Cidadania no trânsito

 

 

 

 

Diario de Pernambuco

Por

Rebeca Kramer

O desafio de olhar o outro não está apenas no dia a dia do trabalho, da faculdade ou em casa. Está, também, em como se responde diante de situações de tensão no trânsito. De um lado, a intolerância com pedestres que não atravessam na faixa. De outro, a briga entre motoqueiros e motoristas por espaço nas ruas. Como seria conviver de forma harmônica, prezando pela cortesia? A educação nas ruas será debatida na 9ª edição do Fórum Desafios para o Trânsito de Amanhã.
Na ocasião, a assessora técnica do Denatran, Rita Cunha, deverá abordar as competências do órgão estabelecidas no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) para a educação no trânsito, além dos trabalhos realizados pelo Denatran e alguns dos conflitos existentes entre o CTB e a Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Brasileira (LDBEN). Segundo Rita, o artigo 76 do CTB estabelece que aulas serão promovidas na pré-escola e nas escolas de 1º, 2º e 3º graus, por meio de planejamento e ações coordenadas entre os órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito e do Ministério da Educação.

Entretanto, a lei de diretrizes trata o trânsito como um tema a ser acatado ou não localmente, ficando a critério dos dirigentes. “Não existe multa ou outra forma de punição para quem não seguir esses parâmetros. É contra isso que o Denatran está lutando”, expõe ela, afirmando que o órgão já vem distribuindo materiais educativos em todo o Brasil, fazendo o que manda o CTB.

A assessora técnica ainda abordará o artigo 19 do Código, que dispõe sobre algumas das competências do Denatran. Entre elas, elaborar projetos e programas de formação, treinamento e especialização do pessoal encarregado da execução das atividades de engenharia, educação, policiamento ostensivo, fiscalização, operação e administração de trânsito.

Já a presidente do Detran-PE, Fátima Bezerra, deverá elencar os programas que o governo do estado e o Detran estão promovendo a fim de contribuir para um trânsito com mais educação e consciência entre as pessoas. Na ocasião, ela também pretende falar sobre a capacitação que o Detran-PE está realizando com seus servidores para que atendam melhor ao público.

Princípios

O engenheiro e consultor de educação de trânsito e transportes da C. Guido Consultoria, Carlos Guido, vai enumerar os princípios que devem ser seguidos a fim de se construir um trânsito melhor para todos, desde pedestres até motoristas de táxis e de transporte público. Para ele, apenas a educação, a fiscalização e a operação podem qualificar o tráfego brasileiro, reduzir a fatalidade e melhorar a fluidez. Além disso, avalia, a estrutura oficial é insuficiente para atingir a educação viária, necessitando-se que a sociedade assuma a responsabilidade de forma conjunta.

“Acredito que a sociedade local autoriza, consciente ou inconscientemente, o comportamento irresponsável no trânsito. Afinal, esses atores apenas reproduzem os comportamentos estimulados culturalmente pela sociedade”, pontua.

Segundo o consultor, a sensação de impunidade e a aceitação da infração de trânsito como natural e positiva fazem parte dos valores sociais que precisam ser alterados em toda a sociedade brasileira.

 

 


A polêmica das bicicletas elétricas

 

Do blog

Eu vou de Bike

Recentemente estava pedalando tranquilamente na ciclovia de Santos, em São Paulo, e eis que ao meu lado passou um verdadeiro “bólido”, em altíssima velocidade para aquele local. Acredito que ia a uns quase 40 km/h. Ao seu comando, uma distinta senhora claramente indo ao seu trabalho.

Fiquei pensando nas implicações caso houvesse algum acidente com um pedestre, muito comum por lá, ou mesmo com qualquer ciclista menos experiente. Fui pesquisar e conclui que as elétricas no eixo Santos-Guarujá vivem um grande crescimento, principalmente por não necessitarem (por enquanto) de qualquer tipo de documento, tanto de habilitação quanto de registro.

Nova York também vive um boom das elétricas tão grande que estão pensando até em proibí-las! Explico: por lá, o serviço de bike messenger é bem antigo e utilizado. E para agilizar as entregas, os bikers estão aos poucos adotando as elétricas, o que tem causado muitos transtornos ao já caótico trânsito da cidade, devido à velocidade das mesmas e a ausência de regras claras quanto a este meio de transporte,  o que leva seus condutores a “fazerem o que bem entendem”, invadindo calçadas e andando na contra-mão.

