Transporte no Brasil não melhora com obras de infraestrutura, diz Ipea

 

Estações Caxangá - Foto - Alcione Ferreira DP/D.A.Press

As obras para melhoria da mobilidade urbana no Brasil não têm sido eficazes e os problemas voltam poucos anos depois, segundo constatou estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O estudo analisou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sobre o tempo de deslocamento casa/trabalho no Brasil.

A pesquisa, que compreende o período entre 1992 e 2009, mostra que, em determinado período, houve ligeira redução no tempo gasto de casa para o trabalho em locais como o Rio de Janeiro e Brasília. Na capital fluminense, contribuiu para isso a construção da Linha Amarela do metrô e de nove estações, enquanto em Brasília começou a operar o sistema de metrô em Brasília, além da inauguração de mais uma ligação entre o Lago Sul e a Zona Central da cidade, a Ponte JK.

Essas melhoras, no entanto, não se estenderam por muito tempo, já que “a expansão da infraestrutura pode ajudar a reduzir os tempos de viagem por um certo período, mas seus efeitos positivos diminuem com o tempo, à medida que a demanda de viagens se aproxima do ponto de saturação do sistema em termos da capacidade máxima de passageiros e veículos”, diz o estudo.

Segundo o Ipea, a melhoria pontual só foi possível em função de uma série de reformas feitas em um intervalo curto entre elas, como no caso de outras duas capitais: São Paulo e Belo Horizonte. “A expansão da capacidade dos sistemas de transporte se deu de maneira mais gradual ao longo do tempo e foi aparentemente menos bem-sucedida em trazer melhorias significativas nas condições de transporte”.

O pesquisador Rafael Pereira, responsável pelo estudo, não acredita em falha de planejamento dos governos. “Houve um crescimento da frota e de demanda por transporte que fugiu ao controle. Depende de fatores como a economia, como ela vai se comportar ao longo dos anos, por exemplo. E algo acontece para que essas obras acabem se tornando ultrapassadas na solução do problema”.

No entanto, existem casos em que as obras não foram paliativas. Pereira entende que cada estado deve analisar a questão de acordo com sua realidade. “Em Curitiba e Porto Alegre a população também cresceu, assim como a renda, e as obras estabilizaram o tempo que as pessoas passam no trânsito. Em Curitiba, a ‘metronização’ dos ônibus, através de corredores exclusivos, funcionou. Por que em outros locais não funciona com a mesma eficácia? Isso tem que ser investigado em cada estado”.

Fonte: Agência Brasil

BRT na capital do forró

Trilhos Caruaru - Foto - Tersa Maia DP/D.A.Press

Por
Tânia Passos

Do Trem do Forró ao modelo de Transporte Rápido por Ônibus, também conhecido como BRT (Bus Rapid Transit). O sistema de corredor exclusivo de ônibus, inaugurado em Curitiba na década de 1970, e que se tornou exemplo para o mundo, será implantado em Caruaru no trecho da antiga linha férrea que corta a cidade de Leste a Oeste. A cidade do Agreste é a primeira do interior do estado a apostar nos corredores exclusivos de ônibus. O município foi contemplado com recursos do PAC da Mobilidade 2, do governo federal, que destinou R$ 250 milhões para as obras. O projeto executivo deverá ser iniciado em até 90 dias e a obra do corredor no primeiro trimestre de 2014.

Com uma população de 306 mil habitantes e uma frota de 126 mil veículos, a cidade tem uma média de um carro para 2,4 pessoas, mesma proporção do Recife, com 1,5 milhão de habitantes e uma frota de 607 mil veículos. O principal sistema de transporte público de Caruaru é o de ônibus, que tem frota de 81 coletivos e transporta 1,4 milhão de passageiros por mês. “Acho o transporte público daqui muito escasso e a situação fica pior nos horários de pico. Demora muito de um intervalo para outro e a gente não tem outra opção”, reclama a estudante Jéssica Machado, 21 anos.

Ônibus Caruaru - Foto - Tersa Maia DP/D.A.Press

Caruaru obteve recursos para o BRT após apresentar um pré-projeto ao Ministério das Cidades, no fim do ano passado, com a proposta de dois corredores exclusivos: Norte/Sul e Leste/Oeste. Dos dois, foi escolhido o ramal Leste/Oeste, que cortará 12 bairros entre Rendeiras e Alto do Moura e beneficiará mais de 50 mil usuários.

