Suspeito de matar policial militar em Areias se entrega à polícia

Foi encaminhado para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no bairro do Cordeiro, o homem suspeito de ter matado o soldado da Polícia Militar Marcílio Ferreira Xavier, 32 anos, que era lotado no 12º batalhão e trabalhava na Patrulha Escolar. De acordo com fontes do blog, o homem identificado como Carlos Eduardo Carvalho e Silva e que é ex-presidiário, foi o autor do disparo que matou o militar e roubou a pistola da vítima.

Carlos Eduardo Carvalho e Silva atirou no PM. Foto: Divulgação
Carlos Eduardo Carvalho e Silva atirou no PM. Foto: Divulgação

Também segundo fontes do blog, o suspeito se entregou à polícia nesta tarde no bairro de Dois Irmãos, nas proximidades do Lafepe, após negociar com o Serviço Reservado que só se entregaria embaixo de uma câmera de monitoramento da Secretaria de Defesa Social (SDS). No entanto, PMs que participaram da ação informaram na sede do DHPP que o suspeito teria sido preso e não se entregue.

Crime aconteceu na frente desta lanchonete. Foto: Wagner Oliveira/DP/D.A Press
Crime aconteceu na frente desta lanchonete. Foto: Wagner Oliveira/DP/D.A Press

Marcílio foi assassinado na noite dessa quarta-feira, no bairro de Areias, no Recife. Marcílio que estava trabalhando foi surpreendido próximo à Escola Estadual Heróis da Restauração por dois homens, que roubaram a arma usada em serviço, uma pistola ponto 40. Em seguida, os assaltantes dispararam contra o militar. Marcílio chegou a ser socorrido, mas não resistiu. O corpo do PM será sepultado nesta tarde no Cemitério de Santo Amaro.

A Polícia Militar de Pernambuco divulgou nota de pesar lamentando a morte do soldado Marcílio. “A investida criminosa atenta contra todos integrantes da corporação e a sociedade pernambucana, que confia no trabalho da Polícia Militar e nos órgãos de sistema de segurança pública para a prisão dos envolvidos no assassinato do PM”, diz o texto enviado pela assessoria de Comunicação Social.

O Comando Geral da PMPE decretou luto de três dias em todas unidades da corporação. O corpo do soldado ainda está no Hospital da Restauração, de onde deve ser encaminhando ainda nesta quinta-feira para exames no Instituto de Medicina Legal, em Santo Amaro.

Marcílio era casado e deixa uma filha de apenas três meses. Ele estava na corporação desde 2009 e atuava na Patrulha Escolar, numa parceria entre a PMPE e a Secretaria Estadual de Educação.

Um revés para o Pacto pela Vida

A violência voltou a subir no estado. Julho teve 297 Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs), 40 a mais que no mesmo período de 2014. Os números foram anunciados ontem pela Secretaria de Defesa Social. O titular da pasta, Alessandro Carvalho, ponderou que, apesar do crescimento, julho foi o segundo mês menos violento de 2015 até agora. Em junho, 264 homicídios foram computados.

Julho deste ano teve 40 mortes a mais que julho de 2014. Foto: SDS/Divulgação
Julho deste ano teve 40 mortes a mais que julho de 2014. Foto: SDS/Divulgação

Para Carvalho, o aumento nas mortes deve-se a fatores com o crescimento do tráfico de drogas e da criminalidade em geral, em meio à crise econômica, e à redução dos plantões por alguns delegados e policiais civis, em protesto.

“Apesar dos esforços que estamos fazendo, o mês de julho não teve um bom resultado no Pacto pela Vida. Depois de dois meses seguidos de redução, veio esse aumento de 15,6% no número de CVLIs. Um dos pontos que contribuiu para esse cenário foram as entregas dos plantões no interior do estado. Tínhamos 14 delegacias de plantão na Zona da Mata e no Agreste e depois das entregas, esse número caiu para oito. Isso faz com que as viaturas da PM fique mais tempo sem circular nas ruas porque estão nas delegacias para registar as ocorrências”, ponderou o secretário. Ainda segundo Carvalho, o governo do estado está aberto ao diálogo com os policiais, porém não tem previsão para que seja sinalizado aumento de salário.

 

Meta
Segundo dados da SDS, as Áreas Integradas de Segurança mais violentas em relação ao número de assassinatos foram as de Paulista (27), Caruaru (27), Garanhuns (26), Jaboatão (24), Nazaré da Mata (21) e Cabo de Santo Agostinho (20). O desafio da SDS agora será atingir a meta do Pacto pela Vida, que prega uma redução de 12% em relação ao número de mortes com o mesmo período do ano anterior, para o mês de agosto.