Em Londres, outra cidade amiga das bikes, a recepção as elétricas tem sido muito pequena. O site London Cyclist conduziu uma pesquisa onde somente 1,19% dos pesquisados declarou a vontade de ter uma elétrica.

Este tema, as bikes elétricas, já tem sido tratado no EVDB há bastante tempo. E ele é bem confuso e polêmico, com prós e contras…

Para termos uma idéia, a profusão das elétricas por Santos é tão grande, que recentemente houve uma confusão quando a Dersa decidiu começar a cobrar a travessia da Balsa para as mesmas, sendo que uma bicicleta convencional não paga nada. E eles conseguiram cobrar, alegando que tais bikes não são mais bikes, e sim, ciclomotores, e, como tal, devem pagar a tarifa devida.

Um leitor nosso, o André Keller, nos escreve o seguinte: “Olá, Gostaria de uma fonte confiável sobre bikes elétricas. Estou no início de um projeto e gostaria de saber:

– Legislação de transito
– Obrigações e equipamentos de proteção
– Limites de utilização (sempre é necessário pedalar?)
– Há implicações quanto a menores de 18 anos?

Li a respeito no site, mas estou confuso.”

E a nossa resposta:

“Oi, André. Você está confuso pois a legislação é confusa mesmo. Atualmente a grande polêmica é se as elétricas devem ser consideradas bicicletas ou ciclomotores. Nossa percepção é que nem as autoridades estão sabendo muito bem como tratar o tema. Existe uma tendência de classificá-las segundo a potência do motor, porém isto também ainda não está fechado.

Hoje contamos com a subjetividade de cada um, pois se elas são consideradas como bicicletas, não há nenhuma obrigatoriedade sobre equipos de segurança (capacetes, etc), a não ser espelho, buzina e reflexivos dianteiro e traseiro, sem limites de velocidade, seguindo portanto a legislação vigente relativa às bicicletas, sem necessidade de qualquer documento.

Porém, como ciclomotores a coisa muda completamente. Elas deverão se submeter a toda legislação relativa a ciclomotores, que prevê habilitação, registro, uso de capacete e respeito as regras de trânsito válidas para os demais veículos propulsionados a motor.”

Eu particularmente estive com uma elétrica gentilmente emprestada pela General Wings por alguns dias e acho super positiva a idéia, principalmente no caso de alguém saindo do sedentarismo, com alguma deficiência para pedalar ou que tenha enfrente muitas subidas pelo caminho, sendo que o motor pode “dar uma ajuda”, diminuindo o “suadouro” ao chegar no trabalho. E não há como negar que estas bikes são uma forte tendência mundial para 2012. É só acompanhar as feiras internacionais…

Só acho que elas deveriam ter um tratamento distinto das bicicletas não propulsionadas, de acordo com suas potências. Por exemplo, até 300 Watts, com velocidade final em média de 25 km/h, seriam caracterizadas como uma bicicleta. Acima de 300 W, cuja velocidade final ultrapasse os 25 km/h, seriam classificadas como um ciclomotor, inclusive  já saindo de fábrica com esta classificação, necessitando portanto de registro e uma habilitação especial para condução, e ficando sujeita as regras vigentes para ciclomotores.

 

Destino dos recursos das multas de trânsito: campanhas educativas

A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado aprovou projeto de lei que restringe a aplicação dos recursos arrecadados com a cobrança de multas de trânsito ao financiamento de campanhas educativas de segurança para motoristas e motociclistas. Como tramitou em caráter terminativo, a matéria agora será analisada pela Câmara e, se aprovada, segue à sanção presidencial.

Autor da proposta, o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) argumentou que esses recursos arrecadados pelos estados são usados para “custear despesas como pagamento de pessoal dos órgãos de trânsito ou mesmo reforçar o caixa dos governos”. O parlamentar acrescentou que a destinação dos recursos de multas para essas outras finalidades representa “uma clara distorção” de sua função principal, que é tornar o trânsito mais seguro.

