Monitores de trânsito também na Zona Sul do Recife

Monitor de trânsito na Avenida Mascarenhas de Moraes, Zona Sul do Recife. Foto - José Alves/PCR
Monitor de trânsito na Avenida Mascarenhas de Moraes, Zona Sul do Recife. Foto – José Alves/PCR

A partir da próxima segunda-feira (17) mais 62 orientadores de trânsito vão atuar nas vias do Recife. Eles atuarão nas avenidas Recife e Marechal Mascarenhas de Morais, Zona Sul da cidade. Os orientadores estarão dispostos em 12 cruzamentos das duas vias. A média de circulação nas duas vias é de 115 mil veículos por dia.

Os profissionais terão o papel de orientar motoristas e pedestres, no intuito de evitar a retenção do trânsito, infrações e a ocorrência de acidentes. Eles não têm o poder de notificação de infrações, responsabilidade que continuará a cargo dos agentes de trânsito.

Todos os orientadores que vão atuar na operação passaram por capacitação teórica, prática e vivência de campo. Lições como legislação de trânsito, rede semafórica, técnicas de operação de trânsito e abordagem foram passadas nos treinamentos. Atualmente, 144 orientadores já trabalham nas avenidas Governador Agamenon Magalhães, Norte, Rui Barbosa, Rosa e Silva e Parnamirim.

Para a presidente da CTTU, Taciana Ferreira, o recifense está recebendo muito bem os monitores. “A população já evita fechar cruzamentos nas vias e, aos poucos, se dá conta do seu papel na fluidez do trânsito. Além disso, o tempo de solução das ocorrências diminuiu significativamente”, comentou.

Até maio de 2014, todos os 372 profissionais envolvidos na ação estarão nas ruas. Eles também vão atuar em outras 12 grandes vias da cidade: Av. Marechal Mascarenhas de Morais, Av. Recife, Av. Boa Viagem, Av. Antônio de Goes, Av. Domingos Ferreira, Av. Conselheiro Aguiar, Av. Herculano Bandeira, Rua Real da Torre, Estrada dos Remédios, Rua Cosme Viana, Av. Caxangá e Av. Abdias de Carvalho. Além do incremento de pessoal, houve a implantação de um sistema informatizado de gestão operacional para controle das equipes. Veículos e equipamentos de sinalização

Cruzamentos que contarão com orientadores nas avenidas:

– Av. Rui Barbosa

– Av. Norte

-Av. Parnamirim

-Av. Conselheiro Rosa e Silva:

– Av. Mal. Mascarenhas de Morais x Av. Pinheiros

– Av. Mal. Mascarenhas de Morais x Av. General Mac Artur

– Av. Mal. Mascarenhas de Morais x Rua Pampulha

– Av. Mal. Mascarenhas de Morais x Rua Joaquim Bandeira

– Av. Mal. Mascarenhas de Morais x Rua João Fontes

– Av. Mal. Mascarenhas de Morais x Rua Coronel Fabriciano

– Av. Recife x Rua Jean Emile Favre

– Av. Recife x Rua Pintor Albuquerque

– Av. Recife x Av. Dom Helder Câmara

– Av. Recife x Rua Nicolau

– Av. Recife x Av. Marquês de Itanhaém

– Av. Recife x Av. General San Martin

Vias que receberão os orientadores até maio, além das avenidas Gov. Agamenon Magalhães, Norte, Parnamirim, Rui Barbosa, Rosa e Silva, Recife e Marechal Mascarenhas de Morais:

– Av. Boa Viagem

– Av. Antônio de Goes

– Av. Domingos Ferreira

– Av. Conselheiro Aguiar

– Av. Herculano Bandeira

– Rua Real da Torre

– Estrada dos Remédios

– Rua Cosme Viana

– Av. Caxangá

– Av. Abdias de Carvalho

Fonte: CTTU

Câmeras vão poder servir de prova para multar motoristas nas rodovias

Pardal eletrônico - Foto: Hélder Tavares DP/D.A.Press
Pardal eletrônico – Foto: Hélder Tavares DP/D.A.Press

Por

Mariana Czerwonka

Segundo o Contran, mesmo estando do outro lado da tela, é como se o agente estivesse presente fisicamente no local da infração.Uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito tornou mais fácil multar motoristas infratores. Nem todo mundo sabe, mas as estradas e as rodovias também ganharam esse poder.