Em 2014, 250 assassinatos foram registrados em Pernambuco em agosto. Isso significa dizer que para este mês, para atingir a meta, o estado não pode registrar mais do que 220 homicídios.

Medidas para tentar conter roubos a bancos em Pernambuco

As polícias Civil e Militar anunciaram ontem reforços para tentar reduzir os assaltos a bancos na Região Metropolitana. De acordo com o comandante da Polícia Militar, coronel Pereira Neto, o policiamento foi reforçado nos principais corredores bancários. “Haverá bloqueios e policiamento com motos perto das agências”, ressaltou. Ele informou que neste ano, 30 pessoas foram presas no estado por esse crime.

Assaltos no Grande Recife e no interior têm sido constantes. Foto: Rodrigo de Luna/TV Clube
Assaltos no Grande Recife e no interior têm sido constantes. Foto: Rodrigo de Luna/TV Clube

O chefe da Polícia Civil, Antônio Barros, anunciou que neste mês a Delegacia de Repressão ao Roubo receberá mais um delegado, totalizando três. “Acredito que o aumento do efetivo e a troca de informações entre a delegacia e as as agências ajudarão a prender os suspeitos”, ressaltou Barros. Neste ano, 12 pessoas foram presas pela Civil por assaltos a bancos.

Segundo a SDS, 24 assaltos foram registrados em 2015 no estado, até a última terça-feira. De acordo com o Sindicato dos Bancários de Pernambuco, o número de assaltos neste ano é de 35. Na manhã desta quinta-feira, o sindicato faz uma coletiva para apresentar os dados referentes aos últimos sete meses. Às 14h, uma reunião no Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor (Caop Consumidor) do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) vai discutir a questão da segurança nos bancos.

Estado teve 297 mortes em julho, 40 a mais que o mesmo mês em 2014

Depois de obter um resultado positivo no mês de junho em relação ao número de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs), o governo do estado perdeu o controle da violência em julho. As estatísticas da Secretaria de Defesa Social (SDS) mostram que um total de 297 homicídios foram notificados no estado no último mês, 40 a mais que o mesmo mês do ano passado quando foram contabilizadas 257 mortes em Pernambuco. Os números não foram divulgados pelo governo do estado na tarde desta quarta-feira, mas o blog teve acesso com exclusividade ao resultado na noite dessa terça-feira.

Foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A Press
Crimes aumentaram em relação a 2014. Foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A Press

Ainda de acordo com os dados da SDS, as Áreas Integradas de Segurança (AISs) – que incluem várias localidades – mais violentas em relação ao número de assassinatos foram as de Paulista (27), Caruaru (27), Garanhuns (26), Jaboatão dos Guararapes (24), Nazaré da Mata (21) e Cabo de Santo Agostinho (20). Os números vermelhos costumam deixar a cúpula de segurança em sinal de alerta, o que faz aumentar a cobrança em cima dos policiais militares e civis para obter melhores resultados. No entanto, as duas categorias andam par lá de insatisfeitas com o governo do estado. “Temos um dos piores salários do Brasil”, disse um policial civil que pediu reserva no nome.

Como não adianta chorar pelo leite derramado, o desafio agora será atingir a meta do Pacto pela Vida, que prega uma redução de 12% em relação ao número de mortes com o mesmo período do ano anterior, para o mês de agosto. Em 2014, 250 assassinatos foram registrados em Pernambuco em agosto. Isso significa dizer que para este mês, para atingir a meta, o estado não pode ter mais de 220 homicídios.

Desde o início de 2015, apenas em junho o governo do estado obteve êxito no cumprimento da meta do PPV. Em janeiro ocorreram 322 CVLIs, em fevereiro foram 324, no mês de março aconteceram 336 mortes, em abril foram computados 324 homicídios, já no mês de junho foram 264 CVLIs, 45 a menos que junho de 2014.