Fonte: UOL Notícias

 

Plano de carga e descarga do Recife não faz nem cosquinha

Na coluna Diario Urbano escrevi, no último dia 25 de outubro, sobre o plano de carga e descarga apresentado pela Prefeitura do Recife. Uma reflexão que vale a pena ver de novo.

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Um dos maiores obstáculos à mobilidade urbana nas ruas do Recife tem origem nos estacionamentos realizados em vias públicas. Sendo eles regulares ou não, atrapalham o trânsito. É ruim com carro pequeno, imagine então com caminhões de carga. Talvez por isso, havia uma grande expectativa em relação às novas normas apresentadas pela Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) referentes à operacionalização do sistema de carga e descarga.

O modelo tem pequenos avanços em relação à limitação dos horários, das 23h às 5h, e da inclusão de 21 corredores de tráfego, a exemplo da Avenida Conselheiro Aguiar, onde o desmando é diário. Mas peca em outros aspectos, a começar pelo valor de uma multa comum de estacionamento prevista no Código de Trânsito Brasileiro de apenas R$ 53,20 e três pontos na carteira. Só para lembrar, a proibição da circulação das kombis que faziam transporte alternativo só funcionou porque o valor da multa era de R$ 2 mil e o prejuízo seria grande para os kombeiros.

Além disso, a penalidade irá apenas para o dono do caminhão e não para o proprietário do estabelecimento. E mesmo na hipótese da multa vir a ser aplicada, uma vez que não há fiscalização suficiente, para o empresário valerá a pena correr o risco, que, aliás, não é dele. Não era bem isso que a presidente da CTTU, Maria de Pompéia, tinha em mente. Ela já havia sinalizado que a penalidade deveria se estender para o dono do estabelecimento e para o fornecedor e que o valor da multa deveria pesar no bolso, mas pelo jeito não vai nem fazer cosquinha.

A medida também não se estendeu aos bairros da periferia que hoje têm comércio e onde esse tipo de operação trava as vias estreitas. A Prefeitura do Recife talvez tenha perdido uma ótima oportunidade de fazer um marco na moralização da carga e descarga que traz impactos diretos na mobilidade. No lugar disso, criou 139 vagas de Zona Azul e travestiu de legalidade um tipo de serviço que, embora importante, não tem, até agora, nenhum respeito à livre circulação. Se os próprios técnicos da companhia defendem mais rigor na legislação para não ficarem de mãos atadas, quem sabe o plano, que só entrará em vigor em janeiro de 2012, possa ser aperfeiçoado e não passe de um engodo.

Avenida Sul. O que é isso?

 

A Avenida Sul, que se une à Mascarenhas de Moraes e chega ao bairro São José passando ao longo das torres gêmeas, no Cais de Santa Rita, sofre outro gargalo quando seu fluxo se encontra com os veículos que descem do Viaduto das Cinco Pontas.

A busca por um espaço acaba gerando uma terceira faixa falsa, por cima dos trilhos da linha ferroviária. O improviso forçado dos motoristas é facilitado pela ausência de sinalização de pista. Outro problema é ausência de faixas de pedestres.

O local que antes não dispunha de moradia recebeu as duas torres . “Atravessar aqui é uma dificuldade muito grande e a passagem de um lado para outro é muito arriscada”, revelou uma empregada doméstica, que trabalha no local.
Nesse trecho da Avenida Sul as informações não são muito animadoras. De acordo com o diretor de trânsito da CTTU, Agostinho Maia no local não há como instalar um sinal de pedestre devido aos trilhos.

“É uma situação mais complicada. Se a gente colocar um sinal e alguém for atropelado por um trem de quem vai ser a culpa?”, questionou. Segundo ele, o mais apropriado teria sido a construção de uma passarela quando o empreendimento foi planejado. 

 

Veículos de emergência também têm regras de circulação


Muitos motoristas se questionam sobre a conduta de quem dirige veículos de emergência. Como se sabe, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) estabelece que “veículos destinados a socorro de incêndio e salvamento, os de polícia, os de fiscalização e operação de trânsito e as ambulâncias” têm prioridade no trânsito e podem circular livremente. Agora, essa liberdade permite, por exemplo, andar em cima de calçadas, furar o sinal vermelho e andar na contramão?

