Zonas verdes no lugar das vagas de estacionamento nas zonas azuis

 

estacionamentos verdes - arte- mobilidade verde

Imaginem se mais de duas mil vagas de Zona Azul no centro do Recife dessem lugar a espaços de convivência para o pedestre ou espaços para ciclovias. A ideia da criação de zonas verdes em São Paulo tem o objetivo de melhorar a harmonia nos ambientes urbanos. Confira a reportagem publicada no Portal Mobillize sobre a iniciativa do Instituto Mobilidade Verde.

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A partir de segunda-feira (12) os paulistanos poderão experimentar usos alternativos para espaços públicos normalmente utilizados como estacionamentos de carros. As chamadas “zonas verdes” são faixas do asfalto que serão isoladas e ocupadas com jardins, praças, praias, cafés, palcos artísticos e outros usos criativos.

A iniciativa é do Instituto Mobilidade Verde, do grupo Design Ok e do movimento Gentilezas Urbanas do Secovi-SP (Sindicato da Habitação de São Paulo), com apoio dos escritórios de arquitetura Zoom e H2C

O objetivo, explica Lincoln Paiva, diretor do Mobilidade Verde, é promover o diálogo com a sociedade sobre as possibilidades de ocupação dos espaços públicos e o uso do solo urbano com equidade entre pedestres e veículos.

As “Zonas Verdes”, explica Paiva, foram inspiradas nos “parklets” criados em São Francisco (EUA), e surgem como forma de converter o espaço de estacionamento de automóvel na via pública em área recreativa temporária. A proposta inclui a instalação de áreas de lazer e convívio entre as pessoas em espaços anteriormente ocupados por carros, bem como em áreas que podem ativar determinadas ruas, bairros ou cidades.

Zona Azul x Zona Verde

“Em contraponto às áreas de Zona Azul – estacionamento rotativo pago, em áreas públicas –, estamos propondo para a cidade de São Paulo a criação das Zonas Verdes, que são pequenas áreas de lazer instaladas em espaços destinados ao estacionamento de carros e, assim, transformá-las em locais para os pedestres. Desta maneira, ruas e bairros ficarão mais humanos e amigáveis e se transformarão em locais de convívio e apreço do comércio local”, explica Lincoln Paiva.

O projeto Zonas Verdes está organizado em três etapas. A primeira consiste em apresentar o projeto durante o Festival de Design DW!, evento de quatro dias, para que os cidadãos possam conhecer o conceito das Zonas Verdes.

A segunda etapa ocorrerá durante a Bienal de Arquitetura, ocasião em que as Zonas Verdes ficarão montadas durante um mês. Neste período, o grupo irá convidar a sociedade, os institutos e o poder público para debater questões relevantes sobre mobilidade urbana e a possível implantação das Zonas Verdes na cidade.

Será apresentado um estudo desenvolvido pelo Instituto Mobilidade Verde com dados sobre o monitoramento das Zonas Verdes e a participação da sociedade. Este estudo será compartilhado com os cidadãos e o poder público da cidade de São Paulo.Como resultado, na terceira etapa espera-se que a Prefeitura de São Paulo inclua as Zonas Verdes nas políticas públicas para a cidade.

Objetivos do projeto “Zonas Verdes”

1. Debater com a sociedade e  dialogar  com o poder público as condições dos espaços urbanos, seus modos de uso e ocupação;

2. Estimular o desenvolvimento de políticas públicas que permitam a  implantação permanente das Zonas Verdes, tornando as ruas mais seguras, equitativas e humanas;

3. Discutir amplamente o papel da cidade voltada para as pessoas e os pedestres, bem como o uso do solo com equidade;

4. Aumentar o espaço público por pessoa na cidade, tornando ruas e  bairros mais humanos e amigáveis, ativando o convívio e o comércio local;

5. Discutir o espaço dos automóveis na cidade;

6. Estabelecer um canal de diálogo com a  sociedade para debater a forma de ocupação dos espaços e descobrir qual a maneira mais adequada de transformar a cidade em um espaço melhor, mais humano e gentil para todos.

Fonte: Portal Mobilize

A calçada, você e o outro

Calçadão Boa Viagem Foto - Tersa Maia DP/D.A.Press

Por

Mara Gabrilli

Você já parou para pensar em como as calçadas têm ligação com as nossas vidas? Não só por nos ligar aos serviços e lugares que fazem parte de nossas histórias, mas por serem em sua essência um elo de concreto, que sob nossos pés, nos permite chegar ao outro.

