para cada uma. A Região Metropolitana do
Recife foi a única que apresentou projetos conjuntos e complementares para
serem executados pela prefeitura e pelo governo.

O sonhado projeto de navegabilidade, chamado de “jóia de ouro da coroa” por
Danilo Cabral e exaltado pela presidenta Dilma como um atrativo turístico,
teve que sofrer um corte para caber no pacote. O projeto inicial tinha três
braços. Permanecem os que vão do centro do Recife (altura da Avenida
Guararapes) até o início de Olinda (próximo ao Tacaruna), com 2,9 Km. E o de
11 Km que integrará a Estação Central de Metrô do Recife com o sistema de BRT
que será implementado, também dentro do PAC da Mobilidade, na BR-101, com 30,5
Km de extensão.

A execução do plano fluvial custará R$ 389 milhões. Foi excluído o tronco que
saía do Recife Antigo até as proximidades do Shopping Center Recife, em Boa
Viagem. A justificativa são as outras obras previstas ou em andamento para
melhorar a mobilidade na zona sul, como a Via Mangue e a ideia de, num futuro
mais distante, implementar um sistema BRT na Avenida Domingos Ferreira.

Segundo Danilo Cabral, ainda são necessários um estudo de impacto ambiental e
uma audiência pública. Ele garantiu, no entanto, começar a executar as obras
fluviais ainda neste ano (veja os detalhes no quadro acima). Na parte de
corredores exclusivos de ônibus que cabem à prefeitura, as licitações das
obras serão lançadas até o fim de 2012 e algumas podem ser iniciadas ainda
neste ano.