Os quatro acusados de matar o promotor de Itaíba Thiago Faria Soares, 36 anos, e tentar matar a noiva dele, Mysheva Freire Ferrão Martins, e o tio dela, Adautivo Elias Martins, serão julgados no próximo dia 24 de outubro. A data foi definida ontem pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região. Os réus José Maria Pedro Rosendo Barbosa, José Maria Domingos Cavalcante, Adeildo Ferreira dos Santos e José Marisvaldo Vitor da Silva irão a júri popular. O crime aconteceu em outubro de 2013, no Km 19 da PE-300, em Águas Belas, no Sertão do estado.
O promotor Thiago faria Soares estava acompanhado da noiva e do tio dela quando dirigia pela PE-300, no município de Itaíba. Segundo simulação realizada no dia 23 de dezembro de 2013, os três foram perseguidos por um carro. O homem que estava no banco de trás desse veículo atirou com uma espingarda 12, acertando o promotor. Mysheva saiu do carro do noivo e se protegeu no barranco. O tio dela também saiu do veículo e andou pelo acostamento. Os atiradores voltaram e o homem que estava atrás atirou outras três vezes, antes de deixar o local do crime. Mysheva e o tio escaparam ilesos.
Um grupo de promotores do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) foi formado para acompanhar as investigações da Polícia Civil. Depois de um embate entre a Polícia e Associação do MPPE, que chegou a pedir a federalização do caso, as investigações que ficaram paradas por quatros meses voltaram às mãos dos delegados da Polícia Civil. No entanto, depois o caso passou a ser investigado pela Polícia Federal, onde foi concluído.
De acordo com o Superior Tribunal de Justiça (STJ), a decisão de deslocar a competência do caso para a Justiça Federal foi da Terceira Seção do Tribunal, e se deu no dia 13 de agosto de 2014. O relator do processo (IDC 5) foi o ministro Rogerio Schietti Cruz, que votou favorável ao “imediato deslocamento do inquérito policial para atribuição da Polícia Federal, sob o acompanhamento e o controle do Ministério Público Federal, e sob a jurisdição, no que depender de sua intervenção, da Justiça Federal da Seção Judiciária de Pernambuco”. O voto do ministro Schietti foi seguido por unanimidade pelos demais ministros da Terceira Seção.
A coisa está fora de controle. Ninguém aguenta mais tanto assalto a ônibus no Grande Recife. Como se não fosse bastante, os crimes também estão se multiplicando nas estações e nos vagões do metrô. Os vigilantes que atuam nas estações do metrô do Recife fazem protesto na manhã desta terça-feira contra a falta de segurança. A categoria está revoltada com a morte do colega Bianor José da Silva, 51 anos, assassinado a tiros no final da manhã dessa segunda-feira enquanto trabalhava na Estação Ipiranga. Depois de ser baleado na cabeça e no pescoço, o vigilante teve a arma roubada e morreu no local.
Já o Sindicato dos Rodoviários realizou uma passeata na manhã dessa segunda-feira. Os profissionais saíram da sede sindical, na Rua Araripina, bairro de Santo Amaro, passaram pela Avenida Cruz Cabugá, Ponte Duarte Coelho e Rua do Sol. O ato foi acompanhado por carro de som, faixas e cartazes. Algumas linhas de ônibus que trafegam pelo centro da cidade ficaram paradas durante a manifestação. Segundo o sindicato, 1.143 assaltos a ônibus foram praticados na Região Metropolitana do Recife do começo do ano até o dia 29 de agosto. Somente no mês de agosto, 146 investidas criminosas foram registradas.
A Região Metropolitana do Recife teve um sábado violento no transporte público com dois assaltos a ônibus que deixaram os motoristas feridos. Por volta das 14h, dois suspeitos, um deles armado, entraram em um ônibus da linha Rio Doce/CDU, nas proximidades do Centro de Convenções, no bairro de Salgadinho, Olinda e pediram os pertences dos passageiros. Houve uma troca de tiros entre a dupla e um passageiro armado, que reagiu ao assalto. Um dos suspeitos morreu e outro ficou ferido, mas mesmo assim conseguiu fugir e ainda baleou o motorista do coletivo ao sair do ônibus.