Na Avenida Paulista, cartão postal da capital paulista, entre empresas, bares, cinemas e tantos outros estabelecimentos, circulam mais de 450 mil pedestres por dias. Em cada pedaço do lugar é possível encontrar um mundo diferente de serviços e pessoas, coexistindo sobre o passeio universal da avenida.

Segundo o IBGE, 30% das viagens diárias realizadas em todo o País são feitas a pé. Por conta do alto custo do transporte público, andar não é apenas uma alternativa saudável, é também o meio mais econômico de se locomover e interagir com a cidade e quem faz parte dela.

Pense, quantas pessoas você cruza apenas quando faz o seu caminho de casa ao trabalho? Mesmo que o seu trajeto seja realizado por transporte público ou próprio, por algum momento você precisou da calçada. E por um instante ela o conduziu a alguém.

Longe dos centros urbanos, as calçadas também cumprem seu papel de promotora de encontros. Ao entardecer, é muito comum que as pessoas coloquem suas cadeiras nas calçadas para conversar, ver as crianças brincarem na rua.

O morador precisa da calçada do vizinho para chegar até ele, seja para lhe fazer uma visita, pedir um favor, prestar socorro, jogar conversa fora, oferecer um carinho… Ainda há bairros onde as pessoas se reúnem durante a Copa para pintar as calçadas com as cores do país. Há demonstração mais prática de que a calçada solidifica a união entre pessoas?

Dias desses, aproveitei o calor para fazer algo que adoro: fui jantar a pé em uma padaria próxima a minha casa.  No caminho, encontrei crianças, adultos, jovens, idosos, atletas… Uma diversidade de pessoas, cada uma a sua maneira, utilizando o espaço mais democrático que se pode existir em uma cidade.

Agora, imagine a situação oposta, quando por falta de cuidados, a calçada perde seu papel benevolente de conectar pessoas. Você não encontrará um cadeirante ou um cego, por exemplo, transitando livremente pelo mesmo trecho que um pedestre sem deficiência, se neste local não existir um mínimo de condições de acessibilidade.

Para muita gente, a calçada mal conservada representa um obstáculo, mas para outras pessoas ela simboliza uma barreira intransponível que lhes subtraem o direito de simplesmente fazer parte.

No final de abril de 2012, o Mobilize publicou a campanha Calçadas do Brasil (http://www.mobilize.org.br/campanhas/calcadas-do-brasil/sobre), mostrando o resultado da avaliação de calçadas em 12 cidades brasileiras.

Entre abril e julho do mesmo ano, com o apoio de voluntários, o estudo foi ampliado para a avaliação de 228 ruas em 39 cidades do país. O resultado ficou abaixo das expectativas e trouxe a nota média de 3,40, numa escala de zero a dez.

Também no ano passado, os Guardiões das Calçadas  (http://www.maragabrilli.com.br/guardioesdascalcadas/) vistoriaram cerca de 200 km de calçadas em São Paulo. Nas mais de 40 vistorias realizadas o que se viu foram muitos problemas e pouca participação dos órgãos responsáveis.

Para este ano, o grupo formado por minha equipe de trabalho e alguns voluntários, farão as vistorias concentradas nas vias constantes do Decreto Municipal nº 49.544/08, que define as rotas emergenciais abrangidas pelo Plano Emergencial de Calçadas – PEC.

Instituído pela Lei nº 14.675/08, o PEC é uma Lei de minha autoria enquanto vereadora de São Paulo. Hoje, dos 30 mil km de passeio, cerca de apenas 500 km foram reformados respeitando a legislação.

É importante lembrar que essa lei prevê que a Prefeitura seja responsável pela reforma das calçadas em todas as vias constantes do Decreto. São ruas que priorizam os focos geradores de maior circulação de pedestres, incluindo locais de prestação de serviços públicos e privados em todas as regiões da cidade de São Paulo, em sinergia com paradas ou estações para embarque e desembarque de passageiros em ônibus e metrô.

Ainda vale dizer que ao melhorar 10% dos acessos nesses pontos estratégicos, estamos melhorando 80% da mobilidade urbana de toda a cidade. O resultado dessa simples conta é menos trânsito, filas, acidentes, estresse e também solidão. Afinal, quando facilitamos acessos, chegar ao outro se torna mais fácil e natural.