Impossível não ser visto. Quem está no trânsito aparece nas telas. Na central de vídeo-monitoramento, os agentes têm visão total 24 horas por dia. Uma carreta dá a ré em uma via movimentada. E um motorista tenta, no meio do trânsito pesado, acionar o motor do carro. E parte com a porta aberta.

As câmeras giram 360 graus, com alcance de até cinco quilômetros. Aproximando bem dá pra ver tudo – até a placa do carro. Na rodovia mais movimentada do Distrito Federal, doze quilômetros de extensão, praticamente toda monitorada. E uma placa avisa ao motorista que ele está sendo vigiado. Esse alerta é uma exigência da lei para que o infrator possa ser multado.

Os agentes podem multar os responsáveis por infrações de comportamento, inclusive não usar cinto de segurança e falar ao celular. Segundo o Contran, mesmo estando do outro lado da tela, é como se o agente estivesse presente fisicamente no local da infração.

“É a extensão do olhar dele na fiscalização de trânsito. Ou seja, ele está dentro de uma sala, monitorando tudo que está acontecendo ao longo de uma via”, aponta o conselheiro do Contran Pedro de Souza da Silva.

A resolução do Contran fixa regras para o uso das câmaras em todo Brasil. Mas alguns estados já vinham usando esse recurso baseados no Código de Trânsito. Segundo o diretor do Departamento de Estradas e Rodagem do Distrito Federal, o principal objetivo é trazer segurança.

“A gente vai somando as diversas situações que tem, os pardais fixos, as câmeras, pra poder, com isso, a gente ir diminuindo a quantidade de acidentes que tem. Poder mostrar pro motorista que ele tem que andar na linha, que ele tem que respeitar o código. Para o bem dele”, comenta Fauzi Nacfur Júnior, diretor-geral do DER/DF.

As multas são enviadas para o endereço do dono do veículo, como nas infrações cometidas nas cidades.

Fonte: Portal do Trânsito (www.portaldotransito.com.br)

Obras da navegabilidade do Capibaribe serão retomadas

Obras do projeto do navegabilidade do Rio Capibaribe  Foto Julio Jacobina DP/D.A.Press
Obras do projeto do navegabilidade do Rio Capibaribe Foto Julio Jacobina DP/D.A.Press

Não será por causa da paralisação de uma semana que ficará comprometido o cronograma das obras do corredor de transporte fluvial do Rio Capibaribe, que teve as obras suspensas na última segunda-feira.

De acordo com a Secretaria das Cidades, caso se confirme o repasse dos recursos pelo governo federal até amanhã, a obra manterá a previsão de entrega para setembro deste ano. Mesmo não estando na matriz das obras da Copa, a navegabilidade do rio é um dos trunfos do governo para melhorar a mobilidade de quem optar em fazer o deslocamento pelo corredor fluvial, principalmente o do ramal Oeste.

O alerta do atraso no cronograma das obras partiu do próprio governo do estado, que não viu chegar a liberação dos recursos. Na última segunda-feira, o governador Eduardo Campos ligou para o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, e recebeu dele a notícia de que o dinheiro seria repassado até amanhã. Para garantir o andamento dos trâmites na liberação dos recursos, o secretário das Cidades, Danilo Cabral, viajou ontem à Brasília e teve a confirmação do secretário nacional de Transporte e Mobilidade Urbana, Júlio Eduardo, de que o projeto de navegabilidade está com os recursos garantidos.

“A nossa expectativa é que sejam liberados os recursos para cobrir os serviços já executados pela empresa. Caso se confirme, as obras devem ser retomadas na próxima segunda-feira”, revelou o secretário. Dos 910 mil metros cúbicos a serem dragados nos dois ramais do rio, 410 mil, referentes ao trecho Oeste, já foram executados. Segundo o secretário Danilo Cabral, o serviço corresponde a R$ 46 milhões. Desse valor, R$ 30 milhões já haviam sido aprovados na Caixa Econômica e o restante ainda estava em análise.

As obras de dragagem dos dois ramais Oeste e Norte estão orçados em R$ 100 milhões, sendo R$ 25 milhões de contrapartida do estado e R$ 75 milhões do governo federal. Já as estações orçadas em R$ 91 milhões ainda não tiveram os recursos liberados. “A empresa chegou a iniciar algumas obras para a construção das estações, mas na expectativa da liberação do dinheiro o que ainda não aconteceu”, revelou Danilo.