“Nós tentamos emplacar os dois corredores, mas para nós o Leste/Oeste, que passa por dentro da cidade e atende quase o dobro do Norte/Sul, é mais urgente. Mesmo assim vamos tentar aprovar o Norte/Sul no PAC3, em 2014”, afirmou o secretário de Projetos Especiais da Prefeitura de Caruaru, Paulo Cassundé.

O corredor Leste/Oeste será construído por cima da antiga linha férrea em um trecho de 13,5 km. A estação da Refesa fica no centro de Caruaru. O local foi o principal palco do Trem do Forró, uma das maiores atrações juninas da cidade. O último trem passou pela estação em 2001. A atividade foi encerrada devido às péssimas condições da linha entre o Recife e Caruaru. A ideia, agora, é reaproveitar o espaço da linha, que ocupa uma área reservada de 10 metros de cada lado.

“Estamos em contato com a Diretoria de Patrimônio da União, a Agência de Transporte Terrestre, o Dnit e o Iphan para que a linha férrea seja oficialmente cedida ao município de Caruaru”, revelou o prefeito de Caruaru, José Queiroz.

2013 começa acelerado

 

 

Por

Tânia Passos

Tudo o que não aconteceu em 2012 começa a ganhar fôlego já no início do ano. Em uma semana, assistimos ao lançamento do edital de licitação das linhas de ônibus, que parecia emperrado, e, finalmente, o início das obras de dragagem dos rios Capibaribe e Beberibe para o projeto de navegabilidade. O governo do estado recebeu sinal verde do Ministério Público de Pernambuco para a dragagem, mas haverá ainda uma audiência pública, no próximo dia 30, que deverá sacramentar os ajustes que se fizerem necessários. Mas, o fato é que o governo tem pressa.

A Copa já bate à nossa porta e muitas das obras de mobilidade estão em execução ou para começar e o tempo é curto. Após a entrega do 15º Terminal de Integração, em Cajueiro Seco, na última sexta-feira, o governador assinou a ordem de serviço para as obras do Terminal Integrado de Prazeres. A previsão é que, este ano, outros sete terminais sejam entregues, incluindo dois que já existiam, mas estão em reforma: Barro e Joana Bezerra. E em 2014, outros cinco, que ainda não foram iniciados.

A obra dos corredores Norte/Sul e Leste/Oeste também vão precisar de mais agilidade este ano. A previsão é que, em fevereiro, as obras do Norte/Sul comecem na Avenida Agamenon Magalhães, tempo que o prefeito Geraldo Julio irá anunciar, enfim, a decisão sobre os viadutos.O governador já deixou claro que vai repassar essa decisão para o prefeito, que decidirá também se vai apostar nos quatro viadutos, se reduzirá o número ou se vai eliminar de vez os elevados. O prefeito disse, que nas próximas semanas terá uma definição sobre essa questão.

Embora represente um trecho curto do Norte/Sul, a Avenida Agamenon Magalhães tem o maior volume de tráfego do corredor e é uma perimetral estratégica para a dinâmica da circulação de toda a cidade. Em breve, saberemos o que lhe reserva. Afinal, 2013 está acelerado e não pode ser diferente.

Fonte: Diario de Pernambuco

2013 é agora ou nunca!

Por

Tânia Passos

Se 2012 era para ser um ano estratégico para definir e emplacar obras estruturadoras de mobilidade e acabou não sendo o que se esperava, o ano de 2013 terá que caber tudo o que não se conseguiu avançar nesse. Até mesmo os corredores Norte/Sul e Leste/Oeste, iniciados este ano, ainda parecem ter um longo caminho pela frente até ficarem prontos em 2014.

E já no primeiro semestre, o prefeito Geraldo Júlio deverá confirmar a opção pelos viadutos da Avenida Agamenon Magalhães. Nenhum outro projeto foi apresentado pelo poder público, até agora, para substituir os elevados e a avenida está no meio do caminho do Norte/Sul.

Também não emplacou em 2012, o projeto de navegabilidade. Mesmo sem a realização de um estudo de impacto para a dragagem do Rio Capibaribe, a pedido do Ministério  Público de Pernambuco (MPPE), o governo promete seguir com o projeto em 2013, amparado pela decisão da Agência Pernambucana de Recursos Hídricos (CPRH). Também no ano que se inicia, deveremos assistir a conclusão dos terminais integrados e do Ramal da Cidade da Copa.

E a expectativa é que entrem em operação os 15 novos trens do sistema Metrorec, que ajudarão a aumentar a capacidade dos terminais integrados. Outro que precisa tomar fôlego no próximo ano é o VLT que consegui ficar pronto em 2012, mas ainda opera parcialmente dividindo viagens com o trem a díesel na linha Cajueiro Seco/Cabo de Santo Agostinho.

