Recursos para VLT da Avenida Norte

 

Projeto do CBTU-Metrorec do VLT para a BR 101
Desenho do Projeto da CBTU-Metrorec do VLT para a BR 101, que foi substituído pelo BRT. Já a Avenida Norte, que teria BRT, deverá contar com VLT

O projeto de implantação de um corredor para o transporte público na Avenida Norte, que começou com o modal BRT e está sendo substituído para o VLT (Veículo Leve sobre Trilho) terá mais uma tentativa de emplacar. A via ficou de fora dos projetos do PAC Mobilidade e, dessa vez, o prefeito Geraldo Julio, que viaja hoje para Brasília, vai tentar encaixar o projeto em outro programa do governo federal. Ele irá se reunir com o secretário do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Maurício Muniz.

Além da Avenida Norte, o prefeito vai tentar captar recursos para a implantação e melhorias de outros corredores de transporte do Recife para implementação de linhas de faixas exclusivas nos moldes do Bus Rapid Servive (BRS) e de linhas de VLT para o Centro do Recife e a Zona Sul. A verba que o município tenta trazer faz parte do anúncio feito pela presidente Dilma Rousseff, em junho deste ano, logo após os protestos em todo o país por melhoria do transporte público. Na ocasião, a presidente disponibilizou para os estados e municípios R$ 50 bilhões.

O dinheiro seria destinado, preferencialmente, para projetos ferroviários. Sem nenhum projeto pronto na gaveta para expansão do metrô ou implantação do VLT, o governo adaptou o projeto existente da Avenida Norte, que previa um corredor de ônibus, e decidiu trocar pelo modelo ferroviário. A iniciativa do estado pegou de surpresa os técnicos do Metrorec, que esperavam um modelo ferroviário na 4ª perimetral e não na Avenida Norte. Segundo os técnicos, o sistema ferroviário na Avenida Norte pode ficar desconectado do restante da rede ferroviária existente. Mesmo com a resistência, a ideia de implantar um VLT na Avenida Norte permanece, pelo menos se os recursos forem captados.

O Recife que se quer até 2037

Por

Tiago Cisneiros

Calçadas livres e limpas, transporte público de qualidade, poucos carros nas ruas, rio útil e bem cuidado, construções históricas preservadas e um olhar constante para o futuro. Este é o Recife. Não reconheceu? Pois é, você não foi o único. E a explicação é simples. Essa descrição não é do Recife atual, mas de uma idealização, uma projeção para 2037, quando a cidade se tornará a primeira capital do país a completar 500 anos.

A proposta de transformar a realidade no principal centro urbano de Pernambuco faz parte de um documento entregue, ontem, por membros do Observatório do Recife ao prefeito Geraldo Julio. As proposições do Observatório do Recife foram condensadas em cinco pontos entre eles: controle urbano e mobilidade.

Mobilidade urbana

A tônica do documento O Recife que precisamos, no quesito mobilidade urbana, é o fim da prioridade aos veículos particulares. No lugar deles, os “reis” das ruas seriam os pedestres e ciclistas. Depois, o transporte coletivo.

Com uma frota de mais de 607 mil veículos, que vem crescendo de 6% a 8% ao ano desde 2008, o trânsito da capital tornou-se um problema para quase toda a população. Para resolvê-lo, o consultor em mobilidade urbana Germano Travassos, um dos especialistas ouvidos pelo Observatório do Recife, aponta algumas estratégias. Uma delas seria a introdução de restrições ao uso de automóveis particulares. “O transporte público não é competitivo, em condições de igualdade, em lugar nenhum.

Em cidades como Paris, as pessoas andam de ônibus e metrô porque há mais qualidade, mas, também, devido à dificuldade e ao custo para circular e estacionar o carro”, diz, defendendo a cobrança ou proibição de estacionamento nas vias públicas e a introdução de rodízio e pedágio.

Outra mudança defendida por Travassos é a aplicação dos recursos arrecadados com o trânsito no transporte público. Ele, por sinal, critica a construção da Via Mangue, argumentando que a obra é cara (cerca de R$ 500 milhões) e beneficia, sobretudo, veículos particulares. Elogia, no entanto, os projetos dos dois corredores de BRTs (ônibus rápidos) e dos terminais de integração.

