Banco do Brasil pode ser multado em até R$ 7 milhões

O Procon-PE propôs, ontem, em audiência de conciliação com o Banco do Brasil, a assinatura de um Compromisso de Ajustamento de Conduta diante da comprovação de venda de dólares falsos pela instituição. Para o Procon, o banco infringiu o Código de Defesa do Consumidor. Se não aceitar o compromisso, o BB pode pagar multa de até R$ 7 milhões.

Venda de dólares falsos aconteceu na agência Rio Branco. Foto: Rodrigo Silva/Esp.DP/D.A Press
Venda de dólares falsos aconteceu na agência Rio Branco. Foto: Rodrigo Silva/Esp.DP/D.A Press

O banco pediu 15 dias para dar uma resposta. Entre as cláusulas há o compromisso do banco capacitar seus colaboradores com relação aos direitos do consumidor, implementar em 30 dias um procedimento de prevenção contra a aquisição de moedas falsas e confeccionar, em 30 dias, cartilhas cujo modelo será determinado pelo Procon-PE, em quantidade que totalize R$ 50 mil. Caso o banco não responda a proposta em 15 dias, o processo administrativo irá para julgamento.

A venda de dólares falsos, ocorrida na agência Rio Branco, veio à tona depois que a estudante Amanda Parris e o pai dela, João Neto da Silva, foram surpreendidos quando tentavam depositar, em um banco de Galveston, Texas, US$ 2.820. O dinheiro foi comprado em 18 de junho. Ao todo, nove clientes foram lesados em operações com cédulas falsas.

O banco chegou a ser proibido de vender moeda estrangeira por 24 horas em Pernambuco. A decisão foi suspensa depois que o BB apresentou ao Procon medidas para solucionar o problema. O BB informou que a origem do problema foi a aquisição de US$ 24 mil, de terceiros, em 10 de setembro de 2014. Por uma falha, os dólares ficaram na tesouraria e foram vendidos entre 8 e 19 de junho.

Júri do Caso Ponte Joaquim Cardoso recomeça com ouvida de tenente

O segundo dia de julgamento do tenente da Polícia Militar Sebastião Antônio Félix iniciou na manhã desta quarta-feira com o depoimento do réu, no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, em Joana Bezerra. O oficial é acusado de comandar um grupo de policiais militares que obrigou 17 adolescentes a pular no Rio Capibaribe, no carnaval de 2006, provocando a morte de dois por afogamento. Antes de ser ouvido, o tenente deu entrevista à imprensa e voltou a declarar que é inocente.

Caso foi publicado com exclusividade pelo Diario em março de 2006
Caso foi publicado com exclusividade pelo Diario em março de 2006

Ontem foram realizado os interrogatórios de oito vítimas das agressões. Após a ouvida do tenente será feito o debate entre acusação e defesa e em seguida a votação dos jurados. A sentença deve sair no final da tarde de hoje. Pela manhã, três sobreviventes prestaram depoimento como testemunhas. Dois deles, presos por envolvimentos em crimes depois que ficaram maiores de 18 anos, foram trazidos do sistema prisional.

Sebastião Félix vai ser julgado no dia 14 de julho. Foto: Wagner Oliveira/DP/D.A Press
Sebastião Félix disse que não comandou ações dos PMs. Foto: Wagner Oliveira/DP/D.A Press

Dona Maria do Carmo Simplício, mãe de Diogo Rosendo, uma das vítimas fatais, acompanhou o julgamento, como também o pai e a mãe de Zinael Souza, outro adolescente que morreu, o policial militar reformado Israel Ferreira e a dona de casa Zineide Maria de Souza. O episódio divulgado com exclusividade pelo Diario na época ficou conhecido como caso Ponte Joaquim Cardoso. No mês de maio, quatro PMs estiveram no banco dos réus. Três deles foram condenados e um absolvido.

À tarde, mais cinco testemunhas foram interrogadas. O conselho de sentença que vai decidir se o tenente é culpado ou não por duas mortes e 11 tentativas de homicídio é formado por quatro homens e três mulheres. O julgamento está sendo presidido pela juíza Fernanda Moura de Carvalho. A defesa do acusado pediu que oito testemunhas fossem ouvidas em plenário. Por esse motivo, houve um pequeno atraso no início do júri. Pois algumas vítimas tiveram que ser pegas em casa e no presídio.

O promotor André Rabelo afirmou que vai pedir a condenação do acusado por duas mortes e 11 tentativas. Durante o início do júri, o promotor pediu à juíza que o acusado fosse colocado no banco dos réus, pois o tenente, que estava com a farda da polícia, estava sentado junto aos advogados de defesa. O pedido foi negado pela magistrada.