Violência no trânsito provoca recorde de invalidez permanente

 

Em 2011, o Brasil ostentou um triste recorde. Os casos de invalidez permanente provocados por acidentes de trânsito cresceram 58% em relação a 2010. Durante o ano foram pagas 239.738 indenizações por esse tipo de dano. Chama atenção o fato de que mais de 51% dos acidentados estarem na faixa de 18 a 34 anos, justamente onde se concentra a maior parte da população economicamente ativa do país.

Em São Paulo, o número de acidentes com mortes no trânsito já superou o de homicídios em 2011, de acordo com levantamento da Secretaria de Segurança Pública (SSP), divulgado em agosto. Foram 2.370 crimes, contra 2.760 homicídios culposos [sem intenção] por acidente de trânsito. Segundo pesquisadores do Ipea, cerca de 60% do prejuízo econômico decorrente de um acidente viário vêm de perda de produção: a pessoa que morre ou fica incapacitada e deixa de produzir. Os outros custos dos acidentes vêm de atendimento hospitalar, danos ao veículo, entre outros. O Ipea calcula que um acidente com morte custa, em média, R$ 567 mil.

Para a Seguradora Líder DPVAT, o aumento expressivo do número de indenizações é resultado de uma combinação de fatores. “Temos trabalhado para que cada vez mais cidadãos tenham acesso ao Seguro DPVAT. Só em 2011, o sistema ganhou 900 novos pontos de atendimento oficiais. Além disso, a imprudência no trânsito, como a combinação de álcool e direção, alta velocidade e a falta do uso do cinto de segurança nas estradas, tem causados acidentes cada vez mais graves”, aponta o diretor-presidente da Seguradora, Ricardo Xavier.

No ano de 2011, 366.356 pessoas receberam o Seguro DPVAT no Brasil, totalizando mais de R$ 2,287 bilhões pagos. As estatísticas apontam que 58.134 pessoas receberam indenização por morte no período e outras 68.484 pessoas também receberam reembolso de despesas médicas. As motos figuram em 65% dos acidentes indenizados. Nos casos de invalidez permanente, os acidentes com motocicleta representaram 72% das indenizações no período.

Na análise da Seguradora Líder DPVAT, o crescimento da frota de motocicletas tem contribuído para o crescimento do número de acidentes. “O motociclista é um para-choque, muito suscetível a danos devido à sua posição de exposição no veículo. Qualquer batida, que para um motorista de carro resultaria em um dano pequeno, é capaz de deixar um motociclista com alguma sequela”, aponta Ricardo Xavier.

Propostas
Em fórum sobre acidentes de trânsito realizado pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) no ano passado, algumas propostas foram apresentadas para reduzir os casos que envolvem motocicletas. Entre as propostas estão a inclusão de formação de direção defensiva e exame de habilitação adequado às condições de trânsito que serão enfrentadas pelos motociclistas, com maior rigor na primeira habilitação.

Outra sugestão é criar categorias na habilitação de motociclistas, definir as áreas de trânsito das motocicletas entre as faixas de rolamento dos automóveis e as regras de circulação das motos nas faixas de rolamento regulares nas vias sem motofaixas exclusivas ou compartilhadas. A velocidade máxima de circulação das motocicletas deve ser específica de acordo com a característica de cada via.

“É importante que o motociclista tenha consciência de que está no veículo mais inseguro e frágil. Deve dirigir de forma preventiva, evitando ser pego de surpresa, por exemplo, em uma fechada brusca”, disse a médica fisiatra Julia Greve.

* Do Blog Portal do Trânsito – Com informações da Seguradora Líder

Calçadas, martírio dos cadeirantes

A difícil acessibilidade na maior cidade do País. Em capitais menores, o problema não é diferente. Quando o poder público vai entender que calçada é um princípio de mobilidade? Na verdade, a número um na cadeia dos deslocamentos.

Para os pedestres, uma calçada mal conservada é sinômino de desconforto e muitas vezes acidentes. Um estudo de 2005 feito no Hospital das Clínicas de São Paulo atestou que a circulação de pedestres é na verdade um enorme problema de saúde pública. São milhares de casos todos os anos que oneram os custos dos hospitais que também geram um enorme prejuízo econômico para a sociedade.

Já para um cadeirante, calçadas sem condições de circulação representam um custo ainda maior, a perda de acesso à cidade. De maneira consistente ou com improvisos, garantir o direito de ir e vir à pessoas com mobilidade reduzida ganha a devida atenção em nossas cidades. É a luta em prol do que se convencionou chamar de acessibilidade, ou “desenho universal”.

Ao reforçar a lógica de pensar primeiro no mais frágil, o planejamento urbano garante acesso à todos. Sejam ciclistas nas ruas ou os cadeirantes nas calçadas. Parabéns aos irmãos Ramon e Thomaz Ballverdu que junto com Marcelo Silva, produziram o vídeo que ilustra esse post. Moradores de Pelotas, nenhum dos três é cadeirante, mas sabem da importância de uma cidade inclusiva.

Com informações de:
Parkour Roulant: atletismo sobre rodas – Pelotas, Capital Cultural
Cerca de 100 000 pedestres caem e se machucam nas calçadas todos os anos – VejaSP

Calçadas esburacadas e cadeirantes reféns

Vídeo mostra a dificuldade de uma mãe para levar a filha cadeirante a uma escola, por causa das péssimas condições das calçadas. A cena é em São Paulo, mas bem que poderia ser no Recife.

Quando será que o poder público vai entender que precisa assumir a responsabilidade dos passeios? Se um terço da população da Região Metropolitana do Recife se desloca a pé porque o direito a essa Mobilidade é ignorada. Carros ganham vias pavimentadas, túneis e viadutos, enquanto os pedestres e cadeirantes são deixados em último plano.