Câmara do Recife discute mobilidade

Com informações do repórter: Glynner Brandão

A mobilidade urbana está em pauta esta manhã na Câmara Municipal do Recife (CMR). Uma audiência pública proposta pelo vereador Maré Malta (PPS) vai discutir projeto de lei que determina o deslocamento do horário de pico no trânsito do Recife.

O projeto propõe que o horário das aulas das redes educacionais públicas e privadas comecem às 7h e que  o início dos trabalhos nos serviços públicos mude para as 9h. A matéria foi aprovada em primeira discussão, no dia 01 de agosto.

Participam do encontro o presidente da Comissão de mobilidade da Assembléia Legislativa de Pernambuco, o deputado Silvio Costa Filho; o presidente da Comissão de Mobilidade da Câmara do Recife, vereador Gilberto Alves; a presidente da CTTU, Maria de Pompeia; o superintendente da ATP Engenharia, Laércio Bezerra; Leonardo Meira, especialista em Transportes e Gestão de Infraestruturas Urbanas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); o presidente do Sindicato dos Rodoviários Patrício Magalhães; o presidente do Sindicato dos Taxistas de Pernambuco Evaldo Menezes; Mauricio Pina mestre em Engenharia Civil e o presidente do Sindicato dos Transportes Complementar (Simpetracope).

Nota do blog:

A audiência pública proposta pelo vereador Maré Malta abre um leque de discussão sobre a questão do escalonamento dos horários para impactar menos os engarrafamentos. Especialistas em trânsito apontam que a ideia não é má e também não é nova. Mas, precisa se adequar à realidade de cada região. Na opinião do professor de engenharia da UFPE, Oswaldo Lima Neto é preciso, antes de tudo, fazer um estudo e uma simulação para verificar a viabilidade de uma interferência desse tipo na vida das pessoas. Além disso, fazer um estudo do impacto do funcionalismo, que tem carro, no trânsito do município.

Outra questão, é  se a medida seria aplicada nas três esferas de governo. Há controvérsias quanto a isso. Embora, o vereador Maré Malta acredite que a lei municipal possa determinar o horário do funcionalismo das esferas estadual e federal, os especialistas afirmam que o município não teria esse poder.

Para a engenheira e também especialista em trânsito, Regilma Souza, que participou da elaboração do Plano Diretor de Transporte Urbano (PDTU), a proposta do vereador poderia ser ampliada para Suape.  “A PE-60 não está comportando mais o tráfego e as empresas funcionam no mesmo horário. Acredito que haveria um alívio muito grande, se fosse pactuado com as empresas um escalonamento de horário”, apontou Regilma Souza. Ou seja, o assunto é polêmico e cabe um grande leque de discussões e sooluções.

 

 

 

 

Não é uma boa opção contar só com a sorte no trânsito

Durante oito dias, nós perguntamos se as pessoas se informam sobre o trânsito antes de saírem de casa? E o resultado da enquete revelou que 40% dos que responderam a pergunta se acostumaram a fazer sempre as mesmas rotas.

Outros 25% admitiram que usam o rádio e 16% disseram que não têm tempo de se informar. Por fim, 11% revelaram que as informações sobre as condições do tráfego são vistas pela televisão.

Ou seja, contabilizando os 40%, que repetem as mesmas rotas, e 16% que não têm tempo, significam 56% dos motoristas, que enfrentam todos os dias o tráfego contando com a sorte e correm o risco de perder um tempo precioso. Ficar preso a um engarrafamento, não é uma boa forma de começar ou terminar o dia.

 

 

 

 

 

Menos trânsito, menos estresse…

Antes, a gente falava sobre o estacionamento de parte da frota dos ônibus do transmilênio em Bogotá, nos horários de queda de demanda. Um total de 40% da frota. Um dos pontos levantados para comparar com a realidade daqui é em relação a quebra do horário do trabalhador. Não é uma carga horária corrida. Pois bem, olha só o que alguns deles fazem quando não estão trabalhando. Na foto, um dos sete terminais do transmilênio, onde os motoristas, de folga, têm um espaço de lazer. O local também dispõe de restaurante. Quem preferir pode usar o tempo livre como quiser.

VLT ou BRT? Quem vai?

 

 

O presidente da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), Otávio Cunha, deu uma entrevista exclusiva à repórter Juliana Colares, onde compara o VLT (Veículo Leve Sobre Trilho) ao BRT (Bus Rapid Transport), este último deverá ser implantado em 18 cidades brasileiras, entre elas o Recife. Acompanhe um trecho da entrevista.

Qual a diferença e vantagens entre o BRT e VLT?

O BRT tem maior capacidade de transporte de passageiros que o VLT. O VLT pode chegar no máximo a 28 mil passageiros por hora, por sentido. O BRT,  a 40 mil. Em uma única viagem, o VLT leva  mais passageiros, pode levar 1 mil pessoas em uma viagem porque ele tem quatro grandes vagões.

A capacidade máxima de um ônibus biarticulado é de 270 passageiros por viagem. Mas como o ônibus é mais rápido, tem maior capacidade de transporte. Outra questão é que como os veículos são muito mais baratos, pode haver uma frequência, num corredor,  um ônibus a cada 20 segundos, como tem na Turquia hoje. De maneira que você uma alta eficiência. Isso é impossível de fazer com o VLT.

No VLT, o custo de implantação pode chegar a ser dez, 20 vezes mais caro que o BRT, além de que o prazo de implatação é muito maior também, porque você tem que fazer rede elétrica, estações retificadoras. O tempo de implantação é muito maior. Além de ser um produto importado, enquanto com o BRT nós estamos privilegiando a indústria brasileira.