De acordo com o 1º Batalhão da Polícia Militar, nenhum pertence dos passageiros foi levado. Tanto o motorista quanto o assaltante baleado foram levados para o Hospital da Restauração. O condutor Roberto Carlos de Souza, 53 anos, atingido no pescoço, passou por uma cirurgia vascular e permanece internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em estado grave. Já o suspeito identificado como Davi Honório da Silva, 17 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu.
Pela manhã, um motorista de ônibus foi baleado de raspão enquanto dirigia o coletivo da linha CDU/ Várzea. O veículo seguia pela Avenida Caxangá, no bairro do Benfica, quando um homem em uma bicicleta teria “emparelhado” com o coletivo. O condutor do ônibus teria tentado livrar o veículo do homem mas ele efetuou um disparo de arma de fogo. O tiro atingiu, de raspão, a mão do condutor, que passa bem.
Cerca de 50 passageiros estavam no ônibus e ficaram assustados, abaixando-se com medo de serem atingidos. Uma mulher chegou a passar mal. O suspeito foi localizado na comunidade do Beraldo, no bairro da Madalena. Encaminhado para o Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), Alef Rafael Ferreira da Rocha, 22 anos, confessou que estava assaltando na Caxangá mas disse que não pretendia assaltar o coletivo.
A viúva do médico Artur Eugênio, assassinado no dia 12 de maio de 2014, dará uma coletiva de imprensa, na próxima quinta-feira, junto com o seu advogado, Daniel Lima. Na ocasião, o advogado apresentará sua linha de acusação para o júri popular de dois acusados pelo crime. Serão julgados entre os dias 14 e 19 de setembro os acusados Cláudio Amaro Gomes Júnior e Lyferson Barbosa da Silva. Os outros dois acusados, o médico Cláudio Amaro Gomes e Jailson Duarte Cesar serão julgados em outra data. Todos negam envolvimento na morte de Artur Eugênio.
Os quatro estão presos preventivamente no Centro de Triagem (Cotel), em Abreu e Lima. Havia um quinto envolvido no crime, Flávio Braz de Souza, morto em troca de tiros com a polícia antes da decretação das prisões. A polícia concluiu que o médico Cláudio Amaro pediu ao filho Cláudio Júnior que contratasse pessoas para matar Artur Eugênio. A motivação seriam desavenças profissionais entre a vítima e o suposto mandante. Os suspeitos foram indiciados por sequestro, homicídio, roubo, associação criminosa, estelionato e comunicação falsa de crime.
O delegado Guilherme Caraciolo, que investigou o crime, disse na conclusão do caso que Artur sabia de muitas coisas erradas cometidas por Cláudio Amaro e não concordava com nenhuma delas. Eles chegaram, inclusive, a romper uma sociedade e Artur pretendia mover um processo por assédio moral contra Cláudio. No dia da apresentação do inquérito, Caraciolo falou que o superfaturamento de cirurgias e o recebimento de percentual do valor pago pelos convênios em casos onde o paciente precisasse de internação na UTI estavam entre as supostas acusações feitas contra Cláudio Amaro.
Ainda segundo a polícia, a descoberta desses fatos por Artur Eugênio teria levado Cláudio Gomes a tramar sua morte. Segundo a polícia, Flávio foi a pessoa que atirou em Artur. Jailson foi o responsável por apresentar Lyferson e Flávio a Cláudio Amaro Júnior. O Valor acertado para e execução da vítima pode ter chegado a até R$ 100 mil. A arma utilizada no crime, uma pistola 9mm que pertencia a Flávio, nunca foi encontrada pela polícia. Artur foi encontrado morto às margens da BR-101, em Comportas, Jaboatão dos Guararapes, no dia 12 de maio de 2014.
