Quatro grandes ideias para revolucionar o transporte

 

 

 

Por

Sarah Parsons 

 

Com o final da 10ª edição do Transforming Transportation, realizado pela Embarq e Banco Mundial, na última semana, em Washington DC, algumas lições ficam para alavancar o transporte sustentável no momento crítico de mobilidade em que vivemos. Abaixo, um resumo de quatro grandes ideias discutidas durante a conferência e destacadas pelo prefeito de NY, Michael Bloomberg, e o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim.

Kim, presidente do Banco Mundial, e Bloomberg, prefeito de Nova York, participaram de um painel na conferência Transforming Transportation 2013, evento co-organizado pelo Banco Mundial, Embarq e o centro de transporte sustentável do WRI-Instituto de Recursos Mundiais. O debate foi moderado por Zanny Minton Beddoes, editora da The Economist, e encerrado pelo presidente do WRI, Dr. Andrew Steer.

 

Kim e Bloomberg tocaram no ponto fundamental de como moldar o futuro do transporte urbano. Bloomberg, um líder em negócios, governo e filantropia, causou enorme impacto sobre a cidade de Nova York. Kim traz uma perspectiva de saúde pública e internacional, e agora, no Banco Mundial, centra-se em antecipar a meta de redução da pobreza e aumento da “prosperidade compartilhada” em todo o mundo.

 

QUATRO CAMINHOS PARA ALAVANCAR O TRANSPORTE SUSTENTÁVEL


1) Educar a população
Ajudar a população a entender como o transporte sustentável a beneficia é fundamental para gerar aceitação para sistemas de metrô, BRTs, ciclovias e outras infraestruturas, disse Bloomberg. Ele deu o exemplo de Nova Iorque, uma cidade cujas emissões de gases de efeito estufa são a metade da média nacional. A cidade mapeia os locais onde as crianças têm ataques de asma, descobrindo que a maioria coincide com locais de grandes avenidas e interestaduais. De uma maneira muito visual e atraente, essa medida mostra os benefícios que a caminhada, o ciclismo e o transporte público oferecem.

2) Repensar as ruas
“As ruas são projetadas para mover as pessoas e não, necessariamente, para mover automóveis”, disse Bloomberg. “Então você pode querer usar as suas ruas com outros meios de transporte.”Bloomberg fez exatamente isso em Nova Iorque, transformando a via principal que atravessa Manhattan – da Times Square a Herald Square – em calçadas para pedestres. Embora os defensores do carro reclamassem no início, o movimento acabou beneficiando a economia local. Segundo Bloomberg, as calçadas servem como uma atração turística e impulsionam o movimento para lojas na área.

3) Olhar para o mundo em desenvolvimento
Os sistemas de transporte sustentáveis aumentam a mobilidade, mas também podem aliviar muitas questões ligadas a qualidade de vida nas nações em desenvolvimento. “Nos países mais pobres, se pudermos levar transporte limpo, eficaz e acessível não só iremos reduzir as emissões de gases de efeito estufa e engarrafamentos, mas também daremos às pessoas uma oportunidade de ter um emprego e uma vida”, disse Kim.
O Banco Mundial está trabalhando com a liderança de renda da China para avaliar as inovações de transporte no país e em outras nações. Kim afirmou que o Banco, então, usará essa análise para recomendar um caminho a seguir.

4) Compartilhar conhecimento
As cidades – no lugar de estados ou governos nacionais – têm, historicamente, liderado o caminho do transporte sustentável, já que o planejamento de trânsito depende das circunstâncias específicas de cada centro urbano. As cidades podem, no entanto, aprender uma com a outra e, por sua vez, ajudar a aumentar os sistemas de transporte sustentáveis em todo o mundo.O Grupo de Cidades C40 de Liderança Climática, uma rede de megacidades, liderada pelo prefeito Bloomberg, promove a partilha de conhecimentos. “Sob a estrutura do C40, tentamos encontrar as coisas que cada cidade fez e ter certeza de que outros prefeitos saberão sobre elas e como elas podem ser aplicadas às suas cidades”, disse Bloomberg. (O WRI, por meio da EMBARQ, acabou de assinar um Memorando de Entendimento para trabalhar em parceria com o C40 sobre questões de transporte sustentáveis).

 

Fonte: WRI Insights / The City Fix Brasil (Via Portal Mobilize)