O desafio de 2013 é executar os projetos na área de mobilidade e deixar no máximo alguns acabamentos para o primeiro semestre de 2014. É impensável imaginar que daqui a um ano estaremos escrevendo sobre o que não foi feito. Não temos mais tempo para isso, 2013 é agora ou nunca!

Corredores de ônibus prontos até 2013

Diario de Pernambuco

Por Macionila Teixeira

O cronograma das obras está pronto. Agora o desafio é cumpri-lo. Ontem, o governador Eduardo Campos assinou as ordens de serviço para a construção dos corredores exclusivos de ônibus dos eixos Norte-Sul e Leste-Oeste.

As duas intervenções fazem parte do conjunto de ações do Programa Estadual de Mobilidade (Promob), que visa compor um novo retrato para o transporte público da Região Metropolitana do Recife até a Copa do Mundo de 2014. Os dois corredores vão operar com veículos do modelo TRO (Transporte Rápido por Ônibus).

A  previsão do governo é que as obras fiquem prontas em maio de 2013, ou seja, com um ano de antecedência em relação ao calendário da Copa do Mundo. Entre as novidades anunciadas ontem, está a proposta viária da Vila Naval, para facilitar o acesso de quem trafega em veículo particular do centro para o subúrbio.
O governador adiantou que, a depender da equipe do estado, as datas serão cumpridas. “Há desapropriações a serem feitas e o que pode provocar algum tipo de atraso é se alguém decidir entrar na Justiça, por exemplo”, ponderou Eduardo Campos.

 

Mas o que ele fez mesmo questão de ressaltar ao longo de sua fala é o tempo a ser economizado pelo passageiro com a implantação do corredor Leste-Oeste. Para percorré-lo, os usuários terão um ganho de cerca de 30 minutos em cada viagem, o que significa um dia no final do mês. “Isso representa mais qualidade de vida.”

O corredor Norte-Sul será executado pelas empresas consorciadas EMSA-ATERPA e custará R$ 151 milhões. O início das obras está previsto para janeiro de 2012 e o tempo médio de conclusão é de 18 meses.

Os serviços começarão no trecho entre Igarassu e Paulista, com a recuperação de placas e drenagem. As obras do Leste-Oeste serão gerenciadas pelas empresas consorciadas Mendes Júnior-Servix e devem começar no próximo mês. Essa intervenção está orçada em R$ 145 milhões e começarão com a requalificação da Avenida Caxangá, na altura do Caxangá Golf Clube.
Os corredores vão receber o TRO, um sistema onde os veículos trafegam em faixas exclusivas, possuem ar-condicionado, GPS, sistema de segurança através de registro de imagens e contagem eletrônica de passageiros.

As tarifas são cobradas antes do passageiro entrar nos ônibus e os embarques e desembarques são feitos em estações construídas no mesmo nível dos coletivos, o que deve agilizar o tempo de parada dos veículos. “Primeiro vamos fazer a recuperação das vias atuais, com a troca de placas de concreto. Do contrário, não terão como sustentar o porte do TRO”, explicou o secretário das Cidades, Danilo Cabral.
Quando as obras do corredor Norte-Sul estiverem a todo vapor na Avenida Cruz Cabugá, será posta em prática a proposta viária da Vila Naval. A ideia é abrir um alternativa para quem vem em veículos particulares no sentido centro-subúrbio. A via segue paralela à Cruz Cabugá.

Quem vem pela Ponte do Limoeiro e entra à direita, na estrada que beira o mangue (Batista Regueira), passará pelo terreno da Marinha mais à frente e poderá seguir até as imediações do Shopping Tacaruna.

“Derrubaremos o muro construído há alguns anos pela Marinha e a via será recuperada para dar acesso aos veículos”, explicou Danilo Cabral. Quem vem em veículo particular no sentido subúrbio-centro, terá duas faixas na Cabugá. Mas no sentido contrário, por conta da construção do corredor exclusivo para o TRO, haverá apenas uma faixa.

 

 

2012, a promessa de entrega de obras para aCopa

 

Já não era sem tempo. O governador Eduardo Campos anuncia hoje a ordem de serviço de obras estruturadoras dos terminais integrados de passageiros. E tempo de execução é curto.

A meta do governo é fazer a entrega dos equipamentos em 2012. Aliás, 2012 vem sendo apontado como o ano chave para entrega de grande parte dos equipamentos viários anunciados desde 2009.