Para o especialista, também é essencial construir e manter de estruturas que estimulem a locomoção de pedestres e ciclistas. Ponto que interessa ao estudante de fisioterapia Herbert Anderson, 20 anos.

Frequentemente, ele sofre com os desníveis e buracos das calçadas do Centro, como, por exemplo, a da Rua do Hospício, eleita pela ONG Mobilize Brasil a  4ª pior do país. “Sempre passo aqui e acabo tendo que me arriscar na rua. A cidade não tem estrutura para pedestre e cadeirante”, diz.revitalização do Rio Capibaribe e, entremeando todos esses, planejamento constante a longo prazo.

Controle urbano

Em muitos pontos da cidade, inclusive no Centro e no Bairro do Recife, a locomoção de pedestres é dificultada pela presença de barracas e fiteiros. O comércio informal, de acordo com Francisco Cunha, é um dos problemas a serem enfrentados no âmbito do controle urbano. A fiscalização de construções e dos anúncios de publicidade também estão na lista.
Nos dois primeiros meses de sua gestão, o prefeito Geraldo Julio iniciou o ordenamento no entorno de alguns mercados públicos da cidade, como o de Água Fria e o de Beberibe. Os comerciantes foram relocados para ruas de menor movimentação ou terrenos específicos. Muitos deles não aprovaram a medida, alegando que teriam redução no faturamento.

Entre os pedestres, entretanto, a ação foi bem recebida. A enfermeira Maria dos Prazeres, 52 anos, por exemplo, gostou das mudanças na área em torno do Mercado de Casa Amarela e espera que elas se repitam no Centro. “É preciso ter mais cuidado com as calçadas. Sei que os comerciantes muitos dependem disso, têm família e não conseguem outro emprego. Colocá-los em uma área própria seria um bom caminho”, sugere.

Leia aqui a matéria completa do Diario de Pernambuco

 

De volta ao começo. O Plano de Mobilidade do Recife será refeito

Por

Ana Luiza Machado

O Plano de Mobilidade Urbana do Recife, enviado pela gestão do ex-prefeito João da Costa (PT), encontra-se na Câmara Municipal há exatos um ano e sete meses, mas deve ser retirado para análise do prefeito Geraldo Julio (PSB). Junto com o projeto irá o voto do relator, o ex-vereador Múcio Magalhães (PT), que opinou pela rejeição e justificou ponto a ponto as falhas do projeto, que recebeu ao longo do tempo 59 emendas.

As melhorias na mobilidade, na acessibilidade, nos transportes públicos, na implantação de ciclovias, criação de políticas públicas para áreas de morro, no entanto, não terão condições de ser atendidas com a urgência necessária. Isso porque, caso o Executivo acate as sugestões do relator e realize os estudos tidos como importantes, a exemplo da pesquisa origem/destino e Plano de Adensamento Urbano, irá demandar tempo que só se somará com o trâmite legislativo.

“A falta de estudos centrais, superficialidade de todo o projeto enviado à Câmara, apesar da boa intenção, me levou a rejeitá-lo. A retirada do plano pelo prefeito confirma que a nossa avaliação está correta. Espero que seja apresentado um novo projeto à altura da complexidade da cidade”, afirmou Magalhães. O líder do governo Gilberto Alves (PTN) antecipou ao Diario que fará uma emenda ao regimento interno para criação da comissão de Mobilidade e Ordenamento Urbano. Para discutir ações na área, a Câmara aprovou ontem a ida do secretário de Mobilidade, João Braga, no dia 20.

Saiba mais

Análise do relator que culminou na rejeição do Plano de Mobilidade Urbano

Transporte Fluvial
O plano pretende combater o assoreamento e recuperar as margens dos rios para implantação dos serviços de transporte de passageiros, transportes turísticos e de carga e descarga. Porém, há necessidade de estudos técnicos prévios para analisar a viabilidade deste projeto. Recomenda que as ações estejam conectadas com o projeto de navegabilidade estadual.

