Quinta “D” para a mobilidade do Recife

Protesto estudantes Recife Foto - Nando Chiappetta DP.D.A.Press
Nunca um protesto, anunciado, chamou tanta atenção de todos os segmentos da sociedade como a paralisação nacional prevista para este 20 de junho.O movimento que iniciou contra o aumento das passagens de ônibus, tomou dimensões inimagináveis. O aumento da tarifa, agora, é só um detalhe. O Recife foi uma das capitais que anteciparam a redução da tarifa em R$ 0,10. O anel A vai passar de R$ 2,25 para R$ 2,15. Mas isso não irá  alterar em nada o cronograma dos manifestantes, que defendem várias outras bandeiras. São Paulo e Rio de Janeiro também seguiram o exemplo de outras capitais e reduziram o valor da tarifa.

No Recife, a paralisação está prevista para ocorrer, a partir das 16h, e terá apoio do sindicato de oposição dos rodoviários, que promete paralisar parte da frota de ônibus, entre 16h e 19h. Por medida de precaução, a Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) vai desviar o percurso dos ônibus que passam pela Avenida Conde da Boa Vista, a partir das 13h.

A CTTU irá acompanhar a manifestação para tentar reduzir os impactos no trânsito, mas se depender da organização do movimento, a cidade vai ficar parada. A manifestação irá se concentrar na Praça do Derby e poderá ir para o centro pela Conde da Boa Vista, mas segundo os organizadores poderá haver bloqueios em vários pontos da cidade.

Evitar o centro do Recife, nesta quinta-feira, é a melhor alternativa para quem não for participar do protesto. O comércio deverá fechar as portas mais cedo e várias empresas já anunciaram a liberação antecipada dos funcionários. E quem for para o protesto também deverá se preparar para a chuva. A previsão nos próximos três dias é de chuva no Recife.

 

Passagens de ônibus podem subir 17,2%

 

Um dia após o início de uma mobilização nas redes sociais de estudantes e usuários do transporte público contra um possível aumento na tarifa dos ônibus, o Sindicato das Empresas de Ônibus (Urbana-PE) confirmou a intenção de reajustar os valores das passagens.

Mas, ao contrário do que vinha sendo feito nos últimos quatro anos, com o aumento baseado no Índice de Preço ao Consumidor (IPCA), os empresários querem um reajuste de 17,2%, mais que o dobro do IPCA, que foi de 6,5%. O sistema atende a 800 mil passageiros por dia.
Caso o reajuste seja aprovado no Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM), a tarifa do anel A passará de R$ 2,00 para R$ 2,35. Segundo a empresa Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano, responsável pela operacionalização do sistema, até o início da noite de ontem a empresa não havia recebido oficialmente o pedido de reajuste.

Em nota enviada à imprensa, a Urbana-PE alega que as cargas tributárias ultrapassam em 50% o valor da tarifa e eles não recebem nenhum tipo de subsídio. Nas contas dos empresários cerca de 20% das viagens não são pagas pelos usuários. E com a previsão de novos terminais integrados neste ano, a perspectiva do setor é de uma redução na demanda pagante. Para justificar o pedido de “realinhamento” tarifário, os empresários alegam que o percentual atende a critérios técnicos e que o IPCA é inferior à elevação do custo setorial.

Protestos

O movimento estudantil se reuniu ontem à noite para definir os rumos da mobilização contra o aumento. O Comitê Contra o Aumento das Passagens de Ônibus decidiu fazer diversas manifestações, entre elas uma panfletagem amanhã e um ato público na sexta-feira. A concentração será no Ginásio Pernambucano, no Centro do Recife.