A rota Oeste terá 11 quilômetros de extensão e compreende o trecho entre a BR-101 e a estação central do metrô Recife. O percurso conta com cinco estações. Já o ramal Norte terá duas estações: Estação dos Correios na Rua do Sol e Estação Olinda, em frente ao Shopping Tacaruna. O ramal Norte terá 2,5 km.

 

A volta dos bondes na versão VLT como alternativa de transporte

Os bondes elétricos nas ruas do Recife na década de 20 _ Foto Reprodução/internet
Os bondes elétricos nas ruas do Recife na década de 20 _ Foto Reprodução/internet

O sistema de transporte por bondes no Recife teve início no século 19 e eles eram movidos por tração animal. Somente em 1914, os bondes elétricos tomaram as ruas da cidade e permaneceram como principal meio de transporte de massa por cerca de 40 anos. Depois vieram os ônibus trazendo a modernidade para a cidade. Em vários trechos da cidade ainda há trilhos que contam um pouco dessa história.

Trilhos de antigos bondes no bairro do Recife Foto Cecília Sá Pereira
Trilhos de antigos bondes no bairro do Recife Foto Cecília Sá Pereira

Agora a cidade se prepara para receber o VLT (Veículo Leve sobre Trilho). O projeto prevê duas linhas fazendo a ligação da Avenida Norte com o centro da cidade e a Zona Sul. O VLT, uma releitura dos antigos bondes mais de meio século depois. E não apenas o Recife. Conheça outras cidades, que já renderam aos modernos bondes do século 21. Reportagem do Portal Mobilize:

VLT nas ruas de Paris - Foto- reprodução/internet
VLT nas ruas de Paris – Foto- reprodução/internet

No continente europeu, cidades como Bruxelas, Paris e Berlim ressuscitaram os seus “tramways” nos últimos dez anos. Isso sem contar as outras cidades que mantiveram e modernizaram seus sistemas de transporte elétrico, como Varsóvia, Basileia, Zurique, Lisboa e Porto, ou, na América, como São Francisco e Toronto.

Bruxelas (Bélgica)

O sistema de ‘tram’ (como são chamados os VLTs na Europa) de Bruxelas é um dos dez maiores do mundo, e transportava cerca de 123,5 milhões de passageiros em 2012. Em 2013, o sistema passou a ser composto por 19 linhas. A partir de 2011, o comprimento total da rota do sistema de bondes alcançou 138,9 km, tornando-se uma das redes maiores da Europa.

A região francesa de Île-de-France, abrangendo a capital de Paris, atualmente possui sete linhas de bondes, e está planejando novos ramais. Das linhas existentes, cinco são operadas pelo governo local, a RATP, que também opera o metrô de Paris e a maioria dos serviços de ônibus. Outra, a T4, é mantida pela operadora ferroviária nacional francesa SNCF. Três das linhas servem Paris.

Berlim (Alemanha)

VLT nas ruas de Berlim, na Alemanha - Foto: Reprodução/Internet
VLT nas ruas de Berlim, na Alemanha – Foto: Reprodução/Internet

A rede de VLT de Berlim tem cerca de 190 km, e é um dos sistemas mais extensos do mundo. O sistema se destaca pela sua rapidez, segurança, pontualidade e confiabilidade. Limpeza e conforto, acessibilidade e preocupação ecológica são a regra. Todos os anos, 1,3 milhões de viagens transportam 157 milhões de passageiros aos seus destinos. A cada 460 metros existe uma estação.

Outros países

Não apenas nestas regiões, mas também em países emergentes, o uso de bondes modernos para o sistema de transportes vem sendo projetado. Na China, por exemplo, existem pelo menos 15 projetos em estudo.

No Brasil

No Brasil, além da linha de VLT de Santos, no litoral paulista, que fazia parte do projeto que ia para o município de Praia Grande, estão em obras o VLT de Cuiabá (MT), desde 2012, com previsão de entrega entre este ano e 2015.

Além destes VLTs, o Rio de Janeiro está construindo uma rede cujo objetivo é integrar o centro da cidade, o Aeroporto Santos Dumont e a Barca Rio-Niterói à região portuária da cidade. A previsão é de que o sistema esteja em funcionamento até 2016, para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. O transporte deve retirar pelo menos 60% dos ônibus e 15% dos carros que circulam atualmente no centro da cidade.

