Carros, o que fazer com eles?

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Estudo da consultoria KPMG indica que o Brasil se manterá na quarta posição entre os maiores mercados consumidores de automóveis até 2020. O trabalho Mercado varejista global de automóveis (leia a íntegra) mostra que hoje o mercado mundial é liderado pela China, onde mais de 19 milhões de veículos leves foram vendidos em 2012, contra 14,5 milhões dos Estados Unidos. No Brasil, as vendas no ano passado alcançaram 3,5 milhões e devem seguir em curva ascendente até 5,8 milhões de unidades em 2020, prevê o estudo.

“O Brasil, que hoje ocupa a quarta colocação no mercado global, deve manter essa posição até 2020, com algumas oscilações nos próximos dois anos. O país possui um mercado com grande potencial de expansão de consumo, e as montadoras têm enxergado uma ótima oportunidade de investimentos no Brasil, inclusive em novas plantas”, afirma Charles Krieck, sócio-líder da prática de Indústria Automotiva da KPMG no Brasil.

Educação e transporte público
Na visão do presidente da ANTP, Aílton Brasiliense, a frota brasileira de automóveis tende sim a continuar crescendo e deve dobrar nos próximos dez anos, chegando a mais de 140 milhões de unidades até 2023: “A frota dobrou de 2012 até agora e deve repetir esse salto até a próxima década”. Para Aílton, o problema não é a posse do carro, mas o uso que se faz dele, o que acaba provocando grandes prejuízos às cidades. “Países como a Alemanha ou o Japão têm um número de veículos por habitante bem superior ao do Brasil, mas nesses países as autoridades desenvolveram políticas para estimular o uso dos transportes públicos e evitar o excesso de veículos motorizados nas ruas”, comenta o especialista.

China e Índia
Mas, segundo o relatório da KPMG, a grande explosão de consumo de carros deve ocorrer em outras economias dos Brics, especialmente na China e Índia. De acordo com o relatório, prevê-se um aumento nas vendas de carros na China em mais de 60% entre agora e 2020, quase duas vezes mais a taxa esperada de crescimento para a Europa Ocidental e quatro vezes mais o crescimento na América do Norte. A Índia, em especial, terá uma ascensão meteórica com uma taxa de crescimento ao redor de 300% até 2020

Fonte: Portal Mobilize

BRT de BH só terá ponto final em 2020

BRT Belo Horizonte Cristina Hora EM/D.A.Press

Por

Mateus Parreiras

A Copa do Mundo de 2014 não marcará o fim da implantação da primeira fase do Move, nome oficial do sistema de transporte rápido por ônibus de Belo Horizonte, que tem programação para se estender por outros corredores da capital mineira até o fim da década, quando tem projeção para atingir seis vezes a extensão inicial.

Ao custo estimado de R$ 5,5 bilhões, o projeto prevê um complexo de 160 quilômetros até 2020 e depende ainda de intervenções como a duplicação do Anel Rodoviário da capital. A primeira fase deve ter 25 quilômetros implantados até 2014, com investimento de R$ 850 milhões, mas só vai terminar completamente em 2015, quando dois viadutos exclusivos para coletivos serão construídos.

Uma dessas estruturas ligará as avenidas Pedro I e Vilarinho, permitindo o deslocamento até a Estação Venda Nova. A outra será próxima à Alça Leste do Complexo da Lagoinha, com acesso pelo Bulevar Arrudas, entre as ruas Rio de Janeiro e Carijós. A etapa do Move entregue até a Copa do Mundo, prevista para começar a operar entre abril e maio do ano que vem, terá tráfego misto e organizado por semáforos nessa parte do Complexo da Lagoinha e no acesso entre Vilarinho e Pedro I.

Ontem, a BHTrans apresentou oficialmente o nome Move para sistema de transporte de massa e as cores em tons de verde que serão usadas nas estações e nos veículos. A logomarca que representará o Move será um “M” estilizado em forma de curvas integradas dentro de um hexágono.Tanto as cores quanto o nome foram antecipados em abril pelo Estado de Minas, que ontem revelou o itinerário das 137 linhas que substituirão percursos atuais do sistema BHBus.

