Nem todos estão aptos a dirigir à noite

 

Estudo norte-americano analisou o impacto que algumas condições visuais exercem nos motoristas, quando dirigem à noite. De acordo com Joanne Wood, que conduziu a pesquisa na Universidade de Tecnologia de Queensland, problemas visuais como embaçamento da visão e catarata – que muitas vezes são diagnosticados tardiamente – costumam dificultar a visão das roupas dos pedestres e, portanto, comprometer os reflexos necessários para evitar acidentes. Até mesmo dificuldades moderadas para enxergar acabam reduzindo a habilidade de enxergar um pedestre à noite.

Publicado no jornal “Investigative Ophthalmology & Visual Science”, o estudo mostrou que nenhum dos motoristas que simularam ter catarata conseguiu identificar um pedestre que usava roupas pretas. Já quando listras refletivas eram utilizadas, a visão aumentava para 82,3%. Além disso, a dificuldade de enxergar à noite altera a noção de distância e, consequentemente, atrasa a visão que o motorista tem do pedestre.

No Brasil, os acidentes são a segunda maior causa de mortes, perdendo apenas para as doenças do coração e ultrapassando as mortes por câncer. Estar em dia com a saúde ocular, então, pode evitar boa parte dos acidentes. Na opinião do oftalmologista Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo, até os 40 anos, a pessoa deve passar por um exame completo de visão de três em três anos; entre 40 anos e 65 anos, as visitas devem ocorrer de dois em dois anos; após os 65 anos, os exames devem ser anuais. “O problema é que a maioria dos motoristas, depois de tirar a licença para dirigir, nunca mais passa por um check up oftalmológico. Há adultos jovens com alto grau de miopia dirigindo sem óculos ou lentes corretivas”, diz o médico.

Várias doenças oculares, como o glaucoma, que consiste no aumento da pressão ocular e consequente perda do campo visual, não dão sinais evidentes da sua presença. E quanto mais cedo forem diagnosticadas, maiores são as chances de o tratamento ser bem-sucedido.  “Pessoas que sofrem de degeneração macular (perda gradual da visão central), diabetes ou têm alguma cicatriz no fundo de olho, também podem ter um campo visual limitado e visão dupla, devendo ser avaliadas e orientadas por um especialista. Correm o risco de provocar acidentes, ferindo a si próprias e aos demais motoristas e pedestres”, alerta Neves.

De acordo com o médico, até mesmo o estresse ou o uso de medicamentos podem causar distúrbios de visão, principalmente quando o motorista está dirigindo à noite. “A menor sensibilidade pode acabar provocando um grave acidente”.

FONTE: Inteligemcia (Via Portal do Trânsito)