Fonte : Portal Mobilize (Via Trolebus)

 

Mascarenhas de Morais vai receber faixa azul para o ônibus no Recife

 

Faixa azul para o ônibus no Recife - Foto - CTTU/Divulgação
Faixa azul para o ônibus no Recife – Foto – CTTU/Divulgação

A partir da próxima segunda-feira (13), a Avenida Mascarenhas de Morais ganhará um corredor exclusivo para transporte público. Com sete quilômetros de extensão, inicialmente a Faixa Azul, como foi batizada, será instalada apenas no sentido cidade/subúrbio. A segunda via exclusiva instalada na capital funcionará de segunda a sexta-feira, das 6h às 22h. A ação faz parte das estratégias de melhoria de tráfego da Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano (Semoc) e da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU).

 A Faixa Azul vai da Rua Júlio Verne até a Rua Arthur Lopes. Diariamente, são transportadas cerca de 60 mil passageiros através das 11 linhas de ônibus que trafegam na via (no sentido da implantação). São 1.151 viagens de transporte coletivo por dia. Foram gastos cerca de R$ 160 mil com a sinalização horizontal e vertical nesse trecho. A expectativa é que, até o final deste mês, seja implantado também o trecho da Avenida Marechal Mascarenhas de Morais que fica no sentido subúrbio/cidade.
Projeto
Este é o segundo de seis corredores que receberão a iniciativa até junho de 2014. A primeira via a receber o projeto foi a Rua Cosme Viana, em Afogados, no dia 16 de dezembro. Ao final das implantações, serão cerca de 60 quilômetros de faixas exclusivas para o transporte público. Atualmente, existem 7,6 quilômetros de corredor exclusivo no Recife.
A princípio, a fiscalização será realizada pelos agentes de trânsito da CTTU. Posteriormente, serão instalados equipamentos de fiscalização eletrônica para coibir a invasão de automóveis no corredor. A licitação para a aquisição das 406 câmeras responsáveis por fiscalizar os 60 quilômetros de Faixa Azul será realizada em fevereiro.
Multa
O veículo flagrado trafegando pela faixa será autuado em R$ 53,20 (infração leve – 3 pontos na Carteira Nacional de Habilitação). Além dos ônibus, também vão ter acesso às Faixas Azuis os táxis que estiverem transportando passageiros durante o trajeto. Os demais veículos só poderão entrar no corredor quando precisarem realizar conversões e acessar os lotes à direita. A sinalização horizontal vai mostrar aos condutores, quando a linha for pontilhada, que é possível entrar na faixa.
Vias que ainda receberão a Faixa Azul:
– Avenida Recife
– Avenida Beberibe
– Avenida Engenheiro Abdias de Carvalho
– Avenida Engenheiro Domingos Ferreira
– Avenida Herculano Bandeira
– Avenida Conselheiro Aguiar
– Avenida Antônio de Gois
– Rua Cônego Barata
– Estrada dos Remédios
– Avenida Visconde de Albuquerque
– Estrada Velha de Água Fria

Metrô: o que ele tem que todos gostam?

Metrô Recife - Foto Annaclarice Almeida DP.D.A/Press
Metrô Recife – Foto Annaclarice Almeida DP.D.A/Press

Questionados se mudariam para o transporte coletivo, grande parte dos motoristas entrevistados respondem que aceitariam, desde que ele tivesse mais qualidade e, invariavelmente, apontam o metrô como o paradigma da grande solução. O mesmo acontece com a população quando pesquisada nos bairros da cidade. Por que, afinal, o metrô é tão bem quisto, ao contrário do que acontece com o transporte por ônibus?

Para melhor compreender porque isso é assim, é necessário observar quais são as qualidades do metrô que tanto agradam a população e como esse padrão de qualidade foi construído ano a após ano. Depois disso, como essa experiência pode ser transferida para os ônibus.

Para um bom entendimento é importante separar a discussão em dois aspectos importantes: de um lado o sistema em si – a infraestrutura, o veículo, as estações, o sistema de controle; de outro lado, a empresa Metrô e como ela se organizou desde o início para tirar o máximo proveito da tecnologia e quais foram os princípios adotados de atendimento ao público.