Por dentro do Carandiru. Peça fica em cartaz no Recife até 6 de setembro

Por Isabelle Barros, do Diario de Pernambuco

O massacre do Carandiru ainda paira como uma chaga que exerce repulsa e fascínio, mesmo 22 anos depois de ter acontecido. O dia 2 de outubro de 1992 se tornou um marco na segurança pública e no sistema prisional brasileiros ao levar 111 presos à morte e mostrar uma face do Brasil que poucos querem ver. A partir desse ponto de partida dramático por natureza, o jornalista e dramaturgo Dib Carneiro Neto resolveu adaptar o best-seller Estação Carandiru, de Drauzio Varella, e esse material foi escolhido pela recifense Cênicas Companhia de Repertório como matéria-prima do novo espetáculo, Salmo 91. A estreia é hoje, às 20h, na própria sede do grupo, o Espaço Cênicas.

Massacre de presidiários ocorrido há 22 anos inspira peça apresentada no Recife. Fotos: Wilson Lima/Divulgação
Massacre de presidiários ocorrido há 22 anos inspira peça apresentada no Recife. Fotos: Wilson Lima/Divulgação

O ponto de vista adotado para contar a vida no cárcere e as circunstâncias do massacre é o dos próprios presidiários, que afirmam a própria existência a partir de dez monólogos defendidos por cinco atores: Álcio Lins, Gustavo Patriota, Raul Elvis, Rogério Wanderley e Toni Rodrigues, também responsável pela direção. É a primeira vez na qual o Espaço Cênicas recebe uma temporada de espetáculos. A intenção foi transformar o local, que serve para ensaio e aulas de teatro, em um espaço intimista, no qual apenas 65 espectadores serão aceitos por sessão.

A seleção do texto, segundo Toni, veio de uma urgência em discutir questões atuais e fortes na sociedade brasileira. “Já tínhamos contato com o contexto do Salmo 91 a partir de um texto chamado Abre as asas sobre nós, de Sergio Roveri, que, por sua vez, já era a adaptação de um trecho do Estação Carandiru. Escolhemos esse tema – o sistema carcerário brasileiro – porque ele merece uma atenção especial. A peça não defende nada nem quer ser panfletária, mas dá voz aos prisioneiros. O sistema prisional continua falho, e esta é uma situação que pode acontecer hoje em dia. Lançar um olhar sobre toda essa violência talvez gere uma reflexão nas pessoas”.

Nome do espetáculo faz referência a uma passagem bíblica associada ao episódio
Nome do espetáculo faz referência a uma passagem bíblica associada ao episódio

O nome do espetáculo, Salmo 91, tem a ver com o desenrolar da narrativa. Na peça, Dadá, um sobrevivente do massacre, lembra da passagem da Bíblia que a mãe dele sempre o mandou ler, mas que nunca havia visto. É a partir dessas histórias individuais que ação e espaço se misturam. “A relação de proximidade que queremos estabelecer com o espectador potencializa o discurso. É como se o público entrasse dentro do próprio Carandiru e visse a intimidade das celas”.

Serviço

Salmo 91, da Cênicas Cia de Repertório
Quando: De hoje a 6 de setembro; sábados, às 20h e domingos, às 18h
Onde: Espaço Cênicas – Rua Marquês de Olinda, 2º andar (entrada pela Rua Vigário Tenório), Bairro do Recife
Ingresso: R$ 20 e R$ 10 (meia), com venda antecipada pelo site Eventick
Informações: 9609-3838

A fonte

O livro
Estação Carandiru ajudou a catapultar a reputação de Drauzio Varella. Ele descreve a rotina de dez anos, a partir de 1989, como médico voluntário da Casa de Detenção de São Paulo. A narrativa traz o testemunho do que viu e ouviu na prisão e inclui relato sobre o massacre de 1992. Teve quase 500 mil exemplares vendidos e ganhou o Prêmio Jabuti
de não-ficção.

O presídio
A Casa de Detenção, inaugurada em 1956, no bairro do Carandiru (SP), foi a maior do Brasil. Apresentava crônico problema de superlotação, chegando a ter três vezes mais presos do que a capacidade. O massacre teve como estopim uma rebelião entre presos, o que levou à invasão do presídio pela polícia. Foi desativada e parcialmente demolida em 2002.

Na arte

Cinema e teatro
O diretor Hector Babenco adaptou em filme (Carandiru, 2003) o livro Estação Carandiru. Atraiu mais de 3 milhões de espectadores. A vida na penitenciária foi tema de O  prisioneiro da grade de ferro (Autorretratos, em 2003), de Paulo Sacramento, que deu câmeras a detentos do local para que eles mostrassem o próprio cotidiano. O Núcleo Panóptico de Teatro usou o local como palco para a peça Muros, adaptação de obra de Jean-Paul Sartre

Artes visuais e música
Em 2015, Maureen Bisillat abriu a mostra Sobrevivências, sobre vivências: Carandiru (SP), sobre o tema. O artista Nuno Ramos fez instalação na Bienal de São Paulo de 2012, O dia deles – 24 horas 111, repetição ininterrupta, por 24 horas, dos nomes dos 111 presos assassinados. A música Diário de um detento, dos Racionais MCs, narra o massacre. O grupo de rap 509-E alude a cela da cadeia.

