Volta às aulas e ao inferno no trânsito

Com o retorno às aulas em todos os colégios públicos e particulares além das universidades, a frota de veículos deve ter um aumento de aproximadamente 20% a partir de hoje. O acréscimo é de cerca de 250 ônibus e 200 mil carros nas ruas. A interdição de vias na semana pré-carnavalesca também deve ser considerada pelos motoristas, que precisam de muita paciência e devem sair mais cedo de casa se não quiserem chegar atrasados ao destino.

O tempo das viagens pode dobrar a partir desta segunda-feira. Quem gasta de 20 a 30 minutos saindo de Boa Viagem em direção ao Centro do Recife vai ficar de 40 a 60 minutos no trânsito. “Costumo fazer um percurso de 15 minutos entre a Avenida Boa Viagem e a Rua Padre Carapuceiro no período de férias. Com apenas alguns colégios funcionando, fiz o mesmo caminho em 35 minutos”, contou a corretora de imóveis Cristina Paivas, 40 anos, na última sexta-feira, primeiro dia do ano letivo das escolas da rede municipal do Recife e de alguns colégios da rede privada.

Os 11 pontos mais críticos ficam nos arredores dos principais colégios da capital. A fiscalização será intensificada nesses trechos. Um efetivo de 30 agentes da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) estará monitorando o trânsito nesta e na próxima semana. Na Zona Sul, serão monitoradas as vias próximas aos colégios Santa Maria, Boa Viagem, Atual e Motivo. Já na Zona Norte, a fiscalização vai ser intensificada nas ruas dos arredores dos colégios Damas, São Luís, Agnes, Saber Viver e Sagrada Família. A operação vai ser realizada ainda na área central do Recife,
nas imediações dos colégios Salesiano e GGE.

As vias mais afetadas serão a Avenida Rui Barbosa, a Rua Dom Bosco e várias de Boa Viagem. “A principal dica é que os pais saiam de casa cedo para evitar atrasos. É importante também conversar com os filhos, fazer recomendações e se despedir durante o trajeto e não quando os estudantes estiverem descendo. O desembarque deve ser o mais rápido possível”, aconselhou a presidente da CTTU, Taciana Ferreira.

O pais motoristas devem atentar também ao risco de multas. Segundo a presidente da CTTU, quem insistir em parar o veículo em local proibido poderá ser notificado pelos agentes. As infrações para estacionamento ou parada irregular são classificadas como leve, média e grave, e a multa varia de R$ 53,20 a R$ 127,69. Além da notificação, o condutor receberá de 3 a 5 pontos na habilitação. “Concordo com as fiscalizações. Eu mesma deixo o carro numa via adjacente ao colégio da minha filha para não estacionar em local proibido. Venho andando uma parte do caminho com ela”, disse a enfermeira Erika Moura, 39, mãe de Ana Beatriz, 4.

saibamais

O Recife tem uma frota de 607 mil carros a Região Metropolitana, esse número é de mais de 1,1 milhão de veículos o período de férias escolares existe uma redução média de 200 mil automóveis 3 mil ônibus circulam diariamente pela Região Metropolitana do Recife ão 2 milhões de usuários de transporte coletivo no Grande Recife

A rede municipal de ensino tem cerca de 90 mil estudantes

A rede estadual de ensino tem cerca de 770 mil alunos
A rede privada de ensino tem mais de 400 mil alunos
Fontes: CTTU, Grande Recife Consórcio de Transportes, PCR, Secretaria Estadual de Educação

Fonte: Redação DP

Políticas urbanas, tecnologia, energia sustentável. Qual a cidade que queremos?

 


Por
Tânia Passos

A cidade do futuro será fruto das políticas urbanas que foram ou não definidas no passado e as que se tornarem realidade no presente. O fato é que para qualquer lado que a cidade ande, a forma de transportar pessoas e serviços será determinante para a sobrevivência dos centros urbanos. As cidades ficam cada vez mais lentas com a frota crescente de veículos. O Recife já ultrapassou a marca de 600 mil veículos e recebe 3 mil novos carros por mês.