De acordo com o tenente-coronel Loemir Matos de Souza, comandante do Batalhão de Trânsito de Curitiba, no Paraná, (BPTran), por terem preferência no trânsito com relação aos veículos comuns, os carros de socorro, se necessário, podem realizar este tipo de manobra, porém tais ações devem ser executadas com a devida sinalização da sirene e de dispositivos luminosos. Segundo o comandante “este tipo de manobra não é recomendável, mas desde que realizadas de acordo com os limites de segurança, os veículos de socorro têm preferência”.

Acidentes durante o deslocamento de viaturas de salvamente são raros, mas acontecem principalmente em cruzamentos. Em Curitiba, de janeiro a dezembro de 2010, foram registrados 176 acidentes de trânsito com veículos oficiais de socorro, como polícia e ambulâncias. Isso representa uma média de 14 acidentes por mês, revela BPTran. “Muitos motoristas andam com o vidro fechado e o ar condicionado e som ligados. Por isso, podem não escutar o barulho das sirenes durante o deslocamento”, acrescenta o coronel.

Segundo o Seguro de Danos Pessoais causados por Veículos automotores de Via Terrestre, o DPVAT, cerca de 147 pessoas morrem no trânsito brasileiro diariamente. Só no primeiro semestre deste ano, foram 26.894 mortes.

Curso de condutor de veículos de emergência

Motoristas de veículos de socorro passam por um treinamento de condutores de acordo com a resolução n°168/2004 do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN).

Dentre os temas abordados estão Legislação de Trânsito, Direção Defensiva, Noções de Primeiros Socorros, Respeito ao Meio Ambiente e Convívio Social no Trânsito e Relacionamento Interpessoal.

Os pré-requisitos são: ser maior de 21 anos; estar habilitado em uma das categorias “A”, ”B”, ”C”, ”D” ou “E”; não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima ou ser reincidente em infrações médias durante os últimos 12 meses e não estar cumprindo pena de suspensão ou cassação do direito de dirigir.

POr Talita Inalba

Fórum do Trânsito será transmitido ao vivo pelo blog

Nesta terça-feira, os Diários Associados promovem a 8ª edição do Fórum Desafios para o Trânsito do Amanhã , que tem como tema o transporte público. Participam do fórum representantes da empresa Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano, do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Urbana-PE) e do Metrorec. A ideia é discutir alternativas de melhoria do sistema de transporte público. Quais os principais entraves e os desafios para tornar o transporte público atraente para os usuários do transporte individual. Participe, ou acompanhe as discussões on line pelo blog, a partir das 9h.

 

Mulheres são as que mais sofrem com o medo de dirigir

 

Por

Talita Inalba

Lidar com o trânsito diariamente, apesar de parecer uma atividade simples, é motivo de pânico para muitos motoristas. Cerca de 80% das pessoas que têm medo de dirigir são mulheres com idade entre 30 e 45 anos, é o que revela a psicóloga e autora do livro “Vença o medo de dirigir“, Neuza Corassa.

Durante 10 anos, ela realizou um estudo sobre o comportamento humano no trânsito e a partir daí, a psicóloga pode perceber que pessoas com esta fobia se sentem intrusas no trânsito, acham que o carro é quem domina, têm medo de rampas, sentem a sensação de que terão pouco espaço para passar ou dificuldades para estacionar.

O maior problema não é a dificuldade em tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Segundo Neuza, “as mulheres sabem tecnicamente dirigir. De cada 10 mulheres, 8 têm CNH e o carro”. O perfil das pessoas que desenvolvem esse medo “são pessoas extremamente inteligentes e que usam muito o pensamento. Para elas é difícil compreender o ato repetitivo do dirigir”.

Outras causas também podem estar relacionadas:

A direção masculina: sabem que a direção da casa, da família, dos negócios sempre esteve nas mãos dos homens.

Modelos: os modelos de pessoas dirigindo, na sua infância, são de figuras masculinas, e na maioria das vezes representa poder, atrelado ao carro.

Presentes: carrinhos x bonecas. Meninos brincam com carrinhos e meninas brincam com bonecas. As brincadeiras infantis reforçam os papéis estereotipados da mulher e do homem na sociedade.

O medo de dirigir não é difícil superar. Entre outras dicas, segundo a psicóloga estão:

Atividade física ou relaxamento muscular por três semanas, para que o corpo fique confortável para movimentar o carro. A ansiedade faz com que a pessoa quase tenha que “carregar” o veículo.

