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CONSTRUÇÃO CIVIL | Gabriel Bacelar

A construção civil como uma vocação

Trajetória de Gabriel Bacelar é guiada pelo incentivo do pai e pela fibra empreendedora

O que a construção da Avenida Mário Melo, do Viaduto do Cabanga, da Ponte da Ilha Joana Bezerra, da Ponte Governador Paulo Guerra, a duplicação da Avenida Recife, a urbanização da praia do Pina, a conclusão da construção do edifício-sede da Prefeitura do Recife, a restauração do Teatro de Santa Isabel e do Mercado de São José e a recuperação da Ponte 6 de Março (“Ponte Velha”) têm em comum? A assinatura do engenheiro Gabriel Bacelar, escolhido o Orgulho de Pernambuco 2018 na categoria de construção civil.

Nascido em Parnaíba, uma das quatro cidades litorâneas do Piauí, o então menino Gabriel Bacelar recebeu de seu pai um chapéu branco, o mesmo usado por engenheiros. O presente veio a definir o futuro da criança, antecipando a escolha da profissão, aos seis anos de idade. Nessa época, em 1946, já demonstrava os primeiros sinais de empreendedor ao brincar na rua como um pequeno construtor. “Desde aquele tempo eu já sabia que seguiria para a engenharia”, lembra o empresário.

O gosto pelo empreendedorismo também estava presente no ambiente familiar, principalmente na figura do pai, Durval Rodrigues Bacelar, que foi sócio do Banco da Parnaíba e construiu vários lotes de casas destinadas à locação na região. Com o sucesso obtido, Durval envia o adolescente Gabriel, aos 15 anos, para estudar em uma das principais cidades do Nordeste, reconhecida como centro de formação escolar e profissional: Recife.

Na capital pernambucana, Gabriel encontra o irmão, Francisco de Assis, estudante da Faculdade de Direito do Recife, e estuda três anos no Colégio Nóbrega até ser aprovado em Engenharia no vestibular da Escola Politécnica. “Foi o maior centro de formação profissional da cidade”, destaca Gabriel. Mesmo antes de concluir a graduação, já trabalhava na área de cálculo estrutural como estagiário do professor Eleomar Martorelli, docente da disciplina na instituição de ensino.

Com dedicação, o engenheiro recém-formado em 1963 começou a trabalhar como profissional liberal de cálculo estrutural, enquanto também prestava consultorias a grandes empresas de engenharia e construtoras. O sucesso na vida profissional veio acompanhado, três anos depois, do início de uma nova família, com o casamento. Após um longo namoro, Gabriel Bacelar casou-se com Lúcia Monteiro de Moraes. A união trouxe três filhos e nove netos.

O empenho como profissional liberal de cálculo estrutural resultou em mais de 400 obras calculadas, obtendo atuação junto a construtores renomados como David Santini e Linaldo Uchoa. Na década de 1970, Gabriel foi também diretor de Obras durante o Governo Eraldo Gueiros Leite (1971-1975). O período foi caracterizado pela edificação da sede do órgão, onde atualmente funciona a vice-governadoria.

Também em 1970, Gabriel Bacelar iniciou sua atividade empresarial com maior ênfase na construção civil. O passo natural na trajetória de sucesso foi a fundação da Gabriel Bacelar Construções, cuja marca eram apartamentos com mais de 100 metros quadrados. A bem-sucedida condução dos negócios foi reconhecida com a eleição de Gabriel Bacelar para a presidência da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE) em 1972, quando essa se chamava Associação dos Incorporadores do Estado de Pernambuco (AIEP).

À época, o então estudante de Engenharia Durval Bacelar, filho de Gabriel, iniciou sua contribuição na empresa como estagiário. Em seguida, foi a vez do irmão, Bruno Bacelar, aluno de Engenharia. Pouco tempo depois, um desafio em termos macroeconômicos surgiu para o empresário. A primeira metade dos anos 1990 foi marcada pela interrupção dos financiamentos bancários para a construção de imóveis, o que exigiu da Gabriel Bacelar Construções uma adaptação, por meio da edificação de condomínios fechados. Nesse sistema, é preciso ter bastante disciplina orçamentária, pois o construtor recebe uma taxa de administração como remuneração.

Com o tempo, novos reconhecimentos foram conferidos a Gabriel Bacelar, como os títulos de Cidadão do Recife e de Cidadão de Pernambuco, a Ordem Estadual do Mérito Renascença do Piauí, no grau de comendador e a Medalha José Mariano. A contribuição familiar na empresa foi enriquecida ainda com a chegada de Liana Bacelar Gama, filha de Gabriel Bacelar, que hoje é gerente administrativa, sendo responsável por coordenar o fluxo de informação entre a diretoria e os funcionários, além de lidar com questões ligadas ao setor financeiro e aos cursos de capacitação.

Com crescimento de 20% previsto para este ano em relação a 2018, o segredo para passar por momentos difíceis de conjuntura econômica é ensinado pelo empreendedor. “Minha formação familiar fez com que eu sempre tivesse a preocupação de ter o controle e nunca ostentar. Aprendi desde cedo a ter o pé no chão com dinheiro”, ressalta.

20% maior em 2018

Ajudado pelas atraentes taxas de juros, a menor dos últimos 10 anos, a Gabriel Bacelar fechará o ano com crescimento expressivo de 20%. “O nosso foco vem sendo a redução dos estoques. Mas, não deixamos de proporcionar ao mercado novas oportunidades de moradia, lançando cerca de 80 milhões em Valor Geral de Vendas (VGV) apenas em 2018. Isso representa mais de 140% sobre o último ano de lançamento”, explica o gestor. Para 2019, as perspectivas são ainda melhores, com previsão de crescimento de 20% nos lançamentos versus 2018. Entre os últimos lançamentos da construtora está o Edifício Saint Alice, na Madalena. O empreendimento contará com 76 unidades de 60 metros quadrados, de dois ou três quartos, além de estrutura de lazer.

“Existe uma demanda represada do mercado por moradia em bairros que possuam ótimos níveis de serviços e com boa mobilidade. Estamos estudando esses bairros, empenhados em atender ao máximo essa demanda”, afirma. Os bairros que estão sendo avaliados são Boa Viagem, Madalena, Casa Forte, Parnamirim, Torre, e Iputinga, Cordeiro, Imbiribeira, Piedade e Prado, que também já possuem ótimos serviços, mas com um diferencial na mobilidade.

Além do sucesso, 2018 representa 43 anos desde o primeiro edifício construído, o Mediterranée, em Boa Viagem, um sucesso absoluto de vendas. Outros destaques na trajetória da empresa foram o Saint Joseph, com apartamentos de 260 metros quadrados de área privativa, o Jardins Christina Harley Lundgren, um quatro quartos e quatro suídes e o Saint Elisée, já em 2006, que foi o pioneiro residencial com piscina de raias olímpicas do Recife.

Outro marco foi o Jardim de Casa Forte, consolidando a tendência do conceito sustentável. O empreendimento, entregue em 2015, oferece extensas áreas arborizadas com apartamentos de 255 metros quadrados e foi planejado para atender os requisitos de sustentabilidade e dispõe de uma série de serviços, como economia de energia, preservação de área verde, bacias sanitárias com válvulas dual flux e chuveiros com aquecimento a gás.
Buscando promover o bem-estar social, a empresa criou, em 2002, o Programa Construir o Saber, que promove aulas de alfabetização, a fim de melhorar o desempenho das atividades. Os futuros profissionais também são beneficiados por meio do projeto Aprender na Obra.