A Região Metropolitana contabiliza 1,1 milhão de carros entupindo as ruas e recebe quase 7 mil carros a mais por mês. Agora não é apenas o transporte público que se torna único alvo de alternativas de mobilidade, mas também as tecnologias que possam ser empregadas para agilizar as dinâmicas de deslocamento. Desde um semáforo sicronizado, corredores exclusivos com controle do tempo das viagens, até os mais modernos aplicativos para facilitar a vida de quem quer se mover com menos tempo e mais conforto.

Um  leque de discussões começa a ser aberto nesta quinta e sexta no 1º Seminário Internacional de Mobilidade (MobIT), que está sendo promovido pelo Porto Digital, no 11º andar do Banco do Brasil, na Avenida Rio Branco, a partir das 9h. O foco está nas soluções e inovações tecnológicas e seus impactos nas cidades. E os palestrantes foram escolhidos a dedo.

Ao todo serão dez palestras e ao final de cada ciclo haverá um painel de discussão. Especialista em inovação tecnológica, energia sustentável e sistemas de transporte, Martino Tran, doutor da Universidade de Oxford, vai falar sobre os imapctos futuros de novas tecnologias nas cidades. “Na verdade há hoje uma preocupação muito grande com o uso do transporte público, mas o tipo de energia que os veículos vão usar no futuro terá um peso mais forte na hora do próprio usuário fazer suas escolhas”, revelou o arquiteto Milton Botler, um dos coordenadores do seminário, que já teve o privilégio de conhecer as pesquisas de Martino Tran.

Também especialista em planejamento urbano, John G. Jung, do Canadian Urban Institute, vai trazer questões sobre as comunidades inteligentes. Já o arquiteto e urbanista Uli Seher, formado pela Universidade de Stuttgart, em Paris, atuou em projetos de mobilidade urbana na França, Alemanha e alguns países da África. Entre os especialistas nacionais, o professor de pós-graduação de Engenharia de Transportes da Escola Politécnica da USP, Caio Fontana, responsável por disciplinas na área de Sistemas Inteligentes de Transporte. “A Tecnologia é uma ferramenta importante na mobilidade. Não há como conceber um corredor de transporte sem monitoramento das viagens em tempo real, por exemplo”, revelou.

A preocupação com o meio ambiente também faz parte da cidade do futuro. Doutor em Meio Ambiente  em mestre em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Waldir Peres, da Agência Metropolitana de Transportes Urbanos do Rio de Janeiro vai falar sobre a experiência do programa de Transporte Sustentável, que prevê a realização de testes de novos combustíveis na frota de ônibus da capital carioca e a introdução de novas tecnologias.

Outras informações acesse aqui:

Saiba Mais

O insustentável peso da frota

607 mil veículos é a frota do Recife
1.1 milhão de veículos é a frota da RMR
2,2 milhões é a frota do estado

Crescimento mensal em Pernambuco

3.067 carros a mais por mês no Recife em 2012
3.711 carros a mais no mês de julho de 2012

6.793 carros a mais por mês na RMR
8.361 carros a mais no mês de julho de 2012

17.040 novos carros no estado em 2012
20.260 novos carros no mês de julho de 2012

Fonte: Detran – PE

O que muda na CTTU?

 

Por

Tânia Passos

A segunda mulher que irá assumir o comando da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU), apartir de janeiro de 2013, Taciana Ferreira, tem um perfil um pouco diferente da sua antecessora, Maria de Pompéia, formada em engenharia elétrica e funcionária de carreira da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf). Sem experiência na área de trânsito, Pompéia se esforçou para dar conta de um problema muito maior do que a estrutura técnica que ela dispunha. Mas conseguiu avanços importantes como a eliminação dos famosos giros à esquerda, em alguns pontos da cidade, a exemplo da Ponte do Limoeiro, avenidas Mascarenhas de Moraes e Agamenon Magalhães. Touxe também muita insatisfação com a implantação do binário Parnamirim, mas acertou com a criação de uma ciclovia no local. Também foi ideia de Pompéia as baterias como energia alternativa dos semáforos, iniciativa, aliás, copiada pela Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo (CET).