O metrô é um sistema de trens que circulam em via própria, sem qualquer obstáculo, sem cruzamentos e sem interferências de outros meios de transporte. São composições com seis carros, cada qual com quatro portas amplas e que permitem a realização simultânea de embarque e desembarque.

Todos os sistemas de informações de tráfego, energia elétrica e sistemas de observação (câmeras) são duplamente centralizados: em cada estação há uma sala de controle que permite observar tudo o que acontece por ali; e há o Centro de Controle Operacional, que tudo vê e observa, com painéis de monitoração 24 horas por dia.

Essa organização de sistemas tecnológicos permite um total controle sobre todos os equipamentos e, especialmente, sobre a circulação de trens. Essa é uma das condições que permite certos itens de qualidade que serão descritos mais à frente.

As estações são espaçadas entre si de um a dois quilômetros, com plataformas situadas no mesmo nível do piso dos trens. São arquitetonicamente bem construídas, com equipamentos que facilitam a movimentação dos usuários, especialmente em grandes desníveis, como as escadas rolantes.

São iluminadas, com grande disponibilidade de informações sonoras produzidas pelos seus funcionários. Contam, ainda, com informações em painéis bem distribuídos, onde se pode consultar a rede de metrôs, outras estações e onde fazer conexões com outras linhas. Contam, também, com mapas dos arredores da estação, que mostram as ruas e principais logradouros num raio de 500 m.

Os trens são bem iluminados, a maioria já com ar condicionado e os usuários são informados continuamente pelo sistema de som interno dos carros. São permanentemente limpos, com aparência de veículos modernos, mesmo aqueles com 40 anos de uso! Há informações sobre as estações da mesma linha e pontos de conexão, além de mensagens institucionais e educativas. Para distrair os usuários, há monitores com informações e notícias de interesse social.

Para manter um funcionamento adequado, seus funcionários, de todos os níveis, seguem rigorosos procedimentos e passam por treinamentos tanto mais sofisticados quanto mais complexas são as tarefas. Um operador de trem não assume a função antes de alguns meses de treinamento; um controlador de trafego, antes de alguns anos de trabalho com trens e muitos meses de treinamento intensivo. Um supervisor de CCO precisa de anos de experiência em funções inferiores e um treinamento que dura meses.

Mas toda esta tecnologia e essas qualidades próprias do sistema metrô, embora absolutamente necessárias, não seriam suficientes para garantir a qualidade dos serviços que o usuário identifica e elogia. Se fosse assim, não teríamos ainda sistemas ferroviários em situações precárias no país, porque deixados assim anos a fio. É necessária uma gestão voltada para o usuário, para a qualidade de atendimento público.

O metrô, empresa, desde sua inauguração, considerou seu usuário como o centro das atenções. A manutenção do sistema foi sempre tratada com prioridade, cuja qualidade foi reconhecida e certificada pela ISO. Não há trens ou estações sujas, equipamentos quebrados ou vandalizados, e as falhas, normais em sistemas de transporte, são corrigidas imediatamente, e estatisticamente com pouca repercussão para o público.

Mas o essencial é o tratamento dado ao usuário, desde seu início. Já em 1974, operando ainda de Jabaquara a Ana Rosa, as estações já contavam com caixas de sugestões/reclamações e uma central de atendimento ao usuário, antecipando em 20 anos a criação dos SACs, bem como as exigências que só viriam com o Código do Consumidor.

Este conceito de atendimento foi mantido até hoje, com modernização na forma, com a utilização do Portal da Companhia, SMS e outras ferramentas de redes sociais. Acrescente-se pesquisas de opinião, levadas a efeito desde o início de sua inauguração, ouvindo-se o usuário sobre vários aspectos da qualidade do serviço.

Essa foi a ideia pioneira em transporte no Brasil: o usuário em primeiro lugar!

Seus funcionários de estação, sempre dispostos a dar informações e prestar boa orientação do público, são treinados para prestar um bom atendimento e fazem isso com esmero.

O sistema é complexo, transporta hoje 4,5 milhões de pessoas por dia. Onde há multidões, é natural que ocorram problemas de saúde, mal estar e, por isso, o sistema conta com ambulâncias e atendimento hospitalar gratuito para seus usuários, a tal ponto que mães pobres, com parto iminente, aprenderam a entrar nas estações para serem atendidas e encaminhadas aos hospitais.

