Polícia e Judiciário discutem integração durante café da manhã

As autoridades de segurança pública do estado estiveram reunidas num café da manhã nessa segunda-feira num encontro com representantes do Poder Judiciário do estado. O encontro, que serviu para integrar ainda mais as forças do sistema de justiça criminal, aconteceu no gabinete do chefe de polícia, Osvaldo Morais.

Estiveram presentes o secretário de Defesa Social, Wilson Damázio, os desembargadores Fausto Freitas, Fausto Campos e Itabira Brito, alguns representantes do Ministério Público e os comandantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar, Luís Aureliano e Carlos Eduardo Casa Nova.

Após o bate-papo, autoridades mataram a fome matinal. Foto: Divulgação

Também estiveram presentes no café o secretário executivo de Defesa Social, Alessandro Carvalho, o gestor da Polícia Científica, Francisco Sarmento, além de juízes, promotores e vários oficiais e delegados de polícia que fazem parte do alto escalão dos órgãos operativos da secretaria.

O chefe de polícia, Osvaldo Morais, chamou a atenção para a importância do agradecimento aos contribuem para o êxito do Pacto Pela Vida. “Esse momento é singular para que possamos nos congraçar com alegria e companheirismo”, disse.

Secretário Wilson Damázio falou sobre parceria. Foto: Divulgação

Já o desembargador Fausto Campos ressaltou que o Poder Judiciário está engajado com as polícias e Ministério Público no combate à criminalidade. A palavra integração foi o tom do discurso do secretário de Defesa Social, Wilson Damázio.

Para ele, é destaque o trabalho pioneiro realizado em Pernambuco com os órgãos de segurança pública e justiça. “Ver os poderes públicos integrados é um motivo de orgulho. O nosso trabalho é exemplo para outros estados”, salientou Damázio, que encerrou sua fala prometendo outros encontros como aquele.

 

Famílias sofrem para liberar corpos dos parentes no IML

Desde cedo, parentes de pessoas que foram vtimas de mortes violentas no Grande Recife sofrem na recepção do Instituto de Medicina Legal (IML), no bairro de Santo Amaro, para liberar os corpos para sepultamento. Algumas pessoas chegaram ao órgão às 7h e apenas depois das 11h conseguiram a documentação para providenciar o enterro.

Familiares das vítimas sofrem à espera dos corpos. Foto: Wagner Oliveira/DP/D.A/Press

Um mototaxista que preferiu não ter o nome publicado estava com mais três familiares para tentar liberar o corpo do sobrinho que foi assassinado na noite desse domingo. “Estamos aqui desde 7h30 e até agora está faltando a médica assinar o atestado. Isso é um absurdo. Todo mundo aqui já está sofrendo muito e chega no IML ainda tem que passar por uma situação dessas”, reclamou.

Segundo funcionários das funerárias das proximidades do IML, quase todas as segundas-feiras está havendo a demora na liberação dos corpos. “Isso tem sido uma coisa frequente. E agora os agentes funerários estão proibidos de entrar no IML. As famílias têm que resolver tudo sozinhas. Colocaram um policial na portaria do instituto apenas para barrar nossa entrada”, revelou um agente funerário.

 

PMs ensinam música a crianças carentes da Estância

Nem só de repressão e fiscalização é feito o cotidiano de um policial militar. Uma turma de crianças carentes da comunidade do Iraque, no bairro da Estância, Recife, está descobrindo um mundo novo através da música. Conheça um pouco do trabalho realizado por esses militares na matéria abaixo.

Por Marcionila Teixeira

Do Diario de Pernambuco

São 54 pares de olhos vidrados no quadro verde repleto de notas musicais escritas à giz. Na sala de aula montada nos fundos da Igreja Santa Luzia, na Estância, Zona Oeste do Recife, crianças e adolescentes aprendem muito mais que música. Descobrem, pouco a pouco, que qualquer que seja a história, ela nunca tem apenas uma versão. Foi assim que um dia meninos e meninas da Favela do Iraque, no mesmo bairro, perceberam que polícia não é sinônimo de violência, armas ou prisão. No imaginário infantil dos alunos, homens fardados também são capazes de fazer brotar emoção em meio a uma aula de música para iniciantes.

No começo eram 60 pessoas, com idades variando entre 7 e 16 anos. Restaram 54. Na insistência para dominar a flauta, eles já conseguem tocar afinado Asa Branca, de Luiz Gonzaga. E isso é só o começo. O projeto Polícia Militar de Pernambuco policiar, musicalizar e proporcionar expectativas nasceu no Morro do Bom Jesus, Caruaru, deu frutos e agora aportou no Iraque. O lugar que as crianças aprenderam a amar, mas onde faltam coleta de lixo e calçamento, começa a revelar talentos da música. As aulas começaram em 27 de setembro e acontecem nas segundas, quartas e sextas-feiras, nos horários da manhã e da tarde. Somente são possíveis porque músicos da Banda da PM aceitaram repassar de forma voluntária a arte que dominam para os meninos e meninas nos momentos em que estão de folga da corporação.

Crianças atentas às aulas de música. Foto: Bruna Monteiro/DP/D.A/Press

Uma outra participação essencial foi a do pessoal da Academia de Música de Pernambuco, que mantêm o espaço na igreja e cedeu parte dele para a iniciativa da PM. “Música mexe com a emoção e com a sensibilidade. Além disso, se não cursarem a faculdade um dia, poderão trabalhar com a música que aprenderam aqui”, elogia Valquíria de Alcântara, 46 anos, mãe de dois alunos da escola. O projeto foi idealizado pelo coronel Gilmar de Oliveira, coordenador de Polícia Militar Comunitária, que trabalhou como comandante de batalhão na região englobada pelo Iraque entre os anos de 2009 e 2010. “Imagine que cuidávamos de uma área formada por 54 comunidades distribuídas em 24 bairros. Prendi muita gente, principalmente com envolvimento em tráfico de drogas”, lembra o oficial. Ele conta que desde o início da iniciativa, não há registro de violência na área.

A diferença dessa ação para outras que também tentam levar cidadania às pessoas através da música é que as crianças não passam por uma seleção.  “Não fazemos escolha entre os que estudam e os que não estudam. Qualquer um que esteja nessa idade pode participar. Na verdade, nossa intenção é atrair exatamente os que não mostram interesse pelos estudos para resgatá-los”, diz Gilmar.