A nova gestora Taciana Ferreira, formada em engenharia de trânsito e funcionária de carreira da própria CTTU, traz um volume maior de experiência no setor. Acumulou também experiência no Sistema de Transporte Público de Passageiros (STPP), onde por quatro anos, atuou na diretoria de operações do Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano. À frente da CTTU, ela terá o desafio de fazer andar uma cidade com uma frota de mais de 600 mil veículos registrados na capital, sem falar a frota circulante, que pode chegar a um milhão de veículos, praticamente metade de toda a frota do estado.

Uma das grandes expectativas é que Taciana consiga fazer o que Pompéia não conseguiu na engenharia de tráfego da cidade. Mais do que ter agentes de trânsito monitorando quem fez conversão errada, não quitou o IPVA ou dirigiu falando ao celular é que eles tenham a percepção de circulação da cidade como um todo e não apenas nos cruzamentos. Melhorar a engenharia de tráfego é enxergar, sobretudo, o que se passa no trânsito da cidade. Não bastam ter câmeras que registrem o trânsito nas lombadas eletrônicas, onde as pessoas costumam respeitar os limites de velocidade, mas sim nos pontos de conflito.

Mais do que ter agentes de trânsito repetindo o trabalho dos semáforos, melhor seria se eles estivessem em pontos estratégicos equipados com binóculos, rádio ou celular repassando informação dos lugares onde o trânsito travou, seja por um carro estacionando em um local indevido, um buraco atrapalhando o fluxo ou um acidente. O maior objetivo da engenharia de tráfego é identificar os problemas de retenção e resolvê-los o mais rápido possível em qualquer ponto da cidade, mas para isso vai precisar de respaldo do gestor público para renovar a infraestrutura técnica e operacional. Quem sabe, possamos ver a descentralização dos serviços e uma cobertura nos quatro cantos da cidade. Será que a CTTU, enfim, mudará?

Fonte: Diario de Pernambuco

Faixa para motos em cidades com mais de 100 mil habitantes

 

A Câmara analisa proposta que prevê a instalação de faixas de trânsito exclusivas para motocicletas, motonetas e ciclomotores em cidades com mais de 100 mil habitantes. A medida está prevista no Projeto de Lei 2987/11, que também estabelece multa para os condutores desses veículos que transitarem fora das chamadas motofaixas.

De acordo com o Estatuto da Cidade (Lei 10.257/01), as cidades com mais de 500 mil habitantes devem elaborar um plano de transporte urbano integrado, compatível com o plano diretor. Pela proposta, esse plano passará a ser obrigatório também para os municípios com 100 a 500 mil habitantes e deverá prever, sempre que possível, a instalação das faixas exclusivas para motos.

O autor da proposta, deputado Severino Ninho (PSB-PE), lembrou que a frota de veículos motorizados de duas rodas no Brasil vem crescendo muito nos últimos anos. Ele lembra que o aumento foi de 377,65% entre 2001 e junho de 2011.

“O aumento da frota provocou o incremento vertiginoso da incidência de acidentes de trânsito, com impacto relevante no atendimento de emergência dos hospitais e na previdência”, alertou Ninho. Segundo o deputado, a instalação das motofaixas deve diminuir esses casos.

Multa
O PL 2987/11 também cria uma nova modalidade de infração gravíssima no Código Brasileiro de Trânsito (Lei 9.503/97) – a circulação de motocicletas, motonetas e ciclomotores fora da faixa exclusiva, quando existente. Hoje, a multa para os casos de infração gravíssima é de R$ 191,54. Nos casos de reincidência, a multa passará para R$ 383,08 e o veículo será apreendido.

Tramitação
O projeto tramita apensado ao PL 1517/11 nas comissões de Desenvolvimento Urbano; de Viação e Transportes; e de Constituição e Justiça e de Cidadania em caráter conclusivo.

Fonte: Agência Câmara

 

No Recife, o vereador Maré Malta apresentou, em fevereiro deste ano, uma ideia semelhante. O projeto de Malta  prevê a  obrigatoriedade do espaço de no mínimo cinco metros de comprimento à linha que antecede o início das faixas de pedestres e que deverá ser utilizado pelas motocicletas apenas no momento do fechamento dos semáforos.

