Avenida Mascarenhas de Moraes, o plano b da Zona Sul

 

As avenidas Sul e Mascarenhas de Moraes são geograficamente paralelas  às avenidas Conselheiro Aguiar e Boa Viagem, mas estão longe de ter o mesmo tratamento. As duas vias têm tráfego intenso, que vão de 26 mil, na Sul, a 56 mil carros por dia, na Mascarenhas.

O trânsito poderia fluir melhor se houvesse uma ação de mobilidade para esses dois corredores que fazem ligação da Zona Sul com o centro da cidade. As duas vias apresentam sérios problemas nas condições do pavimento, drenagem e principalmente sinalização de pista. No caso da Avenida Sul não há nenhum tipo de sinalização.

A ausência das faixas de disciplinamento do tráfego contribui ainda mais para os congestionamentos. O gargalo principal, no entanto, está na Ponte Motocolombó quando as quatro faixas da Mascarenhas de Moraes são reduzidas pela metade na passagem da ponte, que recebe o mesmo fluxo.
As duas vias vão receber ações do Plano de Ação para o Trânsito 2011 e 2012, mas são, por enquanto, intervenções pontuais e insuficientes para apresentar um resultado significativo. Uma das medidas previstas é a eliminação do giro à esquerda nas proximidades do viaduto Tancredo Neves, que dá acesso à Avenida Recife.

A eliminação do giro vai acabar com um problema histórico de formação de até três filas paralelas para acessar o giro. A ousadia dos motoristas acaba reduzindo a quantidade de faixas para o tráfego na Mascarenhas de Moraes. “Eliminando esse giro, que dá acesso à Avenida Recife, nós acreditamos que a velocidade nesse trecho irá aumentar”, argumentou o diretor de projetos da CTTU, Manoel Damaceno.

Dentro das ações do plano houve ainda a modernização dos semáforos das duas vias.
Na melhoria das condições do pavimento as intervenções também são tímidas. De acordo com o diretor de manutenção da Emlurb, Fernando Melo houve a troca de 12 placas na Mascarenhas de Moraes e 20 na Avenida Sul. O trabalho, no entanto, não consegue melhorar o aspecto de degradação.

No corredor exclusivo da Avenida Sul, o acúmulo de água e terra na pista formam um verdadeiro lamaçal. O canteiro central e as paradas de ônibus da via completam o cenário de abandono. “Esse lamaçal ocorre devido ao problema de drenagem. Nós vamos também fazer uma ação de limpeza nessas áreas”, afirmou Fernando Melo.
Ainda segundo ele, as ações executadas foram de caráter emergencial. “Nós iniciamos a recuperação das placas de concreto nos trechos mais críticos. As próximas ações serão executadas após o mês de setembro para que as obras sejam iniciadas e concluídas sem interrupção das chuvas”, informou.

De acordo com o diretor de trânsito da CTTU, Agostinho Maia o trabalho de sinalização só poderá ser feito após a melhoria do pavimento. “Essas duas vias que são importantes corredores de ligação da zona Sul com o centro irão receber melhorias antes da Copa. Do jeito que está não vale a pena fazer a pintura”, revelou.

Saiba Mais

Avenida Mascarenhas de Moraes
6,5 km de extensão
56 mil carros trafegam por dia nos dois sentidos
29 semáforos

Avenida Sul
3,5 km de extensão
26 mil veículos trafegam por dia
6 semáforos

Fonte: CTTU

 

Avenida Sul. O que é isso?

 

A Avenida Sul, que se une à Mascarenhas de Moraes e chega ao bairro São José passando ao longo das torres gêmeas, no Cais de Santa Rita, sofre outro gargalo quando seu fluxo se encontra com os veículos que descem do Viaduto das Cinco Pontas.

A busca por um espaço acaba gerando uma terceira faixa falsa, por cima dos trilhos da linha ferroviária. O improviso forçado dos motoristas é facilitado pela ausência de sinalização de pista. Outro problema é ausência de faixas de pedestres.

O local que antes não dispunha de moradia recebeu as duas torres . “Atravessar aqui é uma dificuldade muito grande e a passagem de um lado para outro é muito arriscada”, revelou uma empregada doméstica, que trabalha no local.
Nesse trecho da Avenida Sul as informações não são muito animadoras. De acordo com o diretor de trânsito da CTTU, Agostinho Maia no local não há como instalar um sinal de pedestre devido aos trilhos.

“É uma situação mais complicada. Se a gente colocar um sinal e alguém for atropelado por um trem de quem vai ser a culpa?”, questionou. Segundo ele, o mais apropriado teria sido a construção de uma passarela quando o empreendimento foi planejado. 

