O resultado de dois anos e meio de investigação da equipe de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) da 23ª Circunscrição de Cavaleiro, em Jaboatão, foi motivo de orgulho e comemoração para quem fez parte desse trabalho. Os policiais conseguiram encaminhar à Justiça um total de 100 inquéritos de homicídios concluídos com autorias definidas.
Para celebrar o feito, a equipe comandada pelo delegado Ramon Teixeira, comemorou o fechamento do mês de maio com uma pequena festa com direito a bolo e velas representando as mortes esclarecidas. De acordo com o delegado, somadas às tentativas de homicídio, foram 170 crimes desvendados. O que representa uma média de 5,86 procedimentos encaminhados à Justiça por mês.
Analisando os números dos últimos quatro anos da delegacia, entre janeiro de 2008 e dezembro de 2009 um total de 157 mortes foram registradas. Nesse período, os policiais encaminharam 28 inquéritos com definição, o que representa o desvendamento de 1,1 CVLI ao mês ou 17,83% de elucidação. Já o quantitativo de janeiro de 2010 até maio de 2012 foi de 158 CVLIs e 100 elucidações, o que significa dizer que foram quase dois crimes esclarecidos a cada três consumados, ou 63,29% de crimes esclarecidos.
O delegado afirma ao blog que toda sua equipe, formada por sete policiais incluindo ele, trabalha focada em esclarecer todos os crimes de CVLI que são praticados em sua circunscrição. “Temos uma área que abrange 13 bairros e tem uma população de mais de 170 mil habitantes. Nosso trabalho é focado na elucidação dos crimes. Não mandamos nenhum inquérito para a Justiça que não esteja completamente amarrado”, destacou Teixeira.
Lúcia, Paula e Lourdes escolheram fazer carreira na Polícia Militar. Em meio a um grupo de 380 profissionais, elas, junto com mais duas colegas, são as únicas mulheres do Batalhão de Policiamento de Choque (BPChoque) de Pernambuco. Sempre maquiadas e de brincos, as policiais costumam chamar atenção quando estão envolvidas em grandes operações e despertam admiração em muita gente que enxerga a profissão como algo essencialmente masculino. O comandante do BPChoque, major Walter Benjamin, diz que não há diferença entre as meninas e os homens da tropa. “Elas fazem os mesmos testes para chegar até aqui e participam das mesmas atividades. Elas não querem ser tratadas diferentemente dos homens.”
Lúcia, Paula e Lourdes adoram o trabalho no Batalhão de Choque
A tenente Lúcia Helena Salgueiro, 27 anos, está no batalhão há quase cinco anos e diz que o local onde mais gosta de trabalhar é onde também encontra mais dificuldades. “Quando estou nos presídios, seja em revistas ou rebeliões, sempre tenho problemas quando os presos escutam minha voz e percebem que sou mulher. Muitas vezes eles têm resistência em atender aos pedidos, mas os colegas homens acabam nos ajudando a contornar a situação. Mesmo assim, adoro participar de operações nas unidades prisionais”, revela a oficial, que antes de chegar ao BPChoque passou por todos os batalhões de área da Região Metropolitana do Recife (RMR).
Com apenas 12 meses no Choque, as soldados Paula de Oliveira Alves, 21, e Maria de Lourdes Santos, 24, se dizem honradas. “As pessoas levam um susto quando percebem que somos mulheres”, conta Lourdes. A soldado acabou um namoro de cinco anos após ter entrado no BPChoque. “O meu ex-namorado tinha muitos ciúmes, porque aqui tem muito policial homem. Sete meses depois que eu cheguei aqui, a gente terminou”, lembra. Loura e de olhos azuis, a militar fala que é olhada com respeito pelos homens na rua.
A colega Paula de Oliveira ressalta que a companhia masculina serve de proteção nessas horas. “Como a gente sempre está acompanhada dos PMs masculinos, os homens têm medo de dizer alguma coisa. Porém, em alguns jogos de futebol, vez por outra escutamos algumas gracinhas”, ressalta.
Diferentemente de Lourdes, Paula segue firme no namoro. “Meu namorado não é policial, mas entende que é a minha profissão”, destaca. A tenente Lúcia conta que já teve problemas com um antigo namorado. “Meu atual namorado não é militar, mas não temos problemas quanto ao meu trabalho. Mas já tive um namorado que fazia questão de vir no batalhão e até de me beijar na frente de todo mundo”, entrega. As mulheres que atuam nessa batalhão enfrentam situações de rebeliões, grandes shows, jogos de futebol, reintegrações de posse e participam de operações especiais.
OBS: As fotos que ilustram a matéria são de autoria da repórter fotográfica especial do Diario de Pernambuco Teresa Maia.