Pavimentos ou retalhos?

 

 

Por

Tânia Passos

Coluna Mobilidade Uurbana publicada no Diario de Pernambuco no dia 18.06. 12

A qualidade do pavimento das vias urbanas do Recife ainda deixa muito a desejar e não só em relação aos buracos. Apesar do esforço da operação tapa-buraco, que consome mais de R$ 1 milhão por ano, o resultado final não é bom e dura pouco. Há questões, já levantadas nesta coluna, sobre intervenções que são feitas, a exemplo das obras da Compesa, que prejudicam o asfalto e a mobilidade. Mas esses não são os únicos problemas.

Os desníveis no pavimento podem ser observados já na sua concepção. É o que ocorre, por exemplo, com o limite da pista e a linha d’água, que, em alguns casos, deixa o asfalto mais alto do que a própria calçada. Há ainda situações, onde o acabamento ruim ou a falta de manutenção nas extremidades laterais da pista chegam a comprometer uma faixa inteira de cada lado.

As ruas e as calçadas deveriam ser quase uma extensão uma da outra, com seus respectivos papéis. Quem viaja para fora do país, costuma observar exemplos de avenidas e calçadas, que mais parecem tapetes em uma perfeita sintonia da mobilidade. Aqui as rampas de acessibilidade são inacessíveis devido o tamanho dos desníveis na maioria das vias.

Recorrente também são os afundamentos das tampas de galeria ao longo da pista, que por vezes, se encontram abaixo ou acima do nível do pavimento e podem se tornar verdadeiras armadilhas para os motoristas. Mas isso, não é novidade. Pagamos muito caro e nos contentamos com tão pouco.