Centralidade Urbana (áreas de concentração de atividades comerciais)
O plano não detalha como essas centralidades se inserem na mobilidade. O relator cita como exemplo de centros comerciais: Encruzilhada, Casa Amarela, Afogados e Beberibe e diz que o plano deve recomendar o fortalecimento desses centros comerciais sugerindo melhorias na mobilidade e revitalização dessas áreas.

Calçadas
Ausência de detalhamento e planos de ação que pudessem ser implantadas para melhorar a qualidade das calçadas. Constava apenas a pretensão da implantação da infraestrutura de acessibilidade, arborização, ciclovias e passeio de pedestre. O relator cita a necessidade de se analisar estudos sobre calçadas de especialistas em transporte, como Marcos Antônio Ferreira e Suely Sanches.

Pesquisa Origem/Destino
Diz que é “contraditório” a produção do Plano de Mobilidade sem a realização de uma pesquisa aprofundada sobre Origem/Destino, que detalha o sentido do deslocamento da população recifense nos últimos anos. O último estudo realizado neste sentido aconteceu em 1997 e, portanto, encontra-se desatualizada para servir de base para um projeto de futuro para a mobilidade da cidade.

Bicicletas
O plano não traz cronograma de execução das ciclovias, nem quais fontes de financiamento serão utilizadas para viabilizar a construção delas. A sugestão é que a prefeitura estimule às empresas privadas para criação de bicicletários como um incentivo a veículos não motorizados. Como contrapartida, poderia oferecer incentivo fiscais às empresas que aderissem à medida.

Táxis
Ausentes no Plano, foram colhidas em audiência pública com os taxistas sugestões para a frota de táxi. São elas: incentivo às empresas para implantação de um sistema que permita ao usuário chamar táxis pela internet; autorização para circulação dos táxis no corredores exclusivos de transporte público de passageiros; e implantação de GPS integrados com a SDS e a CTTU.

Ter ou não ter? Os viadutos da Agamenon Magalhães terão decisão em março

Por

Tânia Passos

Em março, o prefeito do Recife, Geraldo Julio, vai bater o martelo sobre o destino da Avenida Agamenon Magalhães. Ele decidirá se a via receberá os quatro viadutos previstos no projeto do governo do estado para implantação do trecho do Corredor Norte/Sul. A decisão vai coincidir com o resultado dos três estudos solicitados à Secretaria das Cidades pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE), de impacto sobre a vizinhança, de meio ambiente e de circulção.

Junto com essas análises, o prefeito também terá em mãos os projetos executivos dos quatro viadutos e os novos cálculos sobre o solo mole da Agamenon, que tiveram que ser refeitos. “Em março conheceremos a solução de mobilidade para a Agamenon, que pode ser ou não com os viadutos”, reforçou Geraldo Julio.

Enquanto o prefeito recebia a incumbência de decidir sobre os viadutos, a Secretaria das Cidades manteve o cronomograma dos trabalhos. Segundo o secretário Danilo Cabral, os dois primeiros estudos de impacto de vizinhaça e de meio ambiente foram concluídos. “Não apontaram nenhum fator de impedimento para a construção dos viadutos na Agamenon Magalhães. Estamos aguardando a última análise de circulação, que está sendo feita junto com o projeto executivo”, revelou o secretário.

O atraso na definição sobre o destino dos viadutos da Agamenon exigiu uma mudança na lógica dos trabalhos. Por conta dos viadutos, a perimetral não foi incluída nos recursos do PAC Copa, então, tecnicamente, o ramal da Agamenon não terá que ficar pronto até 2014. O secretário, porém, crê na possibilidade de que os trabalhos sejam acelerados após a decisão do prefeito.

A única certeza, por enquanto, é o ramal da Avenida Cruz Cabugá até o Terminal Integrado da Estação Central do metrô, que será concluído em dezembro deste ano. O corredor Norte/Sul, que liga o município de Igarassu ao Recife, com 33 km, e que numa segunda etapa irá até Jaboatão, com mais 45 km, terá 10 km liberados nesta semana para o tráfego entre Abreu e Lima e Igarassu.

