GOE deixará de existir e DGOPJ será dividida em quatro

 

Após o anúncio da mudança do comando da Polícia Civil, novas alterações começam a aparecer e desanimar muitos servidores. Uma das mais polêmicas é a extinção do Grupo de Operações Especiais (GOE). A unidade especializada em crimes que envolvem extorsão, sequestro, e que cumpre mandados de prisão e serve como Quartel General das grandes operações feitas pela corporação vai deixar de existir em breve. O que era GOE, no prédio do bairro do Cordeiro, agora passará a ser a Delegacia Anti-sequestro. O GOE passará a ser agora um grupo tático de apoio, e será subordinado à Coordenação de Operações e Recursos Especiais (Core), comandada pelo delegado José Silvestre, que já foi delegado-adjunto do GOE.

GOE, no bairro do Cordeiro, era Quartel General para operações

Outra novidade na corporação será a divisão da Diretoria Geral de Operações de Polícia Judiciária (DGOPJ) em quatro áreas. O delegado Joselito Kehrle deixará o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para comandar a DGOPJ que abrangerá todos os departamentos especializados. Já o delegado Luiz Andrey sairá do comando do Departamento de Repressão ao Narcotráfico (Denarc) para assumir a DGOPJ que englobará a capital e Região Metropolitana. Outros dois delegados assumirão as DGOPJs da Zona da Mata e Agreste, que serão uma só,  e do Sertão.

Quem também ganhará novo posto na PC é o delegado Antônio Barros. Ele deixará o comando do Departamento de Repressão aos Crimes contra o Patrimônio (Depatri) para assumir o Centro Integrado de Inteligência de Defesa Social (CIIDS). Barros ganha o novo cargo porque Romano Costa, que respondia pelo CIIDS será empossado como sub-chefe da Polícia Civil de Pernambuco. O que ainda não foi definido é quem irá assumir o DHPP, o Denarc e o Depatri.

PM que atirou em Lara no ano de 2003 será julgado

 

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) decide hoje o destino do PM Tibério Gentil Figueiredo de Lima. Ele é apontado como o autor do disparo que feriu Lara de Menezes Albert, atualmente com 16 anos, em 2003. Na época, Lara, que tinha sete anos, assistia à TV na sala do seu apartamento, em Boa Viagem, quando foi atingida na cabeça por uma bala perdida. Tibério foi condenado em 2007 por crime doloso, mas conseguiu embargar a decisão judicial. Hoje, o embargo será julgado e o policial poderá ser obrigado ou não a cumprir a pena. Caso discorde da decisão, ele ainda terá a chance de recorrer.

Segundo o irmão de Lara, o estudante Yuri de Menezes, 21, a jovem ficou com sequelas. “Como foi preciso retirar boa parte da massa cefálica que corresponde às reações emotivas, ela ficou com distúrbios alimentares e também sofre de depressão”, relatou. Ele lembra que, como o projétil atingiu a parede do apartamento, o Instituto de Criminalística (IC) conseguiu identificar de onde ele teria partido, no caso, do apartamento do PM, que morava perto da família.

O caso aconteceu no dia 24 de junho de 2003. Na época, a arma do PM foi apreendida, mas Tibério ficou respondendo ao processo em liberdade. Em 2007, ele foi condenado a passar um ano e quatro meses em reclusão, mas recorreu.  “A gente espera esse julgamento há quase dez anos, o que para a família é uma eternidade”, declarou Yuri.

 

Do Diario de Pernambuco

 

Polícia Militar terá novo comandante

As mudanças na cúpula da segurança pública estão a todo vapor no estado. Após celebrar os 187 anos da corporação com um evento pomposo, o coronel Tavares Lira está deixando o comando da Polícia Militar. Segundo fontes do blog, Tavares Lira deixa sua sala no Quartel do Derby para ser assessor especial do governador Eduardo Campos. No lugar de Lira, assume o também coronel Luís Aureliano.

Aureliano deve assumir nova função ainda nesta semana

Aureliano, atualmente, é comandante do policiamento do Agreste. Ele já foi também ajudante de ordem do ex-governador Jarbas Vasconcelos e comandou o Batalhão de Policiamento de Choque. A nomeação do coronel Luís Aureliano acontece nesta semana.