Medo, insegurança, constrangimento. Esses são alguns sentimentos que fazem parte da rotina de mulheres vítimas de violência doméstica. Em Pernambuco, 245 mulheres foram assassinadas em 2015, contra 321 em 2006, ano em que a Lei Maria da Penha foi homologada. Apesar da redução, esse tipo de crime continua sendo um problema de saúde pública. Para aumentar a proteção às mulheres, a Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes inicia hoje, em fase piloto, o uso de botões do pânico para proteger as vítimas de violência.
A iniciativa, que, segundo o município, é inédita no Nordeste, foi inspirada em um projeto realizado em Vitória, no Espírito Santo. Neste primeiro momento, dez mulheres que moram nos bairros de Jardim Jordão, Comportas, Cajueiro Seco, Guararapes, Prazeres e Massaranduba serão atendidas. A prefeitura adquiriu 50 equipamentos ao todo.
De acordo com a gerente de Enfrentamento à Violência Contra à Mulher de Jaboatão, Cristiana Magalhães, o projeto faz parte de um pacto criado para reduzir os casos. Através desse programa, 249 mulheres são acompanhadas em várias áreas. Todas foram objeto de medidas protetivas judiciais.
Cristiana explica que o equipamento, assim que acionado pela vítima, manda um aviso à Guarda Municipal de Jaboatão, tanto em sua central quanto nas viaturas da Patrulha Maria da Penha, via smartphone. Os agentes darão prioridade ao atendimento a essa ocorrência. O socorro deve chegar em cerca de dez minutos. “Essa iniciativa busca ser mais uma forma de prevenir as agressões, já que é um dispositivo que, no caso do acionamento, mesmo que a polícia não chegue a tempo de presenciar a agressão, o áudio ficará registrado e poderá ser usado como prova”, explicou.
A desempregada F.C., 32, é uma das mulheres que receberão o botão de pânico. Ela conta que as agressões do companheiro começaram com puxões de cabelo e evoluíram para socos, pontapés e empurrões. “Quando eu estava grávida do meu segundo filho, ele me dava murros.”
Ela acredita que a iniciativa e aumentar sua sensação de segurança. “A lei (Maria da Penha) tem dez anos. Meu ex-companheiro começou a me agredir há 11. Achei boa a ideia. Você não precisa pegar o telefone, pois o botão já vai resolver”, apontou.
Dados do Mapa da Violência mostram que, enquanto a taxa de homicídios por armas de fogo na Região Sudeste caiu 41,4% entre 2004 e 2014, na Região Nordeste o índice dobrou. Segundo o estudo, o crescimento do índice na maior parte dos estados do Nordeste, em um curto período, aconteceu porque os governos tiveram que enfrentar uma pandemia de violência para a qual estavam “pouco e mal preparados”.
O Mapa da Violência compõe uma série de estudos realizados pelo pesquisador Julio Jacobo Waiselfisz, desde 1998, tendo como temática a violência no Brasil. Waiselfisz é vinculado à Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), organismo internacional e intergovernamental autônomo, fundado em 1957 pelos estados latino-americanos, a partir de uma proposta da Unesco, órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Educação, a Ciência e a Cultura.
Conforme o estudo, a taxa média de homicídios por armas de fogo no nordeste, em 2014 foi 32,8 por 100 mil habitantes, bem acima da taxa da região que vem imediatamente a seguir, Centro-Oeste, com 26 por 100 mil habitantes e um aumento de 39,5% entre 2004 e 2014.
No mesmo ano de 2014, os índices do norte e do sul foram, respectivamente, 23,1 e 16.3 por 100 mil habitantes, com aumentos de 82,1% e 15%, respectivamente. O índice considerado tolerável pela ONU é de 10 homicídios por arma de fogo a cada 100 mil habitantes. Os municípios de Mata de São João, na Bahia, e Murici e Satuba, ambos em Alagoas, com índices de 102, 100 e 95 homicídios por cem mil habitantes, têm os maiores índices de mortes por armas de fogo do país.