O conjunto de sistemas tecnológicos, com ênfase em procedimentos, treinamento de pessoal e a existência de centrais de controle operacional, permite oferecer aos usuários um transporte limpo, com regularidade, confiabilidade, pontualidade e segurança. O metrô, de fato, está lotado em certos períodos e trechos da viagem, mas o usuário sabe que há uma composição a cada dois minutos e que, uma vez embarcado, a viagem dura exatamente o mesmo tempo todos os dias, o que proporciona confiança.

A atenção dada ao sistema – manutenção, conservação e limpeza – e a forma e qualidade do atendimento ao público – relações pessoais, orientações, informações – resultam num tratamento ao usuário primado pela dignidade, o que o faz se sentir bem atendido e respeitado.

São essas virtudes que fazem do metrô o sistema de transporte coletivo mais desejado pela população. O que falta ao ônibus, então?

Primeiro, infraestrutura viária, que permita a circulação dos ônibus o mais livre possível, com o mínimo de interferência. Em outras palavras, faixa ou corredor segregado do tráfego geral para uso exclusivo das linhas, pontos mais espaçados entre si (passar de 300 m para 400 m para que o usuário não ande mais do que duas quadras), pontos com cobrança externa nos corredores e, até mesmo, controle dos semáforos nos cruzamentos (sempre verde para os ônibus).

Segundo, a melhoria do veículo, tornando-o mais adequado ao transporte de passageiros, com bancos confortáveis, piso plano, com acessibilidade às pessoas com deficiência, mas sem as escadarias absurdas que hoje tem a bordo, e degraus mais baixos para permitir embarque e desembarque decentes.

Terceiro, um sistema inteligente de rastreamento e controle operacional, com equipamentos embarcados e centrais de monitoração, que permita intervir na marcha dos veículos a distância, promovendo regularidade nos intervalos entre ônibus e velocidades médias maiores.

Quarto, um sistema de informação aos usuários, tanto nos pontos de embarque ou desembarque, quanto no interior dos ônibus e nas estações terminais, que oriente corretamente os passageiros, em especial acerca de conexões com outras linhas ou outros sistemas de transporte.

Quinto, terminais de transferência para outras linhas ou outros sistemas de transporte que propiciem a troca mais rápida, com menos obstáculos e que minimizem os efeitos indesejáveis das baldeações.

Sexto, um sistema de gestão, compartilhado entre o Poder Público e o privado (concessionário), baseado em princípios da Qualidade e do Código do Consumidor, que permita a manutenção dos padrões de qualidade ao longo do tempo, com equipes operacionais treinadas, com procedimentos rigorosos e canais de atendimento ao público que funcionem bem.

Sétimo, regras claras entre o poder concedente e o concessionário, com padrões de qualidade e desempenho bem definidos, aliados a um melhor aparelhamento do órgão público para acompanhar e fiscalizar o contrato.

Oitavo, pesquisas de opinião e percepção do usuário periódicas, para melhor compreender os problemas e poder intervir num propósito de melhoria contínua.

Pode parecer exagero, mas são exatamente estas oito recomendações que fazem do metrô, há 40 anos, o sistema de transporte mais bem avaliado da cidade e uma das empresas mais bem avaliadas do Brasil.

Se a sociedade automobilizada não reclamar tanto com as medidas sendo tomadas para melhoria do transporte por ônibus, não será impossível levar o padrão de qualidade reconhecido no metrô também para o transporte coletivo nas ruas, se considerarmos que parte destes itens já são realidade, apenas exigindo outras formas de gestão e medidas adicionais às atuais faixas exclusivas colocadas em operação, o que vai requerer ainda algum tempo.

Luiz Carlos Mantovani Néspoli (Branco) é superintendente da ANTP

Conheça a cidade que limitou a presença dos carros nas ruas

A mudança de conceito de cidade uma das maiores metrópoles mundiais não ocorreu por acaso, mas de uma decisão. Nova Iorque fez a opção pelas pesoas. E não faz muito tempo. As cidades brasileiras também podem fazer essa escolha, desde que ofereçam um transporte público de qualidade. Lá eles têm um eficiente sistema de metrô, aqui ainda estamos patinando entre o modelo de VLT e BRT. Acompanhe esse vídeo e assista como é possível transformar uma cidade para as pessoas.

