Padrasto acusado de sequestrar Alice Seabra é preso pela polícia

O servente de pedreiro Gildo da Silva Xavier, 34 anos, está preso. Ele é suspeito de ter sequestrado a enteada Maria Alice de Arruda Seabra Amorim, 19, na última sexta-feira. Ele foi detido na noite desta terça-feira por uma equipe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e está seguindo para a sede da especializada, no bairro do Cordeiro, Zona Oeste.

Gildo manteve contato com a delegada Gleide Ângelo, que está à frente das investigações, durante toda essa terça-feira repassando informações de onde teria deixado a enteada Alice, num canavial no município de Goiana, e havia prometido se apresentar à polícia. Ainda não há informações se a jovem está viva ou se foi assassinada. A polícia voltou ao canavial, mas não encontrou nada. As buscas devem ser retomadas na manhã desta quarta-feira.

Gildo Xavier foi preso e levado para a sede do DHPP, no bairro do Cordeiro. Foto: Reprodução/Facebook
Gildo Xavier foi preso e levado para a sede do DHPP, no bairro do Cordeiro. Foto: Reprodução/Facebook

As buscas pela jovem Maria Alice foram suspensas por volta das 15h desta terça-feira. Desde a madrugada de ontem, os policiais concentravam as buscas num canavial após a entrada de Goiana, próximo à Usina São José. Alice está desaparecida desde a última sexta-feira quando saiu de casa, acompanhada de Gildo Xavier, para fazer uma suposta entrevista de emprego.

Na manhã dessa terça-feira, um tio da menina, Valdeir Arruda, chegou a afirmar que a família acredita que a jovem está morta. “Não tenho esperança de encontrar minha sobrinha viva. Vou lutar até o fim para ele ficar na cadeia”, desabafou.

Alice Seabra ainda não foi localizada pela polícia. Foto: Reprodução/Facebook
Alice Seabra ainda não foi localizada pela polícia. Foto: Reprodução/Facebook

Através de sua página no Facebook, Gildo Xavier pediu desculpas pelo que teria feito à enteada e disse que tudo foi motivado pelo ódio. Na publicação, ele disse:

Balas achadas, vidas perdidas! Sobre o Caso Lara de Menezes Albert

Dia 24 de junho nunca será esquecido pelos familiares de Lara Albert. Nesta quarta-feira está fazendo 12 anos que a menina que brincava dentro do apartamento com a família foi atingida por um tiro disparado pelo um oficial da Polícia Militar. O caso foi esclarecido após uma perícia apontar de onde saiu o disparo, o que até então era um mistério para a polícia. O inquérito foi concluído, o autor do disparo indiciado, mas nunca foi preso. Familiares de Lara seguem na luta por justiça e para evitar que outros casos como esses sigam impunes. O irmão de Lara escreveu um texto sobre o caso. Confira abaixo:

Garota de sete anos foi baleada em Boa Viagem. Foto: Teresa Maia/DP/D.A Press
Garota de sete anos foi baleada em Boa Viagem. Foto: Teresa Maia/DP/D.A Press

O roteiro é sempre o mesmo, muda-se apenas os atores. Diariamente, repete-se nos noticiários: inocente é atingido por bala “perdida” disparada por policial. Engordam-se as estatísticas. Por trás dos números frios, estão vidas prematuramente ceifadas, histórias que não-mais-serão, famílias amputadas de membros que ainda latejam. A quem se confia a proteção, torna-se, numa inversão espúria de papéis, o responsável pela agressão. Se César, caído ao chão do Senado Romano, apunhalado pelo “fiel” general, sussurrou “Até tu, Brutus?”, hoje nos perguntamos “Até tu, Policial?”.

Nesse roteiro, reina a perversão dos lugares comuns. Ninguém quer ser protagonista, tampouco figurante. Reza-se para São Longuinho deixar perdido o objeto perdido. Coitado de quem achá-lo. De igual, somente as câmeras, que logo aparecem para espetaculizar o acontecimento. Infelizmente, Lara de Menezes Albert, minha irmã, contracenou nesse drama – alias, não há outro gênero que comporte esse roteiro. Em junho de 2003, uma bala perdida por um policial a encontrou, embora Lara nunca estivesse a procurando. É assim: é a bala perdida que procura seu dono, não o contrário.

O vilão desse drama responde pelo nome de Tibério Gentil Figueiredo de Lima, policial militar do Estado de Pernambuco. Disparou do próprio apartamento, numa atitude sem motivo. Acertou na cabeça de Lara, em seu apartamento, iludida pela ficta segurança que as paredes dos nossos lares nos provoca. Na polícia militar, não foi punido. Sabe-se como é: policial protege policial. E quem nos protege? Não responda policial. Na justiça, o crime prescreveu. Ah, “a justiça é lenta”. Quer dizer, a depender do cliente, ela opera como trem-bala. Trem e Bala. Tem bala perdida sendo achada, todos os dias.

Felizmente, Lara contrariou o final clássico desse roteiro. Sobreviveu. Não somente para contar a história. Mas, sobretudo, para fazer a história. História que por pouco uma bala-borracha não apagou. História, irresponsavelmente, negada a tantas outras vítimas. Histórias em potência que se dissipam, imediatamente após se dissipar o som do disparo. Não restam dúvidas: cansamos desse roteiro. Balas não podem mais fechar as cortinas precocemente. Tirem-no das salas do cinema. A vida precisa ganhar e, para isso, balas não podem mais ser perdidas.

Yuri de Menezes Albert, estudante de direito da UFPE

Clique aqui e leia matéria sobre casos policiais que foram esclarecidos em Pernambuco com a ajuda de perícias

Imagens podem revelar criminosos que estupraram mulheres

Câmeras de prédios comerciais e residências do bairro dos Bancários, em João Pessoa, poderão ajudar a polícia a identificar os dois homens que sequestraram, estupraram e atropelaram a dona de casa Glória Silva, 42 anos, e sua amiga Caroline Teles, 31. As vítimas foram abordadas pelos bandidos na capital paraibana, na noite do sábado, e encontradas por trabalhadores na zona rural de Goiana, na manhã do domingo. Glória não resistiu aos ferimentos. Caroline segue internada em um hospital no Recife. O filho dela, de nove meses, foi encontrado em um matagal. A criança foi medicada e passa bem.

Foto: Blog Anderson Pereira/Cortesia
Foto: Blog Anderson Pereira/Cortesia

Ontem à tarde, o carro onde as vítimas foram levadas foi encontrado em um canavial no municípío de Pedras de Fogo, na Paraíba. Também ontem, o corpo de Glória seguiu para Salvador, na Bahia, onde deve ser sepultado hoje.

Segundo o superintendente de Polícia Civil da Região Metropolitana de João Pessoa, Marcos Paulo Vilela, a perícia comprovou que o carro localizado foi o usado na ação criminosa. O Siena pertencente ao marido de Caroline, estava carbonizado. “Nossos investigadores já refizeram o provável trajeto e solicitaram as imagens de câmeras localizadas próximo ao local da abordagem, no bairro dos Bancários. Estamos com três delegados neste caso, que por enquanto está sendo tratado como latrocínio (assalto seguido de morte)”, ressaltou Vilela. Uma equipe da Polícia Civil de Pernambuco dá apoio.

A abordagem aconteceu por volta das 20h do sábado. As vítimas estavam no carro quando dois homens chegaram de moto e um deles entrou no veículo. “Apesar de muito debilitada e emocionada, Caroline contou que os criminosos eram violentos. Vamos precisar ouvi-la para saber mais detalhes”, completou Vilela. Caroline sofreu fraturas na clavícula e costela.