 

Só voando para escapar dos engarrafamentos


A pesquisa sobre poluição veicular divulgada pelo Instituto de Pesquisa Aplicada (Ipea), no mês passado, revela que, nos últimos 15 anos, a frota de automóveis no país cresceu 7% ao ano e a de motocicleta 15%.

No mesmo período, houve uma perda de 30% da demanda do transporte público.  Não é preciso muito esforço para entender que há uma corrida para o transporte individual e a principal razão disso é que o nosso transporte público não está atendendo às necessidades de mobilidade. Seja de locomoção, conforto, acessibilidade e pontualidade.

Mesmo com o crescimento da frota veicular, uma Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar (PNAD), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2009, revela que apenas metade dos domicílios brasileiros possui carro ou motocicleta, ou seja, ainda há espaço para o crescimento de automóveis no país.

E a tendência é que a renda dessa outra metade melhore e a indústria está de olho nesse mercado. De 2011 até 2015, a estimativa de investimentos pelos fabricantes de automóveis é de 19 bilhões de dólares, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Com informações do Portal do Trânsito

 

Já pensou 15 dias preso nos engarrafamentos?

Talvez você, motorista do Recife, nunca tenha parado para fazer os cálculos, mas poderá está perdendo cerca de 15 dias por ano preso em engarrafamentos. É muito? Em São Paulo esse tempo já é estimado em 30 dias. Um mês inteiro parado no trânsito. Mas ninguém parece perceber.

O apelo do Dia Mundial sem Carro não foi ouvido pela maioria no Recife e Região Metropolitana. Com poucas exceções, os efeitos da campanhanão foram sentidos. Também não houve engajamento do poder público e dos órgãos de trânsito no sentido de estimular as pessoas a deixarem o carro em casa.

Foi na raça que o aluno de doutorando da UFPE Tiago Gonçalves, 37, decidiu ir de bicicleta de Casa Forte até a UFPE, na Cidade Universitária. Sem ciclovia, teve que enfrentar o trânsito, inclusive na BR-101.

“Na BR não tem acostamento e a velocidade dos carros é maior, o que torna o percurso mais perigoso”, avaliou. Mesmo assim, ele conseguiu fazer o roteiro em 35 minutos. De carro, ele contou que gastaria praticamente o mesmo tempo.

O engenheiro e consultor em mobilidade urbana Germano Travassos decidiu ir de ônibus para o trabalho. Ele diz que o tempo é em média 10 minutos a mais do que o gasto com carro. O especialista já fez os cálculos de quanto tempo perde nos engarrafamentos.

“Comparei o tempo em um dia útil com um feriado ou domingo e gasto em média a mais entre 15 e 20 minutos no dia útil. Em um ano, isso significa cerca de 15 dias perdidos”, revelou. Segundo Germano Travassos, o cálculo foi feito em cima da sua própria experiência. “É um cálculo pessoal, mas é provável que muita gente perca nessa faixa de 20 minutos, por dia, no trânsito”.

Entre os que decidiram contribuir com a melhoria no trânsito, encontramos ontem o técnico em eletrotécnica Isaac Barbosa, 26 anos. Ele deixou a moto em casa e foi de bicicleta para o curso. Já o motorista Cosme Vital, 61, deixou o carro no trabalho e atravessou a cidade em um coletivo para almoçar em Camaragibe.

O fotógrafo Anderson Freire, 25, saiu de Olinda de bicicleta para chegar à faculdade. A ideia do Dia Mundial Sem Carro era que esses exemplos fossem seguidos pela maioria dos motoristas. Mas o que se viu ontem no Recife foram vias congestionadas, fluxo intenso em horário de picos e pouca mobilização social.

Um grupo que defende o uso de bicicleta tentou fazer a sua parte. Os integrantes se encontraram às 6h30 para garantir vaga de estacionamento em frente ao Paço Alfândega, Bairro do Recife, e realizaram a intervenção urbana Vaga Viva. Ao invés de colocar carros em quatro vagas, esticaram faixas, placas e montaram um café da manhã no asfalto.

Cerca de 14 pessoas participaram da mobilização, entre elas o casal Paulo Lima, 24, e Tereza Cavalcante, 25. Ela saiu do Cabo e se encontrou com o namorado em Boa Viagem. Os dois puseram cartazes nas bicicletas e seguiram para o Bairro do Recife. “Quanto mais você dá espaço para os carros, mais eles enchem as ruas.

Enquanto o carro for o principal modal da cidade, o trânsito será caótico”, afirmou Paulo. Às 18h, o grupo voltou a se reunir na Praça do Derby, para realizar uma edição extra da Bicicletada, uma passeio ciclístico realizado uma vez por mês nas ruas do Recife.