Tavares Lira deixa o comando geral da PM para assessorar o governador

O secretário de Defesa Social (SDS), Wilson Damázio dará entrevista coletiva no final da tarde desta quarta-feira para anunciar as mudanças tanto na Polícia Militar como na Polícia Civil, como já havia sido antecipado pelo blog.

Osvaldo Morais será o novo chefe da Polícia Civil

 

O delegado Osvaldo Morais de Almeida Júnior, que atualmente é o diretor geral de operações de Polícia Judiciária, vai ser nomeado, ainda nesta semana, como o novo chefe da Polícia Civil de Pernambuco (PCPE). Osvaldo Morais vai ocupar o lugar do delegado Manoel Carneiro Soares Cardoso, que deve deixar o posto para assumir um cargo no governo do estado. Manoel Carneiro está na chefia da Polícia Civil pela segunda vez desde 2007, quando substituiu o delegado Djalma Raposo, e sempre foi um policial pacífico e respeitado pelos colegas e subordinados.

Osvaldo vai ser nomeado para o novo cargo ainda nesta semana

Já o delegado Osvaldo Morais, que vem ganhando cada vez mais notoriedade na corporação, antes de chegar ao posto que ocupa atualmente, foi delegado do município de Floresta, no Sertão do estado, onde comandou investigações relativas às brigas das famílias Ferraz e Novaes. Foi titular da Delegacia do Espinheiro, Zona Norte do Recife, e depois comandou a Delegacia de Repressão ao Narcotráfico.

Manoel Carneiro, delegado especial, deve assumir cargo no governo do estado

Educado, discreto e calmo, Manoel Carneiro foi o chefe da PC que passou mais tempo no cargo. Começou ainda na gestão do então governador Jarbas Vasconcelos e permaneceu com Eduardo Campos. Ele também comandou a corporação entre os anos de 1999 e 2001, quando foi substituído pela delegada Olga Câmara, que foi a primeira mulher no cargo.

 

 

Delegados tirados da Corregedoria para fazer plantões

 

Uma portaria da Secretaria de Defesa Social (SDS) que deve ser publicada nesta quarta-feira já está causando polêmica desde o início desta semana. Por determinação do secretário Wilson Damázio, três delegados que estão lotados na Corregedoria Geral da SDS foram deslocados, temporariamente, para atuar em plantões de delegacias do Recife. A medida, segundo fontes do blog, seria contra a lei. A justificativa da SDS seria a de que como muitos delegados estão de férias neste mês, os delegados que estavam na Corregedoria poderiam suprir essas faltas.

Os profissionais que deixarão as atividades na Corregedoria Geral da SDS são os delegados Camila Figueredo, que passará a dar plantão na Delegacia da Mulher, Diogo Martins e Carlos Ferraz, que irão reversar os plantões da Delegacia de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife.

A falta de delegados para atuar nas delegacias e nos plantões do estado é assunto que vem ganhando destaque desde o início deste ano. No mês passado, por exemplo, vários profissionais entregaram os plantões pelos quais estavam respondendo porque, além das precárias condições de trabalho, estavam acumulando duas ou mais delegacias.

Policiais federais doam sangue em protesto nacional

 

Nesta quarta-feira, em todo o País, delegados, peritos e administrativos da Polícia Federal (PF) participarão da campanha “A Polícia Federal dá o sangue pelo Brasil, mas o governo não reconhece”. A ação faz parte do calendário de atividades do Mude PF (Movimento Unido em Defesa da Polícia Federal). Com o protesto, as entidades classistas integrantes do Mude PF – ADPF, APCF, SINPECPF e FENADEPOL – querem denunciar o descaso com o qual o governo vem tratando uma das principais instituições que combatem o crime organizado e a corrupção no País.

Em Pernambuco, os servidores da PF e dirigentes das entidades estarão concentrados na Superintendência da Polícia Federal, no Cais do Apolo, no Recife, a partir das 9h30, onde participarão de palestra promovida pelo Hemope, para onde seguirão os doadores em seguida. Vale ressaltar que o protesto é nacional e em todos os estados serão feitas mobilizações semelhantes. Se a PF está reclamando da falta de atenção por parte do governo, imagem quantas são as queixas do cerca de 20 mil policiais militares do estado e dos menos de 9 mil policiais civis que tentam combater e investigar todos os crimes praticados em Pernambuco.