Segundo o Ministério da Justiça, 52% das vítimas de tráfico de pessoas sofrem exploração sexual

O Ministério da Justiça divulgou na última quinta-feira (30), Dia Mundial de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, o mais recente relatório nacional sobre este tipo de crime. Os dados de 2013 mostraram que segundo os boletins de ocorrência registrados em 18 estados, 254 pessoas foram vítimas de tráfico no Brasil. Deste total, 52% foram vítimas de exploração sexual.

Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press
Em 2005, dezenas de recifenses foram aliciados no Recife para vender órgãos. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Para coibir esse crime, a Câmara dos Deputados aprovou no início deste ano projeto de lei (PL7370/14) que determina ações de prevenção e repressão ao tráfico interno e internacional de pessoas. A proposta também estabelece diretrizes para atendimento às vítimas.

Ação dos traficantes
O relator da proposta na comissão especial, deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), destacou que é preciso conscientizar a população sobre a ação dos traficantes de pessoas. “É absolutamente fundamental que a gente possa estar esclarecendo a opinião pública, que todo cuidado é pouco e as pessoas precisam se prevenir em relação a essa prática criminosa, que é uma prática silenciosa.”

Jordy assinalou ainda que o tráfico de pessoas não está visível à luz do dia como prática criminosa. “Geralmente é o contrário, é alguém que se apresenta tentando praticar uma boa ação: adotando uma criança, tentando valorizar uma jovem para uma carreira de modelo ou um garoto que joga futebol para uma carreira de jogador de futebol.”

A exploração sexual figura como a principal objetivo do tráfico de pessoas no mundo. Mas, segundo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o tema, existem outras formas de exploração como o trabalho escravo, a remoção de órgãos, a adoção irregular com fins financeiros e a mendicância.

A proposta está sendo analisada pelo Senado.

Tráfico de órgãos
Também tramita na Câmara proposta que torna crime condutas relacionadas ao tráfico de órgãos humanos.

Pelo texto (Projeto de Lei 403/07), do Senado, pessoas que aliciarem, induzirem ou oferecerem qualquer vantagem para alguém participar do tráfico de órgãos poderão ser punidas com pena de reclusão de três a oito anos, além de multa. No caso de o material humano ser destinado ao mercado internacional, a pena será aumentada em 1/3.

Casas da Funase estão com pagamento de aluguéis atrasados

Proprietários de imóveis que estão alugados ao governo do estado para o funcionamento de casas da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) na Região Metropolitana do Recife (RMR) estão sem receber os pagamentos dos aluguéis há mais de três meses. Pedindo reserva nos nomes, alguns donos de imóveis fizeram a denúncia ao blog e revelaram que não aguentam mais esperar por uma resposta positiva da Funase.

Casas que abrigam menores infratores estão sem pagamentos. Foto: Nando Chiappetta/DP/D.A Press
Casas que abrigam adolescentes infratores estão sem pagamentos. Foto: Nando Chiappetta/DP/D.A Press

“Além de não estarmos recebendo nossos pagamentos, sabemos que nossas casas estão cada dia mais deterioradas. Não é justo que o governo tenha dinheiro para gastar com outras coisas e não pague seus compromissos. Já fomos na Funase várias vezes e ninguém tem uma data certa para informar”, reclamou o proprietário de uma  casa.

Procurada pela blog, a assessoria de imprensa da Funase confirmou os atrasos nos pagamentos dos aluguéis e disse que a Funase está conversando com os donos dos imóveis alugados para explicar a situação e reforçando que todos os pagamentos atrasados serão realizados. O prazo para os pagamentos, no entanto, não foi revelado.

Um veleiro movido a cocaína

Casado, 48 anos, nenhum antecedente criminal. Mecânico de formação, o holandês Raymond Knobbe levava uma vida idílica viajando pelo mundo em seu veleiro Rody. Fernando de Noronha seria mais um destino na rotina de aventuras a bordo de um lar flutuante. O arquipélago, porém, acabou se tornando a última parada antes de uma provável temporada de cinco a 20 anos em uma penitenciária pernambucana. Knobbe foi flagrado, em alto-mar, com 11,5 kg de cocaína pura, numa operação que teve detalhes divulgados ontem pela Polícia Federal.