Em situação oposta ao Nordeste, na Região Sudeste a violência armada mostrou queda acentuada: em 2004 o índice foi 23,9 e em 2014 caiu para 14,0 por 100 mil habitantes. O levantamento mostra que São Paulo e Rio de Janeiro foram os principais responsáveis pela redução, com crescimento negativo de 57,7% e 47,8%, respectivamente.
O pesquisador do Laboratório de Estudos da Violência da Universidade Federal do Ceará, Ricardo Moura, ressalta que entre os fatores que contribuem para este contraste estão o tráfico de drogas, que começou a se fortalecer no Nordeste depois de estar consolidado no Sudeste, e em geral, falhas no efetivo policial e na infraestrutura da segurança pública, que no Sudeste já estavam em processo de melhoria.
O Mapa da Violência também aponta um paradoxo nas taxas de homicídio por armas entre negros e brancos, de 2003 e 2014. Enquanto o número de vítimas negras desse tipo de violência subiu 9,9% no período, o de vítimas brancas caiu 27,1%. Os dados mostram que os negros morrem 2,6 vezes mais que os brancos por armas de fogo e que 94% das vítimas são homens.
Segundo o levantamento, de 1980 até 2014, morreram no Brasil 967.851 vítimas de disparo de arma de fogo. Desse total, 830.420 (85,8%) foram homicídios, enquanto as outras mortes foram por suicídio ou acidente.
Os dados mostram que a evolução da letalidade das armas de fogo não foi homogênea ao longo do tempo. Entre 1980 e 2003, o crescimento dos homicídios por armas de fogo foi sistemático e constante, com um ritmo de 8,1% ao ano. A partir do pico de 36,1 mil mortes em 2003, os números caíram para aproximadamente 34 mil e, depois de 2008, ficam oscilando em torno das 36 mil mortes anuais. Em 2012, aceleraram novamente, subindo para 42,3 mil.
“O Estatuto e a Campanha do Desarmamento, iniciados em 2004, constituem-se em um dos fatores determinantes na explicação dessa quebra de ritmo”, aponta a pesquisa. O Brasil ocupa a 10ª posição entre os 100 países analisados quanto a esse tipo de crime.
Controle
Para Ricardo Moura, um dos fatores que favorecem o alto índice de crimes com armas de fogo é a falta controle da circulação dela: “A grande maioria das armas que circulam no Brasil são produzidas no próprio pais. São armas que estão dentro do Brasil e a gente não sabe como circulam de são produzidas para os outros estados. O Brasil não tem controle sobre vendas, não registra os compradores. Existe um mercado aberto, paralelo e ilegal, porque as indústrias estão registradas, estão vendendo, mas a gente não sabe quem compra e quem distribui isso”, disse o especialista em entrevista à Agência Brasil.
Moura também destaca que o caminho da arma apreendida tem sido um problema para a fiscalização: “Após a apreensão das armas, é importante que haja um controle muito mais rigoroso de como elas tramitam. Elas são submetidas a perícia, ficam apreendidas em fóruns, tribunais, causando perigo a estes locais, que por vezes são invadidos por grupos de criminosos em busca dos artefatos, e, em alguns casos, os próprios agentes estatais comercializam, emprestam ou alugam essas armas que estão sob a guarda deles”.
Na opinião de Ricardo Moura, o Brasil avançou muito com o Estatuto do Desarmamento, mas do ponto de vista operacional o controle da circulação ainda é muito falho e é preciso ter segurança de que a arma apreendida não vai retornar para a sociedade.
Pernambuco reduziu em 12,3% o número de mortes em decorrência de acidentes com motocicletas no ano passado. O resultado foi apresentado ontem pelo secretário de Saúde do estado, Iran Costa, durante reunião do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), em Brasília. Segundo o secretário, 32.881 condutores de motos se envolveram em acidentes de trânsito no ano de 2015 em Pernambuco. Desse total, 719 foram a óbito. O número é 5,5% menor que no ano de 2014 quando foram registrados 34.794 acidentes com 719 mortes.