Iniciativas como a do Mobilize Brasil e dos Guardiões das Calçadas mostram que tanto as cidades quanto as pessoas demandam cuidados, pois a condição do passeio público reflete diretamente no bem estar da população.

Não é por acaso que muitos especialistas afirmam que a qualidade das calçadas é o melhor indicador de desenvolvimento humano, além de funcionar como um sensor para medir o nível de civilidade de um povo. Cuidar da própria calçada e cobrar por sua manutenção e reforma é um ato de cidadania que deflagra seu amor pela cidade e as pessoas – um encontro que você pode ajudar a promover todos os dias.

Fonte: Portal Mobilize

Faixa de pedestre verde. Uma ideia da China!

 

Um bom exemplo disso é a instalação “Green Pedestrian Crossing” (Faixa de Pedestres Verde), criada por Jody Xiong (da agência DDB) para a Fundação de Proteção Ambiental da China, com o objetivo de incentivar os deslocamentos a pé ao invés do uso do carro dentro das cidades.

 

 

 

Como você pode ver nas fotos, e no vídeo abaixo, um grande painel (12,6m x 7m) com uma árvore seca desenhada foi colocado em uma avenida movimentada de Xangai. Nos dois lados das calçadas, foram fixadas grandes esponjas encharcadas de tinta verde lavável e eco-friendly. Assim, cada pedestre que se prepara para atravessar a rua passa pela esponja e sai, literalmente, pintando o caminho de verde. Cada passo representa o nascimento de uma nova planta na imensa árvore, fazendo referência aos benefícios que a caminhada pode trazer para todos.

 

 

A instalação fez tanto sucesso em Xangai que foi reproduzida em sete principais avenidas da metrópole chinesa e, depois, em mais 132 ruas em 15 cidades pelo país. No total, estima-se que mais de 3,9 milhões de pessoas tenham participado da ação e despertado para a reflexão sobre seu modo de se deslocar na cidade.

 

Autor: Maria Fernanda Cavalcanti

Fonte: The City Fix Brasil- (via Portal Mobilize)

créditos: Divulgação

Projeto do VLT de Goiânia está pronto

 

O projeto do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) de Goiânia está pronto, anuncia o governo do estado de Goiás. Além dos trilhos e composições, ele inclui a revitalização da avenida Anhanguera e a construção de estrutura adaptada para o tráfego de bicicletas. O próximo passo é disponibilizá-lo para a consulta pública, o que deverá ocorrer nas próximas semanas.

O VLT fará a ligação leste-oeste da cidade, ligando o Terminal Padre Pelágio e o Terminal Novo Mundo. No total, serão 12,9 km de extensão. Atualmente, essa ligação é feita por um Bus Rapit Transit (BRT). A velocidade desenvolvida no trajeto subirá dos atuais 16 km/h para 23,5 km/h, diminuindo o tempo de viagem de 50 para 34 minutos.

Serão 12 estações, com distância de 850 m entre uma e outra, e cinco terminais. Estão previstas trinta composições, com dois carros. Cada composição terá capacidade para transportar 750 passageiros. O projeto de viabilidade econômica levou em consideração a atual tarifa de ônibus. Portanto, a passagem do VLT deve custar os mesmos R$ 2,70 cobrados por uma viagem de ônibus atualmente.

Os trens serão de modelo francês, com motores individuais por roda, o que diminui o consumo de energia. Mas eles não serão necessariamente comprados na França, já que outros países da Europa produzem composições do tipo. A procedência do trem será uma escolha da empresa que vencer a licitação, desde que o produto se encaixe nos padrões do projeto. Os vagões serão movidos a energia elétrica.

O projeto não inclui a necessidade de desapropriações, já que os trilhos passarão exatamente na pista onde hoje existe o BRT. Mas ele deixa a critério da empresa responsável pela obra a possibilidade de que elas existam para alargamentos de pista ou expansões. De toda forma, as áreas onde a desapropriação é viável são de propriedade pública. Portanto, a população não será atingida.

Demais obras

Outras modificações na avenida Anhanguera estão inclusas no projeto do VLT. As calçadas serão reformadas, dando prioridade para critérios de acessibilidade, e as fachadas do comércio serão despoluídas. Também há a previsão de recuperação do asfalto nas pistas laterais ao VLT e renovação da sinalização.