“Queremos aumentar a segurança no trânsito e promover  a mobilidade no transito do Recife. As motos têm um poder de frenagem menor e são mais leves e não podem ficar atrás dos carros. Com as moto-faixas vamos evitar as famosas “costuras” que os motoqueiros fazem para se locomover entre os veículos e acabar assim, com os pequenos e grandes choques entre estes eles, facilitando o trânsito”, afirmou o vereador.

Brasileiros enfrentam mais de um engarrafamento por dia

 

 

Os brasileiros estão gastando mais tempo em congestionamentos e acreditam que o problema irá piorar nos próximos cinco anos, influenciado pelo aumento na circulação de pessoas por conta de eventos internacionais; é o que mostra um estudo conduzido pela unidade de Location & Commerce da Nokia.A pesquisa online, intitulada “Trânsito no Brasil”, foi realizada com o intuito de entender melhor as condições de tráfego nas vias do país, os incidentes de trânsito mais relatados e seu impacto na rotina dos motoristas brasileiros.

 

O levantamento – que contou com 200 participantes, entre homens e mulheres – também apurou dados sobre o uso de dispositivos de navegação pela população, identificando que um terço dos usuários já possuem serviços de monitoramento de trânsito.Aproximadamente metade dos participantes relatou que o trânsito afeta diariamente suas vidas de forma negativa, e 54% afirmou enfrentar mais de um congestionamento por dia.

 

A Copa do Mundo de 2014 também é apontada pelos motoristas como um evento que irá gerar ainda mais problemas de trânsito, especialmente por conta de questões relativas à segurança e pelo crescimento do número de turistas circulando nas grandes cidades.“Congestionamentos são parte da rotina das cidades brasileiras, bem como os dispositivos de navegação, cujo uso vem crescendo rapidamente no país”, afirma Helder de Azevedo, diretor geral da Nokia Location & Commerce e diretor de vendas América Latina. “Os dados desta pesquisa reforçam o valor do que levamos diariamente aos consumidores.
Quando estão equipados com mapas de qualidade, esses dispositivos não irão apenas ajudar os motoristas a evitar congestionamentos, mas também informá-lo sobre rotas alternativas que podem gerar economia de tempo, e ajudá-los a reduzir o estresse e gasto com combustível”, completa o executivo.

 

O levantamento ainda mostrou que nos últimos cinco anos os brasileiros passaram em média 40 minutos a mais por dia em congestionamentos. Além disso, cerca de ¾ dos participantes acreditam que o trânsito irá piorar até 2016, apontando o aumento no volume de veículos nas vias como a principal causa dos congestionamentos.

 

FONTE: Bem Paraná (Via Portal do Trânsito)

Sorria, você está sendo engarrafado

Uma fila de carros que começaria no Rio e terminaria em Porto Alegre é o espaço ocupado pelo aumento de 30% da frota de veículos na cidade nos últimos dez anos. São 424 000 carros a mais que, ao sinal verde, reduzem a esperança de vermos automóveis deslizando livremente pela pista. Você sabia que o prejuízo anual sofrido pelos cariocas com o engarrafamento é de 3,7 bilhões de reais por ano, segundo cálculos do economista do Ibmec-RJ Gilberto Braga? No livro Sorria, você está engarrafado, além de propor ideias divertidas para se distrair no trânsito do Rio – como comer biscoito Globo sem sujar o carro -, o médico carioca Mário Márcio aponta medidas adotadas por outras megacidades para melhorar a mobilidade urbana. Que sirva de inspiração para a nossa.

1 – Pedágio urbano: algumas metrópoles europeias como Londres, Oslo e Milão cobram tarifas de carros que circulam no centro da cidade. Os recursos arrecadados são investidos na melhora do transporte público. Em Londres, onde se cobra o equivalente a 35 reais por dia dos motoristas que utilizam as ruas do centro das 7h às 18h, a medida reduziu em 30% os veículos na região. Em Cingapura, o pedágio fez o uso de ônibus crescer 15% e o engarrafamento reduzir em 40%. No Brasil, a prefeitura de São Paulo já pretende implantar um pedágio nas avenidas marginais da cidade para reduzir o tráfego e aumentar a arrecadação municipal.