Durante três meses, duas vezes por semana, a pessoas deve passar por um período de aproximação. Grande parte das pessoas vão se aproximar do carro, dirigir em horários de pouco movimento. É importante organizar as saídas e não desmarcar os horários.

O trânsito é um lugar único com uma diversidade imensa de personalidades, características. Por isso, “melhore o volante da sua vida antes de entrar no carro”, completa Neuza.

Instrutora particular desde 2003, Vanda Hartkopf trabalha apenas com pessoas que já possuem CNH, mas têm medo de dirigir. Os motivos, segundo Vanda, são o medo do trânsito e a falta de confiança em si mesmo.

Segundo Vanda, “na autoescola os alunos têm que cumprir horário e prazos, já com a instrução particular, há o trabalho com a disposição do aluno”. Dos alunos que já trabalhou apenas 2% não tiveram êxito durante as aulas.

 

Do Portal do Trânsito

O transporte público que temos

 

Diario de Pernambuco

Rebeca Kramer
Rebecakramer.pe@dabr.com.br

Qual meio de transporte você utiliza para se deslocar? Quem conseguiu juntar algum dinheiro e investiu na compra de um carro ou de uma moto ainda se resguarda de precisar utilizar o transporte público na RMR. Andar de ônibus ou pegar metrô para a maioria das pessoas é sinônimo de lotação, tempo de espera grande, acessibilidade insatisfatória e pouca segurança, além de deficiência de informações sobre as linhas.

O resultado é o aumento na aquisição de veículos particulares, que superlotam as ruas da cidade. Com a finalidade de discutir a problemática do transporte público, o grupo dos Diarios Associados promove a 8ª edição do Fórum Desafios para o Trânsito do Amanhã, próxima terça (25), a partir das 8h30, no auditório do Diario de Pernambuco e terá como palestrantes:  o gerente regional de manutenção do Metrô do Recife, Bartolomeu Carvalho; o coordenador de projetos especiais da Urbana- PE, João Braga; e a coordenadora de planejamento do Grande Recife, Ivana Vanderlei.

Uma das questões a serem abordadas pelo  gerente regional de manutenção do Metrô do Recife, Bartolomeu Carvalho, será a relação direta existente entre trânsito e transporte, no sentido de que o transporte público pode contribuir para a solução dos problemas de trânsito. Além disso, com o aumento do tráfego, o transporte público torna-se mais lento, fazendo-se necessário que mais veículos prestem o mesmo serviço. Com os custos aumentados e os usuários sentindo diretamente no bolso, as pessoas ficam desestimuladas a utilizar ônibus e metrô, fazendo apenas por falta de opção. Já as que passam a ter um poder aquisitivo melhor, migram para o veículo particular, reforçando o congestionamento e alimentando o círculo vicioso.

Segundo Carvalho, outro ponto de destaque de sua apresentação será a exposição sobre Veículos Leves sobre Trilhos (VLTs) como alternativas de transporte coletivo. Netos dos velhos bondes, eles são um misto entre metrô e ônibus conhecidos pela sua estrutura e pelos equipamentos serem menos pesados do que os utilizados em sistemas de transporte público tradicionais. “Acredito que os VLTs podem preencher uma lacuna entre os sistemas de ônibus e metrôs, vindo a atender demandas próximas ao transporte metroviário. Estamos realizando estudos para implantação de VLTs e metrôs nos principais corredores de transporte da RMR. Entretanto, esses ainda não estão no nível de projeto”, esclarece.

Já a coordenadora de planejamento do Grande Recife, Ivana Vanderlei, irá apresentar tópicos relacionados com as obras de transporte para a Copa do Mundo de 2014, licitação das linhas e construção de novos terminais integrados. Os acessos viários ao mundo da Copa compreendem cinco grandes projetos e totalizam mais de R$ 1 bilhão de recursos federais, estaduais e municipais. Um deles é a Via Mangue, corredor expresso que está sendo construído com o objetivo de facilitar a mobilidade na Zona Sul da capital. Outro exemplo é o Corredor-Norte Sul, via exclusiva para ônibus, que será viabilizado com recursos do mundial, e vai ligar a Região Metropolitana Norte ao centro do Recife, especificamente ao metrô.