“Só com esse trecho a gente já espera mais agilidade no corredor, mesmo com os ônibus convencionais”, afirmou o secretário. Até o meio do ano, mais uma etapa será liberada nas imediações dos Bultrins. “Também abrimos um trecho do viaduto dos Bultrins para melhorar o tráfego no sentido Recife/Paulista”, afirmou Danilo Cabral.

O Corredor Norte/Sul não terá apenas ônibus no modelo do Transporte Rápido por Ônibus (TRO), também conhecido na sigla inglesa como BRT. Segundo a Secretaria das Cidades algumas linhas convencionais vão usar o corredor e por conta disso, certas paradas convencionais serão mantidas. Só não se sabe se esses ônibus comuns vão atrasar o percurso do BRT.

Corredor Leste/Oeste só em março de 2014

As obras do corredor Leste/Oeste seguem em ritmo acelerado, com conclusão prevista para março de 2014. O Viaduto do Bom Pastor ficará pronto em novembro deste ano e a abertura do túnel nas imediações do Museu da Abolição terá as escavações iniciadas em março. O corredor será bastante beneficiado com os dois terminais de integração a serem construídos na Caxangá para atender a 3ª e a 4ª perimetrais.

A ordem de serviço foi assinada ontem pelo governador Eduardo Campos. “São obras importantes porque priorizam o transporte público. Os terminais serão preparados para receber ônibus mais modernos, que farão um deslocamento mais rápido”, afirmou o governador. O TI da 4ª perimetral tem previsão de receber 53 mil passageiros e vai operar com 11 linhas. Vai atender a Cidade Universitária, Brasilit, Jardim Primavera, Tabatinga, UT-7, Loteamento Cosme e Damião e Timbi. O custo é de R$ 53 milhões.

Já o TI da 3ª perimetral será construído na esquina da Avenida Caxangá com a General San Martin. Atenderá cerca de 40 mil usuários por dia, com 11 linhas, beneficiando San Martin, Av. do Forte, Sítio das Palmeiras, Roda de Fogo, Torrões, Monsenhor Fabrício, Engenho do Meio, Barbalho e Torre.

Mudanças
O projeto do corredor sofreu alterações. O viaduto longitudinal previsto nas imediações do Hospital Getúlio Vargas será substituído por um transversal. Segundo o secretário das Cidades, Danilo Cabral, a ideia é fazer uma passagem de continuidade à 3ª perimetral. Com a mudança, o novo viaduto não foi incluído no Pac Copa e o elevado receberá recursos do Pac Mob captados pelo município. “Foi um pedido dos técnicos da prefeitura e nós tivemos que atender”, revelou o secretário. Outra mudança, que não vai alterar o cronograma, será a construção de um viaduto na entrada de Aldeia. “Vai facilitar a circulação na entrada de Camaragibe”, afirmou

Perimetrais e Via Mangue recebem recursos

O primeiro encontro entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e o prefeito Geraldo Julio (PSB), no Palácio do Planalto, rendeu dividendos. O prefeito saiu da reunião com a garantia de receber R$ 360 milhões do governo federal para obras de mobilidade. Os recursos são destinados para as obras da Via Mangue, cerca de R$ 100 milhões, e a construção da 2ª e 3ª perimetrais. A 4ª perimetral já está incluída no projeto do governo do estado , que já dispõe de recursos para a  implantação do corredor BRT no contorno da BR-101.

Os recursos para a Via Mangue serão liberados antes do segundo semestre e devem chegar num momento em que o prefeito está sendo cobrado a concluir, o quanto antes, a maior via pública da Zona Sul, prevista para atrasar mais sete meses. Outros R$ 160 milhões foram assegurados por Dilma para a segunda e terceira perimetrais, obras que faziam parte dos planos do ex-prefeito João da Costa, mas não tiveram a evolução desejada, enquanto mais R$ 100 milhões serão para outras obras do PAC, como drenagem e pavimentação. “A nossa demanda básica é garantir a assinatura desses contratos ainda neste semestre”, frisou Geraldo Julio.

 

Com  informações do Diario de Pernambuco