O tráfego de bicicletas também é uma preocupação. Haverá trechos de ciclovias, onde a bicicleta fica totalmente separada dos carros, que devem totalizar 6 km. Onde não houver a segregação total, os ciclistas terão uma faixa para eles, seguindo o conceito de ciclofaixa. O especialista em trânsito, Benjamin Jorge, é favorável ao projeto.

“Goiânia tem excesso de veículos, então qualquer iniciativa para a redução de carros é válida. Precisamos explorar outros modais, por isso o VLT e a ciclovia estão aí. Se houver infraestrutura para o tráfego de bicicleta, ela passa a ser um meio de transporte atrativo”, argumenta.

Mas o especialista chama a atenção para outras necessidades do ciclista. “A via exclusiva é essencial, mas outras estruturas também são importantes. Os terminais de ônibus e do VLT precisam ter bicicletários e também vestiários para que os ciclistas possam se trocar e seguir usando outro meio de transporte. Só assim haverá a real integração entre a bicicleta e os demais modais de transporte”, explica Jorge.

Entre as avenidas Araguaia e Tocantins, o tráfego de carros na avenida Anhanguera será extinto. Será criado um passeio para pedestres. O fluxo de veículos será desviado para ruas alternativas. O secretário de desenvolvimento metropolitano, Sílvio Sousa, afirma que a preocupação com o pedestre é uma prioridade. “Goiânia sofre muito com essa questão, estamos atrasados com relação a isso. Incluir o pedestre com boas condições faz parte do projeto de integração do VLT”.

Cronograma e orçamento

Duas audiências públicas serão realizadas até o final de julho e a previsão para o lançamento do edital de licitação é para a primeira quinzena de agosto. O projeto será viabilizado por uma parceria público-privada (PPP). Ganhará o certame, a empresa que oferecer a menor contrapartida do governo estadual. As obras devem ser iniciadas entre outubro e novembro deste ano e finalizadas em 2014.

Já há manifestação de interesse do consórcio formado pela Odebrecht TransPort e pela Rede Metropolitana de Transporte Coletivo de Goiânia, que hoje opera algumas linhas de ônibus que ligam a capital às cidades vizinhas. No entanto, o secretário de desenvolvimento metropolitano acredita que outras empresas apresentarão propostas, já que a licitação é aberta e também prevê a operação do sistema.

“Acredito muito que iremos cumprir o cronograma e a previsão orçamentária, a expectativa é muito boa. É um projeto que traz segurança e conforto para a população. Mas receio que estamos fazendo pouco. Se tivéssemos uma capacidade maior de captar investidores externos, talvez pudéssemos ter mais VLTs, ligando outras cidades a Goiânia”, avalia Sousa.

O custo estimado da obra é de R$ 1,2 bilhões. Uma parcela de R$ 215 milhões será proveniente do governo federal, através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Mobilidade. O governo estadual deverá custear R$ 450 milhões e a iniciativa privada R$ 550 milhões.

Os ônibus que hoje transitam no BRT serão utilizados para fazer a ligação entre as estações finais do VLT e cidades vizinhas. Essas ligações serão consideradas extensões do VLT. Serão beneficiadas as cidades de Senador Canedo, Trindade e Goianira. A Metrobus, que administra o BRT, passará a operar nessas linhas.

Fonte: Portal Mobilize

Veja e compare extensões do metrô no Brasil e no mundo

O Recife não tem a pior extensão de linha de metrô do Brasil. Há três capitais piores e há três melhores. Estamos exatamente no meio, mas se a comparação for com as maiores cidades do mundo…. Basta olhar para São Paulo que tem a maior malha ferroviária com 74,3 quilômetros. É muito? Não mesmo. Em Xangai, a linha do metrô alcança 420 kms. A Região Metropolitana do Recife tem menos de 10% dessa malha, mas só para lembrar, na época dos bondes chegamos a ter mais de 200kms de linhas de trilhos. Já pensou? mais da metade do que tem hoje Xangai. Acompanhe os dados comparativos do Portal Mobilize.

Extensão do metrô nas cidades brasileiras (km)

Ano: 2011 – Abrangência: Cidades Brasileiras

Extensão do metrô nas cidades brasileiras (km)

Extensão do metrô em cidades do mundo (km)

Ano: 2011 – Abrangência: cidades do mundo

Extensão do metrô no mundo
Fonte: Portal Mobilize