Apesar da redução do número de acidentados, o estado ainda tem um custo elevado com esse tipo de atendimento. Durante a reunião, o Conass destacou que irá elaborar um documento criando uma série de recomendações para a segurança do trânsito, inclusive com intensificação das fiscalizações. Ainda segundo a Secretaria de Saúde do estado, no primeiro quadrimestre deste ano também já foi verificada uma redução no número de motociclistas atendidos nas grandes emergências.
O Hospital da Restauração (HR), maior emergência do Norte/Nordeste, recebeu 1.043 acidentados entre os meses de janeiro a abril deste ano. Já no mesmo período do ano passado, um total de 1.329 atendimentos foram realizados no HR, o que representa uma redução de 22%. A queda também foi verificada no Hospital Regional do Agreste, em Caruaru. Nos primeiros quatro meses deste ano foram computados 798 atendimentos contra 1.046 no mesmo período do ano passado. Uma queda de 22,6% nos casos de acidentes com motociclistas.
“Os dados mostram que as ações de fiscalização e educação no trânsito, como a regulamentação dos veículos ciclomotores, estão ajudando a salvar vidas. Só a Operação Lei Seca conseguiu aumentar em 10 mil as abordagens a veículos em 2015. Mas precisamos continuar intensificando essas atividades para aumentar ainda mais a segurança no trânsito. Essas medidas também possibilitarão diminuir a epidemia de acidentados nos hospitais de trauma do estado e a diminuir os gastos com essa situação”, afirmou o secretário Iran Costa.
Ainda de acordo com o secretário, os gastos com os acidentes de moto no estado apresentaram uma redução de 23%. Em 2015, os custos foram de R$ 917 milhões para o estado, que envolve a rede de saúde, previdência e outras áreas. Em 2014, foram utilizados R$ 1,19 bilhão no atendimento aos acidentados. “Com os R$ 917 milhões gastos com acidentados de moto no ano passado poderíamos cuidar dos pacientes com câncer em Pernambuco durante seis anos ou manter o Hospital da Restauração, maior emergência do Norte e Nordeste, funcionando durante quatro anos”, ressaltou.
Quem também participou do evento foi o coordenador executivo do Comitê Estadual de Prevenção aos Acidentes de Moto (Cepam), João Veiga. Para ele, o maior responsável pela redução no número de acidentes e mortes envolvendo motociclistas é o aumento da fiscalização. “As ações e campanhas educativas são importantes, mas o que realmente causa impacto na redução de acidentes e no número de mortes é o aumento da fiscalização de trânsito. Apesar dessa redução que o estado apresentou, os números ainda são muito altos”, destacou João Veiga.
Operação Lei Seca
A Operação Lei Seca, criada em 2011, atua diariamente com nove equipes na Região Metropolitana e interior do estado com o objetivo de reduzir acidentes e mortes no trânsito. Também segundo a Secretaria de Saúde, 363.474 motoristas foram parados em bloqueios no ano de 2014. No ano passado, esse número foi de 373.508 abordagens. Com esses números, foi constatada uma diminuição das infrações envolvendo o consumo de bebida alcoólica, nas constatações, crimes e recusas. Em 2014, foram 1.594 constatações, enquanto 2015 registrou 1.308. Os crimes foram reduzidos de 308 para 163 de um ano para outro, Já as recusas diminuíram de 4.775 para 4.382.
A lista de crimes da quadrilha presa num apartamento em Boa Viagem, segundo a polícia, é extensa. Sete pessoas foram detidas por envolvimento com assaltos a bancos, explosões a caixas eletrônicos, roubos, furtos, clonagem de cartões de crédito, estelionato, uso de documentos falsos e outros delitos. Também de acordo com a polícia, Cláudia Josefa de Aguiar era a pessoa responsável pela coordenação do grupo criminoso. Os detalhes das prisões foram apresentados ontem pela Polícia Civil de Pernambuco. “É uma grande organização criminosa que foi desarticulada pela Políci Civil”, resumiu o delegado Paulo Berenguer.
