Seres quer implantar regime militar nas unidades prisionais do estado

Uma medida polêmica tem causado um mal-estar entre os agentes penitenciários do estado e a Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres). É que a secretaria divulgou em seu Boletim Interno Especial que pretende padronizar e regular o uso de uniformes pelos agentes. A decisão está deixando os agentes indignados. Eles alegam que a Seres está querendo implantar o regime militar dentro das unidades prisionais de Pernambuco.

O segundo artigo do boletim diz que “o uniforme operacional de agente de segurança penitenciário é vestuário pessoal de uso exclusivo pelos agentes e obrigatório em serviços operacionais internos e externos, principalmente nos plantões, escoltas, custódias, desfiles cívico-militares ou operações ostensivas executadas em qualquer parte dos territórios estadual e nacional quando determinado.”

Ainda segundo o boletim,  o uniforme do agente de segurança deverá ser composto por casaco tático de mangas longas, camisa operacional, calça operacional, boné, cinto tático operacional, cinto de nylon, coturno e meias, todos na cor preta. No entanto, aqueles agentes que trabalharem nas atividades administrativas só precisarão usar o jaleco padronizado do sistema penitenciário.

A ideia de deixar os agentes com ares de policiais militares não foi bem aceita pelos profissionais. “Nós somos civis e não militares. Tem até agente que gosta de usar equipamentos, mas não somos obrigados a isso. Para piorar ainda mais a situação, a Seres que mandar até no corte de cabelo e na barba da gente. Isso é um absurdo”, reclamou  um agente.

A ideia da Seres é que os agentes masculinos tenha os cabelos curtos e em corte redondo ou quadrado, mantenha a barba rente ao rosto e na altura da máquina número um. As unhas deverão ser aparadas e limpas. Além disso, não será permitido o uso de brincos, piercing ou coisas semelhantes. O boletim diz ainda que não será permitido o uso de tatuagens aparentes.

A portaria entrará em vigor a partir da data da publicação, no entanto, segundo os agentes penitenciários, até agora as novidades não entraram em vigor.

 

 

Primeiro Compaz vai funcionar no antigo Clube da Chesf, no bairro do Bongi

Aconteceu nessa quinta-feira, no Clube da Companhia Hidroelétrica do São Francisco – Chesf, no bairro do Bongi, a cerimônia de assinatura do Protocolo de Intenções da Prefeitura do Recife, referente à propriedade da Chesf para a implantação do primeiro Centro Comunitário da Paz – Compaz. O principal objetivo do Centro é oferecer alternativas para prevenir a criminalidade, combater o consumo de drogas, principalmente entre os jovens, além de funcionar como uma ferramenta de inclusão social, criar alternativas de lazer, esportes e cultura e fortalecer a cidadania dos recifenses.

O primeiro Compaz, que vai funcionar em uma área de 17 mil metros quadrados, contará com biblioteca, cine teatro, piscina, ginásio coberto, quadra de tênis, campo de futebol; entre outros equipamentos de cultura e lazer. Além disso, o espaço oferecerá aos moradores do entorno cursos de capacitação profissional para jovens em situação de risco, mediação de conflitos, acesso à Justiça, políticas de prevenção às drogas e violência e apoio psicológico para pessoas em situação de desagregação social.

O principal objetivo do Compaz é oferecer alternativas para prevenir a criminalidade e o consumo de drogas, principalmente entre os jovens, além de funcionar como uma ferramenta de inclusão social. Esse trabalho será realizado através de políticas integradas e equipamentos de alta qualidade. O modelo é baseado em experiências que deram certos em outras cidades do mundo.

O primeiro Compaz beneficiará diretamente os moradores da RPA 4, que abrange os bairros Prado, Zumbi, Torrões e Engenho do Meio – essas localidades registram altos índices de criminalidade. O centro também vai atender a demanda da população por bibliotecas e espaços de convivência.

O secretário de Defesa Social, Wilson Damázio, participouco do evento, falou sobre a iniciativa da Prefeitura do Recife e garantiu apoio no que for necessário. “O Compaz certamente ajudará a combater a violência, uma vez que dialoga diretamente com o Governo Presente. Tenho certeza que aqui serão realizadas diversas atividades que contribuirão para a formação de muitos jovens”, falou. A Prefeitura do Recife, através da Secretária de Segurança Urbana, vai construir cinco unidades do Compaz.

Também estiveram presentes na cerimônia, o Prefeito do Recife, Geraldo Júlio, o Vice Prefeito, Luciano Siqueira, o Secretário de Segurança Urbana da Cidade do Recife, Sérgio Murilo, o Presidente da Chesf, João Bosco de Almeida, o Secretário de Planejamento e Gestão do estado, Frederico Amâncio, o Secretário da Criança e Juventude, Pedro Eurico, o Comandante Geral da Polícia Militar em exercício, coronel Eden Vespaziano, o Comandante Geral do Corpo de Bombeiros Militar, coronel Carlos Casa Nova, dentre outras autoridades.

Laudo do IC diz que empresário da construção civil Sérgio Falcão cometeu suicídio

Nova polêmica à vista no caso Sérgio Falcão. O laudo conclusivo do Instituto de Criminalística (IC) garante não haver dúvidas de que o empresário da construção civil, de 52 anos, cometeu o suicídio. O relatório de 800 páginas assinado pelos peritos criminais Sérgio Almeida e Jairo Lemos deve mudar o rumo das investigações do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), já que a polícia e o Ministério Público de Pernambuco acreditavam que Sérgio fora assassinado pelo PM reformado Jailson Melo, 53, a mando de outra pessoa. A vítima morreu com um tiro na boca dentro de seu apartamento no Edifício 14 Bis, na Avenida Boa Viagem, em 28 de agosto de 2012.

“A pessoa mais indicada para dizer o que realmente aconteceu é o perito, pois ele foi ao local da morte. Pelo que Sérgio Almeida me falou, estou convencido de que foi um suicídio. Ele fez uma sequência de estudos e analisou provas. O laudo está muito bem fundamentado”, afirmou o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco, Cláudio Marinho. Por determinação do IC, o perito Jairo Lemos não pode comentar o resultado do laudo, que teve mais de dez exames complementares. “O que posso dizer é que tenho 32 anos de experiência no assunto”, afirmou.

Veja matéria completa assinada pelo repórter Raphael Guerra na edição impressa do Diario desta sexta-feira