2 – Desmotorização: americanos e europeus estão aprendendo a viver sem carro com soluções simples. Em Manhattan, não há estacionamentos. Em Munique, na Alemanha, novos prédios só podem ser construídos sem garagem. Medidas como essas têm estimulado investimentos em transporte público de qualidade.

3 – Sistema de cotas: em Cingapura, há um limite de número de carros por família e cada licença pode chegar a custar 21 000 reais. Hoje, menos de 30% das famílias possuem carros.

4 – Vias e faixas exclusivas: Curitiba e Bogotá, na Colômbia, são exemplos de cidades que priorizam o transporte público a favor da qualidade de vida. Corredores exclusivos, que começaram a ser implementados lentamente no Rio, e ônibus de alta tecnologia atraíram a população que passou a usar carro para as horas de lazer e o transporte coletivo para o dia a dia de trabalho.

5 – Recuperação de ferrovias existentes e construção de novas: o transporte rodoviário que predomina no Brasil é um modelo urbano condenado em países ricos como Estados Unidos. Sobre pneus, a cidade se expande em baixa densidade, com crescente exigência de novas vias. Mais pistas, mais congestionamentos, mais poluição, maiores custos de infraestrutura e gestão. É fundamental investir no transporte sobre trilhos.

6 – Construção e manutenção de ciclovias, educação no trânsito e segurança: temos, no Rio, a maior malha de ciclovias do Brasil e a segunda maior da América do Sul, com 235 quilômetros, perdendo apenas para Bogotá, na Colômbia. Mas a má conservação das pistas, o trânsito feroz e o perigo de assalto são alguns dos obstáculos enfrentados pelos ciclistas na cidade. Enquanto isso, tanto em Copenhague, na Dinamarca, como em Amsterdã, na Holanda, programas governamentais estimulam desde cedo a prática do ciclismo, o respeito às regras de circulação e a convivência pacífica nas ruas.

7 – Criação de transporte hidroviário: algumas experiências já foram feitas ligando a Barra à praça XV. Na primeira viagem de teste, os tripulantes ficaram nauseados e nunca mais se ouviu falar sobre este tipo de transporte.

8 – Implantação de sinais inteligentes: tratam-se de semáforos que mudam o tempo entre o vermelho e o verde eletronicamente, de acordo com o fluxo momentâneo de veículos.

9 – Criação de multa positiva: em horários e locais pré-estabelecidos, o motorista que estiver circulando com menos passageiros do que o permitido é multado – um estímulo à carona solidária e à redução do número de carros em circulação. Na Coreia do Sul, desde 1996, a capital Seul cobra o equivalente a 4,80 reais de carros que passam por duas de suas avenidas com menos de dois passageiros. Resultado: a quantidade de veículos caiu 34% e a velocidade subiu 10 Km/h.

10 – Incentivos fiscais: um alemão interessado em obter a carteira de habilitação para dirigir é obrigado a pagar uma taxa de quase 2 000 euros, o equivalente a 4 450 reais. Além disso, impostos sobre a compra de automóveis, taxas de registro e de estacionamento são propositalmente elevados.

Via Portal do Trânsito

Quinze minutos para se livrar do caos

 

Diario de Pernambuco

Por Tânia Passos

Não são os 15 minutos de “fama” que irão mudar a sua vida. Mas, talvez, os 15 minutos que você poderá aprender a usar na hora de programar seus deslocamentos. O tempo pode parecer pequeno, mas faz toda a diferença entre encontrar uma janela de escape nos horários de pico ou ficar preso nos engarrafamentos gastando até o triplo do tempo que levaria, se os tais 15 minutos tivessem sido levados em conta. Entender essa lógica é fazer a leitura do comportamento das vias. Cada uma tem o seu próprio tempo e fluidez e precisamos mais do que nunca conhecer a nossa janela de “salvação”.

