Já está na casa de familiares no Recife a turista cearense Maria Clara Souza Damaceno, 22 anos. Ela foi baleada de raspão no rosto, por volta das 10h desta segunda-feira, quando estava na praia de Boa Viagem, na Zona Sul, com mais duas amigas. As três jovens estavam sentadas em cadeiras na beira-mar, nas imediações do 2º Jardim, quando um homem se aproximou das vítimas e pediu os seus telefones celulares.
De acordo com parentes de Maria Clara, a estudante teria se assustado com o anúncio do assalto e corrido em direção à Avenida Boa Viagem. Foi nesse momento que o criminoso, que havia chegado à praia de bicicleta, correu atrás da vítima. Ele conseguiu pegar o celular da vítima e ainda efetuou o disparo que a atingiu de raspão no queixo. A vítima foi levada pelas amigas para o Hospital da Restauração (HR), no Derby, onde recebeu atendimento e foi liberada no início desta tarde.
A Polícia Civil já está investigando o caso. Uma equipe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) esteve no local e no hospital para colher as primeiras informações. Maria Clara Souza é moradora do Crato, no Ceará, mas está de férias no Recife. A jovem voltaria para casa no próximo sábado, mas, devido ao ocorrido, pode antecipar o retorno.
A Polícia Civil está investigando uma possível tentativa de assalto ocorrida na manhã desta segunda-feira. Uma jovem identificada como Clara Souza Damaceno, 22 anos, moradora do Crato, no Ceará, teria sido baleada por criminosos na Avenida Boa Viagem. As primeiras informações indicam que a vítima foi atingida no rosto. Clara foi socorrida e levada para o Hospital da Restauração (HR), no Derby.
Até o momento a Polícia Militar não tem informações sobre o caso, mas uma equipe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) está iniciando as investigações. Informações preliminares dão conta de que o crime aconteceu nas imediações do Segundo Jardim da Avenida Boa Viagem.
Medo. A palavra resume a rotina de moradores e funcionários de bancos do interior pernambucano. Com armas utilizadas pelos exércitos brasileiro e norte-americano, e explosivos, grupos criminosos levam pânico a municípios afastados dos grandes centros urbanos, num fenômeno classificado por alguns como “novo cangaço”. As ações, cada vez mais ousadas, seguem um padrão. Os assaltantes chegam em grande número, detonam caixas eletrônicos e cofres de bancos, atiram contra delegacias e destacamentos da Polícia Militar, espalham grampos pela estrada para dificultar a perseguição policial e fogem, na maior parte das vezes, levando altas quantias em dinheiro.
Para tentar barrar a onda, foi criada, em julho, a Força-tarefa de Repressão aos Crimes de Roubo e Furto contra Instituições Financeiras, formada pelas polícias Federal, Civil e Militar. De acordo com a Polícia Civil, de janeiro a novembro foram desarticuladas 13 quadrilhas de crimes contra bancos e 88 pessoas foram presas. O chefe da Civil, delegado Antônio Barros, aumentou de três para sete o número de equipes responsáveis pelas investigações.
Muitas cidades estão sem atendimento em agências. Para receber salários e aposentadorias, moradores precisam se deslocar a outros municípios. Um exemplo é Riacho das Almas, no Agreste do estado, a 103 km da capital. O blog esteve no município onde a agência do Banco do Brasil, que já estava sem funcionar há nove meses, teve o fechamento definitivo anunciado em novembro. Cinco das nove cidades pernambucanas que tiveram agências do BB convertidas em postos já não contavam mais com os serviços por causa de ataques com explosivos. Segundo o banco, o fator não foi considerado na reorganização nacional, que teria levado em conta apenas questões como eficiência operacional e a proximidade entre agências.
Agonia também para quem mora no Sertão. Uma comerciante de Triunfo (355 km da capital), que preferiu não ter o nome publicado, diz que a cidade tem ficado desabastecida. “Por causa das explosões, os caixas eletrônicos ficam sem dinheiro durante os fins de semana e também à noite. Somente na agência do Banco do Brasil houve explosões duas vezes em um mês”, conta.
Estado tenta frear escalada de crimes
Após aumentar o número de equipes voltadas a elucidar crimes contra agências bancárias e prender suspeitos, a Polícia Civil pernambucana busca reforçar o trabalho conjunto com as polícias Federal e Militar, além das autoridades de segurança de outros estados.
“Até o fim de outubro, vínhamos trabalhando com três equipes para investigar os assaltos e as explosões a bancos e caixas eletrônicos, além dos roubos a carros-fortes. Agora são sete. Essas investigações são complexas e demandam tempo. Estamos tratando com o crime organizado”, comenta o chefe da Polícia Civil, Antônio Barros.
Ele ressalta que a maioria das quadrilhas vem de fora do estado. “Temos feito ações integradas com a PM e com a Federal. A interlocução com outros estados está cada vez melhor. Prisões, a gente já vinha fazendo, mas agora vamos aumentar esses números para devolver a tranquilidade à população do estado”, destaca Barros.
Além dos três delegados da Delegacia de Repressão ao Roubo, do Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri), outros quatro investigadores e suas equipes estão dedicados a esse tipo de trabalho. Compõem o grupo dois delegados responsáveis pela Zona da Mata e Agreste, e dois que atuam no Sertão. Todas as equipes estão recebendo suporte do serviço de inteligência da SDS e da Polícia Civil, num trabalho coordenado diretamente pela chefia da polícia.
“Sabemos que cidades pequenas, com cerca de 20 mil habitantes, têm certa fragilidade na segurança e acabam sendo alvos fáceis. Também sabemos que esses grupos de fora de Pernambuco usam armas de guerra. Já prendemos pessoas do Sudeste que agiam aqui. Mas não concordo quando dizem que se trata de novo cangaço. É crime organizado. Temos que enfrentar com seriedade as quadrilhas”, ressalta o chefe da Polícia Civil.
Bancários cobram segurança
O aumento nas investidas contra instituições financeiras tem preocupado representantes do Sindicato dos Bancários. Não é de hoje que a instituição faz alertas sobre a fragilidade das agências e cobra ação das polícias. O diretor de assuntos jurídicos do sindicato, João Rufino Filho, ressalta a importância da participação do Exército nas investigações dos casos com uso de explosivos. “É fundamental o apoio para saber de onde estão vindo esses explosivos e armamentos pesados.”
Segundo Rufino, é preocupante a situação das cidades que estão recebendo moradores de outros locais para usar os serviços bancários. “Há municípios que recebem pessoas de cinco ou seis cidades vizinhas. Isso também é um risco. Clientes e funcionários estão cada vez mais expostos. Atividade bancária hoje é uma rotina de medo”, aponta Rufino.
O diretor jurídico afirma que as quadrilhas são bastante organizadas. “Não concordo quando as pessoas usam o termo ‘novo cangaço’. Esses assaltantes fazem parte do crime organizado, são de quadrilhas especializadas e usam equipamentos de guerra. Têm armas que alguns policiais nunca viram”, destaca.
Em entrevista coletiva concedida no dia 28 de novembro, o delegado titular de Roubos e Furtos, Paulo Berenguer, informou que a Polícia Civil contará com a participação do Exército nas operações da Força-tarefa. “O Exército já está integrado e vai colaborar no sentido de identificar e rastrear os explosivos, que são atividades controladas por eles, além de ministrar cursos para os nossos policiais, para que eles tenham uma intimidade maior com os explosivos que são utilizados nessas ações”, explicou o investigador.