Mortes no mês de junho apresentam redução no estado

 

O número de pessoas mortas de forma violenta não é algo que possa ser comemorado, afinal são vidas perdidas ou roubadas. Pernambuco, que já figurou entre os estados mais violentos do Brasil, sabe bem o que isso quer dizer. No entanto, a Secretaria de Defesa Social (SDS) está feliz por ter consigo reduzir o número de assassinatos no estado. O balanço do primeiro semestre foi fechado com o melhor resultado desde o lançamento do Pacto pela Vida, em maio de 2007. Em relação aos anos anteriores, o estado alcançou a melhor redução da série histórica do mês de junho, com a redução de 7,3% no número de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs). Segundo a SDS, foram 267 registros, 18 a menos se comparado ao mesmo mês do ano passado e 23 a menos que no mês de maio deste ano. Os melhores índices foram registrados em Jaboatão dos Guararapes, Igarassu e Limoeiro, cujos resultados foram os menores desde o lançamento do programa. O fim do primeiro semestre também significou uma redução de 10,02% na taxa de CVLIs e o alcance da marca de 37,3 homicídios para cada 100 mil habitantes. Enquanto isso, o município do Cabo de Santo Agostinho, ainda não conseguir reduzir seus índices de criminalidade. Veja matéria no link abaixo sobre a violência no local.

 

Saiba mais

285 CVLIs registrados em junho de 2011
267 CVLIs registrados em junho de 2012

3,21 CVLIs para cada 100 mil habitantes em junho de 2011
2,97 CVLIs para cada 100 mil habitantes em junho de 2012
7,3% de redução

Mês de junho dos anos anteriores

2007 – 362 homicídios
2008 – 373 homicídios
2009 – 304 homicídios
2010 – 286 homicídios

3 cidades alcançaram a menor taxa de CVLIs da série histórica
Jaboatão dos Guararapes – 49,4 para cada 100 mil habitantes
Igarassu – 40,9 para cada 100 mil habitantes
Limoeiro – 21,6 para cada 100 mil habitantes

5.059 vidas foram salvas desde a implantação do Pacto Pela Vida
14 é a quantidade de meses que o estado fecha o mês com menos de 300 CVLIs
registrados

PRIMEIRO SEMESTRE  DE 2012
10,02% foi a redução na taxa de CVLI por 100 mil habitantes no primeiro
semestre do ano, em relação ao mesmo período do ano passado

1.702 CVLIs foram registrados no primeiro semetre de 2012
1.875 CVLIs foram rgistrados no primeiro semestre de 2011

Fonte: Secretaria de Defesa Social (SDS)

 

*Colaboração da repórter Alice de Souza


Clique aqui e leia matéria sobre a criminalidade no Cabo de Santo Agostinho:


Aumenta pena para quem submeter crianças à prostituição

 

Da Agência Brasil

 

Brasília – Estão sujeitas à pena de seis anos a 12 anos de reclusão pessoas que submeterem criança ou adolescente à prostituição. Esse foi o teor do projeto de lei aprovado semana passada, em caráter terminativo, pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Agora, a matéria segue para análise da Câmara dos Deputados. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estabelece pena para esse crime de quatro anos a dez anos. O projeto, de autoria do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), estabelece ainda que a mesma pena valerá para quem facilitar ou estimular a prostituição de menores na internet.

Proprietário ou gerente responsável pelo local – hotel, motel, propriedade privada, bares ou restaurantes, entre outros – usado para essas práticas também poderão ser condenados a penas previstas no projeto de lei. A matéria estabelece que caberá à União colaborar com estados e municípios na promoção de campanhas institucionais e educativas para combater a exploração sexual de menores.

Militares brasileiros mergulhados nas drogas

 

Do jornal Estado de Minas

Com fardas imponentes e armas na cintura, eles são treinados para combater o crime, lutar na guerra, salvar pessoas em perigo. A missão nobre, o regime rigoroso de disciplina e uma legislação penal própria extremamente dura, porém, não têm livrado os militares do flagelo das drogas. É crescente o uso de bebida, maconha, pó e pedra nos quartéis. No ano passado, 161 denúncias contra integrantes das Forças Armadas chegaram à Justiça Militar — uma média de 14 por mês. De janeiro à primeira quinzena de junho, foram 56.