O principal termômetro para avaliar a fluidez de uma via é a velocidade dos carros. A Companhia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) registra o volume de tráfego e velocidade nos principais corredores e os números mostram o que os motoristas conhecem na prática. Para se ter uma idéia, às 6h na Avenida Boa Viagem, a velocidade chega a 60 km/h. Nesse mesmo horário, a Avenida Rui Barbosa apresenta uma velocidade média de 28km/h. A variação em minutos nas duas vias é mais perceptível antes das 7h. No caso de Boa Viagem, a diferença de 15 minutos faz uma diferença enorme. Na Rui Barbosa, a variação dos 15 minutos, entre 7h e 10h significa um ganho de velocidade que varia de 6km/h a 16km/h. Um caos, sem muita trégua.

Já na Avenida Boa Viagem, as chances de encontrar janelas de fuga são maiores. A advogada Maria Paula Magalhães, 29 anos, sabe bem que sair quinze ou vinte minutos mais tarde pode fazê-la passar menos tempo no trânsito. Moradora do bairro de Boa Viagem, ela trabalha na Ilha do Leite, no centro expandido, e deve bater o ponto às 9h. A princípio, ela saía de casa por volta das 7h40, 7h45. “Era terrível, pois eu perdia muito tempo no engarrafamento e acabava chegando no trabalho faltando quinze minutos para às 9h”, explica Paula.

Foi por acaso, que ela descobriu a janela de escape. Por causa de um atraso, saiu de casa às 8h15 e chegou ao trabalho 35 minutos depois. “Eu achei que fosse chegar ao trabalho quase às 9h20, mas para minha surpresa, cheguei quase no mesmo horário, por volta das 8h50”, revelou. Paula ficou curiosa com o bom resultado e decidiu tentar uma segunda vez sair de casa para o trabalho às 8h15. Novamente, ela levou cerca de 35 minutos.

Na janela do tempo não é apenas o horário que deve ser levado em conta, mas também a faixa. Algumas são mais velozes que outras. Para se ter uma ideia, às 8h15, a maioria dos carros está a uma velocidade entre 20km/h e 30kms/h, mas nesse horário é maior a quantidade de carros que chegam a 40km/h. “É importante que as pessoas conheçam bem como funciona o trânsito dos seus bairros. Dez ou quinze minutos é o tempo necessário para que um engarrafamento se forme ou desapareça”, afirma Marcos Araújo, gerente de fiscalização da CTTU. Segundo ele, em alguns casos, sair de casa às 7h40 ou às 8h faz uma grande diferença no percurso. (Colaborou Filipe Falcão)

A volta às aulas e aos engarrafamentos

Diario de Pernambuco
Por Tânia Passos

Contagem regressiva para a volta às aulas e caos no trânsito. Os alunos da rede particular de ensino começam as aulas nesta quarta-feira. Em todo o estado são cerca de 400 mil alunos da rede particular. Para se ter uma ideia do impacto da volta às aulas no trânsito do Recife há um decréscimo, no período de férias, de 230 ônibus e cerca de 200 mil carros. Tudo isso de volta às ruas.

Já a rede pública retorna às atividades no dia 6 de fevereiro, sendo 810 mil alunos da rede estadual, dos quais 199 mil estão na Região Metroppolitana do Recife  e 151 mil alunos da rede municipal de ensino da capital pernambucana.

Com o fim do período de férias, os motoristas terão que se reacostumar a sair mais cedo de casa para o trabalhar.  De Boa Viagem para o centro da cidade, quem gasta de 20 a 30 minutos, agora vai gastar de 40 a 50 minutos, se não houver nenhum acidente, protesto ou interdição de via. “Estava uma maravilha, mas já vi que terei que sair pelo menos meia hora antes para não me atrasar”, contou o advogado Paulo Roberto Souza, 53 anos.

Há pelo menos três grandes pontos de conflitos que impactam mais com o início das aulas no entorno das 11 maiores escolas do Recife. “Rui Barbosa, Dom Bosco e Boa Viagem”, revelou o gerente de educação de trânsito da CTTU, Francisco Irineu. O Recife tem atualmente uma frota de 570 mil veículos, mas na Região Metropolitana esse número já é de mais de 1 milhão de veículos.