Mudanças não acontecem por acaso e Nova York está aí para provar. No início dos anos 2000, o recém-eleito prefeito Michael Bloomberg e a Secretária de Transportes Janette Sadik-Khan começaram a planejar uma série de alterações no uso das ruas da cidade, tudo para reduzir a circulação de veículos automotores no espaço urbano.

As intervenções começaram timidamente, com a simples pintura de solo, a construção de pequenas praças, a proibição do estacionamento de carros nas ruas e a implantação de faixas exclusivas para ônibus e bicicletas. Os motoristas, é claro, reclamaram. Mas, aos poucos, todos foram entendendo que a mudança estava valorizando a vida na Big Apple. E o que era experimental foi se consolidando. A própria secretária falou sobre esse processo em sua visita a São Paulo, em 2013.

O vídeo “New York Streets Metamorphosis”, produzido pelo Departamento de Transporte de Nova York e editado por Clarence Eckerson Jr., mostra como essas alterações foram sendo realizadas desde 2005, em locais como Times Square, Kent Avenue, Madson Square, Sands Street, Herald Square, Queensboro Bridge, 9th Avenue e Clinton Street, entre outras ruas.

Fonte: Portal Mobilize

Integrações dos terminais do Recife reféns dos congestionamentos

Filas na integração do Terminal Recife/Centro - Foto Júlio Jacobina DP/D.A.Press
Filas na integração do Terminal Recife/Centro – Foto Júlio Jacobina DP/D.A.Press

A integração do sistema de transporte de passageiros se baseia em um tripé básico: estrutura física, operacional e tarifária. É o que os especialistas dizem, mas na prática a principal vantagem tem sido apenas a tarifária. Os usuários se deparam com integrações lotadas, filas longas e, consequentemente, mais tempo para concluir o percurso desejado. Longe de um ideal de sincronismo entre metrô e ônibus, parte do tempo que o usuário ganha no deslocamento com o metrô, acaba sendo perdido na espera do ônibus e nos congestionamentos.
Não por acaso, as integrações têm se transformado em um entrave para quem precisa fazer transbordo para seguir viagem. Embora as integrações sejam fundamentais na logística do Sistema Estrutural Integrado (SEI), principal base do Sistema de Transporte Público de Passageiros da Região Metropolitana do Recife, elas estão se tornando reféns de um trânsito que não tem o ônibus como prioridade.

“O ônibus não tem controle do percurso que faz. O metrô consegue estimar a hora que sai e a que chega, já o ônibus fica preso nos engarrafamentos”, comparou o engenheiro e coordenador regional da Associação Nacional de Transporte Público (ANTP), César Cavalcanti.

Para o presidente do Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano, Nélson Menezes, o trânsito também é o principal vilão dos descontentamentos com as integrações. “O problema não é o ônibus, mas fazer o ônibus andar. A gente espera que com a faixa azul, que está sendo implantada em alguns corredores da cidade, o tempo de espera pelos ônibus seja menor”, revelou.

Ainda segundo o presidente o tempo de espera do usuário na integração varia de 3,5 a 7 minutos. Mas na prática, esse tempo de espera pode ser maior. “Já esperei 20 minutos pelo ônibus aqui na estação Centro. O mesmo tempo que gasto andando de metrô, sem falar que levo mais uns 20 para chegar ao trabalho”, revelou o operador de telemarketing Valney Rodrigues, 20 anos.

Desembarque de passageiros na estação central do metrô/Recife foto Júlio Jacobibna DP/D.A.Press
Desembarque de passageiros na estação central do metrô/Recife foto Júlio Jacobibna DP/D.A.Press

De acordo com o professor do departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Fernando Jordão, o tempo de espera na integração deveria ser pelo menos a metade do intervalo das viagens do metrô.

“ No caso de um intervalo de seis minutos, o tempo de espera do ônibus deveria ser de no máximo três minutos”, explicou o professor. Segundo ele, embora não seja uma regra, mas é o tempo que o usuário aceita como razoável. “A população estava acostumada a pegar uma linha direta. A integração é uma solução boa, mas exige determinados controles. Do contrário, pode ser um tiro no pé”, alertou o professor.

Fonte: Diario de Pernambuco (Tânia Passos)