Dos bairros para as estações José Cândido da Silveira, Pampulha, São Gabriel, Venda Nova e Vilarinho virão 78 linhas alimentadoras. Dos terminais, os passageiros poderão embarcar em 27 linhas chamadas troncais, que levam ao Centro e a outras regiões da cidade.

Quatrocentos ônibus articulados – 200 gerenciados pela BHTrans e 200 metropolitanos, do sistema da Secretaria de Estado de Transporte e Obras Públicas (Setop), estes com tons de laranja – circularão nos corredores exclusivos e em certas vias da cidade. Nas pistas exclusivas do Move os passageiros poderão embarcar e desembarcar em 46 estações de transferência, que já estão sendo montadas. As instalações em metal e vidro têm bilheterias para compra de cartões de passagens únicas ou com mais créditos, além de portas niveladas com os acessos aos ônibus que dispensam escadas.

Ao longo das avenidas projetadas para o sistema poderão ser agrupadas até duas estações de transferência lado a lado, sendo uma para as linhas municipais e outra para as metropolitanas. “Não haverá, ainda uma integração total das linhas da BHTrans com as da Setop, em razão de não termos integração tarifária”, destacou o diretor-presidente da BHTrans, Ramon Victor Cesar. De acordo com ele, a integração das tarifas do cartão BHBus (BH) e do cartão Ótimo (metropolitano) deve ser planejada e pode ocorrer depois da Copa do Mundo de 2014.

Ainda não foi definido qual corredor começará a operar primeiro. As obras estão programadas para terminar até 31 de dezembro, segundo a BHTrans. Em seguida, o cronograma prevê, segundo o diretor-presidente da empresa municipal, um mês de testes operacionais nos corredores e pelo menos mais três meses de substituição gradual das atuais linhas pelas que integram o novo sistema de corredores e estações.

Os terminais Pampulha e São Gabriel, que estão sendo construídos a partir do zero, é que definirão qual corredor começará a operar o Move, por fecharem cada uma um circuito. “Se a estação Pampulha ficar pronta primeiro, começamos a testar o corredor Antônio Carlos. Se for a São Gabriel, que teve de ser toda demolida e será refeita, começaremos pela Cristiano Machado”, afirma Ramon Victor Cesar.

Com a entrada em operação do Move, a expectativa da BHTrans é que 700 mil passageiros do BHBus sejam imediatamente atendidos, mas a capacidade máxima instalada poderia atender pouco mais de 1 milhão de pessoas, segundo a empresa. Nos horários de pico, a intenção é de ter intervalos máximos de 2 minutos para cada linha dos corredores exclusivos e cerca de 5 minutos nos demais horários.

Isso é fundamental para não superlotar as estações de transferência, que são menores e não contam com equipamentos como banheiros. A ocupação calculada para esses espaços é de duas pessoas por metro quadrado, medida que chega a ser três vezes maior que a tolerância prevista em contrato para a acomodação dos passageiros nos ônibus atuais.

Fonte: Estado de Minas

 

Trem-bala brasileiro previsto para operar em 2020

 

O trem de alta velocidade, que ligará os municípios do Rio de Janeiro, de São Paulo e de Campinas (SP), deve estar pronto em 2019 e o transporte de passageiros deve começar em junho de 2020. As regras para o leilão que irá definir o operador do trem-bala foram divulgadas hoje (13).

“Queremos entregar essa obra o mais cedo possível. Vamos buscar entregar a obra em junho de 2018”, disse o presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo. O concessionário terá um ano para testar a tecnologia e o prazo de concessão será 40 anos.

O trem só entrará em operação quando toda a obra estiver concluída e não haverá liberação de operação parcial, por trechos. “Estamos fazendo serviço para atender a longa distância. Não tem nenhum ganho o serviço de curta distância, não é um serviço em que o trem de alta velocidade seja mais competitivo”.