Entre as obras está a do Terminal Integrado São Cosme e Damião, que será o principal ponto de integração para a cidade da Copa. O TI fica entre as cidades de Recife e São Lourenço da Mata e terá investimentos na ordem de R$ 17 milhões. O terminal terá duas plataformas de embarque e desembarque.

Uma para o Transporte Rápido de Ônibus (TRO) e outra para o modelo de transporte convencional, além de dois quiosques, quatro lojas, uma lanchonete e um bicicletário. A obra tem duração de 12 meses.

Já a  obra do Corredor do Ramal de Acesso à Cidade da Copa, que fará a ligação do TI Cosme e Damião à Arena também já começou. A Ordem de Serviço foi dada no início deste mês. As empresas consorciadas Mendes Junior/Servix venceram a licitação – um investimento R$ 131 milhões.

Enquanto isso, os processo de licitação dos corredores exclusivo de ônibus dos eixos Norte/Sul e Leste/Oeste ainda estão em andamento. um investimento total de R$ 476 milhões, sendo R$ 129 milhões de recursos do Tesouro Estadual e R$ 347 milhões do PAC Copa. Para o Norte-Sul, o investimento é de R$ 159 milhões, já o Leste-Oeste terá um custo de R$ 165 milhões.

E finalmente, a passarela do Aeroporto Internacional Recife/Guararapes – Gilberto Freyre também ficará pronta para a Copa do Mundo de 2014. Sua licitação também será anunciada pelo governador Eduardo Campos – um investimento de R$ 27 milhões.

Segundo o secretário Danilo Cabral, Pernambuco segue em ritmo acelerado para cumprir os prazos com o Governo Federal. “O Governador Eduardo Campos assumiu com a presidente Dilma a responsabilidade de finalizarmos todas as obras de mobilidade até o final de 2013 e é isto que estamos fazendo”.

Demais intervenções: Serão lançados também os editais de licitação para a reforma dos Terminais do Recife, Igarassu e Camaragibe e para contratação de projeto executivo de reforma dos TIs de Afogados e Cavaleiro. Ainda serão licitados equipamentos (kit básico) que irão padronizar os 13 Terminais existentes e os que estão em construção. Através do Fundo de Manutenção, também será dada a Ordem de Serviço para a reforma emergencial dos Terminais de Integração do Barro e Cavaleiro e de outros cinco miniterminais.

 

Um dia diferente no trânsito, que poderia se repetir

 


A integração do transporte público é um dos diferenciais da Região Metropolitana do Recife em relação a outras capitais brasileiras. Mas o acesso aos principais corredores de tráfego e terminais de integração ainda deixa muito a desejar.

No dia mundial sem carro, quando decidi deixar o carro em casa, tentei observar as opções para chegar ao corredor principal, no caso a Avenida Conselheiro Aguiar. Levando-se em conta que eu estava na Barão de Souza Leão, a caminhada até a Conselheiro levaria cerca de 20 minutos. Outra opção seria, a paralela da Barão, a Capitão Zuzinha. A primeira opção teria uma oferta maior de linhas, a segunda mais limitada.

Optei pela segunda. Foi o primeiro erro. O ônibus da linha PE-15 me levaria até a Agamenon Magalhães, mas eu queria ir para o Bairro de Santo Amaro, no centro. Tive que descer na Conselheiro Aguiar e pegar a segunda condução até o Terminal de Santa Rita. Tudo certo. Lá peguei, enfim, o circular .O terceiro ônibus, a terceira passagem.

Para minha surpresa o terminal de Santa Rita não tem o sistema de integração. O terminal que é estratégico na área central da cidade e recebe linhas de todas as áreas, não oferece a opção de integração, nem mesmo com as linhas circulares.

Como não saí no horário de pico e não houve nenhum acidente no meio do caminho, foram só 45 minutos de casa até o trabalho. Quase me convenceu se as opções fossem mais atraentes. Depois soube que poderia ter pego o metrô na estação aeroporto e descido na estação Joana Bezerra e de lá pegaria o circular da integração.

Parecia perfeito, mas o deslocamento até a estação também precisaria de uma longa caminhada com calçadas ruins. E fiquei pensando que a Barão de Souza de Leão, que é um corredor de acesso para o Aeroporto, bem que poderia ter uma linha circular.Até porque o acesso da estação para o aeroporto é também complicado.  A travessia a pé, seria uma aventura cansativa e desnecessária.

Seria bom deixar o carro pelo  transporte público, mas precisa me oferecer melhores opções antes de me convencer…