O BRT tem uma série de vantagens sobre qualquer outro modal. Não quero dizer com isso que uma rede integrada de transporte não possa ter todos os modais, isso é perfeitamente possível.

A hora e a vez do BRT

O BRT é a principal pauta na discussão do 25º Seminário Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), que acontece em São Paulo. As informações com a repórter Juliana Colares.

Nunca se viu tanto investimento em sistemas rápidos de transporte no Brasil,
como agora. Hoje o BRT (Bus Rapid Transit) funciona em apenas em duas cidades
do país: Goiânia e Curitiba. Mas até o final de 2013, cerca de 40 corredores
exclusivos de BRT começarão a operar em aproximadamente 18 cidades, incluindo
o Recife, onde serão construídos cinco corredores exclusivos para ônibus. A
razão é clara: a Copa do Mundo de 2014.

Enquanto o sistema de metrô consegue transportar 90 mil passageiros por hora,
por sentido, no BRT são transportados 40 mil. Em compensação, o sistema de
trânsito rápido de ônibus é muito mais barato e mais rápido de ser
implementado do que o sobre trilhos, suprindo a necessidade imediata das
cidades com 700 mil habitantes ou mais, diante do grande evento que o Brasil
vai sediar.

“Eu creio firmemente que o BRT seja a solução (neste momento, para a
mobilidade no Brasil). Primeiro porque tem grande capacidade de transporte, se
tiver um modelo bem pensado. Ele tem grande possibilidade de virar um grande
transporte de massa, a exemplo do que é o metrô”, disse o presidente da
Diretoria Executiva da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos
(NTU), Otávio Vieira Cunha. Ainda de acordo com ele, a capacidade de
transporte de passageiros do BRT atende a demanda de qualquer cidade
brasileira. Sem contar que a implantação do sistema de metrô pode custar até
100 vezes mais que o BRT e demorar até 20 anos, enquanto a de ônibus pode ser
feita em apenas dois anos.

Ontem, durante a coletiva de imprensa realizada no primeiro dia do 25º
Seminário Nacional NTU, Otávio Vieira Cunha elogiou a decisão do governo
pernambucano de implementar o sistema de BRT. Mas defendeu um modelo que
agregue diferentes modelos de transporte público e disse que é importante
pensar mais à frente. “Recife tem uma população elevada e deveria pensar em
fazer seus projetos sobre trilhos para um futuro mais distante porque vai
chegar um momento em que vai saturar. Não se pode pensar em trilho em menos de
10 anos. Se falar em metrô, são 10, 15, 20 anos. Até lá, o ônibus vai dando
conta do recado”, afirmou. No Rio de Janeiro, cada quilômetro de metrô
subterrâneo levou três anos para ser escavado e começar a operar. O 25º
Seminário Nacional NTU termina hoje. Ele está sendo realizado na Transamérica
Expo Center, em São Paulo.

 

 

 

 

Donos dos espaços públicos

A denúncia do Diario de Pernambuco que revela a apropriação indevida das vias públicas do centro do Recife,  remete a outras modalidades de apropriação dos espaços públicos, desde as calçadas  até os terrenos públicos. A ampliação do viaduto Capitão Temudo, por exemplo, teve que vir acompanhada da remoção de dezenas de famílias que haviam ocupado a área do equipamento público. Havia, na época, até edificações de dois andares bem abaixo do viaduto. Essa falsa “normalidade” em que os espaços públicos são ocupados, passam sob a anuência do poder público e também da própria sociedade, que se acostuma a pagar para estacionar numa via pública e ainda assistir passivamente o que é de direito da coletividade. Para mudar isso, o primeiro passo é conhecer os próprios direitos e saber onde denunciar. A parte que cabe ao poder público é tomar as providências devidas. Os donos dos espaços públicos somos todos nós.

 

 

Quem respeita a faixa de pedestre?

Aqui no Recife não existe uma pesquisa que avalie o respeito dos motoristas com a faixa de pedestre. Mas não deve ser muito diferente do que ocorre em São Paulo. De um total de 100 mil paulistanos entrevistados, cerca de 81% apontam os motoristas como os grandes vilões. Quase o mesmo percentual também acredita que o pedestre não atravessa na faixa. O que também deve ser verdade aqui. A pesquisa foi realizada pela (Análise, Pesquiisa e Planejamento de Mercado), na semana que a Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo (CET) intensificou uma campanha para respeitar a faixa sob pena de receber uma multa de R$ 191,53 e sete pontos na carteira. Uma campanha desse tipo aqui, também seria bem vinda!

O grande encontro

Uma oportunidade imperdível. Os maiores especialistas em mobilidade urbana participam nesta terça-feira da quinta edição do Fórum Desafios para o Trânsito do Amanhã, na sede dos Diarios Associados, no bairro de Santo Amaro. Na pauta, as políticas públicas de mobilidade, a questão da capacitação dos agentes de trânsito, dos engenheiros e gestores do tráfego.

E ainda o que foi feito e o que deixou de ser implantado e estava previsto no último Plano Diretor de Transporte Urbano (PDTU). Entre os nomes estarão presentes: Os engenheiros Oswaldo Lima Neto, Germano Travassos, Maurício Pina e Regilma Souza. Os quatro vão abordar as experiências no setor e propor um debate com a equipe da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU). O evento será transmitido ao vivo pelo site do pernambuco. Com.