O Recife e o plano municipal de educação no trânsito

 


Tânia Passos
Taniapassos.pe@dabr.com.br

Educar o motorista no trânsito não é uma tarefa fácil. E há pelo menos duas razões para isso: o individualismo e a ausência de campanhas sistemáticas. No ano em que a Organização das Nações Unidas (ONU) clama a participação de todos para a redução da violência no trânsito, na década de 2011 a 2020, a Prefeitura do Recife traz uma proposta de um plano muncipal de educação para o trânsito nas escolas do município. A ideia é capacitar os professores da rede, em todas as disciplinas.

O plano, que será definido em decreto, a ser assinado hoje pelo prefeito João da Costa, tem metas até 2015 e aposta nos motoristas do futuro. Já é um passo no trabalho da formação de uma consciência. A outra parte, bem mais difícil, é trabalhar com os motoristas do presente. Na Semana Nacional do Trânsito, o município e o estado definiram ações que também focam na questão da conscientização.

O Recife tem uma frota de mais de 500 mil veículos, mas recebe diariamente a frota que circula na Região Metropolitana, que já ultrapassou a marca de um milhão de veículos. E não é apenas o excesso de carro que prejudica a livre circulação. É carro demais e motorista despreparado. A qualquer hora do dia ou da noite, em qualquer das vias da cidade é possível identificar as mais diversas infrações. Nem todas são vistas.

No balanço divulgado, no ano passado, pela Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) foram registradas multas em apenas 20% da frota que circula na capital pernambucana.
Ontem, o repórter fotogáfico Paulo Paiva registrou irregularides em alguns pontos da cidade. Na Avenida Norte, o desrespeito na ciclovia com o estacionamento na faixa dos cicilistas. As calçadas também não são poupadas. E na Avenida Agamenon Magalhães, uma cena corriqueira de avanço da faixa de pedestre.

Ontem, um ônibus de turismo parou em cima da faixa. Um agente de trânsito foi até local e emitiu a multa. Acostumado com o trânsito caótico da cidade, o motociclista e policial militar, Alcemir Lopes dos Santos, 38 anos,  dá a receita para sobreviver ao trânsito. “É preciso ter muita paciência. O problema é que todo mundo tem muita pressa e acaba sendo pior . Em muitos casos, o melhor é dar a vez”, revelou.

Taxista há 13 anos, Augusto César Lins, 55 anos, ainda se impressiona com a falta de educação dos motoristas. “Tem gente que simplesmente estaciona o carro em uma via de fluxo intenso como se não tivesse fazendo nada demais, mesmo que tenha uma fila enorme tentando passar. Não há como melhorar se não houver conscientização, por mais estradas e viadutos que sejam construídos”, ensinou.

No ranking das 10 infrações mais cometidas na capital pernambucana, a velocidade superior à permitida é a campeã com mais de 50 mil multas. Em segundo lugar, o avanço do sinal vermelho. Uma prática comum para mais de 49 mil motoristas e em terceiro o uso do aparelho celular. O estacionamento irregular é a 4ª maior infração.

Saiba Mais

Semana Nacional do Trânsito ( de 20 a 29 de Setembro)

– Plano Municipal de Educação para o Trânsito – Será lançado hoje com assinatura do decreto pelo prefeito João da Costa. Plano irá atuar nas escolas
– Campanhas nas redes sociais – Pretende apostar na internet para divulgação de material de campanha nos perfis (@recifeweb) e (@CTTu_recife)
– Twiticam – Amanhã, a presidente da CTTU Maria de Pompéia estará no twitter da CTTU respondende perguntas dos internaturas das 15h ás 15h30
– Campanhas nas rádios comunitárias – Divulgação de dicas para motoristas e pedestres durante a semana nascional em 15 rádios comunitárias
– Campanha nos shoppings – A Prefeitura do Recife e a Associação Pernambucana de Shoppings Centers fará campanha para conscientizar sobre as vagas especiais
– Formação de corpo técnico da Vigilânciia Sanitária – Entre os dias 27 e 29, numa ação conjunta com a CTTU, os profissionais de saúde vão ser capacitados a orientar usuários de bicicletas a usar equipamentos de segurança.

Fonte: Prefeitura do Recife

Não é uma boa opção contar só com a sorte no trânsito

Durante oito dias, nós perguntamos se as pessoas se informam sobre o trânsito antes de saírem de casa? E o resultado da enquete revelou que 40% dos que responderam a pergunta se acostumaram a fazer sempre as mesmas rotas.

Outros 25% admitiram que usam o rádio e 16% disseram que não têm tempo de se informar. Por fim, 11% revelaram que as informações sobre as condições do tráfego são vistas pela televisão.

Ou seja, contabilizando os 40%, que repetem as mesmas rotas, e 16% que não têm tempo, significam 56% dos motoristas, que enfrentam todos os dias o tráfego contando com a sorte e correm o risco de perder um tempo precioso. Ficar preso a um engarrafamento, não é uma boa forma de começar ou terminar o dia.