O preço máximo da passagem da classe econômica entre Rio de Janeiro e São Paulo será R$ 250 (valor atual, que será atualizado até a data de operação). Nas demais classes, o preço será livre. O trem deverá trafegar em uma velocidade de cerca de 350 quilômetros por hora, e o tempo máximo de viagem para o serviço expresso será 99 minutos.

Nos horários de pico, deverá haver pelo menos três trens expressos (que faz a ligação São Paulo-Rio de Janeiro) por hora e um trem regional de longa distância (com paradas nas estações intermediárias).  Pelo menos 60% dos 458 assentos do trem devem ser destinados à classe econômica. A expectativa é começar a operar com 40 milhões de passageiros por ano e chegar a 100 milhões.

O primeiro leilão do trem de alta velocidade está marcado para o dia 19 de setembro de 2013 e irá definir a empresa que vai fornecer a tecnologia e será a operadora do trem. O vencedor do leilão será a empresa ou consórcio que apresentar a melhor relação entre valor de outorga e o custo de construção do trem-bala. A empresa deverá ter pelo menos cinco anos de experiência na operação comercial do sistema e não pode ter tido nenhum registro de acidente fatal. A segunda licitação, que vai definir a empresa que vai construir a infraestrutura do trem, deve ocorrer em 2014.

A participação da EPL no projeto aumentou de 30% para 45%. Segundo Figueiredo, o objetivo foi aumentar a atratividade no projeto. “Como não estamos trazendo nenhum elemento de mitigação de risco e demanda, resolvemos aumentar a participação pública porque é uma forma de compartilhar o risco com o investidor”.

O total de investimentos do operador da primeira etapa é R$ 7,6 bilhões. O BNDES irá financiar R$ 5,37 bilhões, a EPL irá investir R$ 1,03 bilhão e o concessionário R$ 1,27 bilhão. O custo total da obra está estimado em R$ 35 bilhões. Segundo Figueiredo, os grupos interessados na implantação do projeto são da Alemanha, da França, da Espanha, da Coreia e do Japão.

Fonte: Agência Brasil

Recife: mais de um milhão de carros até 2020


Diario de Pernambuco
Por Tânia Passos

Uma cidade com mais de meio de milhão de veículos e engarrafamentos a qualquer hora do dia. Agora imagine essa mesma cidade com o dobro de veículos daqui a apenas oito anos. Essa é a projeção que os especialistas já estão desenhando para o Recife até 2020.

O aumento da frota, dentro desta perspectiva, se dá em razão dos números atuais. De 2011 para 2012, o crescimento da frota do Recife foi de 8,2%. Isso significa que a cidade recebe uma média de 174 novos carros por dia útil, o que dá uma média de 3,8 mil carros a mais por mês. Se continuarmos neste ritmo vamos passar de uma frota de 580 mil veículos para 1.090 milhão no ano de 2020. Onde vamos parar?

A questão foi levantada ontem na última edição do Fórum de Mobilidade Urbana da Assembleia Legislativa. No encontro, a receita apontada pelos especialistas para a cidade não parar de vez é a melhoria do transporte público e a restrição ao uso do automóvel.

“Numa cidade onde serão abertas 10 mil vagas de estacionamento no Centro com os edifícios-garagem não está se restringindo o uso do automóvel. Pelo contrário, isso é um estímulo”, declarou o professor e engenheiro Maurício Pina, também crítico da construção dos viadutos na Avenida Agamenon. “Se hoje está ruim, ficará muito pior”, apontou Pina.

O vigilante Daniel Francisco, 48 anos, comemorou ontem a compra do seu segundo carro zero. Há cinco anos, ele trocou o transporte público pelo individual e acredita que ter carro hoje é uma necessidade. “Eu preciso do carro para agilizar os deslocamentos. Não tem como depender do transporte público”, relatou. O problema é quandos os carros não conseguirem mais trafegar na cidade.