O grupo, que tem alguns integrantes do estado do Ceará, teria começado a agir em Pernambuco em janeiro deste ano. Seis pessoas foram presas num apartamento na Rua dos Navegantes, na última sexta-feira. As investigações tiveram início a partir do assalto a um carro-forte, na Avenida Caxangá, em junho deste ano. “Os mandados de prisão e busca e apreensão foram originados a partir do assalto ao carro-forte, mas eles são suspeitos de muitos outros crimes. A organização criminosa é muito maior que essas sete pessoas presas. Somente no crime do carro-forte, 11 pessoas participaram. Outros mandados ainda serão cumpridos e as investigações continuam”, ressaltou o delegado.
Com os suspeitos foram apreendidos três carros de luxo, cinco motos, vários explosivos, coletes balísticos, munições, R$ 4.922 em espécie, talões de cheques, cartões de crédito, máquinas de clonar cartões, mais de dois quilos de cocaína pura e documentos falsificados. “Tudo está sendo investigado e as ações desse grupo podem ter acontecido também no interior do estado. A quadrilha estava atuando em Pernambuco desde janeiro deste ano. Quantos aos explosivos apreendidos com o grupo, já encaminhamos para perícia. Caso se confirme que são os mesmo usados nas explosões a caixas eletrônicos, vamos investigar se els tiveram ligação com as ações criminosas”, completou Berenguer.
Além de Cláudia Aguiar, foram presos pela polícia Luiz Davi da Silva Júnior, o estudante de direito Luiz Davi Silva Neto, Alisson Souza Silva, Isabel Maciel da Silva, Wicente Leonardo Souza de Alencar e Ivancley Alves Gomes.
A delegada Gleide Ângelo receberá, nesta quarta-feira, a medalha de Mérito da Câmara Municipal do Recife. A honraria, Medalha José Mariano – a mais alta da Casa, será uma forma de reconhecimento de sua contribuição à segurança pública de Pernambuco. Proposta pela vereadora Michele Collins, a solenidade está marcada para as 15h. Gleide foi muito parabenizada quando voltou ao Recife, no mês passado, acompanhada da sua equipe de investigação trazendo a menina Júlia Alencar, que havia sido levada pelo pai. A criança e o genitor foram encontrados pela polícia do Amapá, que ajudou a Polícia Civil pernambucana no caso.
Não é de hoje que a delegada Gleide Ângelo é acionada para solucionar casos difíceis e emblemáticos em Pernambuco. Em fevereiro de 2010, o assassinato de uma turista alemã em pleno carnaval chamou a atenção de toda sociedade e intrigou a Polícia Civil do estado. A jovem Jennifer Marion Nadja Kloker, 22 anos, foi encontrada morta às margens da BR-408, em São Lourenço da Mata, num crime envolto em mistério e mentiras. Num trabalho conjunto, os delegados Alfredo Jorge e Gleide Ângelo descobriram que Jennifer foi morta a mando da família e prenderam todos os envolvidos no crime.
Ainda em 2010, outro crime de grande repercussão foi solucionado por Gleide. A administradora Narda Alencar Biondi, 33, foi dada como desaparecida no dia 29 de março. Familiares e amigos conviveram com a angústia da incerteza do seu paradeiro até o dia 4 de agosto de 2010, quando, após uma investigação trabalhosa, a delegada Gleide Ângelo descobriu que Narda havia sido morta por uma amiga e seu corpo estava enterrado no quintal de uma casa no bairro de Pau Amarelo, em Paulista, onde vítima e assassina moravam. Quatro anos depois desse crime, a acusada foi condenada a 19 anos e seis meses de prisão.