O serviço de saúde do Exército encaminhou, de 2010 para cá, 42 usuários graves de crack para internação prolongada. Na Marinha, seis receberam tratamento. A Aeronáutica se recusou a passar informações sobre o assunto. Na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, o tema também é tratado com sigilo. Mas Paulo*, que é PM, e José*, bombeiro, aceitaram conversar com o Estado de Minas. Eles relataram o drama das drogas no mundo militar, as dificuldades e facilidades que a carteira diferenciada traz para um usuário e como estão tentando abandonar o vício.

Prestes a completar 20 anos de Justiça Militar, o ministro Olympio Pereira da Silva Junior, vice-presidente do Superior Tribunal Militar, é taxativo: “Os casos estão aumentando, principalmente com o crack. O que aparece no meio civil, aparece aqui dentro também, não tem jeito”. Ele lembra que, embora praticamente todos os processos sejam de militares com pequenas quantidades de drogas, no Código Penal Militar não existe a figura do usuário. “0,01 grama ou 30 quilos é tudo crime, com reclusão de até cinco anos, podendo haver desligamento da instituição”, explica.

*Nomes fictícios a pedido dos entrevistados

 

José – Bombeiro
“Já deixei minha arma por droga na boca”

Da cerveja socialmente aos porres com bebida destilada, ainda nos primeiros tempos de bombeiro, passaram-se não mais que cinco anos. “Quando vi tinha me tornado um alcoólatra. Levava vodca para o quartel. Faltava ao serviço, os colegas iam me buscar em casa bêbado porque senão era deserção”, conta José. A vontade de parar levou o brasiliense, hoje com 40 anos, a procurar ajuda. Mas, entre uma e outra recaída, ele conheceu a cocaína. Com ela, vieram as piores sensações. “Mania de perseguição, ciúme em excesso, alucinação, paranoia mesmo”, conta.

O medo que ainda havia de perder o emprego foi se dissipando. “Usava cocaína dentro do quartel. Chegou uma hora em que pensei: ‘Se quiserem me reformar, dane-se. Vou usar droga até morrer’.” Enquanto as perdas de José aumentavam — sem mulher, longe do filho, sem dinheiro —, sua noção de limite diminuía. “Já deixei minha arma por droga na boca. Vendi uma TV também. Guardava cocaína no carro, fui parado em blitz bêbado. Era só mostrar minha identificação militar que estava liberado”, lembra. “As pessoas veem a gente como um herói. Então, para os vizinhos e conhecidos, nunca fui o José. Sempre era o bombeiro. Passei a ser o bombeiro que chegava doidão, drogado, bêbado. É difícil pedir ajuda”, diz. Desde março sóbrio, o militar de músculos bem torneados e rosto bonito se mantém firme no tratamento. “Sou um bom profissional, sei que posso chegar a major”, aposta José, com 23 anos na corporação.

 

Paulo – Policial Militar
“Passava cinco, oito dias usando crack direto”

Aos 18 anos, quando vestiu a farda da Polícia Militar do DF pela primeira vez, Paulo combatia a droga por convicção. Somente aos 30, para acompanhar a então mulher, passou para o outro lado. “Foram 10 anos usando cocaína, sem grandes prejuízos. Quando experimentei o crack, vi o fundo do poço. Em cinco meses, estava acabado”, conta Paulo. Com faltas excessivas e sem condições de trabalhar, ele pediu ajuda ao comandante do quartel, que o encaminhou para o Centro de Assistência Social da PM do DF, chamado pela sigla Caso.

Hoje existem cerca de 70 policiais militares sendo tratados no Caso. A PM afirmou que 12% da corporação são dependentes de álcool, segundo estudo de 2008. “Novos levantamentos apontam para um percentual maior”, diz a nota. Paulo não arrisca levantamentos, mas a experiência o leva a uma conclusão grave: “A PM e os bombeiros estão doentes”.

Pai de cinco filhos, o maranhense de 45 anos se lembra com tristeza da época em que fumava a pedra. “Passava cinco, oito dias usando crack direto, sem querer saber de nada. É uma droga miserável. Foi preciso um baque grande, uma traição conjugal, para eu acordar”, afirma. Mais de cinco meses sem consumir, participando de terapia individual e em grupo, além de sessões de musculação para combater a ansiedade, Paulo não se importa com os cochichos e olhares atravessados dos colegas. “Comentam: ‘Esse aí foi internado por causa de crack’. Eu não ligo, o que importa é que estou limpo.”