Para o engenheiro e consultor em mobilidade urbana Germano Travassos, a aposta no transporte público tem que se refletir nos investimentos. “Acredito que nunca houve tanto investimento na mobilidade, em tão pouco tempo, como está sendo feito agora, mas é preciso observar que o transporte individual vem recebendo, proporcionalmente, mais recursos do que o transporte público”, apontou Travassos. Numa ordem de grandeza, o engenheiro destaca algumas obras.

“Se a gente comparar, por exemplo, o que será gasto nos corredores Norte/Sul e Leste/Oeste, que juntos somam cerca de 45km, com a obra da Via Mangue, que terá 4,3 km, proporcionalmente os recursos para o transporte individual são maiores”. Outra questão levantada no fórum pelo engenheiro e doutor em mobilidade urbana, Oswaldo Lima Neto, foi em relação ao planejamento das cidades.

“Há um Plano Diretor de Transporte Urbano, engavetado desde 2007, onde há projeções que precisam ser analisadas e atualizadas para o direcionamento do crescimento das cidades”, revelou. Durante seis meses, a Comissão de Mobilidade da Assembleia, fez audiências públicas com temas relativos à mobilidade. “Vamos reunir o material levantado nas audiências e apresentar propostas às autoridades”, disse o deputado Sílvio Costa Filho (PTB), que presidiu a comissão.

Saiba Mais

Projeção do crescimento da frota do Recife em 8 anos

2012 – 580 mil veículos
2013- 627 mil veículos
2014 – 679 mil veículos
2015 – 735 mil veículos
2016 – 795 mil veículos
2017 – 860 mil veículos
2018 – 931 mil veículos
2019 – 1007 mil veículos
2010 – 1090 mil veículos

**Projeção estimada para um crescimento de 8,2% ao ano, segundo percentual registrado de 2011 a 2012 com cálculos do engenheiro Maurício Pina.

Comparação de investimentos viários até 2014

Transporte Público                Transporte individual

13 novos terminais de integração        Alargamento do viaduto Capitão Temudo
R$ 80 milhões                                               R$ 50 milhões

Corredores Norte/Sul e Leste/Oeste        Via Mangue
33,2 kms + 12,5 kms                                         4,3 kms
R$ 598 milhões                                                 R$ 433 milhões

Corredor da Conde da Boa Vista        Túnel da Herculano Bandeira
R$ 14 milhões                                             R$ 28 milhões

Fonte: Secretaria das Cidades e Prefeitura do Recife

 

Cidades podem parar em 2020, segundo associação das empresas de transportes urbanos

 

O presidente da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), Otávio Vieira da Cunha Filho, alertou para a possibilidade de que em 2020 as cidades brasileiras “parem” se nada for feito para melhorar o transporte público e reduzir os congestionamentos de automóveis. Ele participa de audiência pública sobre a situação do transporte coletivo no país e as condições de mobilidade nas cidades brasileiras, promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH).

Segundo ele, a situação é crítica e se agrava porque o governo não prioriza o setor, que tem se tornado ineficiente. Em sua opinião, é preciso aproveitar os investimentos previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para a Copa de 2014 (R$ 12 bilhões, dos quais 40% serão destinados à construção de corredores exclusivos de ônibus e 36% para monotrilhos) para deixar um legado de melhoria que estimule o governo federal a destinar mais recursos ao transporte público.

O presidente da NTU ressaltou também a importância da aprovação do PL 310/2009, que prevê a redução de tributos incidentes sobre o transporte público e os insumos utilizados no setor, com o objetivo de promover a redução das tarifas cobradas dos usuários. A proposição já foi aprovada pela Câmara dos Deputados e tramita agora no Senado.

Participam também do debate o presidente do Movimento pelo Direito ao Transporte Nazareno Afonso; o coordenador do Grupo de Trabalho da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Terrestres, Luis Antonio Festino; e a professora da Universidade de Brasília (UnB), Maria Rosa Abreu.

Fonte: Agência Senado (Via Blog Meu Transporte)