Veleiro foi levado ao Porto de Santo Antônio pela Polícia Federal. Fotos: Polícia Federal/Divulgação
Veleiro foi levado ao Porto de Santo Antônio pela Polícia Federal. Fotos: Polícia Federal/Divulgação

Pensando que navegaria em águas tranquilas, o holandês zarpou de seu país, parou no Rio Grande do Norte e seguiu para Noronha. Ele não sabia que estava sendo monitorado pela Agência Nacional de Crimes da Grã-Bretanha (NCA), que alertou as autoridades brasileiras sobre a possível carga de drogas. Reunido em Natal, um grupo de nove policiais federais e militares da Marinha embarcou no navio-patrulha Macau e interceptou o Rody perto do arquipélago, por volta das 5h30 do sábado.

Raymond Knobbe foi trazido para o Recife nesse domingo
Raymond Knobbe foi trazido para o Recife nesse domingo

O veleiro foi escoltado ao Porto de Santo Antônio, onde a Polícia Federal descobriu a droga, dividida em dez tabletes. Knobbe recebeu voz de prisão e passou a noite em um posto da PF. Ontem à tarde, foi trazido para o Recife em um voo de carreira que chegou às 16h20. Ele fez exame de corpo de delito no IML e seguiu para o Cotel, onde aguardará julgamento por tráfico internacional de entorpecentes.

“No interrogatório, o holandês afirmou que vivia nesse veleiro viajando pelo mundo. A gente acredita que ele utilizava essas viagens para traficar cocaína. A droga possivelmente tem origem na Europa. Vamos ver se ele faz parte de um grupo maior”, observou Giovani Santoro, chefe da Comunicação da Polícia Federal de Pernambuco.

Quase 12kg de cocaína foram encontrados na embarcação
Quase 12kg de cocaína foram encontrados na embarcação

Segundo os investigadores, a carga pode ser muito maior. O veleiro, que deverá chegar ao Recife na quinta-feira, será desmontado, pois a Polícia Federal suspeita que haja mais cocaína escondida.

A polícia está acertando os detalhes da vinda do veleiro para o Recife e da operação de desmonte. Não está definido, por enquanto, o órgão que comandará a transferência do barco. A PF também entrará em contato com empresas náuticas para desmontar o veleiro sem danificar a embarcação. O trabalho deve durar de um a dois dias.

Livro aborda questão da violência contra a mulher

A questão da violência contra a mulher é o tema central abordado no lançamento da Editora Revan com o livro Lei Maria da Penha: uma análise criminológico-crítica, escrito por Marilia Montenegro, professora de Direito Penal da UFPE. A obra é resultado de sua tese de doutorado, para a qual ela reuniu dados baseados num extenso trabalho de campo junto a mulheres vítimas de agressões e abusos praticados por seus maridos e companheiros. O livro já está nas livrarias de todo o Brasil.

Marilia explicita a contradição da Lei Maria da Penha, que ao invés de cumprir o seu papel primário – o de proteger a vítima – tem, na verdade, contribuído para a perpetuação do ciclo de violência doméstica contra a mulher. Segundo a autora, boa parte das mulheres se veem desencorajadas a buscar ajuda ao descobrir que a denúncia pode punir gravemente o autor da agressão, que geralmente é um parente por quem elas têm uma relação afetiva, proporcionando um lar ainda mais desestabilizado.

“É evidente a incapacidade da superação dos conflitos interpessoais pela via formal da justiça criminal, visto que ela se apropria do conflito das vítimas, fugindo aos propósitos de escuta das partes envolvidas, não apresentando soluções e efeitos positivos sobre os envolvidos ou sequer prevenindo as situações de violência. Nesse contexto, é urgente que se ampliem as discussões a respeito das melhores formas de resolução dos conflitos domésticos para além do sistema penal e, por ora, conferir à vítima a possibilidade de avaliar, conforme valorações íntimas, a oportunidade e conveniência da ação penal”, destaca a professora da UFPE.

Com informações da assessoria de imprensa

FICHA TÉCNICA

Título: Lei Maria da Penha: uma análise criminológico-crítica

Editora: Revan

Autor: Marilia Montenegro

Nº páginas: 264

Preço: R$ 47,00