De acordo com o diretor de operações de trânsito da CTTU, Agostinho Maia, não há uma pesquisa do número exato de carros que deixam de circular no período de férias. A estatística da CTTU é baseada no registro das lombadas eletrônicas, onde se compara o tráfego no período normal de aulas com o do período de férias.

Para se ter uma ideia, na Avenida Domingos Ferreira, a lombada eletrônica registra uma média de 56 mil veículos por dia, nos dias normais e nas férias o tráfego na via cai para 40 mil veículos. Já na Avenida Norte, em dias normais o tráfego é de 40 mil veículos e cai para 29 mil nas férias. “A gente precisa levar em conta não apenas a frota da capital, mas também a circulante que é de cerca de  900 mil carros”, afirmou Agostinho Maia.

Ontem, por volta das 16h, o trânsito na Avenida Agamenon Magalhães fluia normalmente, mas a via é uma das que mais impactam com a volta às aulas. Na Rui Barbosa, que tem uma média de 23 mil carros circulando, nas férias cai para 16 mil. Mas ontem a via já estava engarrafando no período da tarde. A professora Juliana Mendes, 36 anos, já está esperando o pior. “Normalmente já é complicado e quando e no período de aulas é mais engarrafamento na certa”, revelou.

O advogado Edmílson Francisco da Silva, 53 anos, não leva mais os filhos na escola, mas conhece bem essa rotina. “Hoje eles já estão crescidos, mas já fiz muito isso e posso dizer que o estresse não é só de quem está no trânsito. Para os pais que precisam pegar os filhos na escola e não tem onde estacionar é também estressante”, ressaltou.

Plano de carga e descarga do Recife não faz nem cosquinha

Na coluna Diario Urbano escrevi, no último dia 25 de outubro, sobre o plano de carga e descarga apresentado pela Prefeitura do Recife. Uma reflexão que vale a pena ver de novo.

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Um dos maiores obstáculos à mobilidade urbana nas ruas do Recife tem origem nos estacionamentos realizados em vias públicas. Sendo eles regulares ou não, atrapalham o trânsito. É ruim com carro pequeno, imagine então com caminhões de carga. Talvez por isso, havia uma grande expectativa em relação às novas normas apresentadas pela Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) referentes à operacionalização do sistema de carga e descarga.

O modelo tem pequenos avanços em relação à limitação dos horários, das 23h às 5h, e da inclusão de 21 corredores de tráfego, a exemplo da Avenida Conselheiro Aguiar, onde o desmando é diário. Mas peca em outros aspectos, a começar pelo valor de uma multa comum de estacionamento prevista no Código de Trânsito Brasileiro de apenas R$ 53,20 e três pontos na carteira. Só para lembrar, a proibição da circulação das kombis que faziam transporte alternativo só funcionou porque o valor da multa era de R$ 2 mil e o prejuízo seria grande para os kombeiros.

Além disso, a penalidade irá apenas para o dono do caminhão e não para o proprietário do estabelecimento. E mesmo na hipótese da multa vir a ser aplicada, uma vez que não há fiscalização suficiente, para o empresário valerá a pena correr o risco, que, aliás, não é dele. Não era bem isso que a presidente da CTTU, Maria de Pompéia, tinha em mente. Ela já havia sinalizado que a penalidade deveria se estender para o dono do estabelecimento e para o fornecedor e que o valor da multa deveria pesar no bolso, mas pelo jeito não vai nem fazer cosquinha.

A medida também não se estendeu aos bairros da periferia que hoje têm comércio e onde esse tipo de operação trava as vias estreitas. A Prefeitura do Recife talvez tenha perdido uma ótima oportunidade de fazer um marco na moralização da carga e descarga que traz impactos diretos na mobilidade. No lugar disso, criou 139 vagas de Zona Azul e travestiu de legalidade um tipo de serviço que, embora importante, não tem, até agora, nenhum respeito à livre circulação. Se os próprios técnicos da companhia defendem mais rigor na legislação para não ficarem de mãos atadas, quem sabe o plano, que só entrará em vigor em janeiro de 2012, possa ser aperfeiçoado e não passe de um engodo.