Em junho do ano passado, Gleide foi designada para solucionar mais um caso que gerou revolta e comoção em todo estado. A estudante Maria Alice de Arruda Seabra, 19, foi raptada, estuprada e morta pelo padrasto que queria manter um relacionamento amoroso com a jovem. A delegada conseguiu fazer com que o suspeito se entregasse à polícia e mostrasse o local onde havia enterrado o corpo da enteada, num canavial no município de Itapissuma. Também foi a responsável por esclarecer o desaparecimento da estudante Vaniela Oliveira, em maio de 2015.
Está em suas mãos ainda o inquérito que apura a morte do comerciante Paulo César Morato, encontrado morto dentro de um motel em Olinda, no dia 22 de junho. Morato era um dos alvos da Operação Turbulência da Polícia Federal e foi apontado como testa de ferro de um esquema que desviou R$ 600 milhões de recursos públicos para campanhas políticas do estado e do Nordeste. Essa investigação ainda não foi concluída, mas a delegada garantiu que falta pouco para explicar o que aconteceu naquele quarto de motel. Embora não esteja mais lotada no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Gleide continua acumulando em seu currículo soluções de casos considerados complicados.
A farmacêutica Maria da Penha Maia Fernandes poderá ser indicada pelo Senado e pelo Governo do Distrito Federal (GDF) para concorrer ao prêmio Nobel da Paz de 2016. O prêmio é entregue anualmente no mês de outubro, em Oslo, na Noruega. O anúncio foi feito pela senadora Lúcia Vânia (PSB-GO) e pela primeira-dama do DF, Marcia Rollemberg, em sessão solene do Congresso Nacional que comemorou os 10 anos da Lei Maria da Penha (11.340/06) – considerada um marco no combate à violência doméstica e familiar contra a mulher.
Relatora da proposta que originou a lei, a senadora destacou a bravura de Maria da Penha, que em 1982 levou à Corte Interamericana de Direitos Humanos as duas tentativas de assassinato que sofreu do ex-companheiro, quebrando a inércia judicial brasileira em relação à violência contra mulheres.
“Até aquele momento o estado se mostrava apático e esse assunto não parecia ser da competência dos governos. A lei foi um choque sobre essa visão”, destacou Lúcia Vânia. “A atitude de Maria da Penha foi um despertar da consciência nacional”, acrescentou.
Presente à solenidade, Maria da Penha Maia Fernandes disse que a lei contribuiu para alterar o comportamento do agressor em relação à vítima, sobretudo por conta do aumento da punição. Como avanços, ela ressaltou a definição de medidas protetivas à vítima de agressão, a criação de varas especializadas para esses casos no Poder Judiciário e de núcleos de gêneros no Ministério Público, além da criação de casas de abrigo.
A perícia do Instituto de Criminalística (IC) concluiu que a tela de proteção do apartamento de onde uma criança de seis anos caiu do 21º andar, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, e morreu no dia 30 de maio deste ano estava estragada. O menino Matteo Melaragni, estava em casa com a mãe e o irmão de dois anos quando aconteceu o acidente. O laudo pericial já foi encaminhado para a Delegacia de Boa Viagem, onde o caso está sendo investigado. O documento era fundamental para o delegado Carlos Couto concluir o inquérito.
A tela de proteção do quarto do edifício Sun Park, do condomínio Evolution Park Shopping, cedeu mas estava intacta e sem cortes. A partir de agora, a Polícia Civil poderá dizer quem será responsabilizado pela morte da criança. O inquérito pode indiciar por homicídio culposo o responsável pela instalação da tela de proteção ou ainda o fabricante do produto.
A família de Matteo morava há dois anos no apartamento localizado na Rua Padre Carapuceiro. A queda aconteceu por volta das 15h do dia 30 de maio e corpo do menino foi encontrado entre as palmeiras no gramado do prédio. O pai do menino é funcionário do grupo Fiat Chrysler Automobiles e veio ao Brasil para implantar a fábrica de Goiana, Mata Norte do estado. A família retornou à